A infame doença do nosso querido amigo David foi adiando este encontro de mais uns tantos amigos. Finalmente combinámos realizar o Almoço um destes dias, na Tertúlia do Paço, para onde tinha sido combinado há já uns meses largos.
O David, uma das minhas almas grandes , apesar da sua estadia no hospital tinha instado a comitiva a avançar sobre o "inimigo" sem demoras, que ele estaria desde já planeando fazer parte do "outro" Almoço ou Jantar, daqui a mais uns meses, onde decerto o treino adquirido neste se faria evidenciar, para melhor...
Assim fizémos. E brindámos à saúde do nosso Amigo e ao seu rápido restabelecimento.
O Chefe José Monteiro , muitíssimo habilidoso no que toca ao receituário tradicional luso, nem que fosse por via da sua ascendência nortenha, aceitou o desafio, A Ementa foi acordada entre ambos, por proposta do vosso Blogger.
Doses maneirinhas, já se sabe, para que fosse possível provar de tudo.
Entrámos com os canónicos Pastéis de Bacalhau. Impecáveis!
Seguimos em frente com Línguas de Bacalhau de Coentrada (são guizadas lentamente em puxadinha de coentros e acompanham com arroz, ao lado, também ele de coentros). Agradou mais a uns do que a outros, se calhar esperando a mais conhecida miscigenação das "Línguas" com o Arroz carolino, em guizado de sapidez assegurada. Mas como novidade e em qualidade de confecção, nada a dizer. estavam soberbas!
Depois veio o Bacalhau à moda de Gomes de Sá, honesto comerciante da grande Cidade do Porto, hoje completamente desconhecido se não fosse por esta sua criação imortal. Muito Bom também.
Terminámos com "Grão guizado com Sames de Bacalhau". Espectáculo!! O cume da obra prima gastronómica.
Alguns convivas nem "Línguas de bacalhau" tinham provado, quanto mais os Sames...Imaginem o gosto que eu tive em explicar isto tudo.
Êxito absoluto do Chefe José Monteiro, chamado à mesa para ouvir os "Bravo! Bravo!" que são de rigor (com sotaque francês, abrindo o "o". Já agora quando imitarem façam tudo bem, morcões).
Bebemos um branco da Península de Setúbal (o sempre amável Lisa).
Mas para as coisas sérias um dos convivas tinha trazido 3 Magnums de Quinta da Bacalhoa de 2002.
Apesar do ano (2002) ser de torcer o nariz, estas Garrafas revelaram bem as excepções a esta regra geral. Muito boas, abrindo esplendorosamente o vinho com a decantação.
David, meu e nosso Amigo, se te calhar leres estas brejeirices lembra-te que - por muito bom que fosse este Almoço - não chegaria aos calcanhares de uma torrada seca compartilhada contigo, com a tua memória, com a tua argúcia, com a tua sabedoria, com a tua bondade.
Cura-te depressa que temos saudades!
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