quinta-feira, maio 22, 2014

Sol na Vinha, chuva em cima dos Nabos

Este tempo meio esquisito  - que se poderia convencionar como sendo "pós-troika" apenas para gozo local  - parece que será uma forma dos poderes que em tudo mandam sem pertencer aos quadros do Goldman Sachs nos indicarem que não existem situações perfeitas: A liberdade que temos por garantida  (também a financeira) tem o seu preço.

O preço que todos estamos a pagar, quantificado em juros, tem uma data de zeros já assaz respeitável... Serão cerca de 1,9 mil milhões de euros por ano, uma gorjetazita de 5,5 milhões de euros por dia... Só à Troika! Porque se juntarmos os juros da dívida resultantes da emissão de obrigações e títulos do tesouro, etc... chegamos a valores mais perto dos 7 mil milhões de euros por ano.

Tendo a Ponte Vasco da Gama custado perto de 900 milhões de euros e o famoso Túnel do Marão perto de 450 milhões, podem os leitores fazer convenientemente estas contas.

Assim no ar e de lápis atrás da orelha será possível garantir que com o dinheiro dos juros poderia Portugal fazer buracos daqui até Andorra (ou Serra Nevada) e Pontes sobre o Tejo várias, desde as Portas do Sol, passando por Abrantes, até chegar a Lisboa (onde faríamos mais duas, para equilibrar esteticamente a cidade).

O Problema dos Juros não é nada que deva atrapalhar um Povão como o nosso, que  "passou ainda além da Taprobana", "descobriu novos mundos para o mundo" e etc...

O problema é que hoje - nas low cost - um gajo já vai ao Rio de Janeiro por menos de 700 euritos...

E à Índia por 521 euros!  O que diria o Gama?

"Carago!! No meu tempo não havia disto! Eu conto com o Continente!"

(passe a publicidade à Dª Florinda e ao Engenhêro Belmiro)

Aliás, os Juros nem são um "Problema". A não ser que chamássemos também "problema" à Serra da Estrela, que ali se encontra há mais de 200 milhões de anos e é crível que se "aguente" por mais outros 200 milhões.

São, na minha opinião, um maciço montanhoso culminante que se instituiu em Portugal.

Habituem-se a viver com eles, tal como temos que viver com o Tejo, o Douro e o Guadiana.

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