Tom Cannon
in "Welcome to the Revolution"
Uma das teorias de gestão empresarial mais em voga postula a existência das normas seguintes:
a) Que os desafios que os Gestores defrontam no dia-a-dia da sua actividade são Qualitativamente diferentes daqueles que enfrentavam no passado.
b) A noção de que urge encontrar formas expeditas de ultrapassar os grandes dilemas, adaptando novas atitudes e comportamentos de toda a organização, sem todavia nunca esquecer o rigoroso cumprimento das responsabilidades quotidianas.
Aprofundando o primeiro ponto nota-se que os autores deste Modelo aconselham que os Gestores e Líderes empresariais de hoje devem deixar de supervisionar e de controlar directamente, para se dedicarem a papéis mais criativos e construtivos.
As tarefas do controlo de gestão passariam para as segundas linhas da Empresa, enquanto que as primeiras linhas deveriam investir em análise de mercados, desenvolvimento de novos produtos, e... muito estudo, quer da componente de gestão quer da de operações.
A realidade actual da nossa Empresa face a estas propostas é tão díspar que me abstenho de comentar. Mesmo concordando que se postula um comportamento da gestão de topo talvez demasiado "dans le vent" para servir a todos os perfis de Direcção e a todas as actividades, decerto todos concordamos que um Director de 1ª linha não pode, nem muito menos deve, ser apenas um "controleiro"!
No segundo ponto penso que o que se pretende dizer tem a ver com uma "velha" afirmação do grande Lee Yaccoka : "No epitáfio do Gestor visionário deveriam escrever: Este gajo tinha razão , mas lixou-se porque ignorou o seu Mercado Real e só trabalhou para o Potencial".
Na prática da actividade Postal e não ignorando que o Futuro porventura nos vai empurrar para outras actividades ou para especializações das actuais, talvez com cada vez menos Mensagens e cada vez mais entregas domiciliárias de Médios e Grossos, é bom nunca esquecermos que o Produto que continua a pagar-nos os ordenados - por enquanto e por mais uns bons anos - é o velhinho "Correio Normal"!!
Não se deve ignorar o "core" para investir apenas no acessório, embora este tenha mais futuro...
É que se deixarmos de prestar atenção ao "core" pode ser que não consigamos chegar a esse tal "Futuro"...
Como me dizia um destes dias um antigo aluno agora a trabalhar na Galp: " se a Galp deixasse de vender gasolina a Conveniência associada ao nosso conceito Lojas M24 iria rapidamente para as Estações de Serviço da Repsol!"
Claro que é onde está a gasolina que têm de estar obrigatoriamente os produtos de conveniência.
Nas nossas Estações convém não esquecer esse facto: Conveniência Sim, onde for rentável, mas Nunca à custa do "core"!
(Continua)
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