Ando
farto das dores da ciática, isso já todos sabem. E tem-me custado evitar por
essa causa os almoços com os amigos, os convites para jantar com os amigos (tínhamos
mais uma ida ao “deserto” combinadíssima) e coisas do género.
Mas como
não posso (poder posso, mas não devo) evitar a minha presença nos actos
oficiais do meu trabalho, o resultado prático é que cada vez estou pior.
Ou pelo menos
não vejo melhoras, o que somado à impaciência típica da situação, é o mesmo que
estar pior.
Dessa
forma mandei às malvas os cuidados e aceitei partilhar com a Fátima e o Mário (as fotos são dele)
um convite no Beira Mar para o almoço, já prometido no tempo em que o saudoso
David ainda privava connosco. Afastado esteve Mestre José deste convívio, por
motivos que têm a ver com o conteúdo do mesmo. Já lá chego.
A ideia
era mostrar a quem não sabe algumas das preparações da Lampreia hoje caídas em
desuso em Portugal, mas ainda vivas nalgumas zonas da nossa vizinha Galiza.
O Paulo
Mendonça tem telhados formosos por aqueles lados, e em função disso preparou-nos um almoço
só de lampreia em várias apresentações.
O nosso
Zé não aprecia lampreia, costumando dizer com imensa piada que “ofereço gostosamente a quem gosta o meu quinhão anual da dita
cuja”.
Vieram
para a mesa Lampreia seca recheada, Lampreia seca grelhada e arroz de lampreia
( as três asneiras…).
O
acompanhamento foi dado por um Dão Branco
de 2010, inimitável, do Centro de Estudos de Nelas (soberbo, austero, quase
granítico) e um Tinto Douro de 2010 Crasto Vinhas Velhas, também ele admirável.
Quem não
conhecia ficou cliente. Quem já conhecia lambeu os beiços. O problema é que
naquelas preparações e sem darmos por isso “gastaram-se” 4 lampreias…E gordas.
4
Lampreias para 5 pessoas… Ao preço de mercado façam-se as contas , que não
devem ser simpáticas…
O meu
senhorio tratou do transporte , para lá e para cá. Durante o almoço ainda me
levantei algumas vezes, mas a companhia até ajudou. O pior foi quando cheguei a
casa…
Mas não
me queixo (em voz alta). Perdoa-se sempre
a dor que causa pelo bem que soube.
Amanhã
estou no Jardim Zoológico, outra vez a estragar o que o repouso da noite ajudou
a curar. É o lançamento do Postal Inteiro dos 130 Anos do Zoo. Era para estar o Presidente da Câmara de Lisboa, mas com os últimos desenvolvimentos vai o Vice. Que não tarda será o Presidente... Et pour cause.
E como
para a semana que vem tenho de ir dar duas conferências a Rabat, tenho cá para
mim que esta coisa da ciática em cima do coiro da mula (ou do camelo, com mais propriedade) veio mesmo para ficar.
Uma coisa
é certa: esta foi a última vez que me queixei aqui no blog. Quem não tem juízo é
com o corpo que deve ir pagando.
Nota Final: Lá no Zoo de Lisboa a nossa Chita
(os CTT são padrinhos) chama-se “DáKartas”… Escrevi aqui o nome porque amanhã
vão-me entrevistar e sou capaz de me esquecer…
DáKartas!!
Baza a correr ou ainda acabas no tacho…Amanhã chega o gordo!
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