sexta-feira, março 31, 2006
O "Outro" Vinho dos Reynolds
Apareceu depois o Mouchão Tonel 3 4 , da mesma casa agrícola, topo de gama que nalguns anos achei um pouco excessivo (e não me refiro só ao preço, mas às características organolépticas das poucas garrafas que me couberam).
Mais tarde tive ocasião de provar uma novidade chamada "Gloria Reynolds" obviamente que com ressaivos familiares (graças ao apelido) com os antigos proprietários da Herdade do Mouchão, mas trazendo informação no rótulo que era produzido entre a Vila de Arronches e a raia da estremadura espanhola, lá para os confins da Serra de S. Mamede.
Este "Gloria Reynolds", de que provei a colheita de 2002, pareceu-me um belo vinho tinto com personalidade e marca de frutos vermelhos e pretos (amoras e ginjas) talvez não tão taninoso e encorpado como o Velho Senhor seu antepassado de Sousel, mas ganhando-lhe em elegância.
Faz até lembrar (se o bebermos tapando o nariz) um ...Dão! (e esta Hein?)
De facto, até a sua cor granada bem bonita mas distinta dos negros retintos do Mouchão de Sousel lhe permite este "travesti" com os nossos sentidos...
Custará entre 20€ e 30€ dependendo do local de compra e devo dizer que é uma experiência muito interessante de um jovem produtor Julian Reynolds que com este Vinho suponho que pretendeu homenagear a sua Mãe.
Já agora, sabem que a família Reynolds está ligada aos CTT?
Eram Comerciantes Ingleses estabelecidos no Norte do País no Século XIX, até que um dos primos se veio instalar no Alentejo. De entre as propriedades que adquiriram contava-se uma casa apalaçada em Évora, no Largo das Portas de Moura e paredes meias com a morada do Senhor Arcebispo, que foi mais tarde comprada pelos Correios para instalar os serviços do Departamento Postal de Évora.
Ainda hoje lá se encontram serviços postais.
Não admira portanto que os homens e as mulheres dos correios fossem normalmente bemvindos na Herdade do Mouchão (já agora Mouchão significa "pequena elevação").
Lembro-me de lá irmos comprar vinho a garrafão , aí por volta de 1985, e recordo-me de uma conversa engraçadíssima que ouvi a um dos velhos adegueiros do tempo (e que conto porque decerto já não está o autor na nossa companhia) .
"Oh Senhor João! Acabaram-se os rótulos de 1976! " - Gritou um dos moços da adega, onde estava a engarrafar directamente de um Pipo.
Resposta do Senhor João: "Nã faz mal Tóino! Vai colando os de 78! É tudo Tinto aqui da casa!"
O que importava é que o Vinho era bom...
Prémios da Academia Portuguesa de Gastronomia
- Grande Prémio da Arte da Cozinha - Fausto Airoldi ("A Commenda", "Bica do Sapato", etc...)
- Grande Prémio do Serviço de Sala - Jorge Bita (Escanção do "Eleven")
- Grande Prémio de Cultura e Literatura Gastronómica - Francisco Sampaio (Presidente da Região de Turismo do Alto Minho).
- Grande Prémio "Tradição" - Fábrica dos Pastéis de Belém
Só umas notas para destacar o nosso Amigo Fausto Airoldi, que muito trabalhou com o Zé Quitério e com o Homem Cardoso a aturarem-me na execução do Livro FilatélicoTemático sobre Gastronomia Portuguesa "Comer em Português" , completamente esgotado e muito valorizado.
Foi em 1997 o ano em que os CTT tiveram a audácia de ser os primeiros no mundo a fazer selos sobre esta temática.
Hoje a Gastronomia até já é Tema da Emissão EUROPA...
Sobre o ELEVEN - restaurante de Luxo no cimo do Parque Eduardo VII a que já fui 3 vezes comer - prometo que farei brevemente uma crónica mais aprofundada.
É que tenho sentimentos contraditórios sobre essa casa tão badalada (e já com medalha do "Miquelino") os quais necessitam de mais uma visita para se "certificarem".
quinta-feira, março 30, 2006
A gastronomia na Suiça - nem tudo é mau...
Esta generalidade é injusta, pois num local onde a concentração de dinheiro será das maiores do mundo forçoso se torna que existam Restaurantes capazes de seduzir os Milionários, nem que seja apenas para duas ou três refeições por ano, quando lá vão falar com os seus banqueiros...
A Suiça de influência francesa tem muitos e bons restaurantes, e não estou só a falar do premiado "La Grappe D'Or" em Lausanne, cozinha francesa de interpretação pessoal, já medalhado no "Miquelino" e onde tive ocasião de jantar duas ou três vezes a convite do meu Amigo Paolo de Rosa.
Em Berna é que estamos mais mal servidos. Fora as Pizzarias (que abundam e que até servem uma Pizza de massa feita em casa e razoável) as casas de restauração locais tendem a especializar-se numa cozinha "alemã" pesada, na base de guisados de carne e com muita utilização das natas e outros derivados do Leite (a manteiga é notável) ou não fosse a zona de Berna ainda bastante rural e cheia de vacas (das verdadeiras vacas).
Fui a um Restaurante perto da Estação Central de Comboios, chamado Gourmanderie Moléson.
Especialista em Fondues de Queijo, tem também bons pratos de carne (strogonoff, cordon-bleu) e serve uma cerveja de pressão muito razoável.
Consegue-se jantar - com sobremesa e café - por volta dos 60SF (cerca de 40€).
quarta-feira, março 29, 2006
Intervenção no Fórum Filatélico de Berna
Personalizing the Postal Stamp – A few introductory notes
1- One of the biggest problems that we have today, in what concerns the Promotion and Development of Philately in all the Postal Administrations and Postal Operators, is the fact that fewer Postal Stamps circulate each Year. If Stamps circulate less we loose public awareness for Philately and it will be more difficult and expensive to teach young children this hobby.
Even more important, in almost every Postal Administration Philately is a by-product of the Postal needs and the circulation of Stamps is mandatory in order for Philately to exist.
(Please note article 8 , number 2.1, of the UPU Convention.)
2- As a matter of fact (and to be able to make a profit ) the Postal activity – all over the world – relies more and more on “postage paid” labels and mechanical franking marks instead of the traditional Stamp, which is more expensive and time consuming to sell at Postal counters and to sort at the huge Sorting facilities build for speed and accuracy.
Sometimes “the enemy is inside the gates” meaning that efficiency processes – in the Post Offices – are nowadays theoretical bitter adversaries to the pursuit of a development strategy for Philately that includes the increase of circulated stamps..
3- When we speak of more developed countries, were the Postal Counters Net Work is now beeing evaluated as a profitable “commodity” ready to be sold or rented to third parties, this problem is even more evident . These “Third parties” will be driven by profit considerations alone, and will only sell stamps at the counters if forced to do so.
4- Taking all this into account Postal Operators and Postal Administrations will have to internally solve these potential conflicts, bearing in mind that to maintain an healthy Philately Bureau may be much more profitable for the Company as a whole than to let this noble activity slowly die. Apart from net profitability, which also has to be evaluated on a case by case scenario, we may also mention the huge “goodwill” that the Philatelic activity generates for the Corporate Image of the Posts and issuing Country.
5- In the near future, I personally believe that Philately development and the increase\promotion of the circulation of actual Stamps will have to be considered almost as the same task inside the Post Offices. Strategies to implement both objectives will have to be congruent and part of the same Marketing Plan.
6- That is the reason why all the ideas that will tend to give more awareness to Postal stamps and increase their circulation are particularly welcome by WADP.
“Personalized Stamps” deal with a very important vector in the Post Office’s MKT: Proximity to the Clients and to the Public in general. They contribute to increase stamp circulation and give “visibility” to postal stamps. All very good things from the Philately point of view.
7- On the other hand we have to keep in mind that Philately has been, for many years, a non-biased activity and that many “Players” in this field will have difficulties on classifying this new trend, and many doubts will be raised...
8- Are they to be considered Commemorative Stamps and - if so .- will they be depicted on catalogues and showed in official Collections at the offical Stamp Exhibitions?
9- Will it be possible for any Post Office Corporate Client to use the Personalized Stamps for promotion purposes even if it is (for example) a Tobacco Company or an Arms Manufactor?
10- Are they “inside” or “outside” the scope of WADP and UPU regulations and recommendations?
11- I do not have all the answers, but we can only hope that our Fórum, today, will cast a new light on all these matters.
12- A last word of caution: even if we - at the Postal Administrations Sector - do not “sympathize” with this type of Stamps and will tend to neglect the MKT options that such a new approach will make possible, I am sure that our Competitors in the activity, after the liberalization of the Postal Services in Europe, will be delighted to carry on with this idea in order to create awareness for their own Companies and to establish “nice” ties with their Clients ...
O Estado-Maior dos Correios de todo o Mundo em Berna
No âmbito da Comissão de Mercados, a que pertence a Filatelia, o prato-forte do dia foi a discussão sobre o "Selo Personalizado" e de que forma esta novíssima (de 2003) tendência pode vir a influenciar os resultados das Vendas filatélicas.
O panorama foi muito animador. Países onde a tecnologia digital de impressão está já desenvolvida e que têm um MKT evoluído obtiveram mais valias extremamente significativas desta forma alternativa de emitir selos postais.
Lembro a Finlândia, que vendia menos Filatelia do que Portugal e é um País com 5,5 milhões de habitantes e que agora e por causa do Selo Personalizado, vende 160 Milhões de Selos por ano!!
Em Portugal fizémos a primeira experiência de personoalização, a que chamámos de "Selo Corporate", há dias, na Emissão da "Água".
Mas há diferenças notáveis, pois tanto quanto sei foi nesssa altura e pela primeira vez no Mundo que se fez personalização directa imprimindo por off set e na Casa da Moeda (sem ser por fotografia digital posteriormente aplicada).
A tecnologia que os Colegas dos outros Países utilizam é distinta. As matrizes - molduras de selos onde figuram os grafismos obrigatórios - são produzidas nas Impressoras do Estado (ou de Segurança privadas) mas a personalização é feita "ao lado" da Matriz - caso da França, Bélgica e Áustria, ou dentro da "moldura" do selo - caso da Finlândia.
E sempre por tecnologia fotográfica digital posterior.
Estes selos não são - por outro lado - vendidos aos colecionadores, enquanto que no caso português os selos com a tarja da "AdP" foram também reservados para coleccionismo.
É claro que a impressão directa por off set na INCM limita muitíssimo a comercialização deste tipo de selos: só em ocasiões especiais e quando os Temas das Emissões do Plano Anual forem concordantes com os negócios das instituições públicas ou privadas que decidirem aderir.
O objectivo final de tudo isto - selo corporate à portuguesa ou selo personalizado - é sempre o mesmo: pôr o velho selo postal a circular cada vez mais e dar-lhe ainda maior notoriedade.
sexta-feira, março 24, 2006
Chapelada a Prado Coelho: A Essência de um Blog
Mas muitas vezes antes de convencer o outro está primeiro a convencer-se a si próprio.
Um Ministro, quando escreve ou fala, procura convencer-se que há excelentes razões para ter aceite ser Ministro ou para continuar a ser Ministro. Um Ministro, quando deixa de ser Ministro, procura convencer-se de que há excelentes razões para o ter feito (ou para que assim tivesse acontecido).
E ao Primeiro Ministro restará responder: "O que eu mais detesto é a ingratidão"
Tem razão, mas que fazer? É a Vida..."
Recuperei esta prosa inspirada, escrita na altura dos abandonos de Ministros do Governo de António Guterres (e antes dele próprio ter partido ) porque acho que traduz bem as motivações por detrás da animação de um Blogue.
Mas só se deixa convencer quem quer...
quinta-feira, março 23, 2006
Uma História de Restauração com 55 anos
Desde logo obteve fama de bem servir, com petiscos de 1ª escolha e excelentes vinhos dos frades cartuxos seus vizinhos.
Os anos foram passando, a dimensão gastronómica da Casa Fialho foi aumentando até chegarmos ao que é hoje: Talvez a mais conhecida (de fama e proveito) "embaixadora" da Cozinha Alentejana em todo o Mundo.
A segunda geração, constituída pelos irmãos Amor (Relações Públicas e Mestre Sala) e Gabriel (Artista dos Fornos e Tachos) gere hoje este muito, muito, bom Restaurante com mestria absoluta.
No Fialho existe uma lista fixa, com 15 ou 16 propostas de peixe e outras tantas de carne, incluindo os pratos mais emblemáticos do Alto Alentejo, mas sem nunca esquecer que a cozinha do sul é uma cozinha de temporada, pelo que essa mesma lista está sempre atenta às Cilarcas de Moura do fim do Inverno, aos Rojões da época da matança, à Caça do Outono, etc...
Gabriel e Amor recomendam sempre que se dê uma olhada ao Balcão das saladas: de polvo, de bacalhau, de pimentos, patés, cabeça de Xara, etc... Depois há quem goste de se dedicar aos pratinhos de Paio tradicional (de salsicharia particular, nem convém investigar muito senão ainda a fecham...), ao queijo de Niza ou às queijetas de Évora, continuando pelas Empadas de Galinha, Pastéis de massa tenra (excepcionais) e Pastéis de bacalhau. Estas as "Entradas Frias".
De seguida passamos às "Entradas Quentes": espargos com ovos mexidos, paio frito com ovos de codorniz, gambas envolvidas em grelos saltaedos, Cilarcas (quando as há) apenas temperadas com sal grosso, Tortulhos (míscaros), etc, etc, etc,
Por norma os Pratos Principais começam nesta altura da refeição já a ser encarados como um "Fardo", pelo que se recomenda a visita ao Fialho com vários Amigos, de forma a que todos possam provar de tudo e ainda guardar algum apetite para: Borrego Assado, Arroz de Lebre ou de Pombo Bravo, as Açordas, o Arroz de Cherne com Gambas, o Porco Preto nos seus múltiplos disfarces, etc, etc...
Sobremesas? Só para quem for mesmo muito corajoso!! Apenas indico que a maior parte das Tradicionais conventuais lá se encontram, e todas feitas com mão de Mestra!
Sempre houve um cuidado muito especial dos Irmãos Fialhos com a selecção da Carta de Vinhos da sua casa. É espantosa a quantidade de rúbricas Alentejanas que constam da mesma, algumas são preciosidades que nem se vendem já - apenas se compartilham com Amigos especiais - mas ao lado destas tudo o que tem aparecido de bom.
Gabriel é membro da conceituadíssima "Societé International des Toques D'Or" presidida pelo Grande Paul Bocuse - o Papa da Cozinha francesa .
Conheço histórias engraçadíssimas de Gabriel Fialho nesta Europa, com a sua Mala cheia de coisas alentejanas para confeccionar os pratos característicos:
- Numa das vezes não queriam deixar passar na fronteira os ovos caseiros castanhos de galinha, porque não os conheciam , e pensavam que estavam estragados... Só comiam ovos brancos...
- De outra vez Gabriel decidiu "presentear" Paul Bocuse com uma "Poejada de Bacalhau". Primeiro teve um trabalhão para entrar com o molho de Poejos (acho que era na Áustria a reunião dos Toques D'Or desse ano) mas depois teve pena de não ter ali à mão uma maquina fotográfica ou de Video para registar o assombro elogioso de Paul Bocuse .
Preços ? Esta a grande crítica que se faz hoje ao Fialho. Vamos lá a confirmar (ou não):
Cinco Comensais: Entradas frias e quentes em quantidade e para todos, Costoletas de Borrego 3 doses, 3 sobremesas, Duas garrafas de Herdade dos Pinheiros Reserva de 2002 (Tinto), 5 cafés.
Total: € 220.
A € 44 por pessoa não se pode dizer que estamos num Restaurante barato. Mas quem é que pensa nisso quando entra por aquela porta?
quarta-feira, março 22, 2006
Água em ÉVORA
As cerimónias do Dia Mundial da Água serão hoje realizadas em Évora.
Pretexto para uma visita aos bons Amigos Amor e Gabriel Fialho e para fazer amanhã uma crónica sobre a "Catedral da Gastronomia Alentejana".
22 de Março - Dia da Água
Numa altura em que juntamos aos discursos teóricos sobre o rigor na utilização deste Bem escasso a necessidade absoluta de saber transmitir com eficácia essa mensagem aos utilizadores finais, aparecem-nos a Filatelia e o Selo Postal como veículos potenciadores deste notável testemunho, tanto em Portugal como no Estrangeiro.
Dedicaram os CTT 6 Selos a esta importantíssima temática, desenhados pelo reputado especialista Prof. João Machado, e com tiragens de 250 000 Exemplares.
Estes Selos chegarão a Coleccionadores e simples destinatários de cartas, em Portugal e no Mundo, veiculando por todo o lado esta mensagem que já não é só de sensatez mas sobretudo de sobrevivência.
Ainda mais e tentando garantir que a grande parte destes selos circularia de facto colados nos objectos postais, foi estabelecida uma Parceria entre os CTT e a Empresa “Águas de Portugal” no sentido do Selo desta Emissão “Água Bem a Preservar” ser produzido com uma Tarja ao lado onde figura o Logotipo da “Águas de Portugal”, tendo sido comprado pela mesma Empresa para utilização diária na sua correspondência.
Esta nova proposta, a que chamamos Selo Corporativo, e que está também disponível para os filatelistas, constitui uma inovação absoluta em Portugal e no Mundo e pretende garantir a circulação de mais selos reais no chamado mercado Premium postal, nas cartas que os Conselhos de Administração das Empresas ou Dirigentes das Instituições Públicas enviam para Clientes e Accionistas.
“A Água encontra sempre o seu Caminho” dizem os especialistas. Esperamos, sinceramente, que este seja um Caminho largo e livre de obstáculos, direito às boas utilizações e sem qualquer tipo de desperdícios.
Morreu José Ramos
Mesmo sem nunca ter tido o prazer de com ele falar é óbvio que o ouvia quase todos os dias.
Tal como a maioria dos Leitores deste Blog.
A Voz poderosíssima que era o seu timbre (entre muitas outras coisas era a Voz da SIC, tal como Teresa de Sousa era e é a da TVI) vai acompanhar-nos ainda por muito tempo, como eco de caverna gigante do fundo da qual José Ramos nos falava ao coração e ao espírito.
Viveu muito, Viveu Bem e Viveu depressa. Teve a seu lado uma Grande Mulher durante os principais anos da sua Vida. E morreu ontem de manhã depois de uma luta de alguns meses com o Adversário.
Um Grande Beijo Marília!
O Direito à Blasfémia
Estou perfeitamente de acordo!
Tem, portanto e para ser coerente comigo próprio, A.A.Campos todo o direito de se sentir ofendido com o que publiquei (ficcionalmente e brincando) sobre a sua pessoa.
Eu é que - ao que parece - não tenho esse direito por defender quem me paga o ordenado (A Filatelia e os CTT é que me enquadraram dentro da UPU...)
Enfim, por mim já não existe polémica mas quem atira as primeiras pedras deve precaver-se do chuveiro que se pode seguir...
São detalhes da Vida de um Blog civilizado.
Para a frente é que é o Caminho e "no hard feelings".
terça-feira, março 21, 2006
Resposta a um post de muito mau gosto. Ponto Final!
O meu post relativamente aos gastos abusivos em algumas ONG e Organizações Mundiais originou uma resposta tua muito infeliz e de mau gosto.
Uma coisa é uma ONG, outra coisa são os gastos dificilmente justificáveis que são feitos, muitas vezes, em nome das mesmas.
Há imensos exemplos:
Diversas auditorias mostraram que em alguns casos mais de metade dos donativos para as vítimas do tsunami não chegaram ao destino!
Observamos "eventos" dinamizados por algumas organizações independentes em hotéis de luxo e em locais onde facilmente se percebe que as actividades paralelas são a parte mais aliciante do encontro...
Há reuniões que têm como objectivo apoiar financeiramente países subdesenvolvidos onde os gastos na organização desses eventos são superiores aos valores destinados aos diferentes destinos.
Também em Portugal há diversos exemplos. Por exemplo a ABRAÇO (do qual já participei em diversas iniciativas) foi acusada de utilizar indevidamente verbas para actividades não previstas nos seus estatutos...
São atitudes que desprestigiam as organizações.
Se bebes Barca Velha PAGA POR TI só tenho uma coisa a dizer: que sejas muito feliz!
Mas se o mesmo vinho (ou outro com preços elevados) for pago pela UPU ou qualquer empresa que não seja tua (e mesmo neste caso se fosse na Alemanha não o poderias fazer) condeno firmemente!
O encontro no Uruguai foi diferente?
Então era isso que devias dizer.
Somos parte interessada.
Somos teus colegas, lemos os teus artigos e também somos accionistas da empresa. Como tal contribuímos para custear esse evento.
Temos direito a saber as respostas.
Deveríamos saber que propostas foram sugeridas e que dividendos teremos no futuro.
O futuro da empresa passa por aí? Duvido!
Reafirmo que:
Não gostei do teu post!
Não me dá prazer partilhar com este tipo de argumentário.
Um abraço.
ONG's - Acabar com Elas Já!!!
Médicos sem Fronteiras, Cruz Vermelha e Crescente Vermelho, Amnistia Internacional; e, sobretudo, a malévola ONU e todas as suas dependências.
Esta proposta foi feita no âmbito do 1º Congresso do Partido Único para a Concretização da Autêntica Revolução Operária (PUCARO) do qual é A.A. Campos Ditador Vitalício e Hierarca Máximo.
A palavra de Ordem mais ouvida no Comício foi: "Para o Campo Pequeno quem discorde connosco! Já!"
Isto é que lixou os potenciais aderentes, pois está o Campo Pequeno neste momento em obras de remodelação para receber uma série de lojas de Luxo e de Gabinetes de Advogados e de Sociedades Gestoras de Capitais...
Enquanto espera pela conclusão da Empreitada, A.A.Campos já decidiu que vai trocar a sua Honda PanAmericana por uma Kawazaki "Enduro" capaz de chegar por terra ao Ruanda. Nos Alforges levará cópias do seu Manifesto Revolucionário para catequizar os indígenas.
Com esse objectivo partiu ontem para Tóquio (Via Nova Iorque) para recolher patrocínios.
Nota: isto é Ficcção!
21 de Março Dia Mundial da Poesia
De cara aberta ao tempo e pele escura
Filhos do Luso e da Fome
Compartilham corpos de alma pura
No País padrasto que os acolheu
Esperanças de Futuro sem Presente
Lembram o Passado na Terra Sol
Morna sincopada hoje ausente."
Foi você que pediu uma ONG?
Proposta de local para a próxima reunião do World Association for the Development of Philately ...
segunda-feira, março 20, 2006
Quem foi que pediu uma ONG?
Para onde vai esse dinheiro?
Retirando a hipótese de corrupção (que também existe, como sabemos) muitas verbas são gastas na logística, hotéis, reuniões, etc. Em muitos casos em gastos supérfluos.
A transparência nunca fez mal a ninguém.
Apresentar o papão EUA que quer controlar tudo para que as organizações (incluindo ONU, UPU, etc.) não tenham que justificar as suas opções estratégicas, prioridades e despesas é populismo de esquerda.. É uma má desculpa!
Conheço pessoas que estando em organizações idênticas perante propostas de reuniões em países distantes e em hotéis luxuosos optaram por reuniões com recurso à videoconferência.
Será que na UPU este processo ainda não foi descoberto?Ou não a videoconferência pode colocar em causa as tradicionais cartas?
Quem gasta dinheiro a quem?
Paga quem pode, mas gere quem é eleito para tal.
Só assim se manterá o princípio fundamental da Independência destas organizações face ao poder do dinheiro.
Os USA já por diversas vezes "amuaram" e deixaram de contribuir para algumas organizações da ONU, e sendo o principal contribuinte activo, é normal que os programas se ressentissem, mas mesmo asssim não vês o Sr. Bush a nomear ( cruzes canhoto!!) o Secretário Geral?
Queres meter-te, com a desculpa da quota que Portugal paga, na definição estratégica das acções da UPU? Não me parece possível...
Morreu Fernando Gil : apaga-se a consciência da Filosofia da Ciência
Esta matéria havia de o acompanhar por toda a sua vida de trabalho, , sobretudo em França, onde era catedrático da Escola Prática de Altos Estudos.
Pouca gente se debruça no nosso País sobre as relações entre a Política da Educação, a Ciência , e a Vida, sendo Fernando Gil um dos mais esclarecidos pensadores que abordava essas matérias numa óptica integradora.
Talvez não fosse completamente ignorado aqui na urbe, dado que a amizade que mantinha com Mariano Gago e Mário Soares o trouxe um pouco à ribalta, sobretudo na segunda presidência de Soares, mas mesmo assim fico com a impressão de um "emigrado" pouco querido da nomenklatura universitária.
Também se envolveu em interessante spolémicas (por exemplo com Eduardo Prado Coelho, nas páginas do "Público") que lhe deram mais alguma visibilidade.
Não faltarão agora os panegíricos da praxe e os perfis em jornais de referência...
Para quem acabou aos sessenta e poucos anos, ainda com muito para dar a nós todos, uma palavra de sentida homenagem e um "Obrigado" pela Obra e pela Vida.
sábado, março 18, 2006
Não esquecer, não perdoar!
Era acusado de:
Expulsar os kosovares de origem albanesa da Província sérvia de Kosovo
Assassinar de populações nos vilas de Racak, Bela Crkva e Velika Krusa.
Autorizar crimes na Croácia e principalmente na Bósnia, onde a política sérvia de "faxina étnica" assassinou milhares de pessoas
Bombardear Serajev.
Vários massacres como o de Srbrenica.
etc.
e morreu sem ser condenado.
Mesmo morto... não esquecer, não perdoar!
sexta-feira, março 17, 2006
Anonymous said...
Aqui vai uma questão "interna":
Fazendo eu parte de uma das Empresas do Grupo CTT, MAILTEC, tenho de manifestar algum desagrado por a empresa a que pertenço não constar da lista de Empresas do Grupo, no site dos CTT!!!
Desconheço o que este leitor anónimo quer que eu faça.
Que fale com a Administração do Grupo CTT?
Que contacte a Direcção de Comunicação?
Que aborde a Administração da Mailtec?
São iniciativas que também pode fazer...
Seja activo!
Quem paga?
Quem paga a viagem é a UPU!
Quem paga a UPU são as Administrações Postais!
CTT é uma das Administrações Postais que integram a UPU!
Se assim é... quem pagará esta viagem?
Em Casa de Mestre António Mendonça
Há também cozinheiros menos bons mas que estão na moda, e depois ainda há cozinheiros que passam de moda e fazem uma peregrinação espiritual para depois regressarem aos tachos e panelas, etc, etc...
E finalmente há os Mestres.
Nenhum tão grande como Mestre João Ribeiro, já falecido , luminária do Hotel Aviz e cozinheiro de Calouste Gulbenkian. Na opinião de Maria de Lurdes Modesto e de José Quitério o maior artífice dos fornos e fogões que este País viu nascer.
Da Cozinha este Grande Mestre sabia tudo e tudo ensinava, com uma humildade que causava espanto a quantos o viam, mal informados pela fama de "primas donas" de alguns dos "queima cebolas" do escaparate nacional...
Hoje , todavia, vou falar-vos de um Amigo muito especial desde há muitos anos, que começou muito novo esta lida das cozinhas, aprendendo da forma mais dura o ofício durante mais de 20 anos, quer em Portugal quer em França, andando depois a fazer a rota dos Cruzeiros de Luxo nas Caraíbas, já Chefe de Cozinha, até que se estabeleceu - em 1972 ou 1973 - em Cascais.
Abriu o "Beira Mar" na Lota e muitos anos depois também assumiu a gerência do "Monte Mar", no Guincho.
Um Transmontano de gema e - também por isso - caçador desenfreado, cedo deu fama às suas casas de restauração com os melhores pratos de caça e com os tratamentos mais simples do Peixe incomparável da nossa costa, para não lhes estragar o sabor.
São sua criação, por exemplo, os famosos Filetes de Pescada à moda do Beira Mar, as Cabeças de Garoupa ou Cherne "estaladas" no forno em Azeite e Alho; para além de saber interpretar com muita categoria as receitas internacionais que aprendeu no seu percurso, com relevo para as Lagostas à Thermidor ou à Armoricaine que se comiam tanto no Beira Mar como no Monte Mar.
Fazia a sua própria Pasta, ao momento, para nela embrulhar lombos de Lavagante ou frutas frescas, em sobremesas notáveis.
O Sável com Açorda de Ovas do mesmo era sempre sublime no "Beira", com base numa interpretação da receita tradicional feita pelo António, onde as postas finíssimas do peixe não continham já espinhas, fruto da prévia maceração em tempero adequado.
Tem um defeito este meu Amigo: é teimoso como uma mula transmontana e só cozinha para quem gosta... São célebres as histórias em que colocou fora das suas casas membros do Jet Set nacional cuja compostura - no relacionamento com as iguarias que lhes preparava e na forma de estar à mesa - não lhe agradavam.
Apesar disso eram (e alguns ainda são ) Clientes das suas casas: O Rei de Espanha e família, o Secretário Geral da ONU, as Famílias Mello e Espírito Santo, praticamente toda a "Governação" etc, etc...
David Mourão Ferreira e Vitorino Nemésio lá iam ao Beira Mar comer os filetes, o mesmo se passando com muito mais gente "colunável" de que não me recordo agora.
Era Cliente habitual do Beira Mar e Monte Mar um famoso "grupo de valdevinos" conhecidos pelos jantares das Quartas Feiras, e onde avultava a figura incontornável do Prof Machado Macedo, de D. Lopo de Lafões (Bragança), de Manuel Rainha, de Álvaro Alves, do próprio filho (Paulo Mendonça) do proprietário e... deste vosso escriba. Tantas memórias tenho desses jantares hoje irrepetíveis, porque alguns desses Amigos já não estão entre nós...
Hoje em dia António Mendonça retirou-se para os seus domínios de Carrazeda e quando vem a Cascais apenas cozinha para os Amigos, em sua casa, e quando o faz é sempre um dia de festa.
Já lá comi as famosas Perdizes (selvagens) só estufadas em Azeite e Cabeças de Alho (uma por perdiz), o Cozido de Caça (com Lebre, perdiz e Coelho bravo) , e as Lampreias...
Neste último dia foram mesmo as Lampreias.
Mestre Mendonça preparou Lampreia à Minhota com o Arroz de Tacho como prato principal, e presenteou-nos com Tostas de Lampreia à Bordalesa à moda de entrada.
Antes tivemos direito a uma série de acepipes, onde avultou a Alheira de Trás-os-Montes no forno, deliciosa e trazida mesmo da aldeia, que mais parecia seda na boca.
Queijo de Serpa de entorna e bagaceira branca Palácio da Brejoeira (para os Homens) enquanto outros convivas lá se entregaram ao Escocês...
A melhor Lampreia que comi este ano!
Obrigado Amigo!!
Até à próxima e Boa saúde!
quinta-feira, março 16, 2006
Debate sobre as novas Tecnologias em Filatelia:O Selo personalizado
Trata-se de um Selo de uma Emissão Comemorativa que é produzido em off set, na Casa da Moeda lá do sítio, com formato duplo.
Numa parte - e para a totalidade da Emissão - imprime-se o Tema (alusivo geralmente a votos de Felicitações por casamentos, nascimento de filhos, aniversários, etc...) .
Na outra parte ao lado é possível cada Cliente individual inserir a sua fotografia posteriormente, através de impressão digital fornecida pelos Correios a partir do original que o Cliente disponibiliza.
Tudo isto já é possível executar através da InterNet (confirmem no Site dos Correios Franceses - La Poste) com encomendas mínimas reduzidas e a um preço unitário bastante acessível.
Tem tido um sucesso notável!!
O maior problema associado à generalização desta tendência consiste na nossa forma ainda tradicional de ver o selo como um dos símbolos da Soberania Nacional, disponível para compra de todos os Coleccionadores que o queiram adquirir e não como um simples veículo de propaganda (pessoal ou corporativo, porque uma Empresa também o poderia utilizar para sua Publicidade)
Do lado dos Pontos Fortes, diz quem defende esta abordagem, vem a necessidade imperiosa de pôr os selos a circular - para não serem esquecidos e abandonados - o que obriga a que se criem estas alternativas mais "popularuchas" ...
Vou analisar melhor estas ideias na UPU sem qualquer "parti pris". Não há (não deve haver) Vacas Sagradas na Filatelia.
Sabem que em Portugal lançaremos a 22 de Março o primeiro Selo Português Corporativo?
Na Emissão da Água - Fonte de Vida produzimos 60,000 selos Correio Azul com tarja ao lado em "setenant" que reproduz o Logotipo da Empresa AdP (Águas de Portugal) a quem vendemos
25,000 selos destes para circular na correspondência deles.
Os outros 35,000 são para disponibilizar aos Filatelistas que os quiserem comprar (nas Estações ou pelos nossos canais directos).
Também a mesma estratégia será aplicada à Emissão comemorativa dos 50 Anos da Fundação Calouste Gulbemkian, lá para Julho.
Se a ideia pegar penso fazer estes Selos Corporativos 2 ou 3 vezes por ano, sempre com Empresas ou Instituições adequadas aos temas que fazem parte do Plano Filatélico e também sempre acessíveis a todos os Coleccionadores. Caso a Empresa-Clçiente o pretenda ainda vendemos (à parte) a colagem dos selos no seu estacionário.
Esta a grande diferença com os "Selos Personalizados" os quais são vendidos a um Cliente - particular ou empresa - e não são disponibilizados a mais ninguém...
Angústias Existênciais - Blogo, logo existo?
Também já sabem que não é isso que me motiva, caso contrário arranjaria algum espaço em MCS de província onde estas colaborações do tipo "Gastrovinícola" são sempre bem vindas.
Lê quem quer, aproveita quem pode e sabe (ou quem tem cultura para o fazer) comenta quem acha que deve comentar.
E - repito - Viva a Democracia que nos permite exprimir desta maneira simples.
Que a Gastronomia e que a Enologia entorpeçam a mente ou o espírito e entopam a barriga é problema dos que assim se sentem afectados...
Acredito, de facto, que existam pessoas que se sintam trôpegas ao ouvir falar de Restaurantes e de Vinhos, mas talvez porque sofrem de Nystagmus congénito ou de fome anoréxica (com respeito pelos que têm estas aflições).
"Nove Galinhas e meia prometeu o Senhor de Cascais,
e a meia vinha cheia, mas de fome para outras mais..."
Camões (nem o épico escapa a falar de comida...) queixa-se das galinhas recheadas que o sovina Titular de Cascais lhe prometeu, mas é que eu não prometi nada a ninguém quando começei este Blog!!
A não ser - para mim próprio - escrever sobre aquilo que me dá gosto.
E não tenho obrigações de endireitar o Mundo.
E.T: Caro Amigo Acc. Campos, as viagens que faço ao serviço da World Association for the Development of Philately (de que sou Presidente) são integralmente pagas pela UPU.
quarta-feira, março 15, 2006
Correio-Mor a perder força - Resposta
Reconheço que, em parte, tem razão.
Digo em parte porque:
Nas últimas semanas foram abordados vários temos dos quais realço:
Reformas antecipadas;
O Correio-Mor a perder força – as razões de um vazio: Estará alguém desse lado?
Presidenciais;
Haverá serviços sem clientes?
As mortes no Iraque;
Energia Nuclear;
Exposições de Pintura – Frida, Gulbenkien, Fátima Pinto, etc.
A problemática da adopção;
O problema dos excessos de velocidade nas estradas;
A corrupção nas autarquias;
Guntanamo, a vergonha;
Casa Pia e o PGR;
A ditadura na Madeira;
As caricaturas;
A privatização dos CTT;
Casamentos Gay;
Marrocos e a ditadura.
Etc.
Os temas não foram muito aprofundados.
São simples posts, comentários, ideias, pensamentos.
É esse o princípio dos blogues.
Que queria o leitor?
Maior profundidade?
Outros temas?
Sangue?
Defendo as minhas ideias com frontalidade.
Nos temas da empresa onde trabalho, posso ser crítico mas não deixo de ser solidário.
As minhas críticas são feitas com cumplicidade e têm como objectivo contribuir para construir um futuro melhor.
Não posso ser desleal com a gestão sem previamente apresentar a minha demissão.
O Raul fala muito de restaurantes? Que seja feliz!
É problema dele.
Quando não gosto, não leio!
Confesso que ainda não li os post relativos às viagens gastronómicas na América do Sul.
Para mim seria muito mais interessante se tivesse atravessado o rio e fosse ouvir (e dançar) tangos em Buenos Aires (fica na margem direita).
Interessa-me saber, isso sim, se o que foi gasto com a sua deslocação ao Uruguai terá algum contributo na conta de exploração da nossa empresa. Duvido!
Lutar pela simples cartinha particular para particular com um selo bem colado é utópico.
Não tem dimensão. Não conta!
O futuro não passa por esse caminho!
O futuro está nas encomendas, no T&T, na informação on-line, nas compras à distância, no correio electrónico misturado com serviços complementares em papel, na certificação de procedimentos, nos pagamentos, nos serviços ao domicílio, no marketing dirigido a clientes previamente segmentados, etc.
Comentário final:
O nosso leitor anónimo, provavelmente tem estado sentado num sofá.
É uma atitude passiva... provavelmente tão condenável como a dos que só pensam nos prazeres da mesa.
Proponho que se levante, que lute, que crie, por exemplo, um blogue.
PF não deixe de nos enviar o endereço – prometo que passarei por lá.
O CORREIO-MOR FEITO PELOS SEUS LEITORES
Eu cá, sem me querer meter muito na questão, sempre tenho a dizer que um dos fortes motivos para o desinteresse progressivo deste blogue, é ser cada vez mais um roteiro gastronómico para panças sôfregas e vorazes, um clubinho de bebidas e repastos, restaurantes e tabernas, pratos disto e copos daquilo, de tal forma que nos entopem a barriga e entorpecem o espírito.
Será necessário lembrar que há outros assuntos que também alimentam a nossa existência?
E, sobretudo, a nossa curiosidade!
Que tal ser este um blogue mais activo em temas gerais diversos, actualidade que a todos diga respeito, opiniões diferentes sobre questões ligadas ao sector postal, vistas por dentro e por fora, como espectadores que somos de tudo o que nos rodeia?
E claro, esses postais só para olhar, algumas frases para pensar, e qualquer impressão que tenha lugar.
Pode ser assim?
Passarei por aqui um dia destes.
O Festival da Carne à moda do Rio Grande do Sul
Nos meus primeiros tempos na Filatelia costumava ir ao Brasil de dois em dois anos para a Lubrapex, que é a mais antiga exposição Filatélica Bilateral do Mundo (Portugal e Brasil, mas agora com os outros PALOPS também).
Nesses tempos a Casa de Churrasco na Moda era o "Mario's" estabelecido em Ipanema , Copacabana e em NY! Já não me lembro bem se se escrevia "Mario's" ou "Mariu's" (com "U") mas para o efeito também não interessa.
O proprietário tinha uma figura notável: Metro e meio de altura, magríssimo, e com o cabelo pela cintura , penteado e platinado!!
As vedetas das Telenovelas que passavam por cá faziam fila para comer no restaurante de Ipanema, que era o "topo de gama" da cadeia "Mario's" e ainda me lembro de ter compartilhado o Bar (à espera de mesa) com a Cláudia Raia e o marido (penso que era o Edson qualquer coisa) ambos muito simpáticos.
Informam-me agora que esta cadeia "Mario's" faliu, não aguentando a pressão das diversas crises que o Brasil tem sofrido desde o final dos anos 80, altura em que se passou esta cena da Cláudia Raia. A ser verdade tenho pena.
Mas hoje é tempo de experimentar o "Boi Preto"!
Aviso já que não é muito barato. Mesmo nestes dias em que um Real já só vale cerca de meio USD, um Rodízio para uma pessoa custa 40 Reais, as Caipirinhas (sublimes) custam 8 Reais cada uma e as entradas (side-dishes do Rodízio) ficam pelos 20 Reais.
Resultado: entre 80 e 90 Reais (perto de 40€) por pessoa só! Para o nível de vida no Brasil é muito caro!
Mesmo assim o Restaurante "Boi Preto" estava cheio, o que atesta bem ser S. Paulo uma visão de um outro Brasil, mais endinheirado e onde (parece-me) dever existir algo que se aproxima da nossa Classe Média.
O que se pode comer é de dimensões Pantagruélicas.
Começamos por uma mesa de saladas e acompanhamentos com mais de 8 metros, onde se vê de tudo, desde os deliciosos Palmitos aos Espargos frescos, passando pelas frutas tropicais, pelas batatas doces e milhos, pelas bananas fritas e panadas, pelos arrozes e feijões de várias cores, etc, etc...
No meio da sala um diligente funcionário esmaga cocos numa prensa metálica e aproveita-lhes o leite interno, outro prepara os sucos naturais com gelo e fruta fresca.
Antes de começar a vir a Carne aparecem à mesa, sem prévio pedido, Camarões picantes em molho baiano e panados, vários peixes locais fumados, banana, mandioca e batata frita.
Depois começa a Festa da Carne:
Picanha, Alcatra, Fraldinha, Maminha, Costela, Baby Beef, Vazio – só da parte Vacum.
Paleta de Carneiro e Lombo de Carneiro.
Costoleta de Porco à Pururuca, Lombo de Porco, Leitão assado
Peito , Coxas de Frango e Corações de Frango
Linguíça Calabresa e Normal.
As Carnes de Vaca espectaculares, sabiamente grelhadas e que chegam à mesa quentes e a escorrer os seus sucos naturais dão boa deixa à actividade frenética dos cortadores à volta de cada mesa, “empurrando” sempre e a toda a hora os seus espetos para os pratos dos Clientes.
Para mim só um defeito: a cerveja (chope) local não me agrada!
Mas também quem é que beberá cerveja tendo à mão aquelas Caipirinhas do outro Mundo?
Não admira que tivesse vindo a dormir quase todas as 11 horas do voo de regresso...
S. Paulo - A Catedral de Cimento a Sul
S. Paulo impressiona vista do ar, parece que o avião nunca mais pára de sobrevoar os prédios...
Mas ainda mais ao deambular pelas ruas dos centros comerciais numa tarde de Sábado.
São mais de 40 Milhões de almas no Estado de S. Paulo e de 11 Milhões na Prefeitura (Cidade)... Ao Sábado metade desta gente sai para os Centros Comerciais, aproveitando o ar condicionado.
Diferente de Nova York e da Cidade do México (as urbes com maior população que já conheci) S. Paulo tem uma vida urbana mais distendida do que NY – onde tudo parece frenético - mas talvez não tão sincopada como a Cidade do México, local onde se vêem (e sentem) mais as desigualdades sociais.
Há em S. Paulo favelas ( e gigantescas) mas não se “penduram” sobre a Cidade como nos morros do Rio, em ameaça perpétua de desmoronar e acabar de vez com o mundo dos ricos e turistas.
Em S. Paulo tudo parece acontecer “espalhado” pela planície e relativamente ordenado: aqui os muito pobres, ali os remediados, depois os ricos em bairros com segurança própria e mansões e mais ao longe os super-ricos que só se deslocam de helicóptero e cujas casas mais parecem bunkers.
O Centro da Cidade está cometido aos Serviços, Bancos e Administração Pública.
Tem um belo Museu de Arte Moderna (dádiva de dois ou três Grandes Senhores paulistas) alojado num edifício de arquitectura incrível, um paralelipípedo de pré-esforçado deitado e apoiado só nas extremas e que nos faz admirar por não partir ao meio.
Chama-se MASP (Museu de Arte Moderna de S. Paulo) e sorrio interiornmente ao lembrar-me do "Movimento de Apoio de Soares à Presidência"...
Diz-se ( e eu não sei se acredito) que existe em S. Paulo a melhor e mais cara Cozinha Italiana do Mundo ...
Mas como estava acompanhado por um Gaúcho mesmo do Rio Grande do Sul não tive outro remédio senão rumar à Churrascaria Boi Preto, Rua Catumbi, 1393 Belenzinho.
terça-feira, março 14, 2006
Nas Margens do Rio da Prata 3 - A Gastronomia e os Vinhos locais
a) Em primeiro lugar as famosas Parrilhadas Uruguaias, de que destaco as várias casas de restauração do Mercado do Porto - mais turísticas - e dentro do famoso bairro de Carrasco (o mais selecto de Montevideo) o restaurante "La Vaca".
São estes Restaurantes "grelhas de carne" gigantescas, onde o prato mais importante é constituído pela "Parrilha" (grelha) das várias peças de carne vacum.
Como a carne tem aqui uma qualidade extraordinária, que não tem comparação com o que comemos em Portugal (e na Europa em geral) , a experiência foi sempre gratificante qualquer que fosse o "corte" escolhido para pôr na grelha.
Como curiosidade lembro que as carnes grelhadas eram servidas com tigelas de queijo gruyére derretido, molhos gaúchos à base de pimentos, cebola e vinagre, pão quente do forno e acompanhamentos à escolha do freguês: Boas saladas e arrozes, mas não tive muita sorte com as batatas fritas (aqui chamam-se "papas") que eram das congeladas no restaurante do "Mercado do Porto" a que fui. O "La Vaca" é bem melhor e mais caro.
Preço de uma Refeição Completa com 1 garrafa Vinho decentíssima , Parrilha Corte Premium e Sobremesa- de 600 a 800 Pesos Uruguaios (entre 19€ e 25€).
b) A convite de um Amigo meu antigo de Cascais (que casou em Montevideo e lá vive há uns bons 15 anos) tive ainda ocasião de conhecer um restaurante de Cozinha Moderna gastronómica (cozinha de "Fusão") .
Chama-se "Tandory - Los sabores del Mundo" e serve uma espécie de Pot Pourri de cozinhas orientais e centro-americanas, com relevo para os sabores agridoces, misturando a canela com o gengibre e outras coisas deste género.
Francamente não fiquei muito convencido...
c) E quanto a vinhos posso dizer que fiquei "Fan" de uma casta que estou neste momento a investigar se será típica da Zona (Argentina ou Uruguai) ou oriunda da Europa e que se chama "Tannat".
Faz excelentes vinhos tintos, secos mas não adstringentes, com um bouquet austero mas de impressionante corpo. Grau Alcool eklevado, como é apanágio dos vinhos do Novo Mundo.
Preços razoabilíssimos para nós, com as Grandes Reservas a serem propostas por cerca de 18€ nas garafeiras .
Que é um dinheirão no Uruguai...
Nas Margens do Rio da Prata 2 - O Ambiente e o Desenvolvimento
Convém explicar que a Argentina e o Uruguai compartilham o estuário do Rio. Aliás pouco ou nada distingue os dois Países do ponto de vista geomorfológico nesta fronteira comum feita de água salobra.
Claro que a Argentina considera a construção como uma atitude "muito pouco amistosa" enquanto que o Uruguai, ciente de que este investimento de mil milhões de USD criará maisde 35 000 postos de trabalho directos e indirectos, reserva-se o direito de prosseguir com a obra.
Lembra-se que o Uruguai é um País cujo PIB é de aprox. 18,7 Mil Milhões USD, enquanto que o da Argentina é 15 vezes superior e cerca de metade do do Brasil...
Terríveis consequências para o meio ambiente do estuário têm de se equacionar com a necessidade absoluta do desenvolvimento do Uruguai...
Espero que não seja o Ambiente (que é um pouco de todos nós) a sair perdedor desta contenda, mas estou pessimista.
Nas Margens do Rio da Prata 1 - O pretexto para a Viagem
Neste enquadramento da América Latina e em Países onde ainda se passa fome (a mitologia do Pão é aqui bem verdadeira ...) a Filatelia é um luxo a que só alguns têm acesso.
Claro que ao pé das Honduras, do Paraguay (economia mais débil do MERCOSUL) do Panamá e da Nicarágua temos o Brasil, a Venezuela e a Argentina...
Aqui na América Latina há Pobres, Ricos e ainda os tais Pobres dos Pobres...
Mesmo assim foi gratificante abrir os horizontes da maioria dos Colegas presentes para as novas tendências, desde o "Selo Personalizado" (selos de correio com curso legal e onde é possível estampar a nossa fotografia) até ao "Selo Corporativo" (selos também com curso legal mas que são vendidos por grosso a uma Empresa Privada ou Instituição para servirem de Publicidade) passando pela estratégia das Emissões e pelo combate à Fraude e aos Comerciantes desonestos.
Caminhamos actualmente , todos nós que se interessam por este Tema, por um "sendero" estreito e perigoso, tentando equilibrar a tradição das Emissões Filatélicas em pequeno número, decorrentes dos atributos da Soberania do Estado, com a necessidade de fazer circular os Selos e de aumentar a respectiva notoriedade num mundo Postal onde estes serão cada vez menos utilizados.
Daí ser importante estudar todas as contribuições para estes potenciais "mercados de nicho" - publicitários corporativos ou particulares - para os velhos selos de correio.
É uma questão de sobrevivência...
segunda-feira, março 13, 2006
Isto não é uma reforma.
Reformas antecipadas
Durante vários anos os governos afirmaram este princípio.
Simultaneamente constatávamos que as administrações de diferentes empresas (nomeadamente as de capital público) defendiam (e concretizavam) políticas opostas.
Muitos colegas nossos reformaram-se com pouco mais do que cinquenta anos!
Sempre me incomodou esta contradição.
sábado, março 11, 2006
Correio-Mor a perder força...
Escreveu o nosso amigo Rocha Martins.
Fez considerações sobre a desilusão do momento presente realçando que só seria possível um futuro melhor... se houvesse um quarto milagre de Fátima...
Para finalizar afirmou:
Deixem-me sonhar e que o Benfica ganhe ao Liverpool
E não é que o Benfica ganhou mesmo...
Que semelhança haverá entre o Benfica e os que lutam por um futuro melhor?
As vitórias só se alcançam com luta, com esforço;
Só perde quem desiste;
A sorte conquista-se;
Devemos também:
. melhorar as nossas competências técnicas;
. ser activos
e ir sempre ao encontro do futuro.
O blogue está a perder força?
Mas quem deve dar força a um protesto?
TODOS!
Quem participa e luta por um futuro melhor?
Praticamente ninguém!
O que vemos é o aburguesamento e acomodação de alguns que tiveram umas migalhas de poder!
Chamei a atenção, ao longo de vários posts, para a necessidade de:
. consolidar movimentos de pensamento;
. promover colóquios técnicos;
. animar discussões teóricas sobre temas abrangentes da nossa empresa;
. dinamizar jornadas técnicas;
. etc.
Protestei por sentir que havia um enorme vazio.
Chamei a atenção para essa ausência.
Qual foi a resposta?
Um enorme vazio!
O intervalo
Concordo.
E porquê?
Sampaio seria uma espécie de intervalo...
Primeiro Soares;
Depois um intervalo;
De seguida o regresso ao verdadeiro consulado – Soares o eterno...
Nas empresas (a nossa inclusive) também há, infelizmente, situações idênticas.
quarta-feira, março 08, 2006
terça-feira, março 07, 2006
Ausência por 7 dias
No regressso já se sabe que trago novidades sobre Gastronomia e Vinhos locais.
segunda-feira, março 06, 2006
Presidências
Genericamente gostei da postura de Jorge Sampaio ao longo dos dez anos..
Fiquei com dúvidas em relação à nomeação de Santana como PM.
Ferro Rodrigues teve a minha solidariedade.
Também não gostei desta fase final... condecorações em contra-relógio...
Cavaco Silva
Mesmo que não gostemos dele é o nosso presidente.
Registo que, para já, começou mal:
a) a sua primeira grande entrevista, depois das eleições, é dada a um jornal estrangeiro... e de direita;
b) a cerimónia de posse terá 2.000 (dois mil) convidados...
Soares
Foi um dos responsáveis pela vitória de Cavaco. Como tal merece estar presente na cerimónia de posse para ver ao vivo e em directo o resultado da sua obra...
domingo, março 05, 2006
E...Sem Serviço também não há Clientes
É o Cliente que não encontrando o Serviço adequado inviabiliza as Empresas que o "desdenham", ou é a ausência de Clientes que faz encerrar as Empresas? Talvez as duas coisas...
1- Se nos remetermos apenas à discussão dos Serviços que são objecto (por lei) da obrigatoriedade de uma "oferta" Universal, como certos serviços de correio, parece óbvio que o Prestador tem de encontrar alternativas de rentabilidade que respondam à Desertificação do meio ambiente rural deste (e doutros) Países.
Defendo que o caminho para resolver esta equação passa por duas vertentes:
a) A oferta de Serviços acessórios com cariz "loja do Cidadão" e virados para a sustentabilidade social das populações envelhecidas que ainda se mantém nas suas aldeias. Incluindo a prestação de Serviços de saúde primários em casa do doente, transporte de medicamentos, auxílio na ligação dos indivíduos à Previdência Social, etc, etc...
b) O recurso à Sub-Contratação do Atendimento e da Distribuição Domiciliária local, promovendo também desta forma o combate à desertificação pela empresariação e fixação nos locais de Jovens ( com ou sem enquadramento das próprias Autarquias) .
2 - Pensou-se por algum tempo que as novas acessibilidades decorrentes das tecnologias de informação permitiriam o "retorno às origens" dos casais e dos indivíduos após a vida útil de trabalho. Em Inglaterra, por exemplo, foram criadas comunidades de vivendas fora dos grandes centros, em locais de paisagens idílicas, e com a mais avançada tecnologia de comunicações instalada de base, tentando assim atrair os "bem reformados" citadinos, com dinheiro para gastar.
Esta experiência - tanto quanto sei - não foi bem sucedida e essas Vivendas e Condomínios estariam hoje a ser comercializados como "Segunda Casa " ou "Casa de Férias", fora do Target inicial seleccionado.
Verificou-se que os "Senior Citizens" afluentes preferiam ficar na Cidade, e ter à mão os melhores cuidados médicos e as mais novas produções musicais e teatrais...
Em Portugal o Grupo Mello começou já a actuar nessa base, atraindo os "Séniores" com dinheiro para Condomínios especializados no Estoril (por exemplo).
Por este lado do "Lazer da Reforma" e dos "Anos Dourados", ou "Encantos do Outono" , ou qualquer que seja o eufemismo que entendam chamar à Velhice endinheirada, penso que devemos esquecer - pelo menos por enquanto, ou à Velocidade desejada - o repovoamento do Interior de Portugal.
3 - A única forma de fixar os Jovens e aumentar o crescimento demográfico consiste em dar-lhes hipóteses de Educação (para os filhos) e de Assistência médica ao nível do que existe nos Grandes Centros. Isto partindo do princípio que o essencial - Emprego - está assegurado!
Sem Emprego local que provoque a Procura de bens de consumo não essenciais - os Livros, os DVD's, os acessórios de moda, etc...- não há Prestador de Serviços de Correio ao Domicílio (ou outros) que se aguente! Ficam limitados a entregar a factura da EDP ou da Companhia das Águas e a assegurar o contacto entre o Utente (aqui sim posso falar de "Utente" e não de "Cliente") com a Autoridade Fiscal...
Os Grandes Catálogos de Roupa e Ménage Trois Suisses e Quelle aprenderam esta lição da forma mais dura possível.
sábado, março 04, 2006
Sem utentes não há serviços
[Publicado por vital moreira] - http://causa-nossa.blogspot.com/
O mesmo raciocínio deve aplicar-se aos Correios.
Se não há clientes para Escolas, Maternidades... chegará o dia em que também não haverá tráfego que justifique a existência de distribuição diária...
Que fazer?
1. Concentrar os pontos de distribuição;
2. Estudar a hipótese de acabar com a distribuição diária (podendo chegar a ser uma vez por semana);
3. Dinamizar novos serviços na actividade do carteiro (objectivo: atrasar o atrás referido).
A forma mais inteligente é estudar e preparar o futuro (que não será, nunca, igual ao presente).
Voluntários, procuram-se!
Num anterior post o Raul e a Gracinda fizeram um apelo à escrita, realçando que "lamber um selo português, dos mais bonitos do mundo... dá cá um gozo"...
Este selo, mesmo não sendo português, deve ter muitos candidatos a lambedores.
Chamo a atenção de que, tal como em Portugal, nos EUA a cola é colocada no verso do selo...
sexta-feira, março 03, 2006
Alguns Vinhos Homéricos (e a preços condizentes)
Homenagem 2000 - a € 39 no Gourmet do Corte Inglês - Estreia absoluta de uma dupla admirável : Luis Pato e Virgílio Loureiro! Em homenagem ao Grande Senhor do Bussaco que foi José dos Santos criaram um vinho com Baga e Touriga, para além doutras castas do Dão, que está um espanto! Melhor relação qualidade\preço do que o Pedro&Inês, na minha opinião.
Vinha Formal 2000 Branco de Luis Pato - a € 20 , com a mesma proveniência - Excelente vinho branco encorpado e evoluído, na senda do Foz de Arouce Branco, Madrigal , etc...
Vale do Ancho 2003 Alentejo Tinto - a € 28,50 no Continente Colombo (Garrafeira) - Menos bom do que o de 2001 - na minha opinião e atendendo a que de uma Reserva do Alentejo de 2003 espera-se sempre Muito...
Batuta 2001 Tinto de Dirk Nieeport - a € 74,95 na "Coisas do Arco do Vinho" - Para a invulgar qualidade apercebida, mais própria de um Grande Bordéus , ainda é barato. Está tudo dito... E já saíu o de 2003 ...(ainda não provei, estou a juntar dinheiro)
O "Correio-Morfe"
Este blogue devia chamar-se "O Correio-Morfe", em derivação directa e salivante do verbo morfar, calão para o acto concreto de dar à mandíbula com gosto e alguma sofreguidão ansiosa.
Descontrolada, mesmo.
Caramba! Só se pensa em comer por aqui?
02 March, 2006
Boa Malha!!
Gostei muito!!
E aqui vai o desafio: Escreva artigos sobre outros assuntos e eu destaco-os aqui no Correio-Mor.
Apenas uma crítica construtiva: não se pensa só em Comer, mas também em Beber!!
Só por causa desse lapso acrescento já mais um Post sobre Vinhos.
Os nomes que me chamam (ou já chamaram)
Recordo que, durante muito tempo ( e por vezes ainda hoje) fui o Mr. "Paul" Moreira na UPU.
É recorrente o chamarem-me "Rui" em vez de "Raul".
Os alunos lá no ISCTE - pela frente - chamam-me Professor , pelas costas não sei mas faço uma ideia...
Da última vez que fui ao Futebol (no Estádio da Luz e por isso estou à vontade para falar) quando discordei da decisão do árbitro que favorecia o Benfica (por acaso e como sabem meu Clube desde sempre) ouvi tantos nomes que nunca mais tive vontade de lá voltar.
Quereria o meu caríssimo A.ACC.Campos que eu me pusesse para aqui a censurar os Comentários que recebemos e cortasse o adjectivo com que me mimosearam ao fazer o destaque do Post?
Claro que não. É (tenho-o nessa conta) A.Acc. Campos homem liberal e por demais defensor da democrática cultura para pensar uma coisa dessas.
Está, contudo, no seu pleníssimo direito de discordar e de comentar.
Tal como eu estou no meu de não o fazer.
E Viva a Liberdade!
E.T: Tive ocasião de experimentar o novo Passat TDI no fim de semana passado. Não ultrapassei os 200Km\hora a pensar no meu Amigo Campos...
quinta-feira, março 02, 2006
Línguas, doutores e directores
Mais um voluntário com a língua de fora, feliz por saber que os selos portugueses têm sabores especiais...
Aqui no Correio Mor o Manuel Alegre já foi promovido a Dr...
Agora tratam o Raul Moreira por Director e ele aceita e não protesta.
Isto é um país de doutores e directores...
Um país verdadeiramente “terceiro-mundista”
E o que tem menos piada... é que gostamos e não protestamos!
PS 1
Adorava ter um director especialista em língua de gato, ou mesmo em língua de veado...
PS 2
Cometi o erro de escrever director com letra minúscula... que o Sr. Director me perdoe....
A Importância da Língua - Reflexão à Moda de Salvador Dali
E tem razão caro Director, convença essa gente que escrever sobre papel é lindo e depois, lamber um selo português, dos mais bonitos do mundo... dá cá um gozo!
Gracinda
Agora é que ficaste lixado Einstein!
Mas vamos então falar sobre a Importância da Lingua, distinguindo aqui três tipos principais de Línguas:a) A Língua de Vaca (ou de Porco)
b) A Língua dos Homens e das Mulheres
c) A Língua Portuguesa (que pode ser má, boa ou muito boa, falada ou escrita)
a) Destas todas evidentemente que destaco a Língua de Vaca. Primeiro por ser hoje em dia muito rara, atendendo à epidemia de Loucura que terá atingido o contingente bovino na última década. Depois porque é um pitéu de primeira escolha, bem estufada com cebolinhas, chalotas, alho e cenouras e acompanhada com batatas novas pequenas.
Bons Restaurantes onde às vezes se encontra este petisco, embora transvestido de Língua de Porco pelos motivos que já sabem:
A Pescaria - Do lado de lá da Estação da CP do Cais do Sodré, mesmo oposto ao mais mediático "Vírgula".
O Muni - Na Rua dos Correeiros, um abencerragem de bem servir comida caseira na Baixa, com um toque galego.
O Poleiro - Na Rua de Entrecampos bem perto do que já foi a sede da PT Prime. Também uma casa notável de boa cozinha portuguesa (embora pequena).
b) Quanto à Língua dos Homens e das Mulheres, no seu significado anatómico, serve para muitas coisas sendo que algumas dão mais gozo do que outras: Lamber um Selo (o cerne deste Post) , Estimular (à moda de motor de arranque a frio) diversas partes do Corpo Humano, Plataforma para colocar o comprimido antes de o engolir, Lubrificante para os Bigodes (ou Buço) do próprio (a) desde que seja treinada para lá chegar, e até... para Falar!!Sem Língua não há discurso, nem Bom nem Mau...
Mas, sobretudo, a Língua possui papilas gustativas que nos permitem obter impressões inolvidáveis de uma grande refeição ou de um grande vinho, abrindo desta forma aos comensais as portas para um mundo de sensações e de refinamento que nos estaria vedado se não houvesse Língua. Tremo só de pensar nisso... (nisso e no resto).
c) A Língua enquanto veículo de Cultura Escrita ou Falada também é obviamente importante, embora menos do que nas duas vertentes anteriormente citadas.
Ressalvo talvez a Má Língua, passatempo nacional e mediático a que qualquer Português se entrega desde muito cedo (quase que sem saber ainda falar).
Somos (como Povo) naturalmente dotados para esta aplicação da Língua. Há até quem defenda que devemos alguma notoriedade no campo das letras (Camões, Fernando Pessoa, Saramago, Eça, etc...) ao regular exercício da Má Língua desde tenra idade.
No caso de Camões - mais estudado - parece que treinava a "lira" e a Língua das formas mais diversas. Por Exemplo a sua Dinamene mais não seria do que a articulação (com a Língua de outro modo ocupada) da frase "Divina Filomena!", contraída para "Di(h)ina Mena" de onde resultou "Dinamene".
quarta-feira, março 01, 2006
Não às mortes no Iraque!
Os governos ocidentais justificaram o ataque e a invasão a este país em nome do fim do terrorismo e para acabar com as atrocidades praticadas pelos seus lideres.
Esse regime de terror foi substituído por outro.
Resultado? Actualmente morrem por semana centenas de civis.
Há que reconhecer que a invasão praticada pelos EUA e UK com o apoio explícito do antigo Primeiro Ministro Português, Durão Barroso, foi um crime.
O nosso silêncio torna-nos cúmplices.
Não podemos continuar calados
Montevideu, não!, Colónia, sim!
Um voluntário
Na sequência do apelo do Raul para que sejam escritas mais cartas, apareceu, de imediato, um voluntário pronto para lamber qualquer selo...
Estamos numa de América Latina: A Conferência de Montevideo sobre Filatelia e Dinamização da Escrita Epistolar
Desde logo com relevo para a necessidade de cativar a Juventude para os Selos e - antes disso, ou ao mesmo tempo - para os prazeres da escrita epistolar.
Escrever uma carta que não seja de negócios, simplesmente para dizer alguma coisa a um Amigo, à Namorada, ou a quem nós quisermos, é uma actividade perdida nesta era da InterNet e do OutLook, das SMS e das chamadas telefónicas via Web. Quase que aposto que as poucas cartas que ainda escrevemos são a reclamar qualquer coisa...
Imediatismo, eficácia, feedback imediato (ou quase) têm hoje um peso importante nos processos de Comunicação pessoais, o qual faz a diferença quando comparado com a velha correspondência privada.
A favor desta última conta a elegância do meio - de tão pouco utilizado foi "promovido" a meio "Premium", mais exclusivo e refinado do que qualquer dos outros - a possibilidade de ainda "fazer prova" quando enviada sob Registo e Aviso de Recepção (mesmo esta característica vai ser apropriada pelos novos meios electrónicos seguros, como a anunciada CEPU) mas, sobretudo, a capacidade de mostrar melhor o que somos e o que queremos, pois o traço da tinta no papel constitui uma "impressão digital" bem mais pessoal do que a escrita electrónica.
Por outro lado, se é admissível que a rapidez da comunicação via mail ou via chat traga consigo liberdades de escrita que fariam corar os Gramáticos, também não deixa de ser verdade que o papel de carta e a caneta nas unhas nos impôem mais respeito, obrigando-nos a aprimorar o estilo e a procurar as palavras certas para exprimir os nossos sentimentos.
É uma Batalha perdida, dirão alguns. Mas que convém ir sempre travando, tipo "guerra de retardo", para que não desapareça da nossa vida a componente de literacia que nos faz apreciar um bom romance ou ter vontade de comprar um livro de poesia.
Nem só de TVCabo, Futebóis e de MP3 deve viver o Homem, mas também da Leitura e da Criação Artística em geral.