quinta-feira, maio 08, 2014

Para Descansar a Vista

Tenho ultimamente sido menos assíduo aqui no Blogue, e há leitores que já repararam e ainda bem.

Ultimamente as minhas "avarias" pioraram. É a idade da "viatura" a dar os sinais da inescapável decadência, contra a  qual lutarei até ao fim, como é normal. O "motor" está bom e recomenda-se, mas os apoios, a "suspensão hidráulica", estão a precisar de uma reforma.

Desta vez foram os problemas no joelho e na perna direita que me obrigaram a andar pelos hospitais e a enfiar analgésicos para a veia (poderia ser pior). O tal joelho que teve a já conhecida desavença rural com o tractor ( e perdeu, como bem se lembram).

Deixemos para trás as questões de "garagem e mecânica", (sempre com factura e número de contribuinte por causa do AUDI) e louvemos o mês de Maio com poema à sua medida.

Este Maio é mês de grandes palpitações aqui no burgo: Sai a Troika, teremos Eleições e ainda as "finais" do Benfica!

Parece que só nos resta ter Esperança...

Venha de lá então - com todo o respeito! - Alcipe.

 Leonor de Almeida Portugal,  Marquesa de Alorna, teve uma vida que dava bem um filme de David Lean (A Passage to India, Lawrence of Arabia). Ninguém (ou poucos), como ela, saberiam dar valor à palavra Esperança.

Esperanças de um Vão Contentamento

Esperanças de um vão contentamento,
por meu mal tantos anos conservadas,
é tempo de perder-vos, já que ousadas
abusastes de um longo sofrimento.

Fugi; cá ficará meu pensamento
meditando nas horas malogradas,
e das tristes, presentes e passadas,
farei para as futuras argumento.

Já não me iludirá um doce engano,
que trocarei ligeiras fantasias
em pesadas razões do desengano.

E tu, sacra Virtude, que anuncias,
a quem te logra, o gosto soberano,
vem dominar o resto dos meus dias.


Marquesa de Alorna, in 'Antologia Poéticas"

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