segunda-feira, abril 30, 2012

Mais um para o Dragão

Num campeonato onde todos jogaram bem e mal, o FCP arrebatou mais uma vez a "taça".

Parabéns são devidos, depois de muita tremideira pouco habitual lá para os lados das Antas.

Mas seja como for, a tremideira dos outros ainda foi maior. E se houve algum "grande perdedor" neste ano , esse tem que ser o Benfica, que depois de mostrar grande promessa acabou na berma da estrada, já sem fôlego para esta corrida de fundo.

Sporting de Braga também se afunda na reta final, dando ao outro Sporting Clube de Portugal, agora vergastado pela miragem da Champions, alma nova  e ânimo novo (quem diria há 2 meses atrás??!!).

Dança de Treinadores é esperada? Bem, a vontade que dá a muito benfiquista seria mandar o Jesus pregar para outra freguesia, embora,  manda a verdade que se diga, o homem parece que ainda não tem influência nas lesões que lixaram a defesa...

E no FCP,  campeão pela 26ª vez? Haverá mexidas? Já se fala de Leonardo Jardim.

Por mim, este ano  só o Sporting Clube de Portugal estará livre desse percalço... Et pour cause.

A mim, benfiquista confesso mas também   Sócio  e Secretário da Assembleia Geral do Estoril-Praia, (onde jogou meu Pai lá no início dos anos 50) é apenas o clube da linha que me tem dado alegrias...

sexta-feira, abril 27, 2012

Para Descansar a Vista

Aproxima-se o mês de Maio.

Mês das Flores. Mês de Maria. Mês do Trabalho e dos Trabalhadores, Mês da Primavera.

Antes de tudo isso, lá bem para trás da história, na Idade do Ferro,  foi Maio o Mês celta e germânico da celebração do final do Inverno,  onde se erigiam os Maypoles druidas em louvor da floresta. 

Os grandes Reis-Pastores (do David bíblico a Viriato dos Hermínios) deviam também dançar neste dia, celebrando a Natureza pujante e renascida.



Quaisquer que sejam as nossas inclinações, saúdo com um abraço muito apertado o nosso  grande e esquecido  José Afonso, e aqui vos deixo:

Maio maduro Maio

Maio maduro Maio
Quem te pintou
Quem te quebrou o encanto
Nunca te amou

Raiava o Sol já no Sul
E uma falua vinha
Lá de Istambul
Sempre depois da sesta

Chamando as flores
Era o dia da festa
Maio de amores
Era o dia de cantar

E uma falua andava
Ao longe a varar
Maio com meu amigo
Quem dera já

Sempre depois do trigo se cantará
Qu'importa a fúria do mar!
Que a voz não te esmoreça
Vamos lutar!

Numa rua comprida
El-rei pastor
Vende o soro da vida
Que mata a dor

Venham ver,
Maio nasceu!
Que a voz não te esmoreça!
E a turba rompeu...

José Afonso

quinta-feira, abril 26, 2012

Algumas sugestões para cozinheiros de Domingo

Vários leitores do Blog, quase todos homens, pediram que eu fizesse um Post dando algumas indicações simples para eles se orientarem nas suas cozinhas.

Trata-se de gente que , tanto quanto sei, o mais perto que estiveram do trabalho na  cozinha foi quando lá iam deitar os jornais de Sábado no caixote, e cuja familiaridade com o fogão advém de nele terem aquecido algumas vezes a lata de salsichas diretamente no bico mais pequeno (para se equilibrar).

Divorciados, solteiros ou viúvos, com a  Mãezinha a viver longe (nem sabem a felicidade que têm), esta gente alimentava-se fora de casa nos tempos do Socratismo. Hoje em dia, e fruto do aperto na carteira, há que retomar hábitos do século passado e desatar a sujar as delicadas mãozinhas na antiga e nobre tarefa de "queima-cebolas".

O primeiro conselho que posso dar a estes Amigos é que não vale muito a pena estarem a lavar alimentos e condimentos que vão depois para o lume. A fervedura pasteuriza tudo, ou quase tudo.  Para além disso, se um gajo se habitua a comer tudo sem bactérias não desenvolve as defesas do seu organismo.   Poupa-se na água e poupa-se no tempo também.

Depois, a questão importante de como acertar à primeira na forma de fazer o  prato mais emblemático de toda a tribo dos "vencidos da vida", dos que vivem sózinhos.
Já adivinharam . Trata-se dos "Ovos com presunto(ou salsichas) e batatas fritas".

Na primeira abordagem a este assunto tenham em atenção que a dificuldade está - por ordem de
 importância - na fritura correta das batatas, na fritura dos ovos (sobretudo se forem estrelados) e no empratamento (colocar tudo no prato sem que caiam para o chão as partes envolvidas).

Batatas fritas: Comprem de pacote nas primeiras vezes. Ao fim de 3 ou 4 vezes, já treinados no resto, comprem batatas congeladas descascadas . Apenas depois de alguns meses de treino aconselho passarem às batatas verdadeiras, com casca. Para este último caso, já à profissional, não se esqueçam de, ao descascar,   retirar bastante batata juntamente com a casca, para safarem os dedos de cortes indesejáveis. Escolham bem a faca (nunca -  mas nunca mesmo! -  caiam na tentação de comprar aquelas facas de porcelana afiadíssimas...Há gente que tocava Flauta de Pã e, à conta disso , passou a tocar Apito, por falta de dedos)...

Por fim, a importante questão da temperatura do óleo de fritar. Para que as batatas fritas fiquem estaladiças o óleo tem de estar à temperatura ideal. Quem tem fritadeira com termóstato está safo! Quem não tem ? Bom, não aconselho a que ponham o dedo lá dentro para testar a temperatura... Sei que há quem o faça (as unidades de queimados têm de justificar o investimento que custaram, não é?) mas para nós, amadores, essa NÃO é a resposta certa. Olhem bem para o óleo. Quando começar a fazer bolhinhas deve estar OK. Mas vão tentando sempre. Para aí à 4ª tentativa devem estar já perto do ideal.

Os Ovos: Estrelados é mais difícil. Podem ficar crús ou cozidos em demasia... A resposta é sempre a mesma: tentem até acertar. 3 dúzias de ovos depois já não devem precisar da ajuda de ninguem. Se forem  mexidos batam primeiro os ovos com sal e pimenta numa tigela (em cima do lava-louças, ou então há que ter a esfregona ali  ao lado). Deitem um tudo nada de leite gordo e continuem a bater com o garfo umas cem vezes. Depois deitem a mistura no azeite já à temperatura ideal (ver mais acima o que se escreveu para o óleo) e deixem passar mais ou menos. Se não ficarem muito bons é porque não bateram cem vezes. Voltem ao início!

O Empratamento: O principiante deve usar pratos grandes, do tipo marcadores ou mesmo travessas. Nestes começa por colocar os ovos estrelados a fazer de olhos e as salsichas como se fossem uma boca a rir. Ao redor espalha as batatas fritas. Em alternativa (dependendo da fome ou da pressa) vá misturando na travessa os ingredientes à medida que os tirar do lume. De facto cá dentro do estômago tudo também acaba misturado...

Plano B: Faz sempre falta um Plano B para o Homem sózinho à volta dos tachos. Pode ser, por exemplo, pedir à vizinha " se o ajuda com a temperatura do óleo, porque há muito tempo que não frita batatas".  É claro que para isso dar resultado é preciso ter Vizinhas Boas. Isto é, caridosas e prestativas.

Plano C: Ir à Sabores Calientes comprar tudo já feito e do bom e do melhor a preços módicos! Aqui deixo o site malta:

http://www.saborescalientes.com.pt/

Espero que tenha ajudado?  Pelo menos com a morada do site...

Cuba Libre??!!

Parece que o DCIAP deu à operação de investigação às supostas fraudes do governo regional da Madeira o nome de código de ..."Cuba Libre"!

Quem não achou graça foi o PCP da Madeira. (Et pour cause...)

E quanto a El-Rei D. Alberto João? Cubanos não eram antigamente os "gajos do Côtenete que estão sempre a afundar o arquipélago, maçons e jornalistas de Meios de Comunicação social enfeudados ao capitalismo selvagem e ao comunismo"?

Também é capaz de não ter achado muita graça à alcunha...

terça-feira, abril 24, 2012

25 Abril é já amanhã

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo

Sophia de Mello Breyner Andresen

O mais triste dos 25 de Abril desde o primeiro? Pode ser que sim. Decerto que sim para milhões de portugueses.

Sem emprego, sem dinheiro, com pouco  apoio social do Estado ( e o que há é vê-lo a esboroar-se por entre os dedos), que foi feito hoje, 38 anos depois, das "promessas de Abril"?

Foram na onda da crise económica e financeira, mas também da crise de valores morais e éticos, que permitiu que  alguns aventureiros  - de todos os Partidos do "arco da navegação" - destroçassem o País por dentro.

Foram tempos onde, sem darmos por isso, se sobrevalorizou o apego ao poder face à necessidade de acautelar o futuro de todos. Foram tempos de enriquecimentos ilícitos, de favores pagos e recebidos, de subornos e de compadrios, de acordos secretos e de hipocrisias.

Que a miséria onde estamos possa ser ponto final e de partida. Haja pelo menos a coragem de fazer um novo começo. Mais pelas pessoas e menos pela ambição política da perpetuação dos mesmos de sempre  na estrutura do poder.

 -"Com estes partidos que temos??!!" (perguntarão alguns dos leitores).

Ainda acredito que sim.  No fim de contas foi essa a grande conquista de Abril: a Democracia. E há boa gente em todos os Partidos. Deixem-nos respirar e vir à tona da água...

Um grande abraço a Mário Soares e Manuel Alegre!  Quem se cala consente.

segunda-feira, abril 23, 2012

J.R.R. Martin em Portugal

O "monstro" da literatura de fantasia chegou e opinou. Leiam a entrevista de fundo do "Público" de hoje sobre esta personagem incontornável da moderna literatura - seja ela qual for  - e que devolveu à Fantasia o estatuto de  coisa séria e respeitável, para fora da esfera das adolescentes ansiosas por mais sagas de vampiros, historietas de feiticeiros juvenis ou (o que está hoje de moda) "Jogos da Fome"...

Literatura a sério, pesada que baste, com trama e profundidade de campo, com personagens plenas de humanidade, para o bem e para o mal: hoje heróis, amanhã cobardes, depois de amanhã traidores, e no fim do mês recuperados para a linha dos "bons"...

O "outro" grande  R.R. da literatura de fantasia (o percursor Ronald Tolkien) ficaria satisfeito se soubesse que no início deste século XXI existe alguém que agarrou no seu testemunho e o levou para além do classicismo, em direção à modernidade.

Para ver a saga no Sy-Fi (A Game of Thrones) mas sobretudo para ler no original os 6 volumes já publicados! Imperdível para quem gosta do género, aconselhável para todos os outros.

Marianne espreita com Esperança

François Hollande ganhou à justa a 1ª volta das Presidenciais francesas.

Não importa se foi à justa. o que vale é que vai à segunda volta e em vantagem face a Sarkozy.

Marine Le Pen surpreende pelos quase 19% alcançados! A esquerda mais extremista falece por comparação...

Mas se daqui a 15 dias François Hollande tiver o prazer de escolher a nova Marianne (todos os Presidentes têm de fazer essa escolha) para os selos base da Répública Francesa, que bom seria para todos nós!!

Alguém que pregue este Evangelho Novo do Crescimento Económico, em detrimento dos velhos testamentos que só falam de austeridade sem mais nada darem em troca.

A ver vamos, mas para já um grande abraço a Hollande e "bon courage pour le combat"!

sexta-feira, abril 20, 2012

Para Descansar a Vista

Acordei a pensar em cozido à portuguesa.

- "Raio que o Parta! Aí Animal!Ganda Bruto!" 

(parece que já estou a ouvir os leitores).

Em parte é verdade. Mas não é só isso. Estou a perder peso (Ufa!) porque chego à noite a casa sem vontade de comer e troco o jantar por um chá e nada mais. Em consequência, acordo no dia seguinte com uma "larica" daquelas antigas, do período da II Grande Guerra.

Daí ao pensamento voar para comida de conforto nas matinas é um àpice!

Va, pensiero, sull'ali dorate!

 E poucos pratos darão tanto conforto do que um Cozido à Portuguesa à moda antiga, com enchidos selecionados e boas couves.

Uma boa  ideia para o almoço do Dia da Liberdade! Liberdade também é ter a barriga em dia, todos os dias! Às vezes há malta que se esquece disso...

Então, em louvor da Liberdade ( e do cozidinho) aqui vai poema de meu Mestre Torga. Apreciem esta singela maravilha:

Liberdade

 — Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pão de cada dia.

Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.

— Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.

Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.

— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.

Miguel Torga


quinta-feira, abril 19, 2012

O Esquentador

António Peres Metelo tem fama de ser bom a esclarecer coisas da economia à "malta" menos entendida. Até o Dr. Mário Soares (sem malícia) foi várias vezes citado nos jornais por dizer aos seus Ministros das Finanças:

- " Assim não entendo! Chamem lá o Metelo para ver se me explica melhor!"

Nestas condições abro aqui um Post para falar sobre  a crónica de Peres Metelo  de  hoje na TSF (com chapelada).

Imaginem que uma família tinha problemas com o fornecedor de Gás... Já não conseguia pagar há 2 ou 3 meses... Entrou em duras negociações com esse Fornecedor, o qual só assegurou o fornecimento do Gás com garantias de pagamento, depois da família se ter comprometido a seguir um rigoroso orçamento controlado na sua vida diária.

Melhorou a situação dessa casa no que toca a banhos para o agregado familiar e comida quentinha? Nem por isso amigos leitores...

É que o esquentador da casa dessa família há vários anos que funcionava mal. Quase não aquecia nada...

Em Portugal parece que o problema do Gás está mais ou menos resolvido através das injeções de dinheiro da Troika... O grande problema é que o esquentador, a nossa Economia, continua a funcionar mal ou ainda pior... E sem esquentador (Economia viva e ativa) como poderemos tomar banho de água quente, por muito gás que se encontre ainda nos canos?

Agora, há que explicar esta evidência ao Dr Passos Liberal, ao Dr. Canadense do Esquentador, ao Dr. Bruxéu das Finanças...

Faz-se uma coleta para pagar ao Metelo e ele ir dar uma aula a estes personagens? E, já agora, ia acompanhado de um técnico certificado de gás, esquentadores e caldeiras?

Se fosse assim tão fácil seria eu o primeiro a contribuir. Infelizmente estes "apagões" de compreensão já não se explicam apenas pela falta de atenção nas aulas da matéria lá nas faculdades, ou pelas más experiências na escola da vida...

São mais do foro do Freud, Jung e outros assim. E quanto a isso, para fazer  psicanálise hoje em Portugal?...Nem sequer há comparticipações do Serviço Nacional de Saúde!

quarta-feira, abril 18, 2012

Solar sem Crise?

Perto, muito perto da antiga sede dos CTT Correios de Portugal ( que saudades!! Da sede, do local e dessa Lisboa antiga que dá 10 a 0 aqui ao inóspito Parque das Nações...) ergue-se há muitos anos um bastião de qualidade no panorama da restauração lisboeta.

Solar dos Presuntos
Rua das Portas de Santo Antão 150
Lisboa
Telefone - 213424253

Alta cozinha de Monção, com Sável e Lampreia na altura devida, sem dúvida, mas o que interessa mesmo é a alta qualidade que ressalta de tudo o que fazem, e que não é pouco:
 
Entradas: Gambas ao natural ou com alho; Sapateira recheada; Vieiras ; Búzios, Lagosta, Lavagante; Cavacos; Cracas(nem sempre) .  Lampreia de escabeche.
Peixe: Açorda de gambas; Feijoada de marisco; Caril de lagosta e gambas; Arroz de lagosta e gambas; Pataniscas de bacalhau com arroz de feijão, Bacalhau recheado à Solar; Filetes de peixe-galo com arroz. Sável com açorda das suas Ovas; Peixes do dia para cozer ou assar no forno (Pescada, Goraz, Pargo, Garoupa e Cherne). Arroz de Lampreia, Lampreia à bordalesa e Lampreia assada no forno.
Carne: Cabrito assado à Monção; Rojões à moda do Minho;  Escalopes com cogumelos; Mimos de porco preto com feijão preto; Lombo e vazio de carnes certificadas de vaca para grelha; Dobrada com feijão branco; Mãos de vitela com grão;
 Doces: Doce da Avó; Trouxas de ovos; Pão de Ló com doce de ovos.

Como se vê, um "estendal" do receituário típico português, lisboeta e minhoto. Íamos lá muitas vezes, pela localização mesmo ao lado da nossa sede, mas também pela qualidade a preços módicos.

Uma Casa onde se organizaram vários jantares de aparato durante a PORTUGAL 2010, a preços controlados, e que sempre correram bem.

Onde o Diogo levou 30 colegas de universidades estrangeiras para jantar em 2010, durante um Congresso, tendo sido votada " a melhor refeição dos últimos 5 Congressos"  que  aconteceram por toda a Europa...

Esse jantar, com vinho verde branco e tinto "da Casa" à descrição, águas e refrigerantes também à descrição, Cabrito assado e Entradas petisqueiras de Lisboa (pastéis de bacalhau, pataniscas, rissóis, croquetes, queijo e presunto), Cafés e uma trouxa de ovos por pessoa, foi pago a....25 euros por cabeça... apenas  tiveram de pagar à parte os digestivos. Onde se encontrava esta qualidade a este preço?

A única desfaçatez que faço a esta antiga e excelente morada é não terem bacalhau do "verdadeiro", "demolhado" em casa... Como em tantos outros lados renderam-se há alguns anos aos lombos congelados  pré-demolhados...Que pena!

Mas continuando, depois de 2010 mudámos de local de trabalho, veio a crise a sério, fechou o Sr Araújo (logo ali na porta ao lado) e , em consequência, nunca mais lá tinha posto os pés.

Uma nova oportunidade apareceu num destes dias, por causa do nosso Livro "Sabores do Ar e do Fogo - Recolha dos melhores presuntos e enchidos de Portugal". De facto os nossos especialistas  - Fátima Moura, Zé Quitério e Mário Cerdeira - tinham andado a fazer recolha de materiais por esse país fora, e havia que fazer uma "prova" para nos entendermos quanto à escolha dos produtos que sairíam em selo, neste ano de 2012 e no ano seguinte.

Pois mais uma vez se fez apelo ao Sr Evaristo e ao Amigo Pedro para receber uns 8 foliões que se iam dedicar à tal prova...

Não contando com os pratos de enchidos em cima da mesa (uns comprados, outros oferecidos por cortesia de vários fornecedores) comeu-se uma esplêndida mayonnaise de garoupa e gambas,  e continuou-se por  uma pescada fresquíssima, imponente de aspeto, simplesmente frita. Acompanhava com arroz de ameijoas e arroz de tomate. Quem não se entendia bem com a Pescada teve que se debater com um tacho de Dobradinha...

Bebeu-se apenas Douro, talvez para desenjoar de tanta coisa alentejana em aperitivo por cima da mesa: Vallado Branco e Quinta do Crasto Tinto Superior.

Quanto custou esta aventura ? Não posso dar os detalhes ...  O que posso asseverar é que a Casa estava completamente cheia ao almoço!!

A crise aqui passou ao lado? Parece que sim... E ainda bem para que continue esta família a dar felicidade a todos por muitos mais anos!

terça-feira, abril 17, 2012

É um Luxo educar os filhos?

A pastoral da Igreja para o Ensino Superior mostrou a sua grande preocupação com as taxas de abandono de alunos dos cursos superiores, simplesmente por não terem dinheiro para sustentar esse "vício".

Escreveram os Srs Padres uma carta ao Prof.  Nuno Crato e ao Conselho de Reitores, dando conta dessa preocupação e garantindo que, a continuar esta tendência,  num futuro próximo a educação superior seria apenas acessível a quem tenha posses para isso, independentemente da qualidade dos alunos.

Entre outras coisas, o corte imediato das bolsas de estudo a  alunos de famílias que tenham dívidas ao Estado (Fisco e Segurança Social) parece que será o maior problema com que estudantes pobres se defrontam.
Se a família já não pode pagar os impostos como poderá pagar as propinas? É cruel e desajustado? Não amigos leitores! Nada disso!  

É uma atitude muito  "liberal" cortar o acesso ao estudo dos bons alunos. Como todos sabemos tudo o que é "liberal" está agora muito de moda...

Também, estudar para quê? Não há empregos para tanto diplomado... Os Pobres e remediados que aprendam um ofício. Isso sim,  será melhor para eles e para o País.

Só que....Na minha modesta opinião, um Estado que manda os seus melhores alunos  para fora do sistema de educação está a cavar a sua própria sepultura.

Será, não tenho dúvida nenhuma, uma sepultura muito "liberal", com bandas na rua, discursos à americana de louvor ao velho País de 900 anos e  coisas assim.   E muitas flores (de plástico) ! 

Mas sepultura na mesma.

segunda-feira, abril 16, 2012

O Arquiteto Saraiva...

Já toda a gente deste País deve ter ouvido os comentários jocosos ao artigo\editorial passado do Sr Arqº António José Saraiva , Diretor do inenarrável jornal que se chama "O Sol"? Tratava-se de falar sobre "viagens de elevador". Mas cedo o tema se transformou em "método de deteção de Gays à vista desarmada"...

Se alguém houver ainda que nada disto sabe , então vou cumprir o meu dever cívico e fazer aqui do Blog caixa de amplificação desse evento notável.

Por acaso, agora que o Sol foi comprado por um conhecido nosso, tão dado às coisas da cultura como eu sou dado à cultura dos girassóis, sempre imaginei que deixar o "louco manso" à solta só podia, mais tarde ou mais cedo, dar nisto...

Pois o nosso Arqº Saraiva tergiversou sobre a forma como, num elevador e olhando para os pés e mãos de um "compagnon de route" , seria possível concluir de imediato que a criatura era...Gay.

"À minha frente, no elevador, está um rapaz dos seus 16 ou 17 anos. Pelo modo como coloca os pés no chão, cruza as mãos uma sobre a outra e inclina ligeiramente a cabeça, percebo que é gay"

E mais disse, que por se vestirem de negro, esses Gays, uns "nihilistas",  iam em direcção ao ...nada.

"De resto, o uso de roupas pretas, a fuga da cor, vão no mesmo sentido em direcção ao nada".

E o Sol é um jornal que se vende muito em Angola...Com estas afirmações não estará o Arqº Saraiva a pedir umas palmatoadas da malta da Kizomba?

 Então o Preto (salvo seja) vai em direção ao nada??!! Só se for na Guiné-Bissau. E mesmo assim atenção ao neo-colonialismo!

E termina o demiurgo fatal da nossa idade com uma afirmação de absoluta sensatez /(na sua perturbada cabeça):

" A opção gay é uma forma de negação radical: porque rejeita a relação homem-mulher, ou seja, o acto que assegura a reprodução da espécie. Nas relações homossexuais há um niilismo assumido, uma ausência de utilidade, uma recusa do futuro."

Há ganda Saraiva! Temos filósofo!

Nem sei se hei-de rir ou se hei-de chorar...

sexta-feira, abril 13, 2012

Para Descansar a Vista

Com o malvado do joelho ainda a incomodar-me e sem que a cabeça tenha descanso a pensar no que se pode retirar da conversa de Pedro Mota Soares ontem na TVI (já comentada noutro Post), levantei-me hoje mais cedo do que o costume.

Tema do poema de hoje?

A minha vontade seria discorrer sobre o futuro mais que incerto, com a classe média a afundar-se cada vez mais, com as pensões acima dos 2000 euros a levarem cabazada atrás de cabazada, até que aquilo que o Fundo deva pagar,  no máximo,  seja mais ou menos essa verba, independentemente do que o desgraçado descontou em toda a sua vida contributiva...

Um amigo meu já dizia, com inteira razão: "Cortem nos benefícios, sem dúvida. Mas como quem tem esses benefícios assumiu compromissos a contar com eles, cortem também em igual proporção no valor desses compromissos!"

É que se não o fizerem as falências individuais vão multiplicar-se e chegaremos a um ponto onde ninguém paga a ninguém...

Mas estamos em Abril,  mês da Primavera, mês de todas as esperanças.

Em louvor de Abril aqui vai Poema de muita Esperança:

La nuit n'est jamais complète

Il y a toujours
puisque je le dis
puisque je l'affirme
au bout du chagrin
une fenêtre ouverte
une fenêtre éclairée

Il y a toujours
un rêve qui veille
désir à combler
faim à satisfaire
un coeur généreux
une main tendue
une main ouverte
des yeux attentifs
une vie
la vie à se partager

Paul Eluard.

Nota: Paul Éluard foi um poeta francês, autor de poemas contra o nazismo que circularam clandestinamente durante a Segunda Guerra Mundial. Participou no movimento dadaísta, foi um dos pilares do surrealismo, abrindo caminho para uma ação artística de intervenção. Pertenceu aos quadros do partido comunista francês.

Tornou-se mundialmente conhecido como o Poeta da Liberdade.

É o mais lírico e considerado o mais bem dotado dos poetas surrealistas franceses.

Pedro Mota Soares: a arte de falar sem dizer nada

Terão visto a entrevista de Judite de Sousa a Pedro Mota Soares ontem na TVI?

Se não viram não se preocupem. O Homem nada disse que valesse a pena. Estive a contar aqui em casa e das 7 ou 8 perguntas pertinentes que lhe foram feitas , ele respondeu claramente a ...nenhuma!!

Para mim o estado do País de uma forma geral e da sustentabilidade da Segurança Social em particular deve estar tão mau, mas tão calamitoso mesmo,  que quem devia pronunciar-se até tem medo de tocar no assunto...

Povo que não sabe é Povo que não vê? Felizes pelo desconhecimento caminhamos alegremente para o abismo que nos abriram aos pés.

Cegos a conduzir outros cegos? Antes fosse que tinham todos perdão noutra vida... Desta forma são mais açougueiros a conduzir o gado para o abate.

Que vergonha!

quinta-feira, abril 12, 2012

A fada do lar (gorila de 200 kg...)

Obrigado a ficar em casa sempre vou treinando receitas diferentes. Um empadão de bacalhau, fofo e saboroso, é sempre agradável. Mãos à obra, começando pela basezinha que não é mais do que um puré de batata mais a dar para o corrido do que para a massa de gesso...

Sabem como aldrabar um puré de batata congelado de forma a que ninguém dê por isso?

É fácil:  Juntem aos troços de batata congelados o leite gordo (Vigor) numa quantidade sempre um pouco inferior ao que diz no pacote. Por exemplo, para 500g x2  de troços de batata (2 pacotes)  devia ser 1 litro de leite. Mas deitem 0,8 l em vez disso. Depois juntem um bom pedaço de manteiga gastronómica , noz moscada a gosto, sal também a gosto e  um pacote de natas de 250g. Em lume brando vão mexendo sempre com a colher de pau. Já perto do final da "mexida" juntem 3 gemas de ovo, de preferência dos que têm a gema mais amarela. Perto do fim e se necessário podem juntar o resto do leite e acertar o tempero (sal). Tenham em atenção que o recheio é refogado, leva muita cebola e por isso mesmo vai liquidificar o puré. Este deve, em consequência, ficar mais para o grosso.

Para o recheio: Uma posta de bacalhau por pessoa, cozida em leite e desfiada sem peles nem espinhas.

Faz-se de seguida uma puxadinha com 2 cebolas, 4 ou 5 dentes de alho migados, coentros picados ou partidos à mão, meio frasco de molho de tomate com azeitonas italiano (há várias marcas), um frasco de azeitonas pretas descaroçadas e partidas aos pedaços pequenos, sal, pimenta , um copito de vinho branco ou moscatel e azeite do melhor.

Estando a cebola aloirada introduzem-se as lascas de bacalhau, misturam -se bem com o refogado e deixamos apurar.

Forra-se o  tabuleiro com o puré, deita-se por cima o recheio e torna-se a tapar com puré.  Pintamos com 3 gemas de ovo, cruzamos a superfície com um garfo a fazer grelha e vai ao forno no mínimo 3o minutos para tostar por cima.

Retira-se do forno para a mesa decorando com azeitonas pretas e acompanhando com uma salada mista.

Excelente como comida de conforto! Juntem à festa  um Alvarinho Soalheiro de 2010, ou ainda um Tinto do Dão novo. Quinta da Pellada ou Quinta de Saes são sempre apostas ganhas.

quarta-feira, abril 11, 2012

Qualidade a baixo preço: tenham paciência!

Como de costume, nesta Páscoa fui dar uma revisão às minhas garrafas de vinhos velhos que estão lá bem guardadas na adega da Beira Alta. Dentro do granito, isolados dos extremos de temperatura, aqueles vinhos têm vindo a dar lições de longevidade que aqui em baixo em Lisboa provavelmente não dariam, a não ser que estivessem dentro das caves climatizadas artificiais (armários de temperatura e humidade controlada) que agora qualquer um de nós pode comprar.

Quando era mais novo não gostava muito de vinhos velhos. E esta política parece ser cada vez mais generalizada por esse mundo fora, sobretudo em relação a não-especialistas. Nem sempre foi assim, os grandes restaurantes antigamente orgulhavam-se das magníficas caves de vinhos antigos que mantinham para os seus clientes. Lembro-me da Tágide ( à conta da garrafeira do Sr Jorge de Brito) mas também da Tia Matilde, do Beira Mar e do English Bar.
Hoje em dia, fruto da Parkerização do gosto mundial, preferem-se em todo o lado  tintos jovens, espessos e negros -  há quem lhe chame a "Bordelização" dos vinhos, não sei se por relação semântica com os gran cru de Bordéus, se antes por semelhança fonética com a antiga palavra "bordel".

Perdeu-se desta forma o  gosto pelos vinhos tintos com mais idade, e por isso obrigatoriamente mais delgados e desvanecidos na cor. Mas quem já teve a felicidade de beber um Romanée Conti sabe que tais atributos são apenas parte do ramalhete que transforma qualquer vinho num grande vinho.

Por todos estes motivos que nos dão matéria para pensar, mas também por ter começado a privar com grandes conhecedores, mudei a minha percepção sobre os vinhos velhos  e - quem sabe? - talvez a idade tenha também tido influência...

No Méson Andaluz o Amigo Sr Almeida guarda-me religiosamente um Albariño Rias Bajas dos anos 90 , que por estar demasiado amarelo na cor e com os sabores já extraordinariamente maduros constuma ser rejeitado pela "malta" refeiçoeira. É divinal a acompanhar pratos um pouco mais puxados ou até com o Pata Negra cortado no momento.

Pois lá na nossa adega de granito abri 4 garrafas das pequenas - a maioria dos vinhos que lá estão encontram-se em Magnum, mas essas serão as últimas a abrir - que já me pareciam começar a perder algum conteúdo pelas rolhas.

Vinhos perfeitamente normais E BARATOS!

Calheiros Cruz Tinto do Douro, colheita do ano de 1997, engarrafado para o Pingo Doce e Caves Aliança Tinto de Baga da Bairrada de 1995, engarrafado para o Fórum Prior do Crato (que saudades Amigo Chambel!).

Excelentes ambos!  Mais evoluído o Baga (quem diria) nas ainda igualmente bebível e com os temíveis taninos da casta perfeitamente domados. Um prazer bebê-lo com o nosso cabrito assado no forno.

Mas a estrela da "saison" foi o Calheiros da Cruz. Com dois lombos de porco alentejano de Ourique fez maravilhas! Muito bom! Talvez melhor do que na altura em que o comprei, embora tenha de confessar que as memórias enológicas de há 15 anos atrás estejam meio desvanecidas...

Vinhos que, quando foram comprados, teriam custado para aí 2 euros ou 3 euros cada garrafa... Claro que houve que esperar 15 anos (ou mais) para darem esta prova qualitativa... Quem terá paciência? E os riscos de se estragar o vinho?

Concordo que todas estas são variáveis que temos de enfiar na velha equação que equilibra a probabilidade do sucesso com a do insucesso... Mas para quem arrisca e ganha, que prazer!

Foi Milagre da Senhora Santa Eufémia, nosso orago local? Isso não sei.

Mas que a experiência contribuiu muito para robustecer esta nova opinião que tenho sobre vinhos já com uma certa maturidade, disso podem ter a certeza!!

terça-feira, abril 10, 2012

Um Joelho maroto...

Em consequência das "ginásticas" do meu tempo de juventude - fazia judo de competição e desbastava cavalos - fiquei com duas ou três mazelas que já não têm remédio: as articulações dos cotovelos, e sobretudo a do joelho direito, que sofreu noutros tempos que já lá vão uma rotura completa de ligamentos causada pelo esforço.

Ultimamente essa articulação do joelho ressente-se mais ( o peso da carcaça da besta não ajuda...) e andava  até outra vez aqui em Lisboa em vias de diagnóstico com RX , ressonâncias e ecografias.

Pois não querem saber que lá na quinta, armado em "lavrador", agravei de tal forma a lesão que agora estou sem poder conduzir por uns dias?

O meu sogro sempre disse: "Quem te manda a ti sapateiro tocar rabecão?" E tinha razão.

Agora estou a ver os pássaros aqui da minha varanda, chateado que nem uma mula e fazendo a vida negra a todos que me perguntem alguma coisa.

Quanto ao joelho até já pensei pedir conselhos ao Eusébio, cujo joelho (esquerdo?) também ficou famoso, em função das infiltrações que davam ao desgraçado para o obrigar a jogar...

Mas tenho receio da resposta meter uns copos a sério lá  na Tia Matilde, com o Sr Emílio, do alto do respeito que temos de ter pelos seus 91 anos, a olhar com benevolência para estes devaneios das "crianças"...

Vou fazendo aqui uns Posts para me entreter enquanto que não me correrem de casa. Vontade à Santa daqui de baixo não lhe deve faltar nenhuma... Nem um bocadinho...

E.T: Sim, vi ontem o jogo. Porque é que não disse nada? Não queriam mais nada que viesse para aqui fazer comentários a uma vitória do Sporting?!!? Tenham santa paciência! E aos amigos que me mandaram bué de SMS e de mails a gozar,  só digo uma coisa: Vão contar as pulgas do cão do Polga!
(são capazes de ter trabalho para o resto da vida...)

domingo, abril 08, 2012

Crónicas da Serra 4

Para se compreender o povo aqui de cima tem primeiro que se entender a forma como, ainda hoje, pais , tios e avós vivem para a terra.

Mesmo que dela já nada ou quase nada retirem, mesmo se o que lhes entra aos bolsos seja fruto de outras vidas e de outras reformas, o simples facto de ali viverem, paredes meias com as courelas que eram dos seus antepassados, já é suficiente para que se sintam ( e sejam) camponeses no sentido etimológico do termo.

Há histórias de velhinhas com vida feita na Argentina e que aqui vêm antes de morrer para comprar uns metros de chão. Para mais tarde , quando se apresentarem ao último barqueiro, não haver confusão em relação à sua proveniência.

Terra que nos tempos maus de grande miséria foi o sustento das famílias, e que hoje, sinal dos tempos, começa outra vez a ser olhada para além da reverência, como meio de subsistência.

Em alturas de seca como a que atravessamos mais se nota nas conversas a preocupação. Sem água vai ser difícil semear as batatas e as cebolas, alimentar as galinhas com o milho que se deve plantar, ter uns feijões e uma horta vistosa por alturas de Novembro.

Por estes motivos é normal muitas das conversas que temos roçarem a nostalgia dos “bons tempos” de antigamente.

Alface (aqui chamam-na simplesmente “salada”) apenas havia durante o Verão. Era um luxo comê-la fora de época e mesmo assim desdiziam dela: “ é das estufas..Não sabe a nada”.

O mesmo do tomate redondo ali plantado à mão, bem como dos agriões. E uma coisa é certa, hoje podem ser adquiridos a qualquer hora de qualquer dia tomate e agriões, mas já não têm o sabor daqueles que se plantavam e colhiam de acordo com o ritmo das Estações do Ano.

E sem chuva não há pasto e sem giesta no pasto o leite das ovelhas ressente-se e o queijo não presta! De todas as formas não seja por isso que se deixem de fazer feiras de queijo nos hipermercados… E aqui os velhos, que foram pastores , filhos e netos de pastores, bem abanam a cabeça e inquirem “de onde virá esse leite?”

Interrogação que os consumidores lisboetas, se estivessem atentos, também deveriam fazer.

As chuvas cada vez mais ácidas vão também assinalando pela negativa a fruta das árvores encostadas às quintarolas daqui. Eram tangerineiras, nespereiras, figueiras, ameixieiras de dois tipos, maçãs bravo de esmolfe , albricoqueiros (alperces) e limoeiros que tínhamos aqui na quinta. Nunca eram tratados contra a pulga nem contra as moléstias e , no seu tempo, resplandeciam de fruta excelente .

Os melros não as largavam, e no tempo do politicamente incorreto muita arrozada de tordos, melros e pardais comemos aqui na quinta, em consequência das tardes de tiro ao alvo com a minha velha pressão de ar "Flavia", debruçados do alpendre da cozinha.

Isso acabou. Para termos alguma fruta há que curar as árvores…E em consequência disso o sabor também se ressente. E os pássaros também parece que mais desdenham dessa fruta.

Perdizes bêbedas das uvas das nossas vinhas, que o meu sogro caçava em Setembro e Outubro? Nunca mais as vi, nem comi aqui à nossa mesa. Eram às dezenas e quando se dava um tiro às vezes matava-se mais do que uma, espantando o bando das outras.

Essa “terra” meio idílica, meio real, meio fantasiosa, meio inventada, já não existe.

Para o bem e para o mal.

E se hoje os velhos se lembram daquilo que escrevi em cima, muitos também não se deixam de lembrar da falta de escolas, que não existiam médicos nem medicamentos, da falta de saneamento básico, da existência de grandes lixeiras a céu aberto, do trabalho quase escravo, do poder dos industriais dos lanifícios que podiam mandar incendiar pelos seus esbirros a lã de um Pastor se este não a vendesse ao preço que queriam, nas barbas da GNR, a quem pagavam e cumulavam de favores.

Estamos a pagar através da poluição do mundo de hoje o preço da Liberdade?

Esperem aí um bocadinho sff que esta Procissão pode ainda não ter sequer chegado ao Adro da Igreja!

Se esperarmos uns tempos mais vão ver que teremos o “bouquet” completo:

Regresso ao Passado da falta de tudo, ou de quase tudo, sobretudo em termos de Segurança Social.

 E manutenção das más condições ambientais deste Presente que fizemos ou deixámos que fizessem…


Mas que grande Taluda!

sábado, abril 07, 2012

O País do Esconde-Esconde

Já me custou ( e penso que a V. todos ) ouvir aquela confusão ministerial entre 2014 e 2015. Quanto termina o Programa de Ajustamento, quando termina o corte\roubo nos subsídios de Natal e de Férias…



Ontem o Expresso melhor esclarecia que nas decisões do Plano estava prevista a “recomposição” dos tais subsídios a 20% em 2015 e talvez em 40% em 2016.

Se tudo estava já “previsto e decidido” porque motivo o Governo, o 1º Ministro, o Ministro Vitor Gaspar, não o disseram logo??!!

Talvez pelo mesmo motivo porque se “esqueceram” de anunciar que acabavam as reformas antecipadas para o Sector Empresarial do Estado, tendo ido às escondidas a Belém com o diplomazinho, o qual também às escondidas foi promulgado e finalmente ontem publicado!

Um Governo não deve andar a enganar o seu povo. Embora saibamos que essa é uma das coisas que todos fazem logo que chegam ao poder. Mas tão mau ou pior do que enganar subtilmente são estas decisões grosseiras, feitas abertamente para impedir que os cidadãos assumam as posições contraditórias que a Lei lhes permite e o Direito lhes outorga.

Ai querem guerra? Está aberta a Guerra entre o Estado e os Contribuintes? Vale tudo? Então não se queixem das contabilidades criativas e da pouca consciência social que ficar na populaça.

Parece que estou a ouvir o Prior do Convento Portugal – Frei Bento Passos – a esfregar as mãos dentro do largo hábito preto e branco, confidenciando para o seu Irmão Vitor:

-“Tomem lá que é para aprenderem! Esta gentalha não merece mais do que isto!”

-“ É bem verdade V. Reverência! É bem verdade! Foi sina nossa sermos chamados a mandar no convento nesta altura danada da vida…Será tudo para desconto dos nossos pecados…V. Reverência saberá que já me falta azeite a ferver para os interrogatórios? Onde chegámos…Onde chegámos…Qualquer dia ainda nos negam o chumbo derretido! Tenho estado a poupar na ração dos prisioneiros, mas tenho receio que não o possa fazer por muito mais tempo!”

-“Tempos difíceis estes meu Padre, tempos difíceis! Cortai lá ainda mais um bocado na ração desses desgraçados e, já agora, na água também. E falando de ração, o que nos fará hoje a Madre Cristas? Estava-me a apetecer uma empadazinha de perdiz. É que vem cá almoçar hoje connosco o D. Mira Amaral, barão de BIC e senhor do BNP, e não queria fazer má figura…”

O grande florentino Nicolau Maquiavel, citado num dos nossos jornais, não me lembro onde, terá escrito que “As más notícias dão-se logo e subitamente, as boas notícias vão-se dando aos bocadinhos”.

Parece que aqui fazem ao contrário.

Ao contrário não! É que boas notícias não as há!!

Não há dinheiro para distribuir, o Estado está perto da falência, a Segurança Social está em riscos de perder a sustentabilidade. Tudo isto será verdade e assusta qualquer um de nós. É o terrível e já conhecido “monstro gutérrico” que volta para nos assombrar.
Mas contra isso há formas de lutar, que nunca serão: a forma como foi “resolvido”o caso BPN, a CGD e os favores que está a fazer a certas famílias para comprar a Brisa, o ir mais além do que a Troika, o esbulhar sempre os mesmos pequenos empregados por conta de outrem, o envolver meios vultuosos na busca pidesca e desenfreada ao último cêntimo dos impostos desta gente pobre e a empobrecer.

Pelo contrário, há que olhar para outros lados, para os financiamentos a 1% dos bancos junto do BCE, que são depois convertidos em empréstimos a 7% e 8% dos mesmos bancos às nossas empresas, para as Parcerias publico-privadas, para as Rendas das EDP’s, para os Off-Shores, para os Impostos dos muito ricos e por aí fora.

Coragem para estragar a vida aos pobres e classe média abunda, mesmo com medidas que roçam a ilegalidade: é anticonstitucional cortar os subsídios, mas vão-se cortando, à sorrelfa. Será anticonstitucional legislar sobre as reformas antecipadas sem permitir o contraditório aos Trabalhadores, mas adiante que estamos na Páscoa e é altura de Folar.

Coragem para deixar de pagar (por exemplo) as rendas absurdas das parcerias público-privadas não há! Mesmo que seja contra a Lei… A Justiça tem os seus vagares, e demora 17 anos a resolver os assuntos, Amigos! Ao menos sirvam-se dos buracos do País para poupar algum dinheiro e distribui-lo por quem precisa Carago!

Forte com os fracos, fraco com os fortes. Assim temos este Governo debaixo da saia da Troika e recebendo palmatoadas do FMI… Ainda há quem se admire de Manuel Alegre ter escrito que, se fosse PR, teria vergonha do que se está a passar?

Teremos Eleições Legislativas em 2015. Convém aos senhores feudais aligeirar o jugo das bestas por essa altura, pois quem vota serão as ditas cujas mesmíssimas bestas.

E muito mais bestas do que isso serão, se votarem como fizeram em 2011…

Isto digo eu, que pouco ou nada sei...

sexta-feira, abril 06, 2012

Crónicas da Serra 3

Arrefeceu bem hoje. A neve já se vê aqui de baixo, lá para o cabeço gordo.

Acabei por assar no forno a Dourada. E que boa estava!

 Fez-nos companhia à mesa um dos nossos primos, hoje de folga enquanto que a mulher continuava a trabalhar no cabeleireiro que possuem em Seia. Aqui para cima , Patrão de uma pequena ou micro empresa sempre significou apenas que tem mais trabalho e mais responsabilidades do que os (poucos) empregados. E a crise já levou uma delas, motivo por que a “patroa” , nestes dias santos e feriados não almoça, faz o turno direto das 8.30h às 19.00h ( ou até sair a última cliente).

Conversa obrigatória, para além da bola, a questão do novo ordenamento administrativo do país. Nomeadamente a redução e fusão das Juntas de Freguesia.

Pensei que as pessoas sentissem mais aqui para cima o desaparecimento da sua Junta, sobretudo depois do que vimos em Lisboa, com a manifestação da semana passada. Afinal parece que não é bem assim… Como em todos os lados aqui existem fações: os que gostam do atual Presidente da Junta (porque os ajudou nisto ou naquilo) e os outros, aqueles que nem querem ouvir falar dele.

Para estes últimos – onde parece incluir-se a nossa família e amigos (questões velhas de caminhos por alcatroar e postes de eletricidade por levantar) - não faz cá falta nenhuma a Junta e quanto mais depressa tirassem o lugar àquele “comilãozito” melhor!

Questiúnculas da província que até parecem ter saído das páginas de Julio Dinis. De facto, no principal, este país pouco terá mudado nos últimos 100 anos.

Porque é que estas ideias velhas e relhas de um Portugal antigo, que permanecem como os abencerragens dos últimos Emires do Al-Andaluz depois da reconquista, nos devem surpreender?

No fim de contas, ao nível da riqueza acumulada estaremos como em 2001. E nada nos diz que não iremos ainda lá mais para trás…

Crónicas da Serra 2

Como de costume ontem pela tardinha tivémos aqui a nossa gente. Parentes e amigos, uns 7 , encheram a Adega até à hora da janta que ontem também era hora de ir ao Jardim Zoológico ver os Leões...

Demos cabo de meio presunto que veio inteiro para a mesa, um queijo da serra de kg e pouco, e não sei quantas chouriças. Um garrafão do tinto de há 3 anos atrás - da vindima de 2009 - e que está ainda soberbo. E quanto ao branco? O Je (Moi)  agarrou-se a uma garrafita e com ela namorou até à hora de virmos todos para cima.

Eu sou assim, quando gosto mesmo sou possessivo e nunca abandono a relação!

E uma garrafita de vinho tem a grande vantagem de nunca responder , pelo menos nos estádios iniciais do relacionamento, porque lá mais para o fundo até devem falar as garrafas e os copos!

Comemos uma sopa de nabiças, esplêndida, acompanhada pelos restos do "lanche" e para que ficasse tudo em beleza o Sporting lá passou a eliminatória (valeu-lhes São Patrício) e por isso mesmo acabou bem para todos a primeira noite aqui na Serra.

Hoje é dia de abstinência total de carnes. Vamos preparar a Dourada de Mar que nunca viu sequer o interior de um congelador. O meu desejo era assá-la no forno, mas não deve caber...Cortada ao meio  é sempre uma hipótese, ou então simplesmente cozida com os espigos e as batatas aqui da quinta.

Logo se vê.  Até já malta!

quinta-feira, abril 05, 2012

Crónicas da Serra 1

Cá chegámos e graças a Deus bem. Comprei uma dourada de mar com 3,5kg, uns bifes altos de atum dos Açores,uma  raia ainda viva, a sangrar, para a caldeirada ou para fritar fina, e sargos de palmo.

Também trouxe dois lombos de porco alentejano, recordações de Ourique.

Aqui temos o borrego ou cabrito do nosso pastor, e mais uns queijos da serra que fazem a parte da renda dos pastos. Longe vão os tempos do avô de minha mulher, onde se um pastor da serra fosse apanhado com cabras no rebanho perdia por completo a credibilidade...

Comemos a Feijoca com pé de porco previamente salgado, e acompanhámos com um tinto da nossa casa já com 3 anos! Um dos melhores que por cá se fez. Nesta tarde vamos à prova do branco que tem deliciado amigos, compadres e outros camaradas de percurso.

As novidades da terra serão dadas mais lá para a tardinha, em volta da adega e dos seus aconchegos. Está frio. Muito mais frio do que lá para baixo, para a capital do Império! O termómetro, pelas 14h, marca 7 graus. A neve adivinha-se pelos cabeços da Serra.

Recordei-me, nem sei bem porquê, de Mestre Aquilino e o seu D. Frei Bertolomeu dos Mártires. Numa visita episcopal a um seu "paroquiano" mais virado para as delícias de Baco do que para as da Igreja, sendo Benevides o seu nome, D. Frei Bertolomeu terá dito :

- "Benevides não Amigo, antes BeneBibes!!"

E deve ser esta a retórica do que vamos aqui encontrar. Boa gente, amiga do copito mas ainda mais amiga do trabalho. Haja ele!

Só mais uma referência antes de ir tratar do lanche: Saberão os meus amigos que depois de 2014 segue imediatamente 2015? Pois foi o que nos anunciou hoje de manhã Frei D. Vitor Gaspar!

Olha que pôrra! Se não fosse o Homem ainda éramos capazes de saltar algum ano!

Ponho-me aqui a imaginar o que seria deste pobre país  se não fossem o Canadense e o Bruxéu!

Avante Ministros! De passo de ganso, em passo de ganso, sempre  em frente até encontrarem o abismo (já faltou mais)!

quarta-feira, abril 04, 2012

Partida

Lá vamos para a Serra, passar a Páscoa com os nossos velhotes.

As habituais "Crónicas da Serra" começam amanhã. Não garanto bem a que horas... Depende da prova que der o Branco do ano passado, que segundo testemunhos fidedignos está de se lhe tirar o chapéu!

Depois conto. Agora vou para a Praça comprar peixe.

terça-feira, abril 03, 2012

Oh Seguro não sejas piegas...

Lá estive a ouvir o homem Seguro a carpir as mágoas ontem, na TVI, depois do safanão que o Prof.  Marcelo, conhecido pelo  "bafo maléfico",  lhe deu no Domingo à noite.

Nem quero saber se há razão na referida apóstrofe sobre a "inconstitucionalidade" da alteração dos Estatutos do PS - para mim, mesmo que não haja inconstitucionalidade formal  houve alguma "leveza" (para não dizer outra coisa) na forma como a malta do Seguro resolveu a matéria - mas o que me pareceu menos bem foi a postura do TóZé.

Um Homem não se pôe a chorar com pena de si próprio ! Sobretudo na TV.

Para mim havia que ir lá e dizer ao público:

-"Golpaço terá dado a sua Tia!  Este animal do Marcelo só manda bocas atrás de bocas sem verificar nada, como se fosse um Cardeal a discorrer sobre doutrina, com a complacência veneranda, beata e bajuladoura da classe política . Basta! O gajo que vá para o Diabo que o carregue e, em querendo gozar, vá gozar com os tachos do irmão que já terá muito para se entreter."

Lembrei-me que é nestas alturas que nos faz falta o vento de certo passado. Imaginem os Leitores que era o espírito vingador do velho Almirante Pinheiro de Azevedo  a ver-se nestes predicados. Marcelo não se livraria de  dois ou três gritos  sonoros de "Bardamerda!!"

Isso é que era de Homem!!

Agora, o Chefe da Oposição  ir tremelicar a voz de indignação para a TVI  não me pareceu bem.

Lembrou-me o Dr. Passos Coelho... (Pôrra!)

segunda-feira, abril 02, 2012

Carne lusa

Soa um bocado a herege estar a discorrer sobre a "carne" nesta época de antecipação da Semana Santa... mas já perceberão onde quero chegar.

Começo por dizer que lá para 2007 (ou por aí)  - quando comecei a preparar a exposição Mundial de Filatelia "PORTUGAL 2010" - tive de fazer um pequeno opúsculo sobre "Comer fora em Lisboa", para publicação nos Boletins anunciadores da exposição servindo de "guia gastronómico" para quem nos visitaria.

Ora nesse artigo lembro-me perfeitamente que começava por defender  a excelência do peixe da nossa costa, metendo a garfada com menos à vontade na questão carnívora, sobretudo se encarada sob o ponto de vista vacum...
E mesmo quanto à carne de porco havia que ter um certo cuidado. Não sei se ainda se lembram, mas tratava-se de uma altura em que a "febre do porco preto" parece que escaldava tudo o que era restaurante, tasca ou mangedoura alfacinha ( e não só), pelo que quase metade das ementas  eram propostas grelhadas, constituídas pelos "secretos", "plumas" , "lombinhos" e outras coisas mais do focinhador transtagano...

Algumas dessas peças mereciam a escolha, outras não. E a proveniência "DOP" ? Vou ali e já venho....

E quanto à carne de vaca, estávamos em plena "peste negra" da Picanha com arroz e feijão...Só de pensar nisso estremeço de nojo...

Mas adiante. 

Nesse mesmo opúsculo,  sobre a carne de vaca recordo que escrevi: salvo em certas regiões afastadas dos centros e mesmo assim, apenas em locais bem escolhidos, Portugal de uma forma geral não se recomenda como destino gastronómico para quem deseja enveredar por esse caminho do "pecado da carne" no prato.

Mais à frente detalhava as exceções: os Açores, o Planalto Mirandês, o Barroso.

Este panorama felizmente mudou !! Claro que as boas carnes sempre terão existido lá nos respetivos solares, mas no que diz respeito à sua disponibilidade nos grandes centros - na distribuição alimentar ou nos restaurantes - melhorámos muitíssimo!

Hoje em dia  temos 12 Carnes certificadas DOP ou IGP: Carne Charneca (DOP), Carnalentejana (DOP), Carne Mertolenga (DOP), Carne Marinhoa (DOP), Vitela de Lafões (IGP),Carne Maronesa (DOP), Carne Barrosã (DOP), Carne Arouquesa (DOP), Carne Mirandesa (DOP), Carne Cachena da Peneda (DOP), Carne de Bovino Cruzado dos Lameiros do Barroso (IGP) e Carne dos Açores (IGP).

Algumas carnes com estas certificações não as provei nunca. Mas de outras sou apreciador e tento comprá-las para minha casa sempre que posso. Das que provei posso bem atestar - e tenho provas! - que não ficam a dever nada às outras grandes carnes europeias.

Duas histórias verdadeiras ilustram este facto
- Uma vez, em S. Miguel, depois de uma apresentação de uma emissão de selos com estrangeiros,  fomos convidados para almoçar no Restaurante da Associação Agrícola de S. Miguel, no recinto da feira , em Rabo de Peixe. Acho que ainda hoje alguns dos alemães que vinham connosco devem estar a lembrar-se da carne que ali se comeu (pojadouro, vazia e lombo  à moda da Associação) e a lamberem os beiços...
- No sempre recomendadíssimo "Horta dos Brunos" levei uma delegação gaulesa conhecida por amar a carne. Mas tanto a amava que nem a queria "saignant"  - como costuma ser "de riguer" nestes casos - mas sim praticamente "à cossaca" , com o mínimo de grelha possível. Para os entendidos a carne assim diz-se lá na Gáulia "bleu".

Nota: bleu, saignant, a point, bien cuit.

Pois o Amigo Pedro, "sacou" da DOP Arouquesa que sempre tem para estas exéquias e presenteou os Obélixes com tal qualidade de lombo grelhado que os calou para sempre! (Para sempre também não. Eram franceses... mas calou-os por meia hora, o que já é uma grande façanha!)

Em conclusão, enquanto não chega a Sexta feira Santa, antes ainda de começarem a salivar pelo Cabrito da Páscoa, porque não meter uma garfada num carne das nossas?

Com a grande , enorme vantagem que decorre dessa atitude: sendo excelente a matéria -prima, a única função do "queima cebolas" de serviço à grelha ou à frigideira será "não estragar!!"

Nesta matéria, quem me deu o melhor conselho foi um amigão brasileiro, lá no seu sempre lembrado "Boi Preto" de S. Paulo:

Para carnes vermelhas, o ideal é não cortar bifes muito finos nem fazer furos no alimento para que não perca o suco natural e não fique ressecado. A carne deve ser temperada pouco tempo antes de ser grelhada e não há um tempo exato de cozimento, pois o ponto depende da temperatura do fogo e do  gosto de cada pessoa.

E Escoffier não diria melhor!