quinta-feira, agosto 18, 2005

O CORREIO-MOR FEITO PELOS SEUS LEITORES

Publicamos a parte final do texto do nosso colega e amigo Carlos Capela

INOVAÇÃO, conhecimento e QUALIFICAÇÃO

Primeira parte: Inovação (continuação)

Vimos, até agora, que:

· A inovação pressupõe/exige a utilidade, benefício ou relevância social do resultado do acto criativo, a possibilidade da sua implementação ou aplicação prática, a sua sustentabilidade económica e, o que é mais importante, a criação de valor.

· A inovação é simultaneamente um resultado e um processo.

· A inovação envolve uma multiplicidade de actores, de interacções, de processos e actividades, e é necessário promover e implementar uma «política» e uma «cultura» de inovação. Em grande medida, a emergência da inovação está associada a “participação”, a “abertura”, a novas interacções, a novas redes e fluxos de informação.

· A inovação não pode ser inteiramente compreendida e explicada por modelos lineares, baseados apenas na incorporação de novas tecnologias e práticas. É necessário recorrer a modelos mais complexos e dinâmicos que integram conceitos como fluxo de informação, aprendizagem, organização qualificante e gestão do conhecimento.

· A inovação pode ser um processo contínuo e gradual. Nem sempre é necessário alterar radicalmente o paradigma de base para obter resultados. Neste sentido, inovação não se opõe a «melhoria contínua».

De onde procedem a criatividade e a inovação? Qual é a sua origem? De que são feitas a criatividade e a inovação?

Começámos por observar que a criatividade ou invenção precedem a inovação. «O criativo produz ideias novas. O inovador aplica as novas ideias e faz novas coisas acontecerem. Algumas (raras) pessoas talentosas conseguem fazer ambas as coisas.»

É frequente ouvirmos dizer que «a necessidade aguça o engenho». Na versão inglesa: «necessity is the mother of invention». Todos nos já sentimos como esta afirmação é verdadeira. Para além da necessidade, é comum, igualmente, referir os valores, a oportunidade, a vontade ou o interesse como factores determinantes da criatividade e da inovação. São, sem dúvida, aspectos muito importantes, mas não vão à essência da questão.

Retomemos a afirmação citada no início deste texto: «A inovação, ao transformar conhecimento em valor acrescentado, permite acelerar a transição para uma economia baseada no conhecimento, processo que tem estado na base dos casos nacionais de rápido crescimento económico.»

Mais do que na necessidade, na vontade ou na oportunidade, factores sem dúvidas importantes, a origem (e a “matéria-prima”) da inovação estão no Conhecimento.


Carlos Capela

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