Com este título venho apenas defender que não me parece existir uma Qualidade (em termos absolutos) mas antes diferentes “Qualidades”, entendidas como as diversas formas dos Clientes apreciarem a nossa actuação, consoante as prioridades que estabelecem em cada momento.
Quando se estudam as principais dimensões que o fenómeno da Qualidade assume perante os Clientes, é costume distinguir duas situações:
- Para certos Clientes, Qualidade é, sobretudo, pagar pouco por um serviço normalizado. Chamemos-lhe a tendência da “esferográfica BIC” - barata, acessível e honesta: faz exactamente aquilo que promete.
- Para outros Clientes, “a Qualidade paga-se”. São aqueles para quem apenas o melhor está adequado e que consideram, por exemplo, que pagar 27 000€ por um "Audemars Piguet Off-Shore" é o preço justo para um relógio de homem. Trata-se aqui da aposta na excelência do produto ou do serviço, sem quaisquer concessões.
O problema com estas generalizações\caracterizações que vêm em todos os livros, é que não são reais. Não se adaptam ao quotidiano do meio empresarial. São estereótipos que nos ajudam a sistematizar o raciocínio mas que não deixam de ser mitológicos na sua concepção.
De facto, a esmagadora maioria dos empresários gere situações onde pensa e age de acordo com o 1º grupo de consumidores caracterizado (Clientes BIC) , mas também tem de gerir outras onde o seu comportamento tem de ser mais próximo do do 2º grupo citado (Clientes Audemars Piguet).
Um dos maiores desafios para todos nós é perceber exactamente em que situação se encontra o Cliente comprador face à atitude perante a venda.
E não se trata aqui de conhecer melhor ou pior as necessidades concretas do Cliente, outro dos modernos mitos do Marketing que urge desmitificar: Essas necessidades não são absolutas, variam com o tempo, com as circunstâncias do negócio e até com a estratégia do Cliente face à (sua) concorrência.
Em teoria a necessidade da medida do tempo tanto pode ser satisfeita por um “Swatch” de 45€ como pelo tal “A.P.Off-Shore” de 27 000€…
Na prática é que "a porca torce o rabo".
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