terça-feira, dezembro 31, 2013

Pôrra de Vida!

Começou pessimamente o dia, com a notícia recebida logo às 7,30h sobre o falecimento da nossa colega gestora de clientes FIL, a São...

Uma das pessoas mais corajosas que conheci, surpreendida com o estupor da doença terrível ainda tão nova e com tanto para dar à família e aos amigos...

Um grande Abraço, São,  aqui da malta da filatelia! Boa viagem para um local que deve ser obrigatoriamente melhor do que este vale de lágrimas onde pouco mais fazemos do que pernoitar, e às vezes com pesadelos.

segunda-feira, dezembro 30, 2013

Crónicas da Serra 4

Despachado o candidato a noivo da minha afilhada (com louvor e distinção) embora seja de raça abstémia - o que muito entristeceu o futuro sogro - ficamos hoje com a tradicional ida ao Centro de Estudos Vitivinícolas de Nelas para ver se há novidades, aproveitando a embalagem para a visita ao sempre estimado Santa Luzia. Já me esquecia que o namorado também se revelou sportinguista, o que a bem dizer não abona muito da sua competência mundana... Enfim, não haverá situações completamente satisfatórias...

Ontem de manhã , à saída da Arrifana, o termómetro marcava 2 graus negativos pelas 8,30h. O que significa que durante a noite o "griso" deve ter batido nuns alarmantes 8 ou 9 negativos..

Nada que assuste um moscovita, pois claro! Mas aqui a malta do Estoril não está habituada a tanto gelo...

A barrigada de futebol de ontem à noite só deu tristezas aos adeptos do Estoril , cabr*** de ceguinho do Árbitro!! Mas a malta leonina (que aqui em casa é só o meu senhorio) também não ficou mais satisfeita com o empate com o Porto, depois de terem dado banho de bola. E, por uma vez, estou de acordo com o "lagartame".

Comprei em Freixo de Espada à Cinta uns molhos de alheiras, na feira de produtos regionais, quando lá fui com o Diogo para a homenagem a Jorge Álvares. E hoje ou amanhã vou experimentá-las aqui na Serra, com as tais couves da nossa horta e batatas salteadas.

Como sabem os especialistas têm opiniões distintas sobre a melhor forma de preparar as alheiras: uns dizem que devem ir ao forno, outros que é obrigatório "torrá-las" na frigideira...

O problema é contentar quem gosta da pele tostada ou quem prefere as alheiras "descascadas" no prato... Normalmente na frigideira aguentam melhor a pele mesmo que furadas com palitos. No forno o recheio costuma sair se nos distrairmos com os minutos de assadura,

São estas  as "preocupações" que me afligem aqui por cima... Isso e a escolha do vinhito para a refeição... Ontem, em honra da visita dos "noivos", abri um Dão de 1987 em garrafa Magnum, da Quinta da Passarela, engarrafado por R. Santos Lima.

Ainda um portento de tinto apesar dos 26 anos! E como agradeci ao namorado ter-se revelado abstémio naquele almoço!!

Temos que ver vantagens em todos os pequenos detalhes da vida.

domingo, dezembro 29, 2013

Crónicas da Serra 3: Um Amor Antigo...

Comecei o namoro com a Lara Croft há cerca de 17 anos, assim que saíu em 1996 o primeiro Tomb Raider. De paixão desenfreada a relação tornou-se mais calma e estável com o passar dos anos. Houve episódios que me tocaram mais do que outros , e houve mesmo um deles – Angel of Darkness – que quase me empurrou para um divórcio litigioso…

Estive separado da minha Lara pelo menos 3 aninhos! É obra!!

Desta vez, e sabido que os habituais serões de família cá para cima estão meio adiados devido à doença (infelizmente muito grave) de uma das nossas primas, que era a principal  “animadora” de serviço destas soirées, acabei por enfiar na mala dois joguinhos da minha velha amiga: o Anniversary e o Legend.

Não sei bem porquê  comecei com o Legend – talvez para manter a ordem cronológica - e tenho-me entretido nestas noites frias e chuvosas.

Nada que se compare com as anteriores tertúlias de escárnio e mal dizer, acariciando o cálice de  uma aguardente velha com a mão, daquelas que ainda foram afinadas pelo meu Sogro!

Mas já que o destino nos fez este ano esta partida de muitíssimo mau gosto na pessoa da nossa parente, pelo menos não vou para a cama a contar carneiros (e seriam muitos porque estamos na terra deles).

O problema, como já repararam, será manter o controlo do jogo com o tal cálice na mão (ou com o conteúdo no bucho)… Sem matar a heroína com a tecla errada nem assassinar o desgraçado do PC com uma “infusão” de álcool a 42º pelo teclado abaixo…

Por isso a Lara vai-me obrigando a manter uma compostura nocturna notável em termos de hábitos alcoólicos…

O que um gajo é obrigado a fazer pela mulher que ama ainda hoje me surpreende!

sábado, dezembro 28, 2013

Crónicas da Serra 2


Ainda há pouco  chegámos do Convento de Gouveia, onde foi hoje às 8,00h a missa pela alma da Natália.
 
Faz hoje 14 anos e parece que foi ontem…
 
As freiras estão cada vez mais velhinhas, a Madre (sempre a mesma) também. E se calhar nós todos por igual, embora me deixe sempre mais incomodado verificar o passar do tempo nos outros do que em mim próprio ou no meu senhorio. Se calhar porque vendo-nos ao espelho todos os dias mal se dá pelas diferenças.
 
Aqui no Convento já reparei que o velho jardineiro polaco deixou de aparecer  e nem pergunto porquê.
 
Foi uma aventura conseguirmos arranjar um padre para a missa deste dia. Cada vez há menos e até os seminaristas são quase todos das ex-colónias. O Papa Francisco tem um problema bem grande nas mãos, veremos se terá coragem de fazer mudanças mais estruturais…
 
É um dia chato, com a minha sogra a chorar pelos cantos e nós próprios mais calados do que é costume. Por isso sairá o Post hoje mais macambúzio.
 
Amanhã tudo melhora! Vem cá a minha afilhada apresentar o noivo ao almoço e temos de fazer uma boa e farta mostra da gastronomia e enologia local, não vá o homem pensar que escolheu mal a noiva.

O problema é que ele é oficial da GNR... E ainda tem de partir para Coimbra nessa tarde...
 
Logo se verá...

sexta-feira, dezembro 27, 2013

Crónicas da Serra 1


Chegámos a S. Martinho depois de um Natal quase sem história passado com a santa lá de baixo. Perú assado no forno foi o prato do almoço do dia 25, apesar dos votos contra do meu senhorio e de mim próprio. Mas a Senhora repete vezes sem conta que “Natal sem Perú não é Natal”, pelo que temos sempre de lhe fazer a vontade… 
 
Estão à hora em que escrevo uns 8 graus, mas parecem menos, talvez menos uns 4 grauzinhos,  apercebidos pela força do vento gélido que puxa a chuva da serra.
 
Está na hora de fazer uma boa sopa de espinafres, acompanhar com pão do Sabugueiro e com paio e chouriço cortados finos.  Trouxe para variar e desfrutar do espanto dos serranos amigos uns queijos de Serpa, uns de cabra, outros de ovelha e mais alguns de mistura, todos pequenos. Vamos a ver se adivinham como são feitos.
 
Amanhã assamos um lombo de porco preto inteiro e depois, no Domingo, avançamos para o peixe do costume: garoupa cozida com todos será o prato desse almoço.
 
Apenas de adivinhar as couves tenrinhas aqui da nossa horta, que são doces ao paladar e se desfazem na boca, quase que me apetece ( e vai ser o caso) construir todos os menús em volta desse acompanhamento de luxo que não aparece nas cidades.  E mesmo aqui na Serra  está limitado a poucos meses por ano, e sujeito a granizadas e outras coisas que a invernia traz consigo. Mas este ano – deixa-me bater na madeira – a horta está bem composta!
 
A aldeia parece deserta a esta hora. Só anda mesmo na rua quem precisa. É nestes momentos que compreendo porque motivo os antigos recolhiam a casa no Inverno antes do bater das 5 da tarde, hora a que também começavam a fazer as parcas ceias.
 
Claro que hoje em dia a TV veio dar uma (ou duas voltas) a esses hábitos, mas para lá do Telejornal e das Telenovelas, aos citadinos de passagem é quantas vezes mais acolhedor o banco em frente à lareira com a sopa a fervilhar, ou, mais tarde, com umas histórias para ouvir e para contar.

segunda-feira, dezembro 23, 2013

Passeio no Cemitério às portas do Natal

Título meio tenebroso, cheirando a filme de vampiros - hoje muito em moda para adolescentes ansiando por emoções mais fortes.

Mas não, se não fosse - como veremos - o estupor da lixívia que me arruínou um polo de inverno que muito estimava, a coisa até foi engraçada...

Começou a aventura com a recolha das duas irmãs  "seniores" (para não lhes chamar pirâmides do egipto) pelas 8 horinhas da matina.

Como o "Je" chegou a casa delas 5 minutos atrasado o duo dinâmico já se mostrava enfadado.  E convém avisar que da minha garagem à porta de uma e da outra distam talvez 50 metros...

Já no Mercado de Cascais começou a liça em busca das flores. Depois de muito procurarem e perguntarem pelo preço lá se decidiram pelos ramos das orquídeas, a 8 euritos cada um (mais ou menos o preço de um Alvarinho Soalheiro...). Seriam já 9 e picos, e o motorista de plantão sempre a lembrar  que "se desejavam o almocinho na mesa pelas 13h (desse dia) era preciso apressarem-se..."

A resposta foi gélida como o dia:

- " Se estás com pressa vai andando que ainda há dinheiro para táxi!" "Agora vamos ver as bancas da fruta e dos legumes porque há meses que não vimos à praça!".

Conseguimos sair eram dez e meia, carregados de sacos com batatas novas, couves pencas, bróculos e fruta em barda. Mais as p**** das flores!! E como eu tinha levado o carro pequeno (porque não gosto de passear ao fds no carro "oficial"), imaginem onde tudo teve que caber? Obviamente que parte do material hortícola repousou entre as pernas e os traseiros das duas senhoras.

Chegados ao cemitério pensariam os leitores que se arranjavam as campas e ala para fazer o almoço?

Nada disso! Primeiro que tudo foi preciso dar as "broas" aos coveiros, para o que as catatuas tinham nos largos bolsos do casaco  várias notas de 20€.  Os ditos coveiros estavam à porta do cemitério, por ordem de importância, com o chefe à frente e os outros mais ao lado e atrás. Parecia a criadagem do Downton Abbey a receber a Rainha Victória!

40 € para o chefe, 20€ para cada "índio". Ao ver isto quase que me apeteceu estender também a mão à porta! Pôrra! Ganda profissão! Os principais clientes nunca reclamam e ainda dá direito a "broas" e "amêndoas"!!

Seguidamente houve a "lavagem das campas" operação em que f*** , isto é, estraguei , o c*** do meu pólo favorito, que era quase uma pessoa de família e tinha sido comprado ainda na época dos escudinhos...

Não se admirem por já estar a falar mal porque na altura , a ver as horas a passar, as mangas do camisolão cheias de lexívia e as p**** das velhas a falarem com as amigas em vez de ajudar, só me apetecia mandar as orquídeas às malvas ( com quem se deviam dar bem) meter-me no carro e partir.

Quis o destino que fossem 12,15h quando se deram por satisfeitas e autorizaram o regresso a casa.

Ainda mal se tinham acomodado no carrito quando começaram logo a perguntar "o que era o almoço??"

Evidentemente que o que me apeteceu dizer era que o almoçinho era "tomates de  bode velho com ovos escalfadinhos!".

Mas não disse. Sempre é Natal, o espírito da quadra inunda-me os sentidos e ... tenho de confessar, no dia seguinte ia pagar as despesas do mês da casa da minha santa  ao multibanco, levando na mão o cartanito da  dita...

He!He!He! (ou antes deveria dizer HO!HO!HO!).

A vingança come-se fria e com molho de notas (de banco).

Nota final: O almoço nesse dia foi carne assada  (ganso redondo) com grelos de nabo e batatas fritas. A carne tinha já sido assada de madrugada, e os grelos estavam também já cozidos, daí o meu ligeiro atraso na recolha das duas "bagagens".


sexta-feira, dezembro 20, 2013

Intermitências no Blog

A partir da semana que vem pode ser que não publique algum dia, fruto das actividades "pré-natais" que me esperam aqui por baixo. Hélas...

Mas não deixarei de dizer alguma coisa antes , e depois, da partida para a Serra da Estrela.

Boas Festas a todos!!

Para Descansar a Vista

Amanhã chega o Inverno, embora não pareça muito em termos de clima em geral.

Está claro que  pode ser sempre o "Inverno do nosso descontentamento", parafraseando o bardo...

E embora a tese que vingou ontem à noite em sede do Tribunal Constitucional possa aliviar as costas do povo por algum tempo, não há dúvidas que já se procuram "alternativas" para corrigir essa decisão, de forma a que não falhe o Orçamento de Estado de 2014.

Mais impostos virão por aí. Enquanto vêm e não vêm, aproveitemos a quadra. Os que podem e que têm crianças em casa!  Porque cada vez mais me parece que Natal é para os mais pequenos.

Venha de lá então poema que alegre a malta mas também a avise do que por aí pode vir, banhado por este sol de Inverno que teima em não deixar o velho rectângulo.

Ce doux hiver qui égale ses jours

Ce doux hiver qui égale ses jours
A un printemps, tant il est aimable,
Bien qu’il soit beau, ne m’est pas agréable,
J’en crains la queue, et le succès toujours.


J’ai bien appris que les chaudes amours,
Qui au premier vous servent une table
Pleine de sucre et de mets délectable,
Gardent au fruit leur amer et leurs tours.


Je vois déjà les arbres qui boutonnent
En mille noeuds, et ses beautés m’étonnent,
En une nuit ce printemps est glacé,


Ainsi l’amour qui trop serein s’avance,
Nous rit, nous ouvre une belle apparence,
Est né bien tôt bien tôt effacé.


Théodore Agrippa d’Aubigné

Retirei da Wiki alguns dados sobre este homem de letras, soldado e calvinista francês:

Théodore Agrippa d’Aubigné, né le 8 février 1552 au château de Saint-Maury près de Pons, en Saintonge, et mort le 9 mai 1630 à Genève, est un homme de guerre, un écrivain controversiste et poète baroque français. Il est notamment connu pour Les Tragiques, poème héroïque racontant les persécutions subies par les protestants.

quinta-feira, dezembro 19, 2013

Receita rica, mas antiga...

Ontem não passei por aqui. Afazeres e reuniões bem cedo, lá para a FPC, não o permitiram. Mas hoje cá estou de novo!

E começo com um Abraço à minha querida Laïs (que gostou do Post sobre os Vinhos) e ao Leitor Américo Oliveira. Desse nosso Leitor  aqui deixo a sua sugestão para uma refeição "diferente":

Mariscos Recheados - uma receita de Ramalho Ortigão.
“Modo de preparar a arola, a caranguejola e o navegante - os mariscos referidos, que têm aproximadamente a forma de um caranguejo, cozem-se como a lagosta. Ponham-se em seguida com as pernas para o ar sobre um prato a arranque-se-lhes a parte inferior do corpo; na concha que fica então patente e cheia de um miolo líquido e substancial, lança-se picada a carne extraída das pernas; mistura-se queijo parmesão ralado, rega-se tudo com um ou dois copos de vinho da Madeira; pulveriza-se com pimenta-de-caiena; mete-se no forno e serve-se louro e bem quente dentro da mesma casca em que se preparou. Comam isto, e continuem a dizer mal de mim!”

Ingredientes para duas pessoas: 1 lagosta, arola, caranguejola ou navegante; 2 copos de vinho da Madeira; queijo parmesão ralado; pimenta-de-caiena-

O afamado escritor não nos deixou qualquer sugestão relativamente ao vinho que deveria acompanhar este acepipe. Alguém dá uma ajudinha?

Bem, para este autêntico Festival dos sentidos temos que ter um vinho a preceito. E como os mestres sempre escreveram "que tinha a bota de estar à altura da perdigota"  vai de procurar na minha memória gustativa algo que soubesse pelo menos tão bem quanto os mariscos da receita...

Tentemos ( se alguém conseguir hoje chegar a estes mariscos e ter a paciência para interpretar esta Receita) um Soalheiro Primeiras Vinhas de 2010 ou de 2011.

Custa cerca de 15 euros se o encontrarem...


E leiam aqui o que especialistas dizem dele (neste caso a autoria é de "Lugar de Baco" e o vinho recenseado é o da colheita de 2010):

Um branco de grande categoria, um vinho que deixa a sua marca e o seu carácter impregnado na memória gustativa dos que com ele se cruzam. Um vinho muito afinado e de um pendor gastronómico incrível.
Aspecto amarelo citrino. Aroma discreto , abre-se um pouco após algum tempo no copo, mostra-nos um lado levemente vegetal e citrino, fresco e algo complexo. Paladar fino, elegante e preciso, carregado de subtilidades e uma boa dose de complexidade, fruta discreta afinca-lhe a graça, uma combinação perfeita, uma boa frescura sustentada por uma correcta acidez acompanha-o ao longo de toda a prova. Termina amplo e duradouro.
 
 




terça-feira, dezembro 17, 2013

Vinhos para a quadra

 
Alguns dos amigos leitores pedem-me que faça uma listinha de vinhos para a quadra que se aproxima...

Sobre este assunto faço quase minhas (com chapelada) as palavras do João Paulo Martins na última Revista de Vinhos, onde podem ir buscar muitas e boas opções para a mesa da consoada , do próprio dia de Natal e até para o Réveillon.

Se não quiserem lá ir, aqui ficam umas dicas para o Natal. Quem passa o fim do ano em casa ( e serão muitos) pode esperar mais um pouco pelas minhas "Crónicas da Serra" . De lá da mais alta falarei sobre esse assunto.

Ceia de Natal com o Bacalhau pede vinho tinto. Nada de muito elegante , pede-se um tinto robusto, encorpado, que nos encha a alma e nos faça esquecer as agruras da vida .

Também não se peça tudo isso a uma garrafa ( mesmo a duas), pois se tal vinho existisse seria normal que se vendesse por receita médica, nas melhores farmácias...

Todavia, tenho para mim que ainda existem vinhos desse tipo, dos que contribuem para encher o pneu da auto-estima sem que para isso tenham que fazer descer o nível da carteira.

O Vinha da Paz, Reserva de 2010, um grande Dão,  custará cerca de 18€.

Por cerca de 20€ lembrem-se do Passadouro Touriga Nacional 2011. O magnífico Poeira Tinto de 2011 está em redor dos 30€. São ambos do Douro.

O Vinha Pan de 2009, é da Bairrada, de Luis Pato e pode comprar-se por mais ou menos 25€.

E do Alentejo trago um Syrah Monte da Peceguina de 2010, por 19€  e ainda um tinto da Adega do Mouchão, o "Ponte das Canas" de 2010, a roçar os 17€.

Para "limpar o palato" , acompanhar os queijos ou servir de "pau de cabeleira" a alguns patés de caça ou de porco recordo que a moda actual pede um Vinho Branco. Mas não um qualquer branquinho...

Sai então um Dão Quinta da Pellada Primus branco de 2011 ( e ficamos mais pobres 27€...). Ou então um Douro Redoma 2011 branco (Nieport) por cerca de 12,5€.

Chega por hoje,  porque senão ainda se embebedam todos!





segunda-feira, dezembro 16, 2013

Os "fritos" da estação: de fugir...

Sonhos de abóbora ou de laranja, amassados ou não com aguardente, filhoses, velhoses, coscorões, fatias douradas e rabanadas, azevias de amêndoa ou gila e outros que de certeza por aí existirão.

Estes são os antigos "fritos de Natal" que se comiam nas nossas províncias há mais tempo do que haverá lembrança, em casa de pobres, ricos ou remediados.

Por acaso embirro solenemente com todos eles... Aguento um ou dois sonhos de abóbora quando estão acabados de fazer e rescendem ainda ao bom bagaço da "amassadura". Mas isso será o mais perto que me podem encontrar da travessa dos ditos "fritos".

E não se trata de eu ter  medo às muitas calorias!! Como quem me conhece sabe perfeitamente o meu problema é exactamente o contrário: que as calorias tenham medo de mim...

Acho que esta embirração provém do facto de muitas noites de 23 de DEZ ter sido obrigado a ajudar a minha mulher na cozinha a estender, amassar e fritar estas coisas. Só o cheiro da canela e do açucar no ar me enjoam ainda hoje.. Para não falar da fritura propriamente dita, que enchia a cozinha de aromas tenebrosos. Para mim. Outros os acharão paradisíacos.

Nessas noitadas, que só terminavam para lá das 3 da matina, a única coisa boa era eu abrir uma garrafita de bom espumante, normalmente o Vértice, e irmos ambos molhando as gargantas à medida que o trabalho se fazia.

Na altura em que chegavam as visitas para manducar, no dia seguinte, o enjoo de ter estado a fazer durante horas aquelas coisitas era tal que nem podia ter perto de mim os empratamentos.

O almoço do dia 24 de DEZ era magro. Normalmente um bom prato de caldo verde com seu chouriço e pingo de azeite, acompanhado depois por várias carnes frias e queijos.

A "festa" começava lá pelas 16h, altura em que se começava a pôr a mesa da Ceia de Natal. Ceava-se cedo, pelas 18,30H, para não perder a Missa do Galo. Sempre o bom bacalhau cozido com as couves pencas, ovos cozidos, e batatas da quinta. Ninguém tomava sobremesa.

Depois da Missa é que a mesa ficava posta com os doces. Para além dos tais fritos em profusão também havia arroz doce, leite creme, o bolo-rei, o tronco de Natal e o bolo branco recheado de nozes e pinhões. Estes últimos vinham da Garret.

Mesmo com a animação de primos e primas, sogra e sogro, cunhados e etc... verdade seja dita que eu estava sempre à espera do dia seguinte para meter o dente em coisas mais substantivas, como o perú engordado lá na quinta e lá mesmo embebedado, as ervas (esparregado grosso) e o magnífico queijo da serra da mesa de Natal, especialmente escolhido pelo pastor que nos arrendava o pasto e que nunca tinha menos de 2,5 kg!

Mas o mais importante era que nesse almoço do dia 25 as travessas dos "fritinhos", já bastante abusadas, não vinham para a mesa!! O alívio que isso me dava...

sexta-feira, dezembro 13, 2013

Para Descansar a Vista

Ainda estou a tentar decifrar a "Mensagem" da entrevista de PPC , ontem à noite.
Mesmo com o auxílio do "senhorio" , que antecipou na TSF o resultado, não tem sido muito fácil...

Se calhar porque o que o Senhor disse foi pouco, e o pouco que disse não serve para quase nada...

Para desanuviar o cérebro desse tipo de "narrativas" lúgubres aqui vai meu mestre Eugénio de Andrade, que da vida sabia tudo, ou quase tudo:

Os navios existem e existe o teu rosto
encostado ao rosto dos navios.
Sem nenhum destino flutuam nas cidades,
partem no vento, regressam nos rios. 
 
Na areia branca, onde o tempo começa,
uma criança passa de costas para o mar.
Anoitece. Não há dúvida, anoitece.
É preciso partir, é preciso ficar.
Os hospitais cobrem-se de cinza.
Ondas de sombra quebram nas esquinas.
Amo-te... E abrem-se janelas
mostrando a brancura das cortinas. 
 
As palavras que te envio são interditas
até, meu amor, pelo halo das searas;
se alguma regressasse, nem já reconhecia
o teu nome nas minhas curvas claras. 
 
Dói-me esta água, este ar que se respira,
dói-me esta solidão de pedra escura,
e estas mãos noturnas onde aperto
os meus dias quebrados na cintura.  
 
E a noite cresce apaixonadamente.
Nas suas margens vivas, desenhadas,
cada homem tem apenas para dar
um horizonte de cidades bombardeadas.


quinta-feira, dezembro 12, 2013

Os doentes que "dão prejuízo"...

Quem leu a coluna de Clara Ferreira Alves no último "Expresso" e hoje leu também a entrevista do Bastonário da Ordem dos Médicos no "Público",  tem o direito a ficar ainda mais preocupado com as andanças e viranças retrógradas que a assistência médica em tempos de crise está a passar aqui em Portugal.

O retrocesso na qualidade da prestação dos serviços é notório e provém em alto grau da falta de médicos e bons enfermeiros nos Hospitais do Estado, a fugirem todos por causa dos implacáveis cortes nos vencimentos da Função Pública. Mas também é em muito influenciada por  esta nova política de contenção nas despesas hospitalares, a qual "inventou" um assunto interessante, digno da perspicácia dedutiva do velho Sherlock Holmes:  "O estranho caso do doente que dá prejuízo".

O que será um "doente que dá prejuízo"? 

Adivinho que seja um malvado (e talvez já relapso!) cidadão que se atreve a adoecer e tem a ousadia de se dirigir ( ou de o dirigirem) a um Hospital.
Mas de entre todos estes malfeitores há que ainda distinguir o verdadeiro criminoso. Aquele que ao invés de se curar rapidamente e libertar a cama para receber outro triste, teima em por lá ficar no Hospital, em gastar o dinheirinho dos contribuintes em exames de diagnóstico dispendiosos, ou, ainda pior, teima em não morrer rapidamente.

Provavelmente teríamos que estabelecer uma métrica que fosse aprovada na AR e que resolvesse estes casos liminarmente - tal como aliás, a legislação do Julgamento Sumário que o Constitucional mais uma vez veio chumbar, no cumprimento da sua nefanda missão de obstrução ao bom governo deste país.

Podia ser alguma coisa assim: Visto o doente por quem de direito  ( médico, enfermeiro, parteira, barbeiro ou  fabricante de chocalhos) seria de imediato feita a triagem em três grupos de pacientes.
- Os que sobrevivem com aspirina e leite quente com aguardente.
- Os que necessitam de internamento mas que não viverão à custa do Estado mais do que 5 dias úteis.
- Todos  os outros.

Para estes últimos seria indicada a terapia alternativa: Uma viagem de borla até ao Jardim das Tabuletas onde seria administrado um comprimido para "dormir".

"Doentes que dão Prejuízo"?? 

Tá tudo louco...
Hospital EMR Humor - Medical Cartoon



quarta-feira, dezembro 11, 2013

Dia das Montanhas

Hoje celebram-se as Montanhas. Sob a égide da FAO. Leiam aqui em baixo sff:

"International Mountain Day is an opportunity to create awareness about the importance of mountains to life, to highlight the opportunities and constraints in mountain development and to build partnerships that will bring positive change to the world’s mountains and highlands.

Mountains are crucial to life. Whether we live at sea level or the highest elevations, we are connected to mountains and affected by them in more ways than we can imagine.

 Mountains provide most of the world's freshwater, harbour a rich variety of plants and animals, and are home to one in ten people.

Yet, each day, environmental degradation, the consequences of climate change, exploitative mining, armed conflict, poverty and hunger threaten the extraordinary web of life that the mountains support."

Sempre gostei das montanhas por vários motivos: pelo ar que se respira, pela paisagem agreste e sóbria, pelas suas gentes - normalmente mais caladas e circunspectas do que a "malta lá de baixo".

E nem me meto pelas distinções gaélicas entre Highlands e Lowlands que tanta balbúrdia deram no passado, em sangue e mortes, e continuam hoje mais civilizadamente em "batalhas de gosto" pelos diferentes whiskies dessas proveniências.

Mesmo assim sempre lhes vou dizendo que nesse aspecto da herança escocesa sou um bocado neutro. Entre o whisky da montanha e o da planície, eu prefiro o das ...Ilhas! Melhor dito, prefiro o de Islay, que é uma Ilha um bocado especial.

Mas voltemos às nossas montanhas  que para alguns suiços ou austríacos não passarão de colinas, mas não importa! São as que temos.

Montanha, cabra ou ovelha, queijo e zimbro, mel e ervas aromáticas. Nas encostas soalheiras, o vinho.

A Revista de Vinhos fez um bom artigo sobre esta questão da Altitude (hoje em moda) do qual respingo este parágrafo dedicado aos "mais altos vinhos do mundo":

"Na Argentina, Bodega Colomé, do multimilionário Donald Hess, encontramos o paradigma de vinhos de altitude no mundo, com mais de 140 hectares de vinha, alguma dela a 3.111 metros de altitude – Viñedos Altura Máxima. Esta viticultura radical tem mais de um século (adega foi fundada em 1831) mas só nos últimos anos, em particular a partir de 2001, quando Hess adquire a Finca, é que se inicia o rumo frenético em direcção às alturas. “É uma viticultura que está ainda a ser inventada”, segundo palavras de Caspar Eugster, o suíço responsável pelas vinhas Colomé, “há muitos problemas para resolver como a geada, o granizo, lebres e burros selvagens que comem a vinha e o pior de tudo formigas que devoram as folhas das videiras”.

Aqui no burgo, para juntar aos acepipes serranos,  temos alguns bons vinhos de altitude, na maioria brancos, para ressaltar a frescura que é procurada nesses lugares mais altos: Primus da Pellada e Quinta de Saes (do Dão) e na Serra de S. Mamede o Altas Quintas (em tinto). De Alijó podemos ainda tentar um branco de Viosinho.

E, se o vinho de altitude está hoje de moda e a mesma moda aconselha agora a que se acompanhem os queijos magníficos do nosso território com vinhos brancos, porque não juntar o útil ao agradável e num fim de tarde deste Inverno passar uma horita com dois amigos, à volta de um Primus do Dão (Álvaro de Castro) e do  queijo da serra?

Leiam aqui a opinião de Mestre João Paulo Martins sobre estas matérias:

http://mesa-do-chef.blogs.sapo.pt/203316.html

Até por isso, pelo queijo e pelo vinho, há que proteger as Montanhas malta!

terça-feira, dezembro 10, 2013

Vem aí outra vez a "coisa" , o "estropício", a "inconveniência"...Enfim, o Natal.

Já cá tive esta conversa noutros anos. Sobre o muito que me custa chegar ao meio de Dezembro e aturar as duas Santas (a cá de baixo e a lá de cima), mais as Tias velhas, mais os Primos (agora meio desavindos) e mais quem se pendure na minha habitual complacência para ir aos recados, servir de motorista , transportador de flores, de presentes e outras tarefas dignas do "****" da Casa Africana que nestes dias do politicamente correcto não devo nomear.

Neste ano deu mais uma coisinha má à santa do Estoril. Tem a ver com a "necessidade de lavar as campas para o Natal".

Quem está lá dentro acho eu que pouco se importa com o estado da campa onde o(a) meteram. Quem está por fora e vai ao cemitério visitar as tais campas são apenas dois. Exactamente os dois que terão o trabalho da "lavagem". Melhor dito, o que lava e a que orienta...

 Um dos meus amigos até sugeriu que se utilizasse uma máquina de lavar automóveis, daquelas de pressão. Mas tenho algum receio que se eu entrasse com isso pelo cemitério adentro nem o coveiro (por acaso um gajo  meio cómico) acharia muita graça. Fora o "cenáculo"  que a santa me faria,

Desta forma já arranjei emprego para o primeiro dia de férias:  Ir comprar as flores com as irmãs catatuas, e depois ter de proceder à "toilette campal". Porque com  aquelas mãozinhas fininhas de oitentas e muitos, que têm mais ossos que carne, não me parece que seja grande a ajuda geriátrica. a não ser com a língua - que apesar da idade está ali para as curvas, infelizmente.

No segundo dia de férias é a romaria dos "presentes".  E elas - as manas -   passam o ano a dizer que "não dou nada a ninguém neste Natal!!" . Mas o gordo é que alomba com os tais presentes que não eram para se dar...
Imagino o que seria se "dessem alguma coisa"... nem 7 "****" da Casa Africana chegavam para as encomendas.

Lá venho outra vez invocar os "****" da Casa Africana! Pôrra!  Logo hoje que está tudo quanto é gente no enterro do Nelson.

Estou pior do que  o outro (desaparecido em combate?):  " carago não carago!!"

Enfim, vou ter de recorrer à farmácia. Ansiolíticos e anti-depressivos para me ajudarem a sobreviver no que resta deste mês de Dezembro...

A alternativa que resta - a emigração provisória - foi posta de parte devido à crise. Não há maravedis para passar duas semanitas lá para Antibes, debaixo de um pinheiro, a ver o mar.
 



Ainda sobre Mandela

Um dos nossos Leitores comentou  o Post anterior  (e bem);

"Alguém sensato disse um dia que aos 18 anos descobrimos que há o Bem e o Mal, aos 30 que nem todos os Bons estão do nosso lado e nem todos os Maus estão do outro lado, mas é preciso esperar pelos 50 para descobrir que nem tudo o que os Bons fazem é bom e nem tudo o que os Maus fazem é mau..."

Bem visto e bem comentado!

segunda-feira, dezembro 09, 2013

O Homem Perfeito

Não existem "homens perfeitos". A doutrina cristã assevera que Jesus Cristo é o paradigma da perfeição humana, a métrica pela qual se mediria a "perfeição" na humanidade. Poderíamos dizer o mesmo de Maomet, ou de Buda, se a nossa crença fosse diversa.

Admito até, como os italianos mais "tifosi", vir a dizer de Leonardo da Vinci que foi o mais perfeito homem ao cimo da terra depois de Jesus Cristo.

Lendo e ouvindo as parangonas de louvor a Nelson Mandela bem pareceria que a tal "perfeição humana" teria de novo encarnado na figura do grande político. Com a excepção de Vasco Pulido Valente (quem esperava outra coisa?) caíu-se numa uniformidade de opiniões mundiais, desde a China aos Estados Unidos, que na prática saúdam, louvam, endeusam Nelson Mandela.

Sem lhe retirar o enorme valor como pessoa e como político, não sei bem porquê fico sempre com algumas comichões quando a unanimidade sobre estas coisas é definitiva e absoluta...

Será do meu mau feitio? Ou então porque fui educado a desconfiar dos tais unanimismos...

Nelson Mandela seria sempre uma figura enorme da história de África e do mundo, mas obviamente que não foi a "perfeição imaculada" que depois de morto querem fazer parecer.

Para construir estradas é preciso limpar primeiro os caminhos e, se necessário, dinamitar montes e aplanar vales...  Essas são tarefas necessárias à evolução da espécie - e passar do apartheid para uma sociedade verdadeiramente democrática (embora ainda hoje não integrada) é sem dúvida um enorme evolução! Mas na sua execução muitas vezes há que atalhar a moral e os princípios éticos.

Tudo se desculpa por causa da tal célebre questão dos "fins e dos meios"...Certo, mas a história é sempre escrita por quem vence.

Dito isto, é mister curvar-nos um momento, em  respeito,  pela figura de Mandela. Mas por tudo aquilo que ele foi, e não apenas pela imagem de "Serafim do Qunu" com que o pretendem agora transvestir...


sexta-feira, dezembro 06, 2013

Para Descansar a Vista

O português tem manias únicas. Algumas dificilmente explicáveis aos outros...Por exemplo, apesar de ser o povo da diáspora e dos descobrimentos, qualquer tuga que se preze começa a ter saudades de casa mesmo antes de sair da porta da dita...

Por isso mesmo não me "chateiem" por querer dedicar aos Correios  uns poemas de saudade...

Começo por Carlos Drummond de Andrade:

AUSÊNCIA
 
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
 
Carlos Drummond de Andrade

E acabo com Florbela, quase , quase a fazer 120 anos que nasceu em Vila Viçosa:

Saudades

Saudades!
Sim... Talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte.
Que bem pensara vê-lo até à morte.
 
Deslumbrar-me de luz o coração!
Esquecer! Para quê?...
Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
 
Se ele deixou beleza que conforte.
Deve-nos ser sagrado como o pão!
 
Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!
 
E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar.
Mais a saudade andasse presa a mim!

Florbela Espanca

quinta-feira, dezembro 05, 2013

As Últimas Emissões dos CTT Públicos

No dia de ontem colocaram-se em circulação dois Postais Inteiros. O referente aos 40 Anos do Jornal Expresso - com lançamento mediático (SIC e etc...) na Casa da Música do Porto - e, mais tarde, o Postal Inteiro evocativo do "Toque do Sino" , da entrada dos CTT na Bolsa. Desta vez foi na sede da Bolsa, e teve direito a Ministro, Secretário de Estado e demais acompanhantes.

Independentemente de se concordar ou não com a privatização dos CTT - de notar que de momento e pelo que se sabe, ainda é do Estado a maior fatia do capital da empresa individualizada por accionista, os 30% que estão na Parpública - o facto é que a operação foi concluída e o Governo "empocha" 579 milhões de euros. E a Empresa foi avaliada em mais de 820 milhões de euros. Muito bom ! Sobretudo tendo em atenção alguns oportunistas que a desejavam comprar por menos de 500 milhões...

Durante mais 9 meses ainda é o Governo que vai controlar os CTT. Depois disso? Tudo depende de como se vai alienar os tais 30% em posse da Parpública.

De todas as formas neste momento chamo a atenção que os dois Postais Inteiros postos ontem em circulação são as duas últimas peças filatélicas dos CTT Públicos. Se carimbadas com a data de ontem vão decerto tornar-se peças filatélicas de referência para os coleccionadores.

terça-feira, dezembro 03, 2013

Os Castelhanos são para visitar...em Espinho.

Numa daquelas deslocações que ultimamente fazem de mim um autêntico "caixeiro-viajante" da Filatelia nacional, aproveitei uma dica tirada da crónica do sempre louvado "Fugas",  e ao passar pela A1 fiz um desvio para Espinho para ir almoçar ao restaurante "Os Castelhanos".

Os Castelhanos
Avenida Bessada 385
Código Postal: 4500 733 NOGUEIRA DA REGEDOURA

Telefone - 227344310

Não é muito fácil dar com esta casa, embora fique situada entre as duas Auto-Estradas, a A1 e A29.

O melhor será sair no nó de Espinho\Picoto e procurar pelas tabuletas que indicam a fábrica de malas "Cavalinho", que lhe é quase contígua. Ou então telefonar e pedir esclarecimentos.

Come-se bem, comida tradicional portuguesa com amplo recurso ao forno de lenha. As Vitelas, carnes de Porco e Cabrito são obrigatórias, mas também as boas iguarias ditas "de tacho" , onde avultam as Feijoadas, o Cozido à portuguesa de Domingo, as Favas e por aí fora.

Os vinhos são muitos, muito bons e a preços convidativos. Por exemplo, o Soalheiro abaixo dos 20€ e o Crasto Vinhas Velhas de 2008 a cerca de 35€!!

Uma chamada justíssima para os peixes do dia da lota de Espinho, fresquíssimos! E Filetes de pescada, bacalhau e tamboril. Sendo uma casa nortenha não se pode fugir ao bom bacalhau, assado ou em preparação mais cuidada.

Ainda uma nota  para os fantásticos Arrozes que ali se preparam. De miúdos para o cabrito, de vitela, de feijão, de tomate e pimentos, de cherne com grelos, de cabidela...

Não tem dia de encerramento e tem sala especial para Fumadores.

Duas almas penadas lá estiveram , comeram cozido, deram forte nas entradas de moelas, morcela assada, tripinhas à moda do Porto e acabaram com um queijo da serra.

Com os vinhos já referidos e fazendo ainda apelo ao nobre Lagavullin, pagou-se um pouco acima dos 120€...

É Natal...


segunda-feira, dezembro 02, 2013

O 1º de Dezembro foi o Dia do Selo em Vila Nova de Gaia

Enquanto este velho feriado do 1º de Dezembro cai no calendário troikiano - a Europa parece ser avessa aos independentismos - manteve a FPF ( e bem!) as comemorações do dia do selo português nesta mesma data.

Desta vez as cerimónias decorreram em Vila Nova de Gaia, no Convento Corpus Christi.

O que houve de diferente neste ano foi uma Mesa Redonda sobre o "Futuro da Filatelia", tendo por pano de fundo a privatização dos CTT e a óbvia crise de receita filatélica em que todos os Operadores Postais dos países da Europa do Sul ( e não só) se encontram...

Os filatelistas queriam saber o que reserva o futuro a esta antiga actividade. Entre muitas perguntas que nos ocuparam durante três horas ressaltaram sempre as dúvidas sobre os assuntos considerados mais "quentes" neste momento:
 - Primeiro que tudo, se os CTT continuariam a ser a entidade emissora de valores postais em Portugal, depois da privatização.
 - E também, se os CTT depois de privatizados continuariam a política de apoio à Filatelia Organizada (Clubes e Federação) até aqui mantida.

Se em relação à primeira questão a resposta é fácil (os CTT têm o contrato de prestação do Serviço Postal Universal até 2020. Pelo menos até essa data está garantido que serão a entidade a que o Estado comete a emissão e produção de Valores Postais em Portugal), já em relação à segunda pergunta não é fácil dar uma resposta taxativa, uma vez que haverá que esperar os resultados da privatização e a Assembleia Geral que nomeará os órgãos de gestão dos CTT privados, para se saber como se definirão estas políticas estratégicas de apoio e de subsídios.

Na minha opinião (que vale o que vale) desde que a Filatelia como negócio continue a ser lucrativa para a sociedade CTT S.A. estará estabelecido o principal critério que permitirá compartilhar alguns desses lucros com os Clubes e FPF.

O problema é que, fruto da crise generalizada do consumo, não são "favas contadas" que o negócio da Filatelia continue a ser rentável para sempre...

Mas como o futuro a Deus pertence, o melhor será irmos todos contribuindo para a rentabilidade deste "ofício" e esperar que passando a crise o consumo possa levantar asas de novo.

E mais não posso dizer.