quinta-feira, agosto 04, 2005

Gastronomia - Notícias em "flash"

O "Público" de hoje dá conta do aparecimento de um novo Restaurante brasileiro em Lisboa, na Rocha do Conde de Óbidos. Chama-se "Uai!" e a novidade é que desenvolve - tanto quanto sei pela primeira vez em Portugal - os conceitos tradicionais da cozinha "mineira".

Noutros tempos da minha aventura filatélica tive ocasião de experimentar no Brasil, várias vezes, esta deliciosa (e diferente) cozinha tradicional, pelo que a visita a este"Uai!" se torna obrigatória.

Obviamente que, depois, será candidato a crónica neste local...

O "Uai!" Está aberto aos almoços de Quinta- Feira a Domingos, e aos Jantares de Terças a Sábados.

Com a devida vénia e homenagem cita-se um texto das Autoridades de Minas Gerais sobre a sua coroa de glória gastronómica:


A cozinha mineira encanta não somente por ser uma das mais característica do Brasil, mas sobretudo porque é feita de pratos ricos em sabor e cheios de histórias próprias. São histórias bem brasileiras que remontam à época dos escravos, o ciclo do ouro, das pedras preciosas e cada prato tem sua história ...

A preparação desses pratos em ambientes modestos e com poucos recursos, termina por despertar um espírito criativo, seja nas misturas dos ingredientes, seja nos seus temperos, dando lugar assim a uma cozinha típica, muito rica e bem variada.


O prato "feijão tropeiro", por exemplo, era feito pelos homens encarregados do transporte do ouro desde as minas até a capital do país e era justamente nas paradas feitas durante a viagem que eles preparavam este prato de uma maneira bem simples.

A cozinha mineira é toda baseada nos produtos de fundo de quintal, o porco, a galinha, o quiabo, a couve, o fubá. Por isso mesmo, é simples mas de um sabor inigualável e marcante. Está intimamente ligada à cultura do povo que a iniciou através das cozinheiras das grandes fazendas.

A Cozinha Mineira seduz principalmente pelos aromas. E eles nunca saem da memória de quem já sentiu a cálida presença no olfato de um lombinho crepitando no forno, de um feijãozinho imerso em temperos, do torresmo saltando em pururuca numa velha travessa de ferro, da lingüiça que toma forma com seu principal tempero, a paciência , e onde as panelas agüentam horas sobre o calor para que as carnes se impregnem de sabores e liberem os aromas que calam fundo na memória de alguém que, algum dia, caminhou displicentemente pelas ruas de uma cidade do interior mineiro.

"Instantes depois a mesa foi posta e nos serviram um prato de feijão cozido com algumas verduras, arroz e canjica. Eu me achava de novo na terra hospitaleira de Minas Gerais." Auguste de Saint - Hilaire

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