sexta-feira, agosto 19, 2005

1- Quotas de Mercado: Como calculá-las em Portugal?

Fala-se muito em Quotas de Mercado nas Empresas onde a concorrência é mais pressionante - por exemplo,quando trabalhava no MKT da actual cttExpresso éramos constantemente avaliados pela "queda" ou "subida" da Quota. Também nos Relatórios da Anacom sobre o Sector Postal essa terminologia aparece com laivos de recorrência nos últimos anos.

Por isso abro aqui um Fórum sobre esta matéria, reservando alguns Posts (depois das Férias) para análise de alguns detalhes mais técnicos, com relevo para a Grande Questão: Serão fiáveis os números que nos apresentam?

Como "Pontapé de Saída" para este assunto refiro-me ao cálculo das Quotas de Mercado.
Conheço duas ou três opções, isto a fazer fé no muito que tenho lido sobre o assunto e em mais de 25 anos de prática a desenhar Estudos de Mercado.

Não considero (nem de perto nem de longe) que sou "dono" da verdade absoluta em relação a esta matéria, pelo que até agradeço a quem queira trazer mais elementos para esta análise.

Aqui estão os métodos mais utilizados:

a) Criar uma Associação Profissional que reuna as empresas do ramo que se pretende analisar e cometer-lhe a responsabilidade do tratamento dessa informação de gestão (obviamente manipulação dos Balanços e Contas de Exploração dos associados) . A Associação garante a confidencialidade e a fiabilidade dos dados, e entrega a cada Sócio, uma ou duas vezes por ano, relatórios com a hierarquização da respectiva posição no Ranking (em números relativos) do Sector.
Muito pouco praticada , ainda, em Portugal, é no entanto esta a forma mais credível e espalhada de obter Quotas de Mercado nos Países mais desenvolvidos, com relevo para os USA. Em Portugal são exemplos a ACAP (automóveis) e a Grande Distribuição.

b) Fazer um desenho de processo amostral sobre o sector em causa, que inclua
1- Desk Research ao nível da informação publicada em jornais e revistas de referência
2- Consulta dos dados públicos sobre a actividade, em organismos governamentais, associações de Classe, sindicatos, etc...
3- Análise Cliente -Mistério dos principais Operadores, Clientes destes e Fornecedores.
Sai muito caro para ser bem feita , já que necessita de quase um ano de preparação e execução, uma vez que há necessidade de documentar muito bem todos os passos do estudo. Que eu saiba, nunca se fez no nosso país com a amplitude que eu entendo que deve ter.

c) Por fim, não ilegal mas - no mínimo - pouco ética, partir para uma análise de Mercado "disfarçada" de estudo universitário sobre o Sector.
Por estranho que pareça, este método utiliza-se com alguma frequência em Portugal.

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