sábado, novembro 24, 2007

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Peço desculpa ao nosso Leitor Fernando Bernardo (da Suiça) por não transcrever aqui todo o seu extenso comentário, mas como sabem está o mesmo disponível à distância de dois cliques.

Dos 3 anteriores responsáveis pela Filatelia Portuguesa de que me lembro (porque os conheci pessoalmente) nenhum é filatelista (ou foi, porque o Engº Vaquinhas Cabral infelizmente já faleceu).

O 1º Presidente da WADP ou AMDF (em inglês ou em francês) Frank Daniels, grande Director de Filatelia da Bélgica e que foi um pouco meu mestre nestas lides - embora, na sua modéstia ímpar de grande senhor da Filatelia Mundial , fosse a mim que ele chamava isso - também não era (pelo menos até se reformar) filatelista.

Penso que, se pensarmos todos um bocadinho compreenderemos a razão. É que essas pessoas (incluindo eu próprio) estão tão perto da "produção", tão perto dos Artistas e das provas, dos enganos e dos ensaios, etc... que a sua integridade deve estar acima de qualquer suspeita.

E, como sabemos, à "Mulher de César não se exige apenas que seja honesta, mas também que o pareça".

Por isso não sou filatelista e nem um simples ajuntador de selos me considero. Aquilo que tenho em casa é uma colecção de todos os Livros de Filatelia que lançámos desde 1983. E a razão é simples, porque foram projectados por mim , desenhados pelo Luiz Duran e aprovados pelo Leiria Viegas. Foi o meu 1º trabalho, ainda "puto", para os Correios de Portugal. E dele me orgulho como de nenhum outro.

Sobre as Emissões em demasia já falei: cada vez maior notoriedade institucional da Filatelia. É o Governo, é o Sr. Presidente da República, é a Assembleia da República (como agora para o caso da Cortiça com lançamento em 28 de Novembro, ideia do presidente Jaime Gama), etc, etc, todas essas individualidades a solicitarem selos para comemorar alguma coisa.

E, pedindo desculpa se estou a magoar alguém, acho que este interesse é muito benéfico, pois faz a Filatelia sair do âmbito dos especialistas e passar para o grande público. Eu (nós) nunca vendemos tantos selos ao balcão das Estações de Correio. Mesmo que não circulem todos (embora muitos deles o façam) é bom ter a nossa "gente" do nosso lado e a saber o que são selos e como são...

Porque deixámos de lançar selos em Talhe Doce? Porque a INCM deixou de ter essa tecnologia, e ainda porque o tempo necessário para fazer uma gravura fora de Portugal era de aproximadamente 6 meses. A fazermos quase duas emissões por mês não era possível darmos conta do recado...Mas tenho boas notícias. A tecnologia de gravação manual evoluiu e hoje já é possível fazer "Talhe Doce" mais rapidamente. Como a CARTOR (gráfica alternativa à INCM com que trabalhamos) domina essa tecnologia nova pode ser que apareça uma ou outra série executada dessa forma ...

Acabar a carreira de filatelista em Dezembro de 2010... Bom o ideal seria não acabar e continuar connosco, mas já que tem mesmo de acabar este relacionamento de tantos ( e bons, permito-me acrescentar) anos , então acho que escolheu bem.

E , se tiver alguma paciência, ainda lançaremos uma ou outra série em "TALHE DOCE" antes de 2010 - ou mesmo lá perto. Para matar saudades das obras de arte dos anos passados.

2010 será, sem dúvida, um marco para a Filatelia Portuguesa. Altura em que , se calhar (atenção que se me citarem eu não escrevi nada...) podemos eleger pela primeira vez um português para Presidente da Federação Internacional de Filatelia.

Com os CTT (eu, ou quem na altura lá estiver) na WADP e outro "portuga" na FIP quem nos parará?

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Sr. Raúl Moreira,
Não lhe darei qualquer novidade ao afirmar que nos dias que correm, o marketing é meio caminho andado para a obtenção de resultados.
Vem isto a propósito dos do site dos CTT, e muito particularmente a área destinada à Filatelia; não compreendo que a divulgação dos novos produtos não mereça um outro destaque e que as imagens das novas emissões não constem antes, durante e nos primeiros dias posteriores à data de emissão, quando estas, por vias externas aos CTT já circulam.
A divulgação e promoção da filatelia "exige" melhorias nesta área... e os filatelistas agradecem.

Saudações Filatélicas,
Fernando Bernardo (Suíça)

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