Nesta Primavera quase tão triste como as nossas vidinhas anima-se o panorama político.
Na sua missão de entreter o Povo, e dado que acabou o Campeonato Nacional de Futebol e ainda não começou o Mundial do Brasil, os nossos políticos inventaram agora a crise no PS.
Crise de há muito anunciada e que apenas a vitória nas autárquicas fez estagnar em água morna.
Depois das Europeias vem o Carmo e a Trindade para cima do Secretário Geral (melhor dizendo, vem o Costa e o Soares). O Secretário Geral "não tem carisma, não embriaga o povo, não entusiasma as audiências..."
Por acaso já tivemos cá no burgo um que fazia muito bem tudo isso, e depois foi o que se viu...Teve que ir para a Sorbonne.
António Costa é melhor do que António José Seguro? Teríamos que definir "melhor". Melhor não pode significar ser "melhor demagogo"! Disso já provámos e estamos agora na ressaca...
António Costa, segundo dizem, "é mais eficaz do ponto de vista das intervenções públicas, é mais conhecido, é mais de "esquerda" e, sobretudo, não tem medo de dizer exatamente aquilo que pensa."
O grande pecado de Tó Zé Seguro talvez fosse querer estar bem com todos , sem estar mal com ninguém. E as clivagens existem. É em função delas que os votantes actuam,
Veremos como esta "caldeirada" vai acabar. Mas até lá folgam os "maus da festa"...
E o Tio Jerónimo deve estar a rebolar de riso também.
Para dar ânimo às "bases" e enquadrar este "Combate dos Chefes", nada como um poema do nosso grande iconoclasta que foi Bocage (a ser muito justamente homenageado em selo, já em 2015).
Nós hoje diríamos "Cada macaco no seu galho!". Naquele tempo era mais a fábula do Leão e do Porco:
O Leão e o Porco
O rei dos animais, o rugidor leão,
Com o porco engraçou, não sei por que razão.
Quis empregá-lo bem para tirar-lhe a sorna
(A quem torpe nasceu nenhum enfeite adorna):
Deu-lhe alta dignidade, e rendas competentes,
Poder de despachar os brutos pretendentes,
De reprimir os maus, fazer aos bons justiça,
E assim cuidou vencer-lhe a natural preguiça;
Mas em vão, porque o porco é bom só para assar,
E a sua ocupação dormir, comer, fossar.
Notando-lhe a ignorância, o desmazelo, a incúria,
Soltavam contra ele injúria sobre injúria
Os outros animais, dizendo-lhe com ira:
«Ora o que o berço dá, somente a cova o tira!»
E ele, apenas grunhindo a vilipêndios tais,
Ficava muito enxuto.
Atenção nisto, ó pais!
Dos filhos para o génio olhai com madureza;
Não há poder algum que mude a natureza:
Um porco há-de ser porco, inda que o rei dos bichos
O faça cortesão pelos seus vãos caprichos.
Bocage, in 'Fábulas'
sexta-feira, maio 30, 2014
quinta-feira, maio 29, 2014
Reminiscências do Zoológico
Estive ontem no Zoo de Lisboa entre as 9,30h da manhã e as 17,00h da tarde.
Acho que foi a vez em que lá estive metido mais tempo, mesmo contando com aquela em que o meu filho (hoje senhorio) teria uns 5 anos e por lá teve que passar, em cerimónia iniciática a que nenhuma criança naquelas idades se safava...
De manhã houve a cerimónia dos 130 anos do Zoo, com aglomerado importante de "colunáveis".
Pela primeira vez posso dizer com propriedade total que executei o meu "número das focas" no local apropriado!
De tarde, bem, de tarde o Fernando bem me lixou, pedindo que estivesse em directo no plateau que a RTP tinha montado no Zoo para dar uma pequena entrevista. E tive que aguentar.
O tempo mais aborrecido - por causa das dores que entretanto se acumulavam - foi enquanto esperava para a entrevista televisiva, saído da maquilhagem às 14,00h e pensando que pelas 14,30h estaria despachado, quando e afinal apenas me chamaram para o plateau perto das 16,20h.
Nesse preparo, já com a fuça enfarinhada , partilhei o espaço com uma violinista (por acaso bem boa), dois tratadores do Zoo empunhando uma arara e um lagarto (iguana basilisco, foi o que lhe ouvi chamar, mas lagarto serve bem) e uma fadista (assim, assim) com os seus acompanhantes.
O namorado, apoderado , agente, ou lá o que era, da violinista, passou a vida a mexer no Samsung Galaxy S5, tentando encontrar quem lhe vendesse o que me pareceu ser uma máquina de sumos profissional(???). Pela conversa pareceu-me que seria para a roulote da artista, talvez para animar a tournée de Verão...
Com uma artista daquela qualidade ao lado, o facto de se necessitar de uma máquina de sumos na roulotte não augura nada de bom. Acho eu... Uma questão de nozes e dentes.
A Fadista queixava-se das maquilhadoras e da falta da cabeleireira, e que não tinha tido tempo para se preparar devidamente. Os guitarristas discutiam se começavam em Dó ou Fá (não sei o quê, podia ser "sustenido".
Dessa forma - e estando o espaço ao lado da violinista já tomado - é normal que me tenha chegado para os tratadores e passado o tempo a falar sobre a Arara e o Lagarto-Iguana (este quando foi oferecido ao ZOO chamava-se Fiona, mas descobrindo-se mais tarde que era macho ainda estão à espera de lhe cunhar outro patronímico). "A" Fiona está aí ao lado.
A Arara pelo que me recordo (velha senhora com 60 anos) dava pelo nome de Dora e só queria que a catassem. Ela e eu.
Deve ser bom estar deitado quieto com uma mão de jovem senhora a coçar o pelo atrás das orelhas...
À minha frente estava o recinto dos chimpanzés. O macho dominante deve ter uma boa vida... Em duas horitas daquela tarde deu para ver que ali todos lhe prestavam vassalagem, machos de cabeça baixa passavam de largo, enquanto que as fêmeas punham-se em fila... O gajo chama-se Dári, anda nisto há já muitos anos e parece que os anitos não lhe pesam... Pudera! Tomara eu.
Não falo da entrevista, que foi o que foi.
Mas antes de sair ainda houve tempo para um episódio : dada a minha condição de inválido arranjaram-me um "buggy" para me levar (e trazer) desde Sete Rios até lá acima, ao recinto onde a RTP tinha armado a "barraca" nesse dia.
Atento às regras de sustentabilidade defendidas pelo Zoo questionei se o buggy era eléctrico?
-"Não senhor. É a gasolina".
Porquê? Para avisar pelo ruído do motor os transeuntes que circulam a pé no jardim, com crianças pela mão. Os Buggys eléctricos são demasiado silenciosos e provocam acidentes.
As vacas têm badalos, os gatos têm guizos, o ZOO tem Buggys a gasolina.
E eu devia ter mais juízo. Acho que vou arranjar uma máquina de sumos lá para casa. Pode ser que assim saia menos...
Acho que foi a vez em que lá estive metido mais tempo, mesmo contando com aquela em que o meu filho (hoje senhorio) teria uns 5 anos e por lá teve que passar, em cerimónia iniciática a que nenhuma criança naquelas idades se safava...
De manhã houve a cerimónia dos 130 anos do Zoo, com aglomerado importante de "colunáveis".
Pela primeira vez posso dizer com propriedade total que executei o meu "número das focas" no local apropriado!
De tarde, bem, de tarde o Fernando bem me lixou, pedindo que estivesse em directo no plateau que a RTP tinha montado no Zoo para dar uma pequena entrevista. E tive que aguentar.
O tempo mais aborrecido - por causa das dores que entretanto se acumulavam - foi enquanto esperava para a entrevista televisiva, saído da maquilhagem às 14,00h e pensando que pelas 14,30h estaria despachado, quando e afinal apenas me chamaram para o plateau perto das 16,20h.
Nesse preparo, já com a fuça enfarinhada , partilhei o espaço com uma violinista (por acaso bem boa), dois tratadores do Zoo empunhando uma arara e um lagarto (iguana basilisco, foi o que lhe ouvi chamar, mas lagarto serve bem) e uma fadista (assim, assim) com os seus acompanhantes.
O namorado, apoderado , agente, ou lá o que era, da violinista, passou a vida a mexer no Samsung Galaxy S5, tentando encontrar quem lhe vendesse o que me pareceu ser uma máquina de sumos profissional(???). Pela conversa pareceu-me que seria para a roulote da artista, talvez para animar a tournée de Verão...
Com uma artista daquela qualidade ao lado, o facto de se necessitar de uma máquina de sumos na roulotte não augura nada de bom. Acho eu... Uma questão de nozes e dentes.
A Fadista queixava-se das maquilhadoras e da falta da cabeleireira, e que não tinha tido tempo para se preparar devidamente. Os guitarristas discutiam se começavam em Dó ou Fá (não sei o quê, podia ser "sustenido".
Dessa forma - e estando o espaço ao lado da violinista já tomado - é normal que me tenha chegado para os tratadores e passado o tempo a falar sobre a Arara e o Lagarto-Iguana (este quando foi oferecido ao ZOO chamava-se Fiona, mas descobrindo-se mais tarde que era macho ainda estão à espera de lhe cunhar outro patronímico). "A" Fiona está aí ao lado.
A Arara pelo que me recordo (velha senhora com 60 anos) dava pelo nome de Dora e só queria que a catassem. Ela e eu.
Deve ser bom estar deitado quieto com uma mão de jovem senhora a coçar o pelo atrás das orelhas...
À minha frente estava o recinto dos chimpanzés. O macho dominante deve ter uma boa vida... Em duas horitas daquela tarde deu para ver que ali todos lhe prestavam vassalagem, machos de cabeça baixa passavam de largo, enquanto que as fêmeas punham-se em fila... O gajo chama-se Dári, anda nisto há já muitos anos e parece que os anitos não lhe pesam... Pudera! Tomara eu.
Não falo da entrevista, que foi o que foi.
Mas antes de sair ainda houve tempo para um episódio : dada a minha condição de inválido arranjaram-me um "buggy" para me levar (e trazer) desde Sete Rios até lá acima, ao recinto onde a RTP tinha armado a "barraca" nesse dia.
Atento às regras de sustentabilidade defendidas pelo Zoo questionei se o buggy era eléctrico?
-"Não senhor. É a gasolina".
Porquê? Para avisar pelo ruído do motor os transeuntes que circulam a pé no jardim, com crianças pela mão. Os Buggys eléctricos são demasiado silenciosos e provocam acidentes.
As vacas têm badalos, os gatos têm guizos, o ZOO tem Buggys a gasolina.
E eu devia ter mais juízo. Acho que vou arranjar uma máquina de sumos lá para casa. Pode ser que assim saia menos...
terça-feira, maio 27, 2014
Rave de ciclóstomos doeu (e não foi na carteira!)
No
Domingo passado fiz uma asneira. Nesse Domingo fiz, aliás , duas asneiras. Dita
a verdade toda, todinha, foram 3 as asneiras que eu fiz no passado Domingo.
Ando
farto das dores da ciática, isso já todos sabem. E tem-me custado evitar por
essa causa os almoços com os amigos, os convites para jantar com os amigos (tínhamos
mais uma ida ao “deserto” combinadíssima) e coisas do género.
Mas como
não posso (poder posso, mas não devo) evitar a minha presença nos actos
oficiais do meu trabalho, o resultado prático é que cada vez estou pior.
Ou pelo menos
não vejo melhoras, o que somado à impaciência típica da situação, é o mesmo que
estar pior.
Dessa
forma mandei às malvas os cuidados e aceitei partilhar com a Fátima e o Mário (as fotos são dele)
um convite no Beira Mar para o almoço, já prometido no tempo em que o saudoso
David ainda privava connosco. Afastado esteve Mestre José deste convívio, por
motivos que têm a ver com o conteúdo do mesmo. Já lá chego.
A ideia
era mostrar a quem não sabe algumas das preparações da Lampreia hoje caídas em
desuso em Portugal, mas ainda vivas nalgumas zonas da nossa vizinha Galiza.
O Paulo
Mendonça tem telhados formosos por aqueles lados, e em função disso preparou-nos um almoço
só de lampreia em várias apresentações.
O nosso
Zé não aprecia lampreia, costumando dizer com imensa piada que “ofereço gostosamente a quem gosta o meu quinhão anual da dita
cuja”.
Vieram
para a mesa Lampreia seca recheada, Lampreia seca grelhada e arroz de lampreia
( as três asneiras…).
O
acompanhamento foi dado por um Dão Branco
de 2010, inimitável, do Centro de Estudos de Nelas (soberbo, austero, quase
granítico) e um Tinto Douro de 2010 Crasto Vinhas Velhas, também ele admirável.
Quem não
conhecia ficou cliente. Quem já conhecia lambeu os beiços. O problema é que
naquelas preparações e sem darmos por isso “gastaram-se” 4 lampreias…E gordas.
4
Lampreias para 5 pessoas… Ao preço de mercado façam-se as contas , que não
devem ser simpáticas…
O meu
senhorio tratou do transporte , para lá e para cá. Durante o almoço ainda me
levantei algumas vezes, mas a companhia até ajudou. O pior foi quando cheguei a
casa…
Mas não
me queixo (em voz alta). Perdoa-se sempre
a dor que causa pelo bem que soube.
Amanhã
estou no Jardim Zoológico, outra vez a estragar o que o repouso da noite ajudou
a curar. É o lançamento do Postal Inteiro dos 130 Anos do Zoo. Era para estar o Presidente da Câmara de Lisboa, mas com os últimos desenvolvimentos vai o Vice. Que não tarda será o Presidente... Et pour cause.
E como
para a semana que vem tenho de ir dar duas conferências a Rabat, tenho cá para
mim que esta coisa da ciática em cima do coiro da mula (ou do camelo, com mais propriedade) veio mesmo para ficar.
Uma coisa
é certa: esta foi a última vez que me queixei aqui no blog. Quem não tem juízo é
com o corpo que deve ir pagando.
Nota Final: Lá no Zoo de Lisboa a nossa Chita
(os CTT são padrinhos) chama-se “DáKartas”… Escrevi aqui o nome porque amanhã
vão-me entrevistar e sou capaz de me esquecer…
DáKartas!!
Baza a correr ou ainda acabas no tacho…Amanhã chega o gordo!
segunda-feira, maio 26, 2014
As Vitórias pífias e as Derrotas amenas
O velho Rei Pirro (Pyrrhus) que derrotou os romanos em 279 A.C., na batalha de Asculum, contando as enormes baixas sofridas referiu aos camaradas depois dessa batalha,:
- "Com outra vitória como esta ficarei arruinado".
Não sei se José Seguro se sentiu como Pirro na noite eleitoral... Mas devia sentir-se.
Incapaz de "cavalgar a onda" do descontentamento nacional, ultrapassado por um recém chegado Marinho e Pinto fenomenal (embora não se preveja grande continuidade) e , sobretudo "emparedado" por um PCP a crescer e muito motivado, o PS fez figura amarela de Vencedor meio vencido.
Não vou tão longe como certos comentadores que já dizem ter sido a Aliança Portugal do PSD\CDS o "grande vencedor da noite" . Esses comentadores devem ter comido cogumelos alucinogénios à ceia...
Mas na verdade o resultado pior de sempre na direita , em Portugal, quase que se transformou numa amena derrota por culpa das circunstâncias noticiosas , das máquinas de fazer a notícia, que todas sublinharam Marinho e Pinto e a vitoriazinha com sabor amargo de José Seguro como os "grandes factos da noite!".
Para trás ficou a enorme conquista em votos e percentagens do PCP, a quase desaparição do BE da cena política, bem assim como a já referida "tareia" que a direita encaixou , bem disposta e a sorrir, apesar das queixadas a arder. Para já não falar da enorme e obscena Abstenção, essa sim, a grande figura destas eleições.
O contar de espingardas no PS depois das eleições deve ser tremendo. A malta ligada ao Secretário Geral deve estar como lapa agarrada ao poder e gritando "Grande Vitória!". Os "outros" devem estar todos chateados pelo facto da "vitória, embora pífia" não lhes permitir questionar já a liderança.
Quem ganhou de facto na noite de 25 de Maio?
Declaradamente o Partido da Terra com Marinho e Pinto e o PCP. Todos os outros, mesmo os vencedores absolutos, perderam votos face às autárquicas.
Uma questão deve preocupar os portugueses:
-"Se os resultados eleitorais para as Legislativas fossem mais ou menos estes, em 2015, como se formaria Governo? E como se poderia governar?"
Não é que este pensamento me tire o sono à noite (já meio quilhado com a p*** da ciática que não passa) mas , no mínimo, devia pôr a pensar todos aqueles que têm por objectivo avaliar as alianças e as coligações nas máquinas partidárias...
Uma coisa me parece certa: Nem o PS, nem a aliança PSD\CDS, terão a maioria absoluta em 2015.
- "Com outra vitória como esta ficarei arruinado".
Não sei se José Seguro se sentiu como Pirro na noite eleitoral... Mas devia sentir-se.
Incapaz de "cavalgar a onda" do descontentamento nacional, ultrapassado por um recém chegado Marinho e Pinto fenomenal (embora não se preveja grande continuidade) e , sobretudo "emparedado" por um PCP a crescer e muito motivado, o PS fez figura amarela de Vencedor meio vencido.
Não vou tão longe como certos comentadores que já dizem ter sido a Aliança Portugal do PSD\CDS o "grande vencedor da noite" . Esses comentadores devem ter comido cogumelos alucinogénios à ceia...
Mas na verdade o resultado pior de sempre na direita , em Portugal, quase que se transformou numa amena derrota por culpa das circunstâncias noticiosas , das máquinas de fazer a notícia, que todas sublinharam Marinho e Pinto e a vitoriazinha com sabor amargo de José Seguro como os "grandes factos da noite!".
Para trás ficou a enorme conquista em votos e percentagens do PCP, a quase desaparição do BE da cena política, bem assim como a já referida "tareia" que a direita encaixou , bem disposta e a sorrir, apesar das queixadas a arder. Para já não falar da enorme e obscena Abstenção, essa sim, a grande figura destas eleições.
O contar de espingardas no PS depois das eleições deve ser tremendo. A malta ligada ao Secretário Geral deve estar como lapa agarrada ao poder e gritando "Grande Vitória!". Os "outros" devem estar todos chateados pelo facto da "vitória, embora pífia" não lhes permitir questionar já a liderança.
Quem ganhou de facto na noite de 25 de Maio?
Declaradamente o Partido da Terra com Marinho e Pinto e o PCP. Todos os outros, mesmo os vencedores absolutos, perderam votos face às autárquicas.
Uma questão deve preocupar os portugueses:
-"Se os resultados eleitorais para as Legislativas fossem mais ou menos estes, em 2015, como se formaria Governo? E como se poderia governar?"
Não é que este pensamento me tire o sono à noite (já meio quilhado com a p*** da ciática que não passa) mas , no mínimo, devia pôr a pensar todos aqueles que têm por objectivo avaliar as alianças e as coligações nas máquinas partidárias...
Uma coisa me parece certa: Nem o PS, nem a aliança PSD\CDS, terão a maioria absoluta em 2015.
sexta-feira, maio 23, 2014
Para Descansar a Vista
Tenho andado "escondido" da ciática. A "gaja" continua a doer, mas tento não lhe dar importância. Acho que chamam a isto o processo de negação...
Negação ou não, o certo é que tenho vindo trabalhar todos os dias até que a dorzita me mande para casa. O que geralmente acontece pelo final da manhã. Nos dias em que há obrigação de esticar este tempo de trabalho por mais umas horas não restam dúvidas que "o corpo é que paga".
E de que maneira...
Por estes motivos escolhi um poema de Guy de Maupassant: A Descoberta (da Ilusão)
Negação ou não, o certo é que tenho vindo trabalhar todos os dias até que a dorzita me mande para casa. O que geralmente acontece pelo final da manhã. Nos dias em que há obrigação de esticar este tempo de trabalho por mais umas horas não restam dúvidas que "o corpo é que paga".
E de que maneira...
Por estes motivos escolhi um poema de Guy de Maupassant: A Descoberta (da Ilusão)
La Découverte
J’étais enfant. J’aimais les grands combats,
Les Chevaliers et leur pesante armure,
Et tous les preux qui tombèrent là-bas
Pour racheter la Sainte Sépulture.
L’Anglais Richard faisait battre mon coeur
Et je l’aimais, quand après ses conquêtes
Il revenait, et que son bras vainqueur
Avait coupé tout un collier de têtes.
D’une Beauté je prenais les couleurs,
Une baguette était mon cimeterre ;
Puis je partais à la guerre des fleurs
Et des bourgeons dont je jonchais la terre.
Je possédais au vent libre des cieux
Un banc de mousse où s’élevait mon trône ;
Je méprisais les rois ambitieux,
Des rameaux verts j’avais fait ma couronne.
J’étais heureux et ravi. Mais un jour
Je vis venir une jeune compagne.
J’offris mon coeur, mon royaume et ma cour,
Et les châteaux que j’avais en Espagne.
Elle s’assit sous les marronniers verts ;
Or je crus voir, tant je la trouvais belle,
Dans ses yeux bleus comme un autre univers,
Et je restai tout songeur auprès d’elle.
Pourquoi laisser mon rêve et ma gaieté
En regardant cette fillette blonde ?
Pourquoi Colomb fut-il si tourmenté
Quand, dans la brume, il entrevit un monde.
Guy de Maupassant, Des vers
J’étais enfant. J’aimais les grands combats,
Les Chevaliers et leur pesante armure,
Et tous les preux qui tombèrent là-bas
Pour racheter la Sainte Sépulture.
L’Anglais Richard faisait battre mon coeur
Et je l’aimais, quand après ses conquêtes
Il revenait, et que son bras vainqueur
Avait coupé tout un collier de têtes.
D’une Beauté je prenais les couleurs,
Une baguette était mon cimeterre ;
Puis je partais à la guerre des fleurs
Et des bourgeons dont je jonchais la terre.
Je possédais au vent libre des cieux
Un banc de mousse où s’élevait mon trône ;
Je méprisais les rois ambitieux,
Des rameaux verts j’avais fait ma couronne.
J’étais heureux et ravi. Mais un jour
Je vis venir une jeune compagne.
J’offris mon coeur, mon royaume et ma cour,
Et les châteaux que j’avais en Espagne.
Elle s’assit sous les marronniers verts ;
Or je crus voir, tant je la trouvais belle,
Dans ses yeux bleus comme un autre univers,
Et je restai tout songeur auprès d’elle.
Pourquoi laisser mon rêve et ma gaieté
En regardant cette fillette blonde ?
Pourquoi Colomb fut-il si tourmenté
Quand, dans la brume, il entrevit un monde.
Guy de Maupassant, Des vers
quinta-feira, maio 22, 2014
Sol na Vinha, chuva em cima dos Nabos
Este tempo meio esquisito - que se poderia convencionar como sendo "pós-troika" apenas para gozo local - parece que será uma forma dos poderes que em tudo mandam sem pertencer aos quadros do Goldman Sachs nos indicarem que não existem situações perfeitas: A liberdade que temos por garantida (também a financeira) tem o seu preço.
O preço que todos estamos a pagar, quantificado em juros, tem uma data de zeros já assaz respeitável... Serão cerca de 1,9 mil milhões de euros por ano, uma gorjetazita de 5,5 milhões de euros por dia... Só à Troika! Porque se juntarmos os juros da dívida resultantes da emissão de obrigações e títulos do tesouro, etc... chegamos a valores mais perto dos 7 mil milhões de euros por ano.
Tendo a Ponte Vasco da Gama custado perto de 900 milhões de euros e o famoso Túnel do Marão perto de 450 milhões, podem os leitores fazer convenientemente estas contas.
Assim no ar e de lápis atrás da orelha será possível garantir que com o dinheiro dos juros poderia Portugal fazer buracos daqui até Andorra (ou Serra Nevada) e Pontes sobre o Tejo várias, desde as Portas do Sol, passando por Abrantes, até chegar a Lisboa (onde faríamos mais duas, para equilibrar esteticamente a cidade).
O Problema dos Juros não é nada que deva atrapalhar um Povão como o nosso, que "passou ainda além da Taprobana", "descobriu novos mundos para o mundo" e etc...
O problema é que hoje - nas low cost - um gajo já vai ao Rio de Janeiro por menos de 700 euritos...
E à Índia por 521 euros! O que diria o Gama?
"Carago!! No meu tempo não havia disto! Eu conto com o Continente!"
(passe a publicidade à Dª Florinda e ao Engenhêro Belmiro)
Aliás, os Juros nem são um "Problema". A não ser que chamássemos também "problema" à Serra da Estrela, que ali se encontra há mais de 200 milhões de anos e é crível que se "aguente" por mais outros 200 milhões.
São, na minha opinião, um maciço montanhoso culminante que se instituiu em Portugal.
Habituem-se a viver com eles, tal como temos que viver com o Tejo, o Douro e o Guadiana.
O preço que todos estamos a pagar, quantificado em juros, tem uma data de zeros já assaz respeitável... Serão cerca de 1,9 mil milhões de euros por ano, uma gorjetazita de 5,5 milhões de euros por dia... Só à Troika! Porque se juntarmos os juros da dívida resultantes da emissão de obrigações e títulos do tesouro, etc... chegamos a valores mais perto dos 7 mil milhões de euros por ano.
Tendo a Ponte Vasco da Gama custado perto de 900 milhões de euros e o famoso Túnel do Marão perto de 450 milhões, podem os leitores fazer convenientemente estas contas.
Assim no ar e de lápis atrás da orelha será possível garantir que com o dinheiro dos juros poderia Portugal fazer buracos daqui até Andorra (ou Serra Nevada) e Pontes sobre o Tejo várias, desde as Portas do Sol, passando por Abrantes, até chegar a Lisboa (onde faríamos mais duas, para equilibrar esteticamente a cidade).
O Problema dos Juros não é nada que deva atrapalhar um Povão como o nosso, que "passou ainda além da Taprobana", "descobriu novos mundos para o mundo" e etc...
O problema é que hoje - nas low cost - um gajo já vai ao Rio de Janeiro por menos de 700 euritos...
E à Índia por 521 euros! O que diria o Gama?
"Carago!! No meu tempo não havia disto! Eu conto com o Continente!"
(passe a publicidade à Dª Florinda e ao Engenhêro Belmiro)
Aliás, os Juros nem são um "Problema". A não ser que chamássemos também "problema" à Serra da Estrela, que ali se encontra há mais de 200 milhões de anos e é crível que se "aguente" por mais outros 200 milhões.
São, na minha opinião, um maciço montanhoso culminante que se instituiu em Portugal.
Habituem-se a viver com eles, tal como temos que viver com o Tejo, o Douro e o Guadiana.
quarta-feira, maio 21, 2014
Cimeira Ibérica
Ontem tivemos em Lisboa os mais altos responsáveis da Filatelia dos Correios Espanhóis.
Na reunião que se seguiu muito se falou da quebra de receitas que é generalizada a esta actividade em todo o mundo ocidental, mas sobretudo nos países periféricos, onde a prostituta da crise deu ( e continua a dar) mais que falar.
Durante a reunião ia-me sentando e levantando, conforme as dorzitas... Mas o pior mesmo foi quando tive de levá-los a almoçar. Estar sentado durante hora e meia parecia tarefa acima da minha actual folha de especificações.
E foi mesmo. Os colegas , se não estivessem avisados, deviam ter pensado que eu tinha uma próstata muito falida, tantas foram as vezes em que me dirigi para a "privada" para dar algum alívio às costas e pernas. Estava tão zonzo dos analgésicos que, quando saí de vez da mesa, em vez de os ir pôr às Partidas do Aeroporto enfiei para as Chegadas, que era o Parque mais próximo.
Ainda me vou rir disto tudo. Mas por enquanto não tenho vontade.
Hoje estou de molho até às 11h. Depois vêm cá buscar-me a casa para outra cerimónia filatélica. Desta vez a homenagem a Francisco Ciera no Museu Militar.
Tenho pensado de mim para comigo o que terei feito de mal (karma lixado) para que todas estas "cerimónias de caixa de carimbos" acontecessem exactamente nesta altura de incapacidade.
Pelo menos uma conclusão tirei ( devo dizer, tirámos): há que treinar outro macaco para fazer as vénias e as mesuras, contar a história do 1º selo e respectivo carimbo e pôr a malta a rir.
Na altura em que o outro já estiver treinado passa-me a ciática. Vão ver se não vai ser assim!!
Na reunião que se seguiu muito se falou da quebra de receitas que é generalizada a esta actividade em todo o mundo ocidental, mas sobretudo nos países periféricos, onde a prostituta da crise deu ( e continua a dar) mais que falar.
Durante a reunião ia-me sentando e levantando, conforme as dorzitas... Mas o pior mesmo foi quando tive de levá-los a almoçar. Estar sentado durante hora e meia parecia tarefa acima da minha actual folha de especificações.
E foi mesmo. Os colegas , se não estivessem avisados, deviam ter pensado que eu tinha uma próstata muito falida, tantas foram as vezes em que me dirigi para a "privada" para dar algum alívio às costas e pernas. Estava tão zonzo dos analgésicos que, quando saí de vez da mesa, em vez de os ir pôr às Partidas do Aeroporto enfiei para as Chegadas, que era o Parque mais próximo.
Ainda me vou rir disto tudo. Mas por enquanto não tenho vontade.
Hoje estou de molho até às 11h. Depois vêm cá buscar-me a casa para outra cerimónia filatélica. Desta vez a homenagem a Francisco Ciera no Museu Militar.
Tenho pensado de mim para comigo o que terei feito de mal (karma lixado) para que todas estas "cerimónias de caixa de carimbos" acontecessem exactamente nesta altura de incapacidade.
Pelo menos uma conclusão tirei ( devo dizer, tirámos): há que treinar outro macaco para fazer as vénias e as mesuras, contar a história do 1º selo e respectivo carimbo e pôr a malta a rir.
Na altura em que o outro já estiver treinado passa-me a ciática. Vão ver se não vai ser assim!!
sexta-feira, maio 16, 2014
Poema da Maleita: Não tenhas Pressa Pá!
Sexta Feira, dia de "Descansar a Vista".
Estou em casa hoje a tentar emendar com descanso as asneiras de ontem e de anteontem.
Vou tentar deixar os analgésicos de lado e ver como se passam as coisas. Para já estou a aguentar.
Um poema dedicado a estas incomodidades? Encontrei este:
Little Nuisance
There's a little nuisance inside the walls of my brain
Oh the thoughts are driving me insane
I can't shut them off, nor close my eyes
I need to come up with a clever devise
Tricking my brain will be quite the task
I wish it would do whatever I ask
I just want to catch up on some sleep
But my thoughts are haunting me so deep
Congrats little nuisance in my mind
You're achieving your goal, one of a kind
To keep me awake and solely focused on you
I have no idea what I'm going to do
Alexandria King
E depois deste um recado de Pessoa\Alberto Caeiro para mim próprio: Não tenhas Pressa Pá!!
Não tenho pressa. Pressa de quê?
Não têm pressa o sol e a lua: estão certos.
Ter pressa é crer que a gente passa adiante das pernas,
Ou que, dando um pulo, salta por cima da sombra.
Não; não sei ter pressa.
Se estendo o braço, chego exactamente aonde o meu braço chega -
Nem um centímetro mais longe.
Toco só onde toco, não aonde penso.
Só me posso sentar aonde estou.
E isto faz rir como todas as verdades absolutamente verdadeiras,
Mas o que faz rir a valer é que nós pensamos sempre noutra coisa,
E vivemos vadios da nossa realidade.
E estamos sempre fora dela porque estamos aqui.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Estou em casa hoje a tentar emendar com descanso as asneiras de ontem e de anteontem.
Vou tentar deixar os analgésicos de lado e ver como se passam as coisas. Para já estou a aguentar.
Um poema dedicado a estas incomodidades? Encontrei este:
Little Nuisance
There's a little nuisance inside the walls of my brain
Oh the thoughts are driving me insane
I can't shut them off, nor close my eyes
I need to come up with a clever devise
Tricking my brain will be quite the task
I wish it would do whatever I ask
I just want to catch up on some sleep
But my thoughts are haunting me so deep
Congrats little nuisance in my mind
You're achieving your goal, one of a kind
To keep me awake and solely focused on you
I have no idea what I'm going to do
Alexandria King
E depois deste um recado de Pessoa\Alberto Caeiro para mim próprio: Não tenhas Pressa Pá!!
Não tenho pressa. Pressa de quê?
Não têm pressa o sol e a lua: estão certos.
Ter pressa é crer que a gente passa adiante das pernas,
Ou que, dando um pulo, salta por cima da sombra.
Não; não sei ter pressa.
Se estendo o braço, chego exactamente aonde o meu braço chega -
Nem um centímetro mais longe.
Toco só onde toco, não aonde penso.
Só me posso sentar aonde estou.
E isto faz rir como todas as verdades absolutamente verdadeiras,
Mas o que faz rir a valer é que nós pensamos sempre noutra coisa,
E vivemos vadios da nossa realidade.
E estamos sempre fora dela porque estamos aqui.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
quinta-feira, maio 15, 2014
Diário da Maleita 2
Ontem à noite fui impossibilitado de fazer a minha esperada "dança da bengala". A culpa foi de um trio de cab*** alemães que devem ter confundido o Sevilha com a selecção "tedescha", por jogarem também de branco! Filhos de três grandes putanescas!
Do mal, o menos: em vez de ficar a pé a fazer o que não posso (beber uns copos à glória vermelha futebolística) fui esticar-me para o leito mais cedo.
E parece ser isso o que mais faço nestes dias: levantar-me, sentir que as dores começam, escolher entre o analgésico ou o regresso a vale de lençóis, único local onde me sinto bem.
De notar que já existiram tempos - longe na bruma da memória - onde a cama era o sítio onde me sentia muito bem... Por motivos distintos. E antes desses tempos, noutros ainda mais longínquos, tão longe que me parecem hoje mitológicos, nem a cama era precisa para nada! "Sentia-me muito bem" encostado a uma árvore, em cima de um fardo de palha , onde calhasse e houvesse companhia "à manêra".
Mas divago!
Ontem o dia até pareceu menos chato porque fui à Base Aérea da Granja fazer o meu habitual "número das focas" para comemorar os 100 Anos da Aviação Militar. E como é usual a coisa correu bem. Menos bem foi ter de aguentar sentado os discursos dos Srs Generais com a perna e as costas a arderem por dentro.
Quando cheguei a casa de boleia com o Laia estava completamente de rastos.
E hoje também tive de vir aqui ao Báltico assinar un Acuerdo muy urgente con nuestros hermanos mexicanos (apesar de se exprimirem na mesma língua não têm nada a ver com o Sevilla!).
Mas já estou de partida, que as dorzitas recomeçam.
De partida para onde? Para a cama!
E se isto é como a droga e dá habituação? Ganda Calão!
Do mal, o menos: em vez de ficar a pé a fazer o que não posso (beber uns copos à glória vermelha futebolística) fui esticar-me para o leito mais cedo.
E parece ser isso o que mais faço nestes dias: levantar-me, sentir que as dores começam, escolher entre o analgésico ou o regresso a vale de lençóis, único local onde me sinto bem.
De notar que já existiram tempos - longe na bruma da memória - onde a cama era o sítio onde me sentia muito bem... Por motivos distintos. E antes desses tempos, noutros ainda mais longínquos, tão longe que me parecem hoje mitológicos, nem a cama era precisa para nada! "Sentia-me muito bem" encostado a uma árvore, em cima de um fardo de palha , onde calhasse e houvesse companhia "à manêra".
Mas divago!
Ontem o dia até pareceu menos chato porque fui à Base Aérea da Granja fazer o meu habitual "número das focas" para comemorar os 100 Anos da Aviação Militar. E como é usual a coisa correu bem. Menos bem foi ter de aguentar sentado os discursos dos Srs Generais com a perna e as costas a arderem por dentro.
Quando cheguei a casa de boleia com o Laia estava completamente de rastos.
E hoje também tive de vir aqui ao Báltico assinar un Acuerdo muy urgente con nuestros hermanos mexicanos (apesar de se exprimirem na mesma língua não têm nada a ver com o Sevilla!).
Mas já estou de partida, que as dorzitas recomeçam.
De partida para onde? Para a cama!
E se isto é como a droga e dá habituação? Ganda Calão!
quarta-feira, maio 14, 2014
Diário da Maleita 1
Tenho que me distrair com alguma coisa. Não há coisa mais chata do que estar em casa sem poder estar sentado. Já repararam que isso implica deixar o computador, deixar a TVCabo, ler apenas deitado? E as horas que me obrigo a estar deitado - a tal necessidade absoluta de repouso para as vértebras - se me aliviam a dor ciática começam a incomodar as nádegas e a parte superior das costas.
Isto porque - mesmo deitado - é completamente proibido cruzar as pernas... Só estou bem, no tal repouso terapêutico, deitado de barriga para o ar com as pernas esticadas e dedos para cima. Dormir de lado é um luxo que deixei de gozar quando esta trampa começou.
Ontem fui a Lisboa "super-atafulhado" de analgésicos. Estava de tal forma que parei o carro ao lado da Casal Ribeiro, onde deixei de trabalhar há mais de 12 anos!
Mas como fui muito feliz ( e quem não foi?) naquele local, desculpa-se a distracção subconsciente.
Esqueci-me de dizer que não levava meias... Apesar das pílulas não me consegui dobrar para as enfiar nos pés.
Mas levava cuecas... Embora muito me custasse enfiá-las também...
Uma das consequências positivas desta incomodidade é que como cada vez menos. Como tenho dificuldade em estar sentado e tento reduzir a ingestão dos cocktails de analgésicos ao mínimo, o resultado é que nunca mais comi de garfo e faca. Uma sandwich ao almoço, outra ao jantar, duas torradas pela manhã. E fome não tenho. Álcool? Nunca mais me passou pelo estreito.
Hoje tenho de ir à cerimónia do Centenário da Aviação Militar, na Base Aérea da Granja. O Zé Laia vem buscar-me a casa e lá iremos. Estou a reservar os comprimidos para essa altura. Mas terei de ir de bengala... Há sempre uma primeira vez para tudo.
Até amanhã que já fiquei sentado demasiado tempo.
Isto porque - mesmo deitado - é completamente proibido cruzar as pernas... Só estou bem, no tal repouso terapêutico, deitado de barriga para o ar com as pernas esticadas e dedos para cima. Dormir de lado é um luxo que deixei de gozar quando esta trampa começou.
Ontem fui a Lisboa "super-atafulhado" de analgésicos. Estava de tal forma que parei o carro ao lado da Casal Ribeiro, onde deixei de trabalhar há mais de 12 anos!
Mas como fui muito feliz ( e quem não foi?) naquele local, desculpa-se a distracção subconsciente.
Esqueci-me de dizer que não levava meias... Apesar das pílulas não me consegui dobrar para as enfiar nos pés.
Mas levava cuecas... Embora muito me custasse enfiá-las também...
Uma das consequências positivas desta incomodidade é que como cada vez menos. Como tenho dificuldade em estar sentado e tento reduzir a ingestão dos cocktails de analgésicos ao mínimo, o resultado é que nunca mais comi de garfo e faca. Uma sandwich ao almoço, outra ao jantar, duas torradas pela manhã. E fome não tenho. Álcool? Nunca mais me passou pelo estreito.
Hoje tenho de ir à cerimónia do Centenário da Aviação Militar, na Base Aérea da Granja. O Zé Laia vem buscar-me a casa e lá iremos. Estou a reservar os comprimidos para essa altura. Mas terei de ir de bengala... Há sempre uma primeira vez para tudo.
Até amanhã que já fiquei sentado demasiado tempo.
segunda-feira, maio 12, 2014
Raios Partam A Ciática
Ciática foi coisa de que só tinha ouvido falar. Até à madrugada de quinta feira...Até me dar com força esta dita inflamação das raízes do nervo ciático, situadas no "lombo" traseiro, ancoradas nas vértebras lombares.
Porque motivo essa inflamação acontece não se sabe bem. Ou melhor, há tão variadas causas que apenas exames profundos podem esclarecer.
No meu caso parece não ter a ver com as hérnias discais ou outras atrofias dos canais por onde passa o dito nervo ciático. Mas mais não sei.
O que sei é que dói que se farta. Uma dor que parece queimadura ao longo da perna direita, desde a cintura até ao joelho. E que adormece a coxa completamente.
A mais chata consequência desta coisa é que me impede de estar sentado mais do que uns minutos seguidos. Sem estar sentado não posso conduzir. E nem posso estar ao computador, a não ser por breves intervalos.
Parece que o melhor remédio não cirúrgico para esta coisa é o descanso. E o tempo. E ter paciência, que é coisa que me vai faltando.
Entretanto cá vou ficando em casa - coisa que abomino - até conseguir ter coragem para pegar no carro. As dores que senti quando fui a conduzir para o Hospital da CUF na madrugada em que me deu o "ataque", não as desejo a ninguém... E é por me lembrar delas que tenho ficado em casa.
O respeitinho é muito bonito...
Mas amanhã já me vou atrever. Acho eu.
Porque motivo essa inflamação acontece não se sabe bem. Ou melhor, há tão variadas causas que apenas exames profundos podem esclarecer.
No meu caso parece não ter a ver com as hérnias discais ou outras atrofias dos canais por onde passa o dito nervo ciático. Mas mais não sei.
O que sei é que dói que se farta. Uma dor que parece queimadura ao longo da perna direita, desde a cintura até ao joelho. E que adormece a coxa completamente.
A mais chata consequência desta coisa é que me impede de estar sentado mais do que uns minutos seguidos. Sem estar sentado não posso conduzir. E nem posso estar ao computador, a não ser por breves intervalos.
Parece que o melhor remédio não cirúrgico para esta coisa é o descanso. E o tempo. E ter paciência, que é coisa que me vai faltando.
Entretanto cá vou ficando em casa - coisa que abomino - até conseguir ter coragem para pegar no carro. As dores que senti quando fui a conduzir para o Hospital da CUF na madrugada em que me deu o "ataque", não as desejo a ninguém... E é por me lembrar delas que tenho ficado em casa.
O respeitinho é muito bonito...
Mas amanhã já me vou atrever. Acho eu.
quinta-feira, maio 08, 2014
Para Descansar a Vista
Tenho ultimamente sido menos assíduo aqui no Blogue, e há leitores que já repararam e ainda bem.
Ultimamente as minhas "avarias" pioraram. É a idade da "viatura" a dar os sinais da inescapável decadência, contra a qual lutarei até ao fim, como é normal. O "motor" está bom e recomenda-se, mas os apoios, a "suspensão hidráulica", estão a precisar de uma reforma.
Desta vez foram os problemas no joelho e na perna direita que me obrigaram a andar pelos hospitais e a enfiar analgésicos para a veia (poderia ser pior). O tal joelho que teve a já conhecida desavença rural com o tractor ( e perdeu, como bem se lembram).
Deixemos para trás as questões de "garagem e mecânica", (sempre com factura e número de contribuinte por causa do AUDI) e louvemos o mês de Maio com poema à sua medida.
Este Maio é mês de grandes palpitações aqui no burgo: Sai a Troika, teremos Eleições e ainda as "finais" do Benfica!
Parece que só nos resta ter Esperança...
Venha de lá então - com todo o respeito! - Alcipe.
Leonor de Almeida Portugal, Marquesa de Alorna, teve uma vida que dava bem um filme de David Lean (A Passage to India, Lawrence of Arabia). Ninguém (ou poucos), como ela, saberiam dar valor à palavra Esperança.
Esperanças de um Vão Contentamento
Esperanças de um vão contentamento,
por meu mal tantos anos conservadas,
é tempo de perder-vos, já que ousadas
abusastes de um longo sofrimento.
Fugi; cá ficará meu pensamento
meditando nas horas malogradas,
e das tristes, presentes e passadas,
farei para as futuras argumento.
Já não me iludirá um doce engano,
que trocarei ligeiras fantasias
em pesadas razões do desengano.
E tu, sacra Virtude, que anuncias,
a quem te logra, o gosto soberano,
vem dominar o resto dos meus dias.
Marquesa de Alorna, in 'Antologia Poéticas"
Ultimamente as minhas "avarias" pioraram. É a idade da "viatura" a dar os sinais da inescapável decadência, contra a qual lutarei até ao fim, como é normal. O "motor" está bom e recomenda-se, mas os apoios, a "suspensão hidráulica", estão a precisar de uma reforma.
Desta vez foram os problemas no joelho e na perna direita que me obrigaram a andar pelos hospitais e a enfiar analgésicos para a veia (poderia ser pior). O tal joelho que teve a já conhecida desavença rural com o tractor ( e perdeu, como bem se lembram).
Deixemos para trás as questões de "garagem e mecânica", (sempre com factura e número de contribuinte por causa do AUDI) e louvemos o mês de Maio com poema à sua medida.
Este Maio é mês de grandes palpitações aqui no burgo: Sai a Troika, teremos Eleições e ainda as "finais" do Benfica!
Parece que só nos resta ter Esperança...
Venha de lá então - com todo o respeito! - Alcipe.
Leonor de Almeida Portugal, Marquesa de Alorna, teve uma vida que dava bem um filme de David Lean (A Passage to India, Lawrence of Arabia). Ninguém (ou poucos), como ela, saberiam dar valor à palavra Esperança.
Esperanças de um Vão Contentamento
Esperanças de um vão contentamento,
por meu mal tantos anos conservadas,
é tempo de perder-vos, já que ousadas
abusastes de um longo sofrimento.
Fugi; cá ficará meu pensamento
meditando nas horas malogradas,
e das tristes, presentes e passadas,
farei para as futuras argumento.
Já não me iludirá um doce engano,
que trocarei ligeiras fantasias
em pesadas razões do desengano.
E tu, sacra Virtude, que anuncias,
a quem te logra, o gosto soberano,
vem dominar o resto dos meus dias.
Marquesa de Alorna, in 'Antologia Poéticas"
quarta-feira, maio 07, 2014
Meio ano de trabalho para pagar Impostos
O excelente cartoon do "Público" - o Bartoon - trazia hoje uma historia engraçada que glosava o número de meses (ou de dias) que o português tem de trabalhar para pagar os seus impostos. Parece que em média um português trabalha seis (6) meses com esse objectivo.
Ou seja, só a partir do dia 30 de Junho de cada ano estará "livre" .
E quando o personagem é questionado (no cartoon):
-"Até onde isto irá??!!"
A resposta é óbvia:
-"Bem, irá até ao 31 de Dezembro..."
Todavia, de momento o lusitano estará "livre" a partir de 30 de Junho de cada ano! Já falta pouco! Celebremos o Verão!
Mas..."Livre" para quê? "Livre" para gastar o dinheiro em cultura e lazer?
Nada disso!!
O lusitano estará sobretudo "livre" para pagar a hipoteca da casa e do carro, "livre" para pagar as contas da farmácia, "livre" para comprar os livros de estudo do ano seguinte, e ainda "livre" para pagar as propinas do Mestrado aos filhos , que isto das licenciaturas de 3 anos à la mode de Bologne valem tanto hoje em dia como há uns anos atrás uma 4ª classe em escola de província...
Quem estiver interessado em comparar esta situação nos restantes países da União Europeia pode ver aqui:
http://ec.europa.eu/taxation_customs/taxation/gen_info/economic_analysis/tax_structures/index_en.htm
Falando apenas de países onde se apregoa e pratica esta questão importante do "Estado Social", podemos ver que os impostos sobre o rendimento de 52% da Holanda, da Dinamarca e da Espanha (para o escalão mais alto de rendimentos), os 53% do Luxemburgo e os 57% da Suécia , comparam bem com os 54% de Portugal.
Mas há depois os 47% da Noruega (escalão mais alto) e os 45% da Alemanha, Inglaterra e Itália... Sem falar dos 13,2% da Suíça.
Ainda se estas taxas obscenas de impostos sobre o rendimento tivessem contra-partidas sérias do lado da protecção social aos idosos e crianças, escola gratuita, saúde gratuita... Então tudo estaria perdoado.
Já tivémos tudo isso? Pois já. Foi uma das "conquistas de Abril".
Verdade seja dita: Mesmo como estamos hoje, depois das adaptações à crise e dos inevitáveis cortes disfarçados de racionalizações, os nossos sistemas públicos de saúde e de educação podem ainda ser comparados com o que existe de melhor no mundo. Não sei (ninguém sabe) é se continuarão assim por muitos mais anos.
Dizem alguns - que durante muito tempo estiveram calados, mas agora já estão muito "leves" outra vez, tal como o caracol , a antecipar festa e a "pôr os cornos ao sol" - que "se calhar foi por isso que demos com "os burros na água", depois de 40 anos a gastar na escola pública e no sistema nacional de saúde".
A "essa gente"- que provavelmente nunca consultou médico em centro de saúde e tem os filhos a estudar no estrangeiro ou em colégios particulares - eu digo:
-"Olhe que não! Olhe que não! Foi a Corrupção e o Betão. A esperteza saloia e a impunidade judicial."
Ou seja, só a partir do dia 30 de Junho de cada ano estará "livre" .
E quando o personagem é questionado (no cartoon):
-"Até onde isto irá??!!"
A resposta é óbvia:
-"Bem, irá até ao 31 de Dezembro..."
Todavia, de momento o lusitano estará "livre" a partir de 30 de Junho de cada ano! Já falta pouco! Celebremos o Verão!
Mas..."Livre" para quê? "Livre" para gastar o dinheiro em cultura e lazer?
Nada disso!!
O lusitano estará sobretudo "livre" para pagar a hipoteca da casa e do carro, "livre" para pagar as contas da farmácia, "livre" para comprar os livros de estudo do ano seguinte, e ainda "livre" para pagar as propinas do Mestrado aos filhos , que isto das licenciaturas de 3 anos à la mode de Bologne valem tanto hoje em dia como há uns anos atrás uma 4ª classe em escola de província...
Quem estiver interessado em comparar esta situação nos restantes países da União Europeia pode ver aqui:
http://ec.europa.eu/taxation_customs/taxation/gen_info/economic_analysis/tax_structures/index_en.htm
Falando apenas de países onde se apregoa e pratica esta questão importante do "Estado Social", podemos ver que os impostos sobre o rendimento de 52% da Holanda, da Dinamarca e da Espanha (para o escalão mais alto de rendimentos), os 53% do Luxemburgo e os 57% da Suécia , comparam bem com os 54% de Portugal.
Mas há depois os 47% da Noruega (escalão mais alto) e os 45% da Alemanha, Inglaterra e Itália... Sem falar dos 13,2% da Suíça.
Ainda se estas taxas obscenas de impostos sobre o rendimento tivessem contra-partidas sérias do lado da protecção social aos idosos e crianças, escola gratuita, saúde gratuita... Então tudo estaria perdoado.
Já tivémos tudo isso? Pois já. Foi uma das "conquistas de Abril".
Verdade seja dita: Mesmo como estamos hoje, depois das adaptações à crise e dos inevitáveis cortes disfarçados de racionalizações, os nossos sistemas públicos de saúde e de educação podem ainda ser comparados com o que existe de melhor no mundo. Não sei (ninguém sabe) é se continuarão assim por muitos mais anos.
Dizem alguns - que durante muito tempo estiveram calados, mas agora já estão muito "leves" outra vez, tal como o caracol , a antecipar festa e a "pôr os cornos ao sol" - que "se calhar foi por isso que demos com "os burros na água", depois de 40 anos a gastar na escola pública e no sistema nacional de saúde".
A "essa gente"- que provavelmente nunca consultou médico em centro de saúde e tem os filhos a estudar no estrangeiro ou em colégios particulares - eu digo:
-"Olhe que não! Olhe que não! Foi a Corrupção e o Betão. A esperteza saloia e a impunidade judicial."
segunda-feira, maio 05, 2014
Limpem bem os pés à saída!
Nas casas antigas da aldeia o velho tapete de corda (às vezes de pneu) estava sempre do lado de fora da porta grande. Quem entrava limpava os pés.
Quem entrava e vinha do campo, ou dos estábulos, ou de "acomodar o vivo" , nem sequer entrava pela porta grande. Entrava pelas "lojas", que era o nome que se dava aos aposentos por debaixo da moradia familiar, onde se guardavam os cereais, o vinho, os utensílios agrícolas e algum motor de "curar" as vinhas.
Os tapetes de porta caíram em desuso nas cidades, com a generalização do saneamento básico e com a pavimentação das ruas. Mas ainda há quem os tenha.
Fazem um bocado de má vizinhança , quando são batidos à janela para deixar escapar o pó. Mas fora isso são artefactos úteis , embora nada devam à beleza.
Não estamos a falar das obras de arte da Manufactura de Portalegre (cerca de 30,000 euros os de tamanho médio) nem sequer dos Persas Tabriz de 70 Raj (raríssimos de encontrar no Ocidente) e sem preço. Mas estes são para pendurar na parede ou para pisar descalço, depois de lavar os pés várias vezes com sabão e pedra-pomes.
Tapetes desses, dos "bons" , são para ricas casas e ricos-homens. Ao povo (direi que a quase todos nós) cabe o velho protector de pneu da soleira da porta, e se tivermos sorte, algum "Arraiolos" que ficou de herança de uma tia velha.
Portugal, país que empobreceu nestes três anos de forma considerável, sairá do Programa de Resgate Financeiro sem Programa Cautelar ( como já se sabia há dias). Mas com o DEO "à maneira". Não se pode ter tudo, nem deixar de ter alguma coisa (digo eu). Leiam aqui o que Álvaro Santos Almeida (Ex-FMI) pensa destas coisas:
http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/alvaro_santos_almeida_deo_prejudica_9_milhoes_e_meio_para_dar_bonus_a_500_mil_pensionistas.html
De todas as formas, sair do programa sem "rede" é bom e desejável. Não quer dizer que o País esteja bem - nada disso!! - mas pelo menos ganhamos credibilidade e recuperamos algum do orgulho nacional.
Cada vez mais pobretes, mas também mais alegretes.
Os nossos credores virão cá mais vezes, as que forem necessárias para perceberem se o seu investimento está a ser bem tratado. Mas para já é bom saber que limparam os pés à nossa porta e partiram.
Terão limpo os pés em tapete de pneu e corda, mas quando chegarem a casa poderão descansar os olhos nalgum Tabriz trazido do Irão via Turquia, com passagem pela Afeganistão.
Melhor seria que tivessem comprado um na Manufactura de Portalegre, mas provavelmente não têm cultura para tanto.
O dinheiro não tem pátria.. Mas também não dá cultura a ninguém. Só empresta...
Quem entrava e vinha do campo, ou dos estábulos, ou de "acomodar o vivo" , nem sequer entrava pela porta grande. Entrava pelas "lojas", que era o nome que se dava aos aposentos por debaixo da moradia familiar, onde se guardavam os cereais, o vinho, os utensílios agrícolas e algum motor de "curar" as vinhas.
Os tapetes de porta caíram em desuso nas cidades, com a generalização do saneamento básico e com a pavimentação das ruas. Mas ainda há quem os tenha.
Fazem um bocado de má vizinhança , quando são batidos à janela para deixar escapar o pó. Mas fora isso são artefactos úteis , embora nada devam à beleza.
Não estamos a falar das obras de arte da Manufactura de Portalegre (cerca de 30,000 euros os de tamanho médio) nem sequer dos Persas Tabriz de 70 Raj (raríssimos de encontrar no Ocidente) e sem preço. Mas estes são para pendurar na parede ou para pisar descalço, depois de lavar os pés várias vezes com sabão e pedra-pomes.
Tapetes desses, dos "bons" , são para ricas casas e ricos-homens. Ao povo (direi que a quase todos nós) cabe o velho protector de pneu da soleira da porta, e se tivermos sorte, algum "Arraiolos" que ficou de herança de uma tia velha.
Portugal, país que empobreceu nestes três anos de forma considerável, sairá do Programa de Resgate Financeiro sem Programa Cautelar ( como já se sabia há dias). Mas com o DEO "à maneira". Não se pode ter tudo, nem deixar de ter alguma coisa (digo eu). Leiam aqui o que Álvaro Santos Almeida (Ex-FMI) pensa destas coisas:
http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/alvaro_santos_almeida_deo_prejudica_9_milhoes_e_meio_para_dar_bonus_a_500_mil_pensionistas.html
De todas as formas, sair do programa sem "rede" é bom e desejável. Não quer dizer que o País esteja bem - nada disso!! - mas pelo menos ganhamos credibilidade e recuperamos algum do orgulho nacional.
Cada vez mais pobretes, mas também mais alegretes.
Os nossos credores virão cá mais vezes, as que forem necessárias para perceberem se o seu investimento está a ser bem tratado. Mas para já é bom saber que limparam os pés à nossa porta e partiram.
Terão limpo os pés em tapete de pneu e corda, mas quando chegarem a casa poderão descansar os olhos nalgum Tabriz trazido do Irão via Turquia, com passagem pela Afeganistão.
Melhor seria que tivessem comprado um na Manufactura de Portalegre, mas provavelmente não têm cultura para tanto.
O dinheiro não tem pátria.. Mas também não dá cultura a ninguém. Só empresta...
quinta-feira, maio 01, 2014
Mayday, M'aidez! May Day, Primeiro de Maio
"Mayday" é a expressão mais conhecida internacionalmente para apelos de socorro, e ao contrário do que muitos pensam, não vem do inglês nem tem qualquer referência ao mês de Maio.
É uma corruptela do francês "M'aidez!" (Ajudem-me). E deve ser repetida sempre 3 vezes, para não se confundir com utilizações fortuitas via radio.
Por outro lado, a palavra May Day, Primeiro de Maio é o símbolo do Dia Internacional do Trabalhador. E antes disso mergulha a sua génese na tradição celta associada a ritos de Primavera, ao deus Beltane e a Walpurgis.
Em Maio de 1886 (3 de Maio) a polícia disparou sobre manifestantes trabalhadores da cidade de Chicago que defendiam o dia de 8 horas de trabalho. Como consequência desse acto ( e dos que se seguiram, com a prisão e condenação à morte de vários lideres dos trabalhadores) o Movimento Internacional dos Trabalhadores , reunido em Paris uns anos mais tarde, declarou esse dia como Dia Internacional do Trabalhador.
Em Portugal ficou na história o dia 1º de Maio de 1974, com quase meio milhão de pessoas a festejarem em conjunto (todas as tendências em uníssono) a recuperação da Democracia e a livre expressão da vontade de cada um.
Nunca mais esse dia teve tão bela e abrangente expressão. Nem a crise , nem a Troika e o resto têm tido esse efeito agregador das vontades. Hoje, como noutros anos, vai a CGTP para um lado e a UGT para o outro.
Talvez seja essa a consequência da liberdade de expressão: Unicidade nunca. Dos rebanhos já foi a época. Cada cabeça sua sentença.
Sim. E de acordo. Mas foi belo sentir aquela gente toda há 40 anos atrás... Naquele lugar mas também ( e nunca o esqueço) na Fonte Luminosa, a 19 de Julho de 1975. Eu estive nos dois lados.
"Este foi um dia de vitória. Tenhamos confiança no futuro, tenhamos confiança no nosso Povo. A revolução está em marcha e não pára.
Venceremos!»
Quem o disse? Não foi quem estão a pensar!! Foi o Dr. Mário Soares naquela tarde de 19 de Julho. Há muito quem se esqueça destas coisas quando o mandam para a Mitra...
É uma corruptela do francês "M'aidez!" (Ajudem-me). E deve ser repetida sempre 3 vezes, para não se confundir com utilizações fortuitas via radio.
Por outro lado, a palavra May Day, Primeiro de Maio é o símbolo do Dia Internacional do Trabalhador. E antes disso mergulha a sua génese na tradição celta associada a ritos de Primavera, ao deus Beltane e a Walpurgis.
Em Maio de 1886 (3 de Maio) a polícia disparou sobre manifestantes trabalhadores da cidade de Chicago que defendiam o dia de 8 horas de trabalho. Como consequência desse acto ( e dos que se seguiram, com a prisão e condenação à morte de vários lideres dos trabalhadores) o Movimento Internacional dos Trabalhadores , reunido em Paris uns anos mais tarde, declarou esse dia como Dia Internacional do Trabalhador.
Em Portugal ficou na história o dia 1º de Maio de 1974, com quase meio milhão de pessoas a festejarem em conjunto (todas as tendências em uníssono) a recuperação da Democracia e a livre expressão da vontade de cada um.
Nunca mais esse dia teve tão bela e abrangente expressão. Nem a crise , nem a Troika e o resto têm tido esse efeito agregador das vontades. Hoje, como noutros anos, vai a CGTP para um lado e a UGT para o outro.
Talvez seja essa a consequência da liberdade de expressão: Unicidade nunca. Dos rebanhos já foi a época. Cada cabeça sua sentença.
Sim. E de acordo. Mas foi belo sentir aquela gente toda há 40 anos atrás... Naquele lugar mas também ( e nunca o esqueço) na Fonte Luminosa, a 19 de Julho de 1975. Eu estive nos dois lados.
"Este foi um dia de vitória. Tenhamos confiança no futuro, tenhamos confiança no nosso Povo. A revolução está em marcha e não pára.
Venceremos!»
Quem o disse? Não foi quem estão a pensar!! Foi o Dr. Mário Soares naquela tarde de 19 de Julho. Há muito quem se esqueça destas coisas quando o mandam para a Mitra...
Assinar:
Postagens (Atom)