sexta-feira, abril 29, 2011

David para sempre connosco!

O nosso David travou ontem à noite a sua  última batalha. Ganhou a guerra a tudo quanto a vida lhe atirou para cima, apenas não conseguiu vencer a insidiosa doença que o atacou traiçoeiramente, no apogeu da carreira.

Partiu gloriosamente, deixando a sua Obra e muitas saudades em todos os seus Amigos e conhecidos. Erudito, de memória assombrosa, grande senhor e melhor Amigo.

Era o David. Será o David. Sempre vivo nas nossas memórias!

Vem aí o Dia da Mãe (tenham paciência...)

1 de Maio, Dia do Trabalhador! Mas também o 1º Domingo de Maio...Logo o Dia da Mãe...

Embora - por azar  dela e nosso - a Santa Senhora esteja um pouco combalida da saúde nesta altura , tenho fé em que no Domingo já estará em nossa casa, a  tomar assentadura à minha modesta mesa... E a querer ligar a TV no "casamento real" sem dúvida. Estou já a armar-me de paciência, treinando para o que se avizinha,  e que não será pouco.

Já tenho as "prendas" (pois, são duas,  porque segundo a Senhora -  "Avó é Mãe duas vezes e o neto também tem que dar qualquer coisa").  E vou comprar hoje à tarde a matéria-prima para os "comestíveis" (tenho sempre de lhe fazer neste dia e nos anos um empadão de carnes, que é aquilo que mais aprecia).

Sendo a Sexta feira lírica do costume e nestas vésperas do "dia santo" (ou melhor dito, "da santa") nada mais indicado do que lhe dedicar um ou dois poemas. Fugindo ao "choradinho" e  às "pieguices" do costume trago à liça o nosso austero Antero e o imortal Carlos Drummond de Andrade:

Mãe...

Mãe — que adormente este viver dorido,
E me vele esta noite de tal frio,
E com as mãos piedosas ate o fio
Do meu pobre existir, meio partido...

Que me leve consigo, adormecido,
Ao passar pelo sítio mais sombrio...
Me banhe e lave a alma lá no rio
Da clara luz do seu olhar querido...

Eu dava o meu orgulho de homem — dava
Minha estéril ciência, sem receio,
E em débil criancinha me tornava.

Descuidada, feliz, dócil também,
Se eu podesse dormir sobre o teu seio,
Se tu fosses, querida, a minha mãe!

Antero de Quental, in "Sonetos"

Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães se vão embora?

Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.

Mãe, na sua graça,
é eternidade.

Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?

Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Carlos Drummond de Andrade, in 'Lição de Coisas'

Chapelada a Vasco

Grande crónica que meu mestre Vasco Pulido Valente assina hoje no "Público"...

Vão ler que vale a pena...

quinta-feira, abril 28, 2011

Não há Juízo...

Uma curta mensagem para compartilhar convosco algum espanto pela ausência de bom senso por parte dos "Chefes" do PS e PSD nesta altura em que se ultimam as doses de cavalo  do remédio para a Crise que nos serão "servidas" pela Troika dentro de dias, tendo sempre por fundo  o cenário de pré-campanha eleitoral.

Onde iremos parar se estas diatribes quase infantis não cessarem?

Ele é a confusão ente a União Nacional ou a Salvação Nacional. Eles são a falta de programa do PSD e a ausência de ideias novas no Programa do PS de ontem. Já sem falar nos ataques pessoais mesquinhos, a toda a hora, vindos de todo o lado...

Não se podem calar estas gentes, já que segundo parece nada têm para dizer? Esperem pela campanha e pelos debates televisivos, para então despejarem a vossa bílis  amarga sobre quem quiserem...

Olha que Pôrra Compadres!

quarta-feira, abril 27, 2011

Cegos que conduzem outros cegos

Evangelho segundo S. Mateus 15,1-2.10-14.

Aproximaram-se, então, de Jesus alguns fariseus e doutores da Lei, vindos de Jerusalém e disseram-lhe: «Porque transgridem os teus discípulos a tradição dos antigos? Pois não lavam as mãos antes das refeições.» Jesus chamou, depois, a multidão para junto de si e disse-lhes: «Escutai e tratai de compreender! Não é aquilo que entra pela boca que torna o homem impuro; o que sai da boca é que torna o homem impuro.» Os discípulos aproximaram-se dele e disseram-lhe: «Sabes que os fariseus ficaram escandalizados, por te ouvirem falar assim?» Ele respondeu: «Toda a planta que não tenha sido plantada por meu Pai celeste será arrancada. Deixai-os: são cegos a conduzir outros cegos! Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão nalguma cova.»

Sempre gostei muito deste episódio da vida de Jesus, aqui contado por S. Mateus. Reparem que "não é aquilo que entra pela boca que torna o homem impuro, mas sim o que sai pela mesma boca!!"

Reflexão importantíssima para o gastrónomo amador, cozinheiro do pior  e escriba inventor que se dirige a V. nos tempos que correm. Mas adiante que não estamos em Amarante...

 A verdadeira razão desta minha chamada de hoje ao texto sagrado, foi a citação "Deixai-os: são cegos a conduzir outros cegos! Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão nalguma cova.»

O que podem fazer os cegos se os encarregam de conduzir outros cegos? Todos cairão nalguma cova (ou Buraco)...













Somos nós os cegos que nos deixámos conduzir por outros que tais. Desde que a brisa da Democracia soprou no rectângulo parece que nos endoidámos pela liberdade conquistada e vai de brincar "às casinhas" com os recursos (poucos e mal aproveitados) deste País.

Pode ser que, como dizem alguns - meu mestre Vasco Pulido Valente entre esses - que Portugal nunca tivesse tido, desde os tempos de D. Afonso I, "sustentabilidade económica" para se governar sózinho como País independente. E que apenas os ciclos das especiarias, das pedras preciosas da India e do ouro do Brasil nos tenham permitido alguns fulgores  face aos congéneres e certos laivos de aparente abastança localizada. Mas nunca tais fenómenos foram associados ao desenvolvimento real do País.

O que se "desenvolveu" terão sido os bolsos das classes dominantes, dos burocratas das Alfândegas , dos "Contadores Reais". Ontem, como hoje, há sempre alguém a ganhar com as crises, seja  uma casa nobre ou  um Partido.

 D. Dinis, o Rei iniciado,  "Plantador de Naus a Haver" ,  ainda pensou para a frente , mas depois dele tenho a impressão que a esmagadora maioria dos nossos governantes  só pensaram para trás e para ao lado:

- "Para onde me devo virar para mais abocanhar do pedaço que me coube da herança do velho Afonso? Olha ali os Judeus cheios de massa à espera de quem os tosquie..."

E lá foram os tristes judeus desenvolver os Países Baixos , deixando para trás uma  terra "mãe de vilóes e  madrasta de homens honrados" tal como o Poeta se referia a Goa.

Nestes tempos do agora, com a Troika a assobiar-nos às pernas e com os dirigentes(??) que temos, não sei se necessitamos de ainda mais cegos para nos conduzirem ao abismo. Os que temos são capazes de chegar.

Não querem abrir os olhos antes que seja tarde de mais?  

terça-feira, abril 26, 2011

Temos a Burra nas Couves! (Outra vez?)

Odeio que me façam passar por parvo, enfim, mais parvo do que a parvoíce que assumo que tenho metida no corpo e que, no que toca a dar, não é pouca... De facto tanto eu como o meu Senhorio temos um problema genético lixado: ambos temos muita dificuldade em dizer que não aos nossos interlocutores. E , nos tempos que correm, há mesmo necessidade de dizermos "Não" de quando em vez e infelizmente.

Já um bocado marafado por causa da ausência de serviço de internet lá em cima, quando cheguei a casa fui mais uma vez abordado pelo meu Primo - o tal sacaninha que vai mostrar alguns destes Posts à minha Santa cá de baixo - para fazer parte dos corpos dirigentes do Estoril-Praia.

Seria para aí a quinta vez que ele me pede para eu dar para esse peditório, e também a quinta vez que eu lhe digo que "Não dá Manel! Estou muito ocupado e não posso, e porque não tenho tempo, e mais que também".

Pois o grande animal (que não tem outro nome) não vai de pedir à Santa o meu cartão de sócio (sócio nº 741 , emblema de prata)  quando me viu de costas lá na Beira Alta, e vá de tratar de tudo sem meu conhecimento nem autorização??!!

Quando cheguei lá estava ele, com o seu sorrisinho das manigâncias,  à minha espera com um cartão na mão:

-"Primo, tens aqui um cartão novo do Estoril que eu te arranjei!"

Vai daí, o corno, que  nada sabia,  ainda agradeceu:

-"Muito Obrigado! Mas porque é que te estiveste a incomodar?"
-"Não foi incómodo nenhum! Aproveitei quando lá fui entregar o teu nome para a Assembleia Geral e tratei de tudo. Olha que até brilha o cartãozinho!"
-"O meu nome para a Assembleia Geral? Importas-te de repetir isso?"
-"Atão não tínhamos combinado tudo antes de partires? Mas que coisa, não te lembras de me teres dito que não tinhas tempo para pertenceres à Direcçção? Dessa forma indiquei-te para a Assembleia Geral, que não dá trabalho nenhum Primo!"

Ai o Cab*** do Boi  de Me*** !

Fiquei estarrecido a gaguejar , enquanto que o estúpido do Senhorio se rebolava a rir mesmo ali ao lado. E, como de costume, em vez de o mandar levar a candidatura, enrolá-la bem e metê-la nalgum buraco fundo que eu suponho que ele ainda tenha entre as pernas do lado de trás, acabei por concordar.

Espera aí besta quadrada que já tornas a levar as garrafitas do Dão Tinto do Centro de Estudos de Nelas para o almoçito da Páscoa...
Todos os anos temos esta combinação: eu dou o vinho para  os almços festivos e ele convida a Santa para almoçar lá em casa quando eu cá não estou. É o "suborno" , as "luvas" que pago à família para que convidem a Santa para  a Páscoa e o Ano Novo...

Mesmo assim o gajo é abusador, porque leva sempre o vinho,mesmo que  eu esteja aqui no Estoril  e consequentemente tenha de ter lá a Santa  sentada...

Mas este ano tás lixado Primo! Para o Natal levas Verde Tinto cascão, da casta Vinhão, com a recomendação de ser bebido morno, à temperatura ambiente que é para ver se gostas!

Agora a minha única esperança é que a nossa Lista perca as Eleições. Mas não é de confiar. Ou muito me engano ou ali no Estoril as Eleições  ainda serão mais "arranjadinhas" do que as do Sporting... O que não é dizer pouco.

segunda-feira, abril 25, 2011

25 de Abril SEMPRE








Viva Portugal!

Crónicas da Serra - Primeira e Última...

Chegámos com a chuva. Pouco frio, temperaturas a rondar os 14º, mas chuvinha em barda.

As discussões sobre a política caseira repetem-se à mesa, parecendo aos amigos aqui de cima que a malta de Lisboa, por estar mais perto do Poder, terá maior conhecimento destes assuntos. Mas não tem.

A crise reflecte-se aqui na Serra sobretudo no aumento do desemprego e do preço das coisas para o dia-a-dia. Dá a ideia que não vão perdoar ao actual Primeiro-Ministro o estado a que “as coisas” chegaram. E postos perante a realidade das últimas sondagens, com o PS a subir e a fazer empate técnico com o PSD, questionam-se “como é possível?”. “Mas que Povo é este que parece que gosta de se sentir atazanado?”

Mas logo concluem “A alternativa não presta…O PSD vai retirar ainda mais regalias, o Serviço Nacional de Saúde, a Educação…”

Os velhos recordam os tempos de antigamente e avisam que todos têm que se preparar para grandes faltas: “Cuidem bem das terras. Quando o resto faltar é dali que têm de ir buscar o sustento, como há 50 anos…” Esta noção que o País “voltou ao antigamente, ao tempo do Botas” começa a tomar corpo, apesar de injusta. E nota-se um grande desânimo sobre o futuro dos filhos: “Estão a estudar para quê? Para o subsídio de desemprego? Enquanto houver?”

Só quando o tinto ou o branco começam a correr pelas gargantas é que a malta anima mais um bocado. À falta de alegrias vindas lá do lado do Benfica (hélas, nem a conquista da Taça da Liga, pobrinha, ajudou…) os amigos falam do Real Madrid e do Ronaldo, Mourinho e companhia.

Na Sexta feira Santa, fiz um Bacalhau à Gomes de Sá mais comunitário, que chegou para uns 8 ou 9, alterando assim a tradição da cabeça de cherne (embora grande não permitia tal partilha alargada) que ficou para outra noite. Acho que mais vale ter mais pessoas à mesa, à volta de uma refeição “de conforto” do que nos remetermos ao isolamento, cada qual em sua casa.

Assim todos trazem do seu vinho, cada um vai gabar-se que o seu “é que é bom”, e estando o bacalhauzinho de feição (como estava, modéstia à parte) sempre se esquecem por umas horas as maleitas destes tempos que correm…

E bebemos uns copos à saúde do FMI, que aqui por cima já arranjou alcunha: Fomos Mal Informados !

E foram. Eles e nós. Sobre o real tamanho do “Buraco”. Já nem se sabe se há ainda País ou se é só Buraco…

Agora ala para baixo que na Terça Feira é dia de trabalho...

Tás Mudo ou Quê Blogger??!!

Problemas de ligações!

Nunca tal ainda me tinha acontecido, mas há sempre uma primeira vez para tudo. A banda larga que trazemos para a quinta “pifou”… Houve que correr a Viseu para ver o que se passava. Aparentemente eu não teria pago 4 (quatro!) meses do contrato que temos com a TMN. Depois deve ter aparecido uma factura com o acumulado, que paguei.Foi já há um mês... Mas tarde de mais…Tinham cancelado a placa ou lá como se chama a coisa, dois dias antes do pagamento…

Claro que depois de ter ido a Viseu na Quinta feira passada ficámos à espera de reactivação até hoje, Segunda Feira ...Mau serviço. Estamos na Páscoa, faz-se tolerância de ponto debaixo dos narizes dos Credores\Prestamistas..O que é que Vocês querem? É o País que temos, ou melhor, que deixámos construir à nossa volta...

O problema é que só usamos esta “coisa” da Placa de banda larga móvel 3 vezes por ano, quando vimos para aqui, nos intervalos fica lá sossegadinha em casa, sem sair da gaveta…Dessa forma é impossível saber se está activa ou não. E para mais complicação, da TMN pago outras facturas todos os meses: as do meu contrato de empresa para os TeleMóveis todos da família (de Seia e do Estoril). Por essas dá-se logo se não forem pagas. Olá se se dá! Fico com as orelhas a arder dos impropérios de quem Vocês adivinham, neste caso com o neto (traidor!) a picar por fora.

Por outro lado, a minha morada oficial e fiscal é a da minha Mãe, por comodice . Nunca a mudei, nem mesmo quando morava lá mais para cima. Isso significa que para além do carteiro dos CTT, ou do “outro”   - das BAN’s e mais concorrentes da PostContacto – ainda temos depois na “last mile” o serviço de entrega ao domicílio em mão, o antigo serviço “por próprio” que se distinguia do seu primo “em mão própria”. (Hoje só os velhos postalistas é que se lembram disto.)

Ora este último serviço de entrega, os "longínquos" 10 ou 12 metros que distam entrea  casa da Santa e a nossa, tem dias que funciona bem e outros que nem por isso, dependendo se a “carteira” tomou ou não os comprimidos pela manhã…

Porque não paguei 4 meses ? Eu pago tudo o que me aparece para pagar em cima do aparador. Até admito que pago facturas que não são minhas, por exemplo as da minha Santa, se ela calha pô-las lá também (e às vezes, quando lhe convém, põe mesmo! Maluco sou eu…). Se as facturas lá estão, são pagas. Se não estão, não sou adivinho.

Saber se foram entregues pelo carteiro ? (ai os CTT sempre a servir de bode). Saber se o erro foi da empresa de finishing da TMN? (não me digas que é a MailTec, que também pertence aos CTT…). Saber se afinal foi a Santa que as perdeu? Saber se estão caídas lá para trás das costas do aparador? Ninguém sabe e é mistério. Mas sem eu ser Sherlock encartado ou o seu émulo actual, Dr. House, sempre vos digo que uma ou duas cartas ainda admito que possa ter sido extravio…Agora facturas de 4 meses? Seguidos? Não me cheira. Nem no auge da esclerose da Senhora (salvo seja) tal coisa poderia ter acontecido.

O meu Senhorio diz que foi conluio da TMN para me obrigar ao pagamento em conta bancária…Mas comigo estão lixados. Enquanto eu trabalhar aqui nos Correios tenham paciência mas mandam as facturazinhas em sobrescritos e já gozam. E tenho muita pena por não os poder obrigar a colar selos!

terça-feira, abril 19, 2011

Páscoa na Serra

Como de costume parto amanhã para a nossa Parvónia. O Blog passará a ser transmitido em directo "lá de chima" , entre o convívio das sempre calorosas gentes serranas.

 "Crónicas da Serra"  a partir de Quinta feira Santa, pois é de admitir que logo na Quarta se encontre o Blogger relativamente combalido da  inevitável "prova" do Tinto e do Branco do ano passado...

Um Abraço e um Queijo da Serra para todos!

A Hungria inova a Democracia...

Uma curta reflexão sobre a notícia que li hoje . Um Partido húngaro, daqueles a que se convencionou chamar "do Arco do Poder", propôe que as mulheres com filhos menores passem a ter direito a dois (2) votos em cada uma das Eleições futuras que se realizem naquele País.

A questão em causa será a protecção dos direitos dos menores e o acautelar da situação futura do País em função daqueles que, dentro de 20 anos, possam vir a transformar-se em mais uma "Geração à Rasca"...

A ideia merece, como começei por dizer, reflexão. Quem melhor do que uma Mãe para votar com base naquilo que considera ser o melhor para o futuro dos seus filhos? Certo.
 Mas... Como se garante que qualquer Mãe, pelo simples facto de o ser, não possa (de igual forma como todos os outro) ser também manipulada e levada a votar nos Demagogos que por ali (ou aqui) se apresentarem?

Por outro lado, com a cada vez maior predominância  de idosos na sociedade  ( as pessoas vivem cada vez mais tempo) , como se vai coadunar esse desequilíbrio "infantil"  no Voto com os interesses da população envelhecida?  Por absurdo poderiam chegar a uma situação onde as Pensões, os cuidados paliativos nas doenças graves ou até os subsídios a Lares e outras instalações da Terceira Idade  fossem sacrificados em favor de um maior apoio do Estado aos jovens.

Finalmente, se há cada vez mais séniores, também existirão cada vez mais VOTANTES séniores.  Capisce?

Os velhos gregos - que inventaram a Democracia  (mas só para os cidadãos, isto é, para quem tinha alguma coisa de seu, sendo Homem, pois claro) -  também tinham as suas ideias elitistas sobre quem devia exercer o direito de voto. Mais tarde, sobretudo nas instituições mais à direita, de vez em quando ouvia-se falar sobre o direito de voto ser atribuído apenas a alguns grupos da população (como por exemplo a quem cumpriu o Serviço Militar). O Direito de voto só é exercido pelas Mulheres plenamente (mais de metade da Humanidade) há relativamente pouco tempo também, menos de 50 anos aqui em Portugal (1968). E ainda hoje se discute abertamente se os Imigrantes devem, ou não, votar no País de residência.

Na prática existiram na história  muitas restrições aos direitos do Voto, mesmo em Democracias:

- Os cidadãos tinham que ter certos rendimentos ( sufrágio censitário);
- Os cidadão tinham que ser do sexo masculino (sufrágio sexual);
- Os cidadãos não podiam ser analfabetos (sufrágio capacitário);
- Os cidadãos tinham que ter uma idade superior à maioridade legal (sufrágio etário).

Pesando bem isto tudo eu acho que existe alguma sensatez no velho refrão "uma  pessoa, um voto". Se bem que tenha de ser uma "pessoa" com mais de 18 anos...

segunda-feira, abril 18, 2011

Não se pode desligá-lo? (Ao Fernando Nobre)

O Dr. Fernando Nobre é pior que o Dr Alberto João ! Disputa com ele o ÓSCAR da parvoíce mediática. Cada vez que abre a boca sai asneira. Mas enquanto que o Senhor das Ilhas o faz de propósito, só para fazer assanhar os "côtenentais e cubanos, e os meios de comunicação comunistas",  o Dr Fernando Nobre parece mesmo que diz tal e qual o que lhe vai lá dentro, sem rebuços nem filtros racionais... Tem a qualidade (enfim...) de dizer os maiores dislates com a maior candura do Mundo... Tal e qual um "naif bon sauvage" saído de alguma Utopia de Rousseau...

À Segunda é Preto, à Terça é Cinzento, à Quarta já sai branco. À Quinta logo se vê que a procissão ainda vai no adro... E cita o Mahatma Ghandi para se desculpar de tamanha esquizofrenia... Ora sendo Médico não se poderia ir tratar a qualquer lado mais perto? Bem sei que está para fechar o Júlio, mas ele deve ter alguns contactos.

A entrevista da criatura , ontem à noite, devia ser gravada e estudada em cursos de comunicação social... Então aquela parte em que ele olha para acâmara e diz "olhos nos olhos do Povo que me conhece..." 

Impagável! Teve bom mestre, o "historiador" decadente e populista,  José Hermano Saraiva, que também usava essa técnica.

O ideal para o PSD seria montar-lhe um botão "Off e On". Não sei se é possível ou se ele deixaria, mas bem conversado e acenando-lhe com mais algumas mordomias... Tente Dr Passos Coelho! Olhe que aqui chegado nada tem a perder.

sexta-feira, abril 15, 2011

Para Descansar a Vista

Sobre o Egoísmo (ou talvez não) um poema forte do grande Fernando Pessoa, aqui "travestido" das roupagens do Mestre dos seus heterónimo, o avesso à filosofia,  bucólico e campestre Alberto Caeiro.

Nestas épocas de crise é necessário  em primeiro lugar Viver. Depois...o resto.

Ontem à Tarde um Homem das Cidades

Ontem à tarde um homem das cidades
Falava à porta da estalagem.
Falava comigo também.
Falava da justiça e da luta para haver justiça
E dos operários que sofrem,
E do trabalho constante, e dos que têm fome,
E dos ricos, que só têm costas para isso.

E, olhando para mim, viu-me lágrimas nos olhos
E sorriu com agrado, julgando que eu sentia
O ódio que ele sentia, e a compaixão
Que ele dizia que sentia.

Mas eu mal o estava ouvindo.
Que me importam a mim os homens
E o que sofrem ou supõem que sofrem?
Sejam como eu — não sofrerão.
Todo o mal do mundo vem de nos importarmos
uns com os outros,
Quer para fazer bem, quer para fazer mal.
A nossa alma e o céu e a terra bastam-nos.

Querer mais é perder isto, e ser infeliz.

Eu no que estava pensando
Quando o amigo de gente falava
(E isso me comoveu até às lágrimas),
Era em como o murmúrio longínquo dos chocalhos
A esse entardecer
Não parecia os sinos duma capela pequenina
A que fossem à missa as flores e os regatos
E as almas simples como a minha.

Louvado seja Deus que não sou bom,
E tenho o egoísmo natural das flores
E dos rios que seguem o seu caminho
Preocupados sem o saber
Só com florir e ir correndo.

É essa a única missão no Mundo,
Essa — existir claramente,
E saber faze-lo sem pensar nisso.

E o homem calara-se, olhando o poente.

Mas que tem com o poente quem odeia e ama?

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXXII"

É Oficial: as Agências de Rating são Vadias, Relapsas e Fraudulentas

Através do António Peres Metello soube hoje de manhã que a Standard & Poor's e a Moody's eram tratadas "abaixo de cão" num relatório de uma comissão especial do governo Norte-Americano (Financial Crisis Inquiry Commission) sobre o problema do Subprime (Investimento em títulos de "alto rendimento" a curto prazo).

Segundo as conclusões do Relatório , ambas falsificaram os dados de rating de muitas aplicações das tais subprime, as mesmas  que um ou dois anos mais tarde se transformaram em verdadeiro "lixo". Mas a essas deram as Agências um rating de "triplo A" (menos de 1% de probabilidade de desvalorização, imaginem!) Porquê? Porque ganhavam milhões de USD à custa dos papalvos que lhes seguiram os conselhos...

Agora têm alguns processos em Tribunal. Como é nos USA que correm os processos pode ser que alguém acabe preso. Se fosse aqui no burgo provavelmente seriam condenados a passar um Verão numa esplanada de Praia no Algarve, em vez das habituais férias nas Maldivas...

quinta-feira, abril 14, 2011

E se a "Ajuda" não vier?

Se a AJUDA não vier? Tá maluco ou quê?!!?   Amigos Leitores, já vi coisas mais difíceis acontecerem...

Obviamente que seria um grande pontapé na gramática comunitária e no mito da Europa Unida, mas hoje em dia quem é que liga a essas coisas? Só se forem as cinzas do Willy Brandt ou do Jean
Monet...


A Finlândia vai a votos no dia 18 deste mês. E se ganhar o Partido dos anti-europeístas é provável que não votem favoravelmente a contribuição finlandesa para a ajuda a Portugal...A seguir o q
ue pode acontecer? Manda-se tocar os bois para a frente mesmo sem a Nokia (perdão!) sem a Finlândia? Ou ...pára tudo?

Se parar tudo, aqui no burgo teremos uns tempos interessantes.

Os bancos fecham as portas ao público antes que sejam invadidos para o saque das caixas e dos cofres. O levantamento de dinheiro será muito limitado, mesmo aos seus possuidores.  A Tropa e a GNR ( desde que sejam pagos...) virão para a rua montar guarda aos Super e Hiper Mercados, bem assim como às Bombas de Gasolina e outros fornecedores de bens essenciais. Se não forem pagos...bem, a barbárie não está assim tão longe de nós. Em 5 milhões de anos de evolução a chamada "civilização" nasceu há uns meros 5000 aninhos...Uma criança...

O Povo alinhará nas filas das senhas de racionamento, do pão, do leite... Os grandes Credores - esses mesmos Bancos, a Unicre, as Companhias de crédito (da FNAC, dos créditos automóveis, etc...) - ou fecham as portas ou terão de negociar caso a caso com os seus devedores. Não será de estranhar que o Governo declare a Lei Marcial.

Impedido de pagar  as suas obrigações - quer ao nível privado quer ao nível do Estado - o País provavelmente terá de declarar falência (tal como aconteceu com a Argentina, há uns anos, em 2001).

As viagens ao estrangeiro serão limitadas, a inflacção crescerá a níveis insuportáveis, o desemprego afectará grande parte da população, mais de 30%. As grandes fortunas terão de ser nacionalizadas (o que cá ainda estiver e que deve ser pouco).

A agitação social e a criminalidade vulgar vão confundir-se. Haverá quem roube e mate para dar de comer aos filhos. Os Hospitais entrarão em colapso. Os doentes não terão medicamentos.

As únicas industrias a crescer serão as que têm a ver com a Segurança:  guarda-costas, sistemas de vigilância e coisas parecidas.

Se a Ajuda não vier, claro!

Mas há-de vir. Quem desdenharia ter aqui em baixo, mesmo no fundo da Europa, uma quinta de lazer para as férias?  Cheia de indígenas amáveis e desejosos de agradar a quem pague ? Umas Praias à maneira , com belo peixe e marisco?

Tipo Costa Rica para a malta endinheirada dos USA?


Fomos já um Protectorado britânico nos tempos miseráveis das Guerras Peninsulares, nessa altura a bandeira nacional que se içava na Madeira era a Union Jack... Sabiam?  Depois disso no estertor da Monarquia, idem, idem. Não é nada a que não estejamos habituados...

Infelizmente.

quarta-feira, abril 13, 2011

Uma Bela Cascata

Aqui perto de Lisboa, a uma hora de caminho pela A1 e pela A23, temos em Alferrarede, freguesia da Cidade de Abrantes, um poiso interessante para se visitar nalgum fim de semana mais azado, onde o "pitrol" terá sobrado da semana anterior...

Restaurante A Cascata

Rua Manuel Lopes Valente Junior 19-A
Alferrarede
2200-260 ABRANTES
Telefone: 241 361 011

Fecha aos Domingos (Jantares) e Segundas. Para lá chegar já sabem,  é tomar as socráticas vias , neste caso a A23 depois de enfiarmos pelo desvio de Abrantes e Tomar, na velhinha A1. Chegados a Abrantes Norte saímos e é  sempre em frente. Está um Cartaz na estrada principal a indicar o rumo certo. Para quem não o veja, sempre direi que , vindos da A23, ramal Abrantes Norte, será uma das primeiras ruas à direita  depois de entrarmos em Alferrarede. Sempre em frente e depois lá ao fundo à esquerda. Tudo está indicado, como disse.
 
Trata-se de um Restaurante que se encontra dentro de um recinto preparado para Festas, casamentos e coisas assim. Boa amesendação, bom aspecto, boas (muito boas) instalações.
 
Está aqui em baixo uma amostra do que por lá se come:
 
Entradas: Enchidos regionais; Amêijoas à Bulhão Pato; Camarão com alho; Cocktail de marisco.
Sopas: Sopa de peixe.
Peixe: Mayonnaise de gambas e pescada;Cataplana de tamboril; Bacalhau na Broa; Arroz de marisco; Achegã com migas; Bacalhau com natas; Ensopado de peixe; Feijoada de Gambas e Açorda de sável.
Carne:  Assadura com Migas de Couve;Bucho de porco e Bucho de carneiro recheado com presunto; Miolada à Cascata; Cabrito assado; Arroz de Pato; Picanha à Brasileira; Maranhos à Beira Baixa; Miolada e Entrecosto com migas de grelos. Carnes certificadas grelhadas no carvão (Costoletas, Rumpsteack, Rib's eye, tudo de Vaca. Plumas, Secretos e outros quejandos de Porco Preto)
Doces: Palha de Abrantes; Lampreia de ovos; Tijeladas; Mulatos.
 
A gastronomia regional está muito bem tratada. Buchos e Maranhos são de 1ª qualidade!
 
Para mim servem bem como entrada,  sem acompanhamentos. E  foi o que fizémos um destes dias, assessorados ainda por uma amável e bem vinda mayonnaise de pescada (que a calícula assim o indicava). Depois disso as magníficas carnes grelhadas. De uma vez fomos pelo Rib's Eye (excelente, de carne holandesa certificada) . Da outra pela "Assadura" que apesar do nome não é mais do que a barriga da porca em tiras pequenas, bem grelhada no carvão e acompanhada por migas de couve. Prato Emblemático do sempre aplaudido Poleiro de EntreCampos!

Vinhos do Tramagal, pois claro! Da Quinta  "Casal da Coelheira". O famoso Rosé de 2010 (primo do de 2008, campeão do mundo) e o Branco Fernão Pires também de 2010.

Preços muito razoáveis: 3 pessoas, de muito alimento, com Mayonnaise de Pescada, Bucho e Maranhos, seguindo-se a Assadura, 3 garrafitas de vinho, Dois Black Labels. 3 cafés. Tudo isto por cerca de 32 euros por cabeça!

Muito Bom e Recomendável!

terça-feira, abril 12, 2011

O Pato

O Pato? Nesta altura do campeonato, com os FMIs por portas adentro este gajo vem falar do "Pato"? Mas qual Pato? O Octávio Pato, coitado, já faleceu... Será que temos por aí mais algum político chamado "Pato"? Talvez um dos "Desconhecidos" do Dr Portas? Ou algum dos Independentes do Dr Coelho?

Não? Então deverá ser um Pato, pato mesmo, quá quá, Donald Duck... Ou não?

Eu explico. Na linguagem vulgar o termo "Pato" significa também "Palerma". Alguém pouco avisado ou  expedito. Uma criatura que é correntemente enganada pelos outros: "Caíste que nem um Patinho".

Pois no caso vertente o "Pato" sou eu. Patinho mesmo.

Um destes dias estava à espera de um Amigo para  almoçar num dos seus locais habituais (que não era  dos meus) quando vejo chegar à mesa do lado um vulto que me saudou com a cabeça e que me pareceu reconhecer.

Devo confessar que sou míope. E grande. Por outro lado dei aulas na faculdade durante 30 anos, o que me leva sempre a supor que, dado que mais de 2,000 alunos passaram por mim nessa altura, é sempre possível existir alguém que me conheça melhor a mim do que eu a ele (ou a ela).
A minha falecida Mulher até se irritava por eu estar sempre a acenar à janela do carro quando alguém me fazia também um gesto amistoso:

"- Mas tu conheces esta?
"-"Eu não, mas pode ser que ela me conheça a mim"
-" De onde?"
- "Por ser minha Aluna, lá da faculdade..."
- "Com esta idade? Deve ter uns 30 aninhos bem conservados ..."
(e eu,  já com a voz sumida)
- "Também dou aulas aos alunos trabalhadores..."

Por todos estes motivos até não estranhei quando a tal senhora  do Restaurante se dirigiu a mim depois dos acenos de cabeça  e me saudou efusivamente:

-"Como está? Há muito tempo que não o via!"
-" Estou bem muito obrigado!"

Por outro lado, não sei se se passa o mesmo convosco, mas eu sou incapaz de "dar o braço a torcer" nestas situações meio duvidosas. Se alguém faz finca pé que me conhece e se eu não me lembro, tento continuar a conversa até que me venha à memória o rosto e algum nome (o que é raríssimo). Mesmo assim o máximo que consigo articular à laia de esclarecimento é a sempre medíocre escapatória:

-" Conhecemo-nos lá do ISCTE não é ?"

Com esta "Sorte Grande " saída assim sem mais nem menos à minha opositora,  não admira que um enorme sorriso se lhe abrisse na face. Tinha ganho o dia.



















Daí até tentar convencer-me - ao "colega" ou ao "Professor" lá do ISCTE -  a fazer um investimentozinho num Produto financeiro da "máxima segurança, de uma Companhia de Seguros reputadíssima" , foi um passo. Que ela deu despudoradamente e já sentada à minha mesa.

O que me salvou, por entre os gaguejos habituais, foi ter chegado naquela altura o Amigo com quem tinha combinado almoçar naquele dia.  E que não esteve com meias medidas:

-"Minha Senhora por aqui outra vez? Olhe que não estamos interessados em nada do que propôe! . Não leve a mal mas preciso de falar aqui com o meu Amigo. Importa-se de se levantar? Muito Obrigado!"

Livra! É que sou mesmo um tótó com estas coisas. Fiquei de tal modo aliviado que até lhe paguei o almoço naquele dia, embora a combinação fosse ao contrário.  (Eu não disse? Patoooo)

Pior  do que eu só se alguém andasse com um letreiro ao pescoço: Pato. Podem abusar.

segunda-feira, abril 11, 2011

Nobre Quê? Importa-se de Repetir?

Numa jogada magistral de "abafa congresso do PS " Pedro  Passos Coelho e o PSD dominaram perfeitamente os sound bites de Domingo à noite com a notícia do convite (e aceitação) do Dr Fernando Nobre para cabeça de Lista do PSD por Lisboa e putativo Presidente da Assembleia da República no caso do mesmo PSD ganhar as Eleições.

Ah Dr Fernando Nobre, por muito que se compreenda e aplauda a iniciativa do Dr Passos Coelho, há que reconhecer que a sua aceitação enviou às malvas a Independência que arvorou nas Presidenciais.
Como dizia o antigo, "Eventualmente todos traem".  O Marechal Saldanha traiu o povo e o País porque "tinha muitas despesas", Vossa Mercê traiu se calhar por causa do insidioso e inebriante apelo do Poder...Quem o cheira uma vez fica "apanhado"... É pena.

José Sócrates deve estar a roer-se... Depois de tanta hora televisiva a cobrir o seu "Comício" , nada que encerrasse com chave de ouro a performance do Grande Líder... 

Sobejaram as más-criações dos seguranças para com os jornalistas (vide reportagem da SIC) , onde avultava uma criatura em mangas de camisa  - apelidada de "motorista"??!! - que lançava olhares de carneiro mal morto aos repórteres de imagem, empurrando-os e ameaçando-os.
Até o compreendo. Acaba-se o Governo, perdem-se as eleições, lá se vai a mama e o tachito... Dá para um gajo das barracas se desmoralizar. Mas não se preocupe que deve haver emprego para ele nalgum Parque de Contentores, na estiva. É só pedir ao Dr. Coelho.

Deste Congresso, cinematograficamente organizado , ficou-me um grande cansaço. Um cansaço do "modelo" de política Hollywood, com tele-pontos cruzados e com discursos de horas, com vedetas e com tsunamis de concordância. Onde - com algumas honrosíssimas excepções - se entronizou um reizete com alvares risadas e em babosa companhia, tal e qual os "cães do sim" que abanavam a cabeça e que se punham nas prateleiras de trás dos carros "pimba" dos anos 70.  Onde nada se falou dos problemas da Nação. Onde parecia que nada se tinha passado com esta gente do PS nos anos anteriores. Era atar e pôr ao fumeiro a 5 de Junho, com o quadro apagado e sem ressentimentos... Tavola Rasa.

O Caraças! Quem fez o que fez deve justificar-se perante o país e perante os votantes! E assumirem as consequências como se fossem Homens, de pé!

 Fala um velho socialista que ainda não confunde os ideais de Abril e a cartilha democrática e progressista do verdadeiro PS com este "arremedo" que nos governou e que nos vai ainda tentar governar outra vez. Cruzes Credo!

sábado, abril 09, 2011

Em louvor do Fiel Amigo, do David e do "Outro"

Tínhamos há muito combinado um almoço temático com pratos de bacalhau, para homenagear o Livro recém saído da Editora CTT "A Epopeia do Bacalhau" de Álvaro Garrido, David Lopes Ramos e com prefácio do Prof. Mário Ruivo.

A infame doença do nosso querido amigo David foi adiando este encontro de mais uns tantos amigos. Finalmente combinámos realizar o Almoço um destes dias, na Tertúlia do Paço, para onde tinha sido combinado há já uns meses largos.


O David, uma das minhas almas grandes , apesar da sua estadia no hospital tinha instado a comitiva a avançar sobre o "inimigo" sem demoras, que ele estaria desde já planeando fazer parte do "outro" Almoço ou Jantar, daqui a mais uns meses, onde decerto o treino adquirido neste se faria evidenciar, para melhor...

Assim fizémos. E brindámos à saúde do nosso Amigo e ao seu rápido restabelecimento.

O Chefe José Monteiro , muitíssimo habilidoso no que toca ao receituário tradicional luso, nem que fosse   por via da sua ascendência nortenha, aceitou o desafio, A Ementa foi acordada entre ambos, por proposta do vosso Blogger.

Doses maneirinhas, já se sabe, para que fosse possível provar de tudo.

Entrámos com os canónicos Pastéis de Bacalhau. Impecáveis!

Seguimos em frente com Línguas de Bacalhau de Coentrada (são guizadas lentamente em puxadinha de coentros e acompanham com arroz, ao lado,  também ele de coentros). Agradou mais a uns do que a outros, se calhar esperando a mais conhecida miscigenação das "Línguas" com o Arroz carolino, em guizado de sapidez assegurada. Mas como novidade e em qualidade de confecção, nada a dizer. estavam soberbas!

Depois veio o Bacalhau à moda de Gomes de Sá, honesto comerciante da grande Cidade do Porto, hoje completamente desconhecido se não fosse por esta sua criação imortal. Muito Bom também.

Terminámos com "Grão guizado com Sames de Bacalhau". Espectáculo!! O cume da obra prima gastronómica.

Alguns convivas nem "Línguas de bacalhau" tinham provado, quanto mais os Sames...Imaginem o gosto que eu tive em explicar isto tudo.

Êxito absoluto do Chefe José Monteiro, chamado à mesa para ouvir os "Bravo! Bravo!" que são de rigor (com sotaque francês, abrindo o "o".  Já agora quando imitarem façam tudo bem, morcões).

Bebemos um branco da Península de Setúbal (o sempre amável Lisa).

Mas para as coisas sérias um dos convivas tinha trazido 3 Magnums de Quinta da Bacalhoa de 2002.
Apesar do ano (2002) ser de torcer o nariz, estas Garrafas revelaram bem as excepções a esta regra geral. Muito boas, abrindo esplendorosamente o vinho com a decantação.

David, meu e nosso Amigo, se te calhar leres estas brejeirices lembra-te que  - por muito bom que fosse este Almoço - não chegaria aos calcanhares de uma torrada seca compartilhada contigo, com a tua memória, com a tua argúcia, com a tua sabedoria, com a tua bondade.


Cura-te depressa que temos saudades!

sexta-feira, abril 08, 2011

Para Descansar a Vista

Vou hoje dedicar os poemas da Sexta feira ao PS e ao PSD.

Ao primeiro, pelo seu Congresso,  incentivando os congressistas a procurarem bem, lá debaixo das camas do partido, no fundo das gavetas todas, pelo seu Cavaleiro Andante que os poderá levar de novo ao cume do monte, depois da inevitável ( e merecida) passagem pelo deserto. Tremo em pensar quem será Eleito...Ah, a ansiedade da espera...

 Ao segundo, que nos governará, avisando-o  seriamente das "Insinceridades" passadas e  convocando-o para o serviço público à moda do velho Cincinnatus, que quando derrotou o inimigo entregou os fachos (fasciae)  de "ditador" aos senadores de Roma e voltou para trás dos bois, onde o tinham ido buscar, empunhando o arado.



Prince Charmant

No lânguido esmaecer das amorosas
Tardes que morrem voluptuosamente
Procurei-O no meio de toda a gente.
Procurei-O em horas silenciosas

Das noites da minh'alma tenebrosas!
Boca sangrando beijos, flor que sente...
Olhos postos num sonho, humildemente...
Mãos cheias de violetas e de rosas...

E nunca O encontrei!... Prince Charmant
Como audaz cavaleiro em velhas lendas
Virá, talvez, nas névoas da manhã!

Ah! Toda a nossa vida anda a quimera
Tecendo em frágeis dedos frágeis rendas...
- Nunca se encontra Aquele que se espera!...

Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"

insinceridade

quis-nos aos dois enlaçados
meu amor ao lusco-fusco
mas sem saber o que busco:
há poentes desolados
e o vento às vezes é brusco

nem o cheiro a maresia
a rebate nas marés
na costa de lés a lés
mais tempo nos duraria
do que a espuma a nossos pés

a vida no sol-poente
fica assim num triste enleio
entre melindre e receio
de que a sombra se acrescente
e nós perdidos no meio

sem perdão e sem disfarce,
sem deixar uma pegada
por sobre a areia molhada,
a ver o dia apagar-se
e a noite feita de nada

por isso afinal não quero
ir contigo ao lusco-fusco,
meu amor, nem é sincero
 fingir eu que assim te espero,
sem saber bem o que busco.

Vasco Graça Moura, in "Antologia dos Sessenta Anos"  

quinta-feira, abril 07, 2011

Na escuridão qualquer fósforo parece lampião

Não amigos leitores, não se trata de piadinhas (mais umas) ao "apagão" da Luz... Nem sequer pela utilização do termo "Lampião".

O que vou fazer aqui hoje, depois da desgraça anunciada ontem e esperada há   mais de 2 anos (não acreditam?)  é simplesmente tentar pôr a malta a sorrir..

É  nestas alturas do desespero , em que nos apetece entoar a rima do fado "Boa Noite Solidão", e quando  já nos apercebemos que está para  "entrar pela janela o teu corpo de negrume",  que mais falta faz sonhar bem e rir com gosto.
















~
Ora tomem lá para análise e validação posterior as minhas Propostas de  Actuação da Sociedade  Civil  à entrada do FMI, que dividi em a) Medidas Preventivas; b) Medidas Atenuadoras e de Retardo; c) Medidas Correctivas.

a) Medidas Preventivas - Já eram. Terminou o prazo para as implementarmos em  finais de 1986 (quando aderimos à então CEE). Desculpem lá...

b) Medidas Atenuadoras e de Retardo (são medidas que tentam adiar as consequências da entrada e que preparam o País para o futuro, depois da saída)

1 - Mudar a fechadura da porta do País. Aguardar, contudo, que de cá saiam primeiro os ladrões.
2 - Ter alguma calma porque a 1ª medida deve levar o seu tempo. Embora se tenha requisitado a 7ª Esquadra Norte-Americana (70 Navios, 300 aviões, 40 mil marinheiros) para levar a banditagem, parece que ainda assim é curta...
3 - Receber os Auditores no Aeroporto do Funchal. Deixar o assunto nas mãos capazes do Dr Alberto João.  Ter o cuidado de levar a delegação ao  Cabo Girão,  sem esquecer algumas cascas de banana (da Madeira) perto do precipício.
4 - No primeiro almoço oficial oferecido aos segundo grupo de Auditores contar-lhes a história da Quaresma em Portugal, de como se estende quase até ao Natal. E servir-lhes a famosa "Caneja da Infundíce" da Ericeira (raia putrefacta com batatas cozidas e azeite, a tresandar do cheiro a amoníaco). lembrar-lhes que tal prato - muito tradicional - por questões de piedade e contrição é servido em Portugal  durante a Quaresma , sempre ao almoço e ao jantar. Nem se pode comer outra coisa. Nota: se tudo correr bem é de esperar que Bazem do País durante a noite agarrados ao cinto das calças...
5 - Para demonstrar as nossas conquistas no capítulo da saude, sobretudo por causa da baixa na mortalidade infantil e da alta na idade média de vida, levar a Delegação ao Curry Cabral. A ideia é esquecerem-se lá deles. Se tivermos sorte nunca mais encontram a saída e ainda apanham duas ou três doenças contagiosas. Hanseníase, Escabiose, ou qualquer coisa assim...

c) Medidas Correctivas (as medidas que os gestores públicos e a  população terão que tomar para se adaptar às novas circunstâncias). Estas Medidas são para a População em Geral (as que seguem). Mais tarde serão outras definidas para a População Geralmente Rica (ainda em análise).

1 - Trabalhar 7 dias por semana, (ou mesmo 8).
2- Para compensar os gastos na gasolina e nos transportes públicos devem os Trabalhadores escolher 3 noites por semana para trabalhar também.
3 - Fundir os actuais 4 canais de Televisão em apenas um. O TPVISIC
4 - Deixar de jantar quando se está em casa. Substituir a comida à noite por reality shows a passar na TPVISIC em sessões contínuas.Nas noites de trabalho haverá lugar à distribução de meia carcaça e três azeitonas por cabeça, nas profissões de desgaste rápido.
5 - Deixar de almoçar. Juntamente com a medida anterior combate-se a obesidade e poupa-se na fazenda das calças e saias.
6- Manter , por enquanto, o pequeno almoço. Mas começar já a treinar para também o eliminar.
7 - Ilegalizar os Banhos, públicos ou privados. Em sua substituição os cidadãos são convidados a deslocarem-se às Praias, aproveitando assim a nossa extensa orla marítima .Quem for apanhado a tomar banho em casa, ainda por cima com água quente, sujeita-se a julgamento sumário com entrada imediata em Clínica de recolha de órgãos para cidadãos doentes de Países normais. No caso - que é o meu - de nenhum órgão ter aproveitamento, o corpinho é enviado para uma fábrica (exportadora)  de rações para cães e gatos. Em Portugal os cães e gatos devem desaparecer misteriosamente depois de adoptadas estas medidas...
8- Abolir o Natal, Páscoa, Dia da Mãe, da Criança , e outros convites capitalistas ao consumismo e à gastação. Manter por enquanto o Dia do Pai, para onde se devem concentrar os recursos anteriores.

A Bem da Nação! 

Nota 1 - Porca a pirar-se para Espanha, pela Portela do Homem, antes que a "chouricem"
Nota 2 - Burro a rir antes de saber que é o Tacho que o espera...

Leitor apoia o Post sobre as indiscrições no Conselho de Estado

Assim é que é falar, digo, escrever. E então eu, já velho e cansado, que acabo de concluir que (ele) há arruaceiros em qualquer lugar!

Comentário ao Comentário: Amigo Leitor muito Obrigado!  

quarta-feira, abril 06, 2011

Até já abandalham o Conselho de Estado...

O Conselho de Estado - se bem entendo o seu alto significado - é um órgão de consulta do Sr Presidente da República, composto por Personalidades de altíssimo gabarito. Tem como função principal aconselhar o Presidente em momentos de importância capital e deve  pronunciar-se sobre um conjunto de actos da responsabilidade do mesmo Presidente da República.

Artº 142º da Constituição:

O Conselho de Estado é presidido pelo Presidente da República e composto pelos seguintes membros:
a) O Presidente da Assembleia da República;
b) O Primeiro-Ministro;
c) O Presidente do Tribunal Constitucional;
d) O Provedor de Justiça;
e) Os presidentes dos governos regionais;
f) Os antigos presidentes da República eleitos na vigência da Constituição que não hajam sido destituídos do cargo;
g) Cinco cidadãos designados pelo Presidente da República pelo período correspondente à duração do seu mandato;
h) Cinco cidadãos eleitos pela Assembleia da República, de harmonia com o princípio da representação proporcional, pelo período correspondente à duração da legislatura.


Assim à primeira vista tudo gente "do castiço", "à maneira" e livres de qualquer suspeita, não acham?

Estão enganados. Ou melhor, pode ter sido assim, mas já não é. Ora leiam:

O que se passava  lá dentro do Conselho de Estado sempre foi sagrado. Nunca, por nunca ser, um dos seus membros terá tido a audácia de vir cá para fora "chibar" abertamente o que foi dito e respondido dentro daquelas paredes...

É claro que "fugas de informação sempre existiram. Mas como ninguém sabia (enfim...) qual a origem, era possível acreditar nalguma "escuta de microfone "  por baixo da  Cavacal mesa (parece que Belém será muito dada a estas infestações) , ou então nalguma indiscrição do funcionário que mudava as garrafas da água. Ou coisas desse género.

Até anteontem..

O primeiro-ministro José Sócrates disse na segunda-feira, em entrevista à RTP, que não se falou de empréstimo intercalar na reunião do Conselho de Estado, enquanto Bagão Félix, conselheiro, acusou o primeiro-ministro de mentir, em declarações ao Público e à Rádio.

Depois houve posições a defender um e o outro (Carlos César e Almeida Santos por um lado, António Capucho pelo outro).

O antigo presidente da República Mário Soares - que apesar da ginjice dos 86 aninhos parece ainda ser um dos mais lúcidos políticos deste tempo -  rejeitou na terça-feira entrar na troca de acusações sobre quem está a mentir sobre a reunião do Conselho de Estado, lembrando a regra do silêncio:

«Eu não vou falar do que se passou no Conselho de Estado, porque é regra que os conselheiros vão para ali para falar ao Presidente e não para o público».
«Eu por mim sou membro do Conselho de Estado e não revelei conteúdo nenhum a ninguém, agora que saiu no «Expresso», saiu! Mas  como é que lá chegou, não sei»,

Isto disse o velho Márinho sobre o eventual pedido de ajuda externa intercalar.

E eu? Que hei-de eu dizer?  Que o PR devia escolher melhor quem mete lá pelas suas portas de casa "adentro"? Que em Belém a bagunça é tão grande que já deixam qualquer bicho careto pisar os tapetes persas que o Khadafi ofereceu à República noutras luas?

Ou, simplesmente, que  a  Honra e a Verdade  se cansaram da queiroziana "choldra" em que "isto" se tornou  e foram dar uma volta para outras paragens, onde o Ar será mais respirável?

E parece que se deram por lá bem e não há jeito nem maneira de as convencer a regressar... Pudera!

terça-feira, abril 05, 2011

O "Chinês" do Casino

Andamos a fazer "despedidas" ao Luiz Duran há cerca de 2 meses... À conta disso muito vinho se emborcou, muitos discursos se fizeram, muitas lágrimas se derramaram (depois do vinho) e por aí fora...

Mal comparado parece aquilo que sucedeu comigo quando, em Janeiro deste ano, ganhei a Lotaria. Calma que não foi o 1º Prémio! Nem o Segundo. Nem o Terceiro...Mas ainda foram 200 euritos que me calharam naquela cautela carago! Nos tempos que correm...

Tão satisfeito eu fiquei que desatei a celebrar com os amigos a minha sorte fantástica, em almoços e jantares que paguei com gosto. Escusado será dizer que ao segundo almoço, lá  para depois das entradinhas no sempre admirável "Galito" , já o avultado prémio que tinha ganho se tinha exaurido.. A partir daí foi só almoçar e jantar para o prejuízo. Mas alegrete.... E ainda não acabei as comemorações.

Ora bem, com o nosso Luiz tem-se passado a mesmíssima coisa. Como não o queremos ver a definhar lá para os seus desertos da Aroeira - ainda por cima em termos mundiais parece que lá para o verdadeiro Deserto as coisas estão mázinhas - muito o instamos a vir a Lisboa, compartilhar comes e bebes e derramar sobre a imberbe e parvática audiência as suas "pérolas" de sabedoria desenhática.  Quando está pelos ajustes, já se sabe. Caso contrário vai tudo corrido a impropérios. Abençoada boquinha....

No caso presente , e aí pela 6ª vez que eu me lembre, foi combinada uma outra "despedida"  com a presença de 10 Amigos no

Restaurante Mandarim
Praça José Teodoro dos Santos
Casino do Estoril

TELEFONE - 214667270

Entra-se pelo Jardim, em frente ao afamado Casino. O ambiente é de luxo. Os preços são assim-assim, a tirar para o caro, tudo depende do que escolherem.  Mas esqueçam tudo o que ouviram, viram e provaram sobre Restaurantes chineses, em Portugal ou por essa Europa fora... Ali, no Mandarim do Estoril, existe a mais perfeita casa de comida  chinesa (à moda de Guang Dong). Aqui ou mesmo lá na Mãe China.

O Chef de cozinha é considerado um dos melhores do mundo na sua arte. O atendimento, os apetrechos, a forma de servir são topo de gama. Se desejarem , existem salas privadas, com casas de banho privativas, onde tudo o que o Cliente razoavelmente desejar e existir nas amplíssimas adegas e armazéns desta instituição pode ser servido. Um almoço pode começar às 13h. Mas nunca se sabe quando vai acabar...

É impossível descrever pratos, pela abrangência da ementa, com mais  de 120 referências!

Mas naquela tarde , e obviamente bem conduzidos por colegas nossos que viveram muitos anos em Macau, foi possível comer muitíssimo bem e por preços que - embora algo espevitados (cerca de 50 euros por cabeça) - foram mais do que justificados pela altíssima qualidade de tudo o que se provou.

Começou-se pelo Dim Sum (mais tradicionalmente Yum Cha)  que consiste numa espécie de menu de degustação que o cliente compõe a partir de uma vasta selecção de ingredientes:  pequenos crepes, massas recheadas com camarão, todos os tipos de carnes, espargos etc... Tudo cozido a vapor.

 Sempre ao lado o pão chinês, cajus com mel e coco, bolinhos de sésamo ou  de inhame e camarão.
Atenção que o menu tipo Dim Sum só existe aos almoços!! Até se conta que se servido ao jantar é sinal de menosprezo do anfitrião por quem recebe...

Continuou-se por um dos  Ex-Libris da casa : O Pato à Moda de Pequim. Na primeira parte da refeição  degustamos a pele do pato, estaladiça e envolta em massa fresca, adubada com folhas de alho verde e molhos tradicionais.  . A carne é servida como segundo prato, fatiada ou enrolada em alface.

Terminou-se com uma sobremesa também em estilo Dim Sum.

Arroz Chau-chau com ananás e marisco, Carne de vaca com mel e pimenta preta, Gambas salteadas em ninho de pássaro, estes Pratos  não se provaram desta vez, mas são sempre opções magistrais.

Bebeu-se ...Chá (obviamente) . Mais um Verde branco Deu-la-Deu e um Tinto Duas Quintas (do ano). Terminou-se fazendo um Kampei ao Luiz com um cálice de Porto Vintage.

Quando será a próxima despedida?
Antes que o gajo fique "ginja"...
Já faltou mais...


segunda-feira, abril 04, 2011

Glória aos Vencedores e Honra aos Vencidos

O FCP conquistou ontem a sua 25ª vitória no campeonato nacional de futebol. Parabéns!

Na Luz (ai, ai) ganhou por 2 a 1 ao Benfica, o que tornou esta conquista ainda mais "apetitosa".
 Apesar de parte das comemorações  terem sido celebradas às escuras e com chuveiro de "baixo para cima" (com o sistema de rega ligado). Não havia necessidade e só demonstra falta de carácter, Acho eu.

Mas em Portugal somos pequenos que baste. Até nisto. E fala um benfiquista militante!

Quanto à justiça desta vitória,  nada a dizer. O FCP foi a equipa mais coerente e certinha durante todo o campeonato. O Benfica não se enxergou no início da contenda, por motivos que ainda ninguém explicou.

Vamos a ver a Liga Europa , a Taça da Liga  e a Taça de Portugal. Serão prémios de consolação? Sim, excepto um triunfo na Liga Europa, que salvaria a época do Benfica e coroaria de ainda mais glória o FCP.

Obviamente que torço pelos Vermelhos.

sexta-feira, abril 01, 2011

Para Descansar a Vista

Dois Sonetos nesta Sexta feira de muitos ruídos e estrondos que bastem, até aqui nos meus CTT. Um deles, do imortal Paul Verlaine,  fala-nos da Angústia, o outro, do nosso Príncipe, fala-nos de Esperança. A Vocês, Leitores, dou o privilégio da escolha.



Angoisse

Nature, rien de toi ne m’émeut, ni les champs
Nourriciers, ni l’écho vermeil des pastorales
Siciliennes, ni les pompes aurorales,
Ni la solennité dolente des couchants.

Je ris de l’Art, je ris de l’Homme aussi, des chants,
Des vers, des temples grecs et des tours en spirales
Qu’étirent dans le Ciel vide les cathédrales,
Et je vois du même œil les bons et les méchants.

Je ne crois pas en Dieu, j’abjure et je renie
Toute pensée, et quant à la vieille ironie,
L’Amour, je voudrais bien qu’on ne m’en parlât plus.

Lasse de vivre, ayant peur de mourir, pareille
Au brick perdu jouet du flux et du reflux,
Mon âme pour d’affreux naufrages appareille.

Paul Verlaine
Extrait des "Poèmes saturniens"

Para que quero a Glória Fugitiva?

Já é tempo, já, que minha confiança
Se desça duma falsa opinião;
Mas Amor não se rege por razão,
Não posso perder, logo, a esperança.

A vida sim, que uma áspera mudança
Não deixa viver tanto um coração.
E eu só na morte tenho a salvação?
Sim, mas quem a deseja não a alcança.

Forçado é logo que eu espere e viva.
Ah dura lei de Amor, que não consente
Quietação num'alma que é cativa!

Se hei-de viver, enfim, forçadamente,
Para que quero a glória fugitiva
Duma esperança vã que me atormente?

Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"

Marquem o 5 de Junho nas Agendas sff. Ouviram?

Eleições  a 5 de Junho. Não se esqueçam!

Depois não se queixem com a desculpa que "venha quem vier já não se endireita isto",  como ontem ouvia ao meu Cunhado, lá na Beira Alta.

Também tenho dúvidas que o País "se endireite" enquanto eu for vivo, mas se não votarem perdem o direito à indignação.

Para que é que isso serve?

De facto para pouco ou  nada. Mas pode evitar o recurso aos Xanaxes e afins. Nada melhor para espantar a angústia do que vir para a rua aos gritos, no meio de muita gente - não sendo Carnaval.