Por motivos particulares tive de me deslocar (outra vez) este fim-de-semana a Seia, onde me deparei com uma situação complicadíssima que tem a ver com o Grande Incêndio que assola a Serra da Estrela e com a miséria de algumas aldeias, onde só as casas se salvaram.
Para estas populações assoladas pelo desemprego associado à falência da Indústria têxtil na Região, as terras representavam a subsistência: as batatas, o feijão, as couves, algumas cabras, ovelhas e galinhas e os ovos.
Tentando manter a perspectiva, o que é difícil por me encontrar tão perto – também emocionalmente – do epicentro desta tragédia, recordo as lamentações dos proprietários rurais do Sul, veículadas pela Televisão, sobre os efeitos da Seca radical que nos aflige neste ano terrível.
Um conhecido cientista social, argentino de nascimento, proclamava contudo, há alguns dias e numa conversa de amigos:
”Pensam Vocês - os portugueses - que são pobres e miseráveis. Serão talvez os mais pobres de entre os ricos, mas não se esqueçam que, depois desses há ainda os verdadeiramente Pobres e depois os pobres dos Pobres. Enquanto os agricultores, em Portugal se queixam, com razão, da iminente morte dos seus animais, no Níger já há mais de um ano que são as pessoas que estão a morrer à fome, começando pelos bébés.”
Terríveis palavras estas... Sendo Portugal um dos países que está no conjunto dos 15% Mais Ricos do Mundo ainda nos queixamos, e com razão, do que nos acontece. Mas então e os outros? Que dizer dos Países que não têm medicamentos, nem comida, nem apoio social de nenhuma espécie?
Onde a Sida afecta quase 30% da População activa e onde a Mortalidade Infantil é de mais de 35%?
Muito teriam os Governantes destes Países, mortos ou vivos, que explicar – sabem que , só em África, já se gastou o equivalente a 5 Planos Marshal, em auxílio externo nos últimos 20 Anos? Para quê??
E em Portugal? Utilizámos bem os dinheiros que nos foram disponibilizados pela Comunidade Europeia?
Por Favor leiam o artigo do Herald Tribune desta Sexta Feira passada – citado em vários jornais portugueses – e do qual também cito, livremente:
“A Espanha aproveitou muito bem os fundos comunitários, investindo seriamente em infraestruturas de qualidade, sem esquecer a Educação. Portugal construiu mal e investiu pior, e não conseguiu aproveitar uma oportunidade histórica.”
Dá que pensar, não dá? Temos os Estádios do Euro... Mas a que preço?
Os “Mais Pobres de entre os Ricos” .
Poderíamos ser pobres de matérias primas, ou de outros recursos . Não admito que possamos ser considerados “Pobres de Espírito”.
O Futuro é já ao virar da esquina, e o EuroMilhões não serve de consolo para esta “apagada e vil tristeza” .
Regressa Vasco Pulido Valente. Estás Perdoado!!
Para estas populações assoladas pelo desemprego associado à falência da Indústria têxtil na Região, as terras representavam a subsistência: as batatas, o feijão, as couves, algumas cabras, ovelhas e galinhas e os ovos.
Tentando manter a perspectiva, o que é difícil por me encontrar tão perto – também emocionalmente – do epicentro desta tragédia, recordo as lamentações dos proprietários rurais do Sul, veículadas pela Televisão, sobre os efeitos da Seca radical que nos aflige neste ano terrível.
Um conhecido cientista social, argentino de nascimento, proclamava contudo, há alguns dias e numa conversa de amigos:
”Pensam Vocês - os portugueses - que são pobres e miseráveis. Serão talvez os mais pobres de entre os ricos, mas não se esqueçam que, depois desses há ainda os verdadeiramente Pobres e depois os pobres dos Pobres. Enquanto os agricultores, em Portugal se queixam, com razão, da iminente morte dos seus animais, no Níger já há mais de um ano que são as pessoas que estão a morrer à fome, começando pelos bébés.”
Terríveis palavras estas... Sendo Portugal um dos países que está no conjunto dos 15% Mais Ricos do Mundo ainda nos queixamos, e com razão, do que nos acontece. Mas então e os outros? Que dizer dos Países que não têm medicamentos, nem comida, nem apoio social de nenhuma espécie?
Onde a Sida afecta quase 30% da População activa e onde a Mortalidade Infantil é de mais de 35%?
Muito teriam os Governantes destes Países, mortos ou vivos, que explicar – sabem que , só em África, já se gastou o equivalente a 5 Planos Marshal, em auxílio externo nos últimos 20 Anos? Para quê??
E em Portugal? Utilizámos bem os dinheiros que nos foram disponibilizados pela Comunidade Europeia?
Por Favor leiam o artigo do Herald Tribune desta Sexta Feira passada – citado em vários jornais portugueses – e do qual também cito, livremente:
“A Espanha aproveitou muito bem os fundos comunitários, investindo seriamente em infraestruturas de qualidade, sem esquecer a Educação. Portugal construiu mal e investiu pior, e não conseguiu aproveitar uma oportunidade histórica.”
Dá que pensar, não dá? Temos os Estádios do Euro... Mas a que preço?
Os “Mais Pobres de entre os Ricos” .
Poderíamos ser pobres de matérias primas, ou de outros recursos . Não admito que possamos ser considerados “Pobres de Espírito”.
O Futuro é já ao virar da esquina, e o EuroMilhões não serve de consolo para esta “apagada e vil tristeza” .
Regressa Vasco Pulido Valente. Estás Perdoado!!
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