A questão levantada no Post anterior do A.Acc.Campos faz-nos de facto pensar.
É o Cliente que não encontrando o Serviço adequado inviabiliza as Empresas que o "desdenham", ou é a ausência de Clientes que faz encerrar as Empresas? Talvez as duas coisas...
1- Se nos remetermos apenas à discussão dos Serviços que são objecto (por lei) da obrigatoriedade de uma "oferta" Universal, como certos serviços de correio, parece óbvio que o Prestador tem de encontrar alternativas de rentabilidade que respondam à Desertificação do meio ambiente rural deste (e doutros) Países.
Defendo que o caminho para resolver esta equação passa por duas vertentes:
a) A oferta de Serviços acessórios com cariz "loja do Cidadão" e virados para a sustentabilidade social das populações envelhecidas que ainda se mantém nas suas aldeias. Incluindo a prestação de Serviços de saúde primários em casa do doente, transporte de medicamentos, auxílio na ligação dos indivíduos à Previdência Social, etc, etc...
b) O recurso à Sub-Contratação do Atendimento e da Distribuição Domiciliária local, promovendo também desta forma o combate à desertificação pela empresariação e fixação nos locais de Jovens ( com ou sem enquadramento das próprias Autarquias) .
2 - Pensou-se por algum tempo que as novas acessibilidades decorrentes das tecnologias de informação permitiriam o "retorno às origens" dos casais e dos indivíduos após a vida útil de trabalho. Em Inglaterra, por exemplo, foram criadas comunidades de vivendas fora dos grandes centros, em locais de paisagens idílicas, e com a mais avançada tecnologia de comunicações instalada de base, tentando assim atrair os "bem reformados" citadinos, com dinheiro para gastar.
Esta experiência - tanto quanto sei - não foi bem sucedida e essas Vivendas e Condomínios estariam hoje a ser comercializados como "Segunda Casa " ou "Casa de Férias", fora do Target inicial seleccionado.
Verificou-se que os "Senior Citizens" afluentes preferiam ficar na Cidade, e ter à mão os melhores cuidados médicos e as mais novas produções musicais e teatrais...
Em Portugal o Grupo Mello começou já a actuar nessa base, atraindo os "Séniores" com dinheiro para Condomínios especializados no Estoril (por exemplo).
Por este lado do "Lazer da Reforma" e dos "Anos Dourados", ou "Encantos do Outono" , ou qualquer que seja o eufemismo que entendam chamar à Velhice endinheirada, penso que devemos esquecer - pelo menos por enquanto, ou à Velocidade desejada - o repovoamento do Interior de Portugal.
3 - A única forma de fixar os Jovens e aumentar o crescimento demográfico consiste em dar-lhes hipóteses de Educação (para os filhos) e de Assistência médica ao nível do que existe nos Grandes Centros. Isto partindo do princípio que o essencial - Emprego - está assegurado!
Sem Emprego local que provoque a Procura de bens de consumo não essenciais - os Livros, os DVD's, os acessórios de moda, etc...- não há Prestador de Serviços de Correio ao Domicílio (ou outros) que se aguente! Ficam limitados a entregar a factura da EDP ou da Companhia das Águas e a assegurar o contacto entre o Utente (aqui sim posso falar de "Utente" e não de "Cliente") com a Autoridade Fiscal...
Os Grandes Catálogos de Roupa e Ménage Trois Suisses e Quelle aprenderam esta lição da forma mais dura possível.
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