"A Lição mais evidente legada pelas anteriores Revoluções industriais revela que o sucesso não pertenceu às Empresas ou Corporações que dispunham, à partida, de maiores vantagens."
J. Moore in "The Death of Competition"
Seguindo de perto as observações deste Autor falo hoje um pouco sobre a necessidade de flexibilidade nas Empresas de grandes dimensões, como nós somos, e dos perigos de "contarmos com o futuro garantido", o que é muito comum em Operadores Postais; mas sobretudo da forma como poderíamos recuperar a "alma CTT" tão posta em causa nos últimos anos.
A capacidade de evoluir e de mudar tem de se tornar numa das principais características da Empresa moderna. Esta "capacidade" pode até tomar a forma de uma "competência" específica - saber "fazer correio" - ou de uma vantagem e liderança competitiva quando associada a outras capacidades existentes na mesma Empresa - cobertura do território nacional pela Rede de Estações e Postos, por exemplo.
A estrutura em que se inserem estas capacidades e potencialidades é chamada pelo autor "Arquitectura da Empresa".
Esta "Arquitectura" funcionaria em diversas dimensões:
- A estrutura Física, moldada pelos Investimentos feitos ultimamente
- Os Valores, as Regras e as Relações de trabalho (há quem lhe chame a "Ética").
- O enquadramento interno e externo (pressões políticas, sindicais, lobbies,...)
No que respeita aos CTT Correios de Portugal as dimensões da Arquitectura estão feridas com gravidade:
- O investimento dos últimos anos foi selectivo - na Imagem (que já era muito forte) - e não produtivo.
- Abandonou-se o conceito de MKT e o reforço das relações com os Clientes Contratuais, para apostar nos produtos de Conveniência e no mercado Ocasional.
- Os Valores foram completamente postos em causa com a adopção de uma Política de Recursos Humanos desastrosa.
Tendo em atenção que os Gestores de Topo se deparam hoje com a necessidade imperiosa de terem de gerir o momento presente e, ao mesmo tempo, terem de adoptar uma perspectiva de longo prazo, é evidente que se torna imperioso "curar" rapidamente a nossa "Arquitectura" de forma a que a Empresa, como um todo, possa responder aos grandes desafios que se avizinham.
De que forma?
- "Fazendo as pazes" com a tecno-estrutura, respeitando as dezenas de anos de trabalho sério que foi posto em causa pela última gestão, sem nenhum motivo.
- Quebrando as regras da Burocracia para satisfazer as necessidades dos Clientes.
- Estabelecendo prioridades de investimento (material ou emocional) de acordo com a real importância do actual portfolio (Por exemplo colocando um Gestor de Canal perto da REDE que seja responsável por animar as vendas ao balcão dos produtos tradicionais que representam a esmagadora maioria das Vendas nesses locais e que estão quase "abandonados").
- Comunicando sempre, com clareza e com verdade. Uma Estratégia que não pode ser comunicada não pode ser integrada ou interiorizada pela organização.
(Continua)
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