sexta-feira, julho 29, 2005

POST@L

QUALIDADE (1)

Qualidade gera clientes satisfeitos e é um elemento transversal em todas as organizações.

Sendo um factor importante publicarei um conjunto de textos relativos a este tema.

Comecemos pela definição - e aqui encontramos um primeiro problema... não há definições claras e consensuais para esta matéria...
Tentaremos então perceber melhor este factor importante da gestão.

A qualidade é:
- um factor importante para o desempenho de qualquer organização;
- uma tarefa chave da função "operações",
- deve garantir bens e serviços para os seus clientes internos e externos.

A qualidade pode ter várias "abordagens":
1) abordagem transversal - a qualidade como sinónimo de "excelência"
2) abordagem baseada na produção - a qualidade como preocupação em fazer produtos isentos de erros
3) abordagem baseada no cliente - a qualidade do produto/serviço como "adequado" às necessidades dos clientes
4) abordagem baseada no produto - a qualidade é vista como um "conjunto mensurável" em função de características requeridas
5) abordagem baseada no valor - a qualidade como um factor importante em termos de custos e preços

Nenhuma destas abordagens deve "esmagar" as outras, todas são importantes.
E ainda podemos ainda acescentar mais uma...
6) abordagem baseada em "surpreender o cliente" - para além de fidelizar clientes... tem a vantagem de ser um factor competitivo em relação à concorrência
(continua)

NOVOS "FIGOS"? - parte 2

A proposito do texto «Novos Figos»escrito pelo Antonio Campos,apetece-me tecer os comentários seguintes:

1 - Na verdade admito,por principio,que as Empresas devem renovar o seu efectivo,periódicamente,e sustentar na sequência desse recrutamento e selecção,a sucessão dos seus dirigentes.

2 - Porém espera-se que os «Novos Figos» tragam elevado valor a partilhar com a organização,sem esquecer que terão um tempo curto,de adaptação à nova actividade em que estão a inserir-se e,introduzam inovação,conhecimento e valor ao negócio.

3 - As remunerações,é certo,têm de reflectir os valores de mercado,atento aos «curricula» e expectativa sobre o seu contributo,mas não podem acentuar clivagens e dicotomias na estrutura salarial,nomeadamente em negócios ou actividades trabalho intensivos,existente nas Empresas para trabalho,competências e funções identicas.

4 - Entretanto as Empresas devem assumir opções no recrutamento e selecção mais imperativas,pois são o cliente final,mesmo quando utilizam Consultoras,abusivamente,pelo menos nalguns casos,designadas de «caça cabeças» que lhes impõem Quadros cuja valia,experiência e contributo poderão ser absolutamente funestas para a actividade.

5 - Pior é quando essas Consultoras até impõem grelhas de avaliação,particularmente,desadequadas às competências e funções dos Quadros objecto de avaliação e,com isso facilitar a «manipulação» de resultados.

6 - Em suma renovação de Quadros nas Empresas é importante por introduzir,de entre outros atributos,valor,novas
competências,inovação,mas também e sobretudo contribuir para melhores resultados,facilmente avaliaveis por métricas.Em sintese,se isto não ocorrer,é posta em causa,a motivação particularmente dos outros Quadros,a razoabilidade das contratações,a cultura da Empresa pode ser muito afectada e,o negócio ser atingido sem possibilidade de recuperação

Raul Santos Rocha

POST@L

FLEXIBILIDADE - comentário do Raul Moreira

Anexo o comentário do Raul Moreira ao meu Post relativo à Flexibilidade.
Reafirmo que a "produção" deveria ter uma atitude cultural em que a flexibilidade fosse a sua forma "natural" de estar e de viver.
No entanto também defendo que as áreas que contactam com os clientes deveriam pressionar a produção "exigindo" mais, melhor e diferente - sempre!

Aproveito este texto do Engº ACC Campos para aqui fazer um comentário que substituirá a 2ª parte do "Textos de Gestão 2" a qual seria dedicada à Flexibilidade nos CTT.

É muito importante que as Operações e a Produção sejam Flexíveis. Só assim o MKT e a Comercial podem captar Clientes com necessidades cada vez mais específicas. Ir "a Reboque" do Conceito e das Necessidades de cada Cliente é uma qualidade que nem sempre as nossas Operações demonstram: Horas de recolha no Cliente; entrega domiciliária; Distribuição em horários especiais ou ao fds; etc...

Mas , para mim, o Grande Problema actual da nossa organização nem é esse.

Já repararam que, hoje em dia, alguns responsáveis das próprias áreas MKT e Comercial têm uma atitude perante o Mercado semelhante àquilo que na gíria se chamava "Oferta de Catálogo"?

Era mais ou menos assim:
" Bom Dia Sr. Cliente! Tem aqui a Listazinha dos nossos Produtozinhos para ver se algum lhe interessa... Depois diga-me alguma coisa está bem? Se nenhum lhe interessar tem ali ao lado outra loja que também vende estas coisas".

Esta filosofia é do Século passado (Primeira Metade).

Nessa altura o Vendedor que primeiro chegasse a uma nova Região com o "Catálogo" nem precisava de saber vender: era só mostrar o que tinha.

Depois começavam a chegar os outros , os das "outras lojas", e aí o primeiro Vendedor queixava-se amargamente da sua "má sorte" - "Cada vez vendo menos! Onde vamos chegar? Qualquer dia ainda tenho de dar descontos! Era o que faltava!"

A Flexibilidade das Operações, em todas as suas dimensões referidas pelo A.A.Campos, pode constituir a diferença entre Fidelizar um Cliente ou deixá-lo preso a nós simplesmente "por Obrigação" à espera da menor oportunidade para partir.

Mas se tal Flexibilidade Operativa não for primeiro antecedida e depois acompanhada por uma verdadeira filosofia de Marketing que ponha sempre o Cliente em primeiro lugar, para o que é que serve?

Raul Moreira

Comentário Político - As Presidenciais

Recomendo a leitura de dois artigos de antologia sobre o assunto citado em epígrafe:

- Mestre Eduardo Lourenço assina na Visão de ontem um belíssimo texto sobre Mário Soares e Cavaco Silva. Pura e simplesmente a não perder!
- No Público de hoje, Vasco Pulido Valente fala das suas dúvidas sobre a candidatura (anunciada mas não concretizada) de Mário Soares.

Dois registos muito diferentes mas que nos obrigam a pensar.

Está claro que na altura de votar ( no canto escuro eu e uma caneta - que bela é a Democracia!!) falará mais a razão ou o coração?

Tenho para mim que, na maioria das vezes, manda mais o coração. Por isso tenham em atenção o Regresso do Velho Senhor... que seja Bem Vindo!

Textos de Gestão 3 - Envolver os Clientes no Negócio

"Os Clientes podem e devem ser convidados para definir o conceito dos serviços ou produtos que lhes são destinados. Esta actuação fideliza os Clientes e maximiza a eficácia desses serviços."

B.Schneider e D. Bowen in "Winning the Service Game"

Esta opinião de dois dos mais conceituados "pensadores" actuais sobre gestão de serviços vai muito ao encontro daquilo que eu penso dever ser uma actuação obrigatória de uma Empresa como os CTT Correios de Portugal.

Antigamente (digo, apenas há cerca de 20 anos...) era costume pensar-se que as Empresas de Serviços teriam de aplicar práticas de gestão distintas para reforçar os laços de solidariedade entre a Gestão e os Empregados, por um lado e, por outro lado, entre a Organização propriamente dita e os Clientes.
Esta teoria (defendida pelo sociólogo das organizações Talcot Parsons, por exemplo) via as Empresas como um Bloco que se "opunha" a outro Bloco (o Mercado e a Concorrência) existindo entre esses Blocos uma Fronteira (Muro) representada por uma linha recta clara e nítida: "NÓS (os nossos Valores, Arquitectura empresarial, etc...) e ELES (A qualidade que desejam, os preços que podem suportar, etc..) "

Hoje em dia teóricos como Tom Peters já têm sugerido que as organizações de serviços modernas têm de se redesenhar à volta dos Clientes e do Mercado como um círculo, dentro do qual Todos são bem vindos!

De facto, há que entender que os Clientes, em diversas ocasiões, podem ser utilizados para melhorar processos, fazer sugestões e desenvolver novos Produtos ou Serviços em colaboração estreita connosco.

Se pensarmos que o Negócio Postal terá tendência para ser cada vez menos standardizado em termos de Oferta para Clientes Médios e Grandes, por via das diferentes necessidades de cada um deles e da vantagem em aproveitar técnicas de individualização na óptica do MKT one-to-one e do próprio MKT Relacional, decorre logicamente que a intervenção desses Clientes a montante da actividade, na definição daquilo que querem, é essencial.

Classificação de Vinhos

Recebemos mais dois Comentários que aqui destaco:

________________________________________
Tinto Hero dos Avós (Palmela) Reserva de 99
Entre 10€ e 20€
****
________________________________________

Tinto Monte da Ravasqueira 2003
Menos de 10€
***

Branco Gouvyas Reserva 2003
Entre 10€ e 20€
*****
_________________________________________

Em relação a este último Branco queria só apoiar a pontuação do nosso leitor e dizer que, na minha opinião, é um dos grandes Brancos Portugueses actuais.

quinta-feira, julho 28, 2005

POST@L

FLEXIBILIDADE

A Flexibilidade é uma das armas que as empresas têm que ter para garantir a sua sobrevivência.

Flexibilidade não pode nem deve ser utilizado como um instrumento “contra os trabalhadores” mas sim para ir ao “encontro das necessidades dos clientes”.

Mas, o que significa flexibilidade na produção?

Ser capaz de mudar a operação de alguma forma.
Pode ser:
a) alterar o que a operação faz,
b) como faz ou
c) quando faz.

Mudança é a ideia-chave.

A maioria das operações precisa estar em condições de mudar para satisfazer as exigências dos seus clientes.

Especificamente, a mudança exigida pelos clientes deve atender a quatro tipos de exigências:
1 – flexibilidade de produto/serviço – produtos e serviços diferentes
(Capacidade de poder introduzir novos tipos de correio, novas características novos serviços de valor acrescentado).

2 - flexibilidade de composto (mix) – ampla variedade ou composto de produtos e serviços
(Capacidade de ter uma ampla variedade de serviços possíveis, diferentes opções de escolha).

3 - flexibilidade de volume – quantidades ou volumes diferentes de produtor e serviço
(Capacidade de ajustar a produção à variação do tráfego à frequência dos serviços bem como ao número de clientes).

4 - flexibilidade de entrega – tempos de entrega diferentes
(Capacidade de reprogramar a produção, a distribuição, os meios de apoio, etc).

Estes princípios podem e devem ser aplicados em qualquer empresa de correio.

POST@L

TGV – "elefante branco"?

Publicamos hoje as partes finais do texto do nosso amigo Maurício Levy.

Numa altura em que muito se discute relativamente ao transporte ferroviário nenhuma das reivindicações dos camionistas deveria ser satisfeita.

Um situação de regime especial para o transporte rodoviário não deveria ser implementada, ainda por cima para um sector com elevados custos nomeadamente ambientais.

O CORREIO-MOR FEITO PELOS SEUS LEITORES

TGV – parte 4 do texto do Maurício Levy

Vamos então “ver”.. se há mercadorias para transportar.

As mercadorias que podem ser atraídas para esse tipo de transporte têm que:
a) situar-se na zona de influência directa das linhas de AV (se os percursos iniciais e terminais forem longos, o benefício da rapidez na linha de AV é cada vez mais diluído – se eu com AV ganho 40% do tempo de transporte na ferrovia mas esse tempo representa 30% do tempo total só ganhei... 12% do tempo total de transporte)
b) ter como destino zonas de influência directa da linha de AV
c) serem “time-sensitive”, isto é estarem dispostas a pagar um sobrecusto (porventura elevado) para chegarem mais cedo ao destino


Quais são essas mercadorias? ...Não serão certamente os contentores de Sines: para estes uma chegada à zona de Lisboa ou Madrid em tempos compatíveis com um serviço FIÁVEL (o que ele muitas vezes não é) em linha “convencional” é, dizem, amplamente satisfatório (aliás seria estranho que depois de passarem semanas no mar as mercadorias de repente passassem a ter de tal maneira pressa em chegar ao seu destino que estivessem dispostas a pagar (muito) mais para poupar umas poucas horas). Nem serão as mercadorias para as quais um horário de saída do ponto de origem (por exemplo Lisboa) às 19h00 (hora a que o expediente das empresas fecha) e uma chegada ao ponto de destino (por exemplo Madrid) ás 06h00 do dia seguinte, é ajustado às suas necessidades (que interesse teriam essas empresas em pagar mais para chegar mais depressa ao destino. e esperar pela abertura dos mercados?)

Não sendo as “célebres” mercadorias de Sines (aliás significativamente a PSA nunca exigiu tal linha de AV) nem as que se acomodam bem de horários já hoje possíveis sem AV, quais podem ser, então, os tráfegos interessados em pagar um forte sobrecusto para chegarem mais rapidamente ao seu destino? Tráfegos transpirenaicos (França, Itália, Alemanha Inglaterra)? – mas esses tráfegos não só são raros actualmente (ao contrário do que dizem) como também deverão continuar a ser raros, como se nota pela evolução da internacionalização do comércio português, que se faz cada vez mais para a Ibéria e não para mais longe. E mais: esses tráfegos sofrem da tal diluição do efeito de AV (portuguesa) ao tratarmos de grandes distâncias. Serão então (apenas) flores, frutas e legume frescos, material farmacêutico? E serão em quantidade suficiente (teremos, por exemplo, 750 toneladas diárias para transportar – o que perfaz UM comboio diário) para suportar os sobrecustos acima explanados? Terão esses produtos uma margem nas venda capaz de suportar os sobrecustos? O leitor dirá...
(continua...)

Maurício Levy

O CORREIO-MOR FEITO PELOS SEUS LEITORES

TGV – parte 5 do texto do Maurício Levy

A questão do transporte de mercadorias na rede de Alta velocidade em Portugal (II)
(...continuação)

Mas há mais três pequenos ENORMES pormenores sobre a questão, que não abordei no texto anterior:
Vamos admitir que a nossa linha de AV mista se vai construir em bitola standard europeia (até para ligar á linha de AV de Badajoz a Madrid, que vai ser construída nessa bitola e que os espanhóis dizem que vai ser de tráfego misto – mas sobre isso ver ponto seguinte).

Essa bitola não é a da restante rede portuguesa e, se bem que se considere que vamos ter que fazer essa conversão nalguma altura , existe um problema de compatibilidade de bitola se assim fizermos, já que a(s) linha(s) AV serão construídas de raiz em bitola standard e, no caso em apreço, acabaremos assim, durante algum (muito) tempo com a linha de saída de Sines em AV em bitola standard e as restantes linhas da rede portuguesa em bitola ibérica.
Isso quer dizer que Portugal introduzirá uma ruptura de carga nas suas próprias fronteiras e ou se constrói duas linhas (uma de saída de Sines para Badajoz em bitola standard e outra de saída de Sines para Lisboa e o resto do país em bitola ibérica) ou se utiliza a actual linha para conexão de Sines com Lisboa e o resto do país, e a linha de AV para Badajoz, introduzindo maior eficiência nas saídas para Madrid em relação às saídas para (o resto de)Portugal.
Essa situação só poderia ser aceitável se o “hinterland” preferencial de Sines fosse a zona de Madrid... mas não é (segundo julgo saber).

Parece, então, mais lógico – e isso defendo – criar-se uma linha com vocação preferencial para mercadorias de saída de Sines para Madrid mas com antenas que sirvam o porto de Setúbal e a região de Lisboa, linha essa aliás já prevista nos planos portugueses, e construída em bitola ibérica mas passível de rápidissima reconversão para bitola standard – quando e só quando essa mesma bitola chegar á fronteira portuguesa vinda de Espanha.

Os espanhóis dizem que a linha Badajoz-Madrid vai ser construída para tráfego misto. Mas – salvo erro - não é conhecido, no Plano Estratégico de infra-estruturas daquele país (PEIT) a previsão de construção de um terminal de mercadorias acoplado a essa linha junto a Madrid (a linha de AV chega a Atocha onde é e será impossível descarregar mercadorias). O que quer dizer que durante muitos e muitos anos (pelo menos entre a data em que a linha de AV estiver pronta e cerca de 2025 – o PEIT vigora até 2020 e serão precisos alguns anos mais para construir o terminal) a linha de AV não terá serventia para transporte de mercadorias até Madrid... Aliás se lermos com atenção as declarações dos responsáveis espanhóis vemos que a construção de muitas das linhas de AV para tráfego mista representa, para os nossos vizinhos, não uma questão actual mas sim uma maneira de “reservar” o futuro (“pode ser que daqui a 20 ou 30 anos seja útil fazer passar mercadorias nessas linhas e ficam desde já prontas para isso”, disse a Ministra Espanhola quando justificou essa opção). Essa estratégia, certamente visionária e possível num país com a pujança orçamental de Espanha pode ser estimável. Mas então discutamos essa questão para o nosso país nesses termos e não querendo fazer-nos crer que as mercadorias vão fornecer desde logo á rede de AV o suplemento de receitas que se torna necessário para a rentabilizar.....

Uma linha de AV, diz-se, faz ganhar tempo de transporte. E será verdade. Mas esse critério não é o único nem sequer o principal factor de escolha apontado pelos “survey” feitos a clientes quando se lhes pede motivos de escolha do meio de transporte. O problema do transporte ferroviário de mercadorias será mais um problema de fiabilidade do transporte (não suportar atrasos de 12 ou mesmo 24 horas na entrega...) – isto é estamos perante uma questão que ainda tem pano para mangas no domínio da resolução de questões de “software” (no sentido lato) antes de chegar as limitações induzidas pelo “hardware” ( a linha) – embora seja certo que existem situações pontuais em que estes últimos problemas se colocam de imediato (no essencial ligadas a utilizações de linhas no limite da sua capacidade). Um recente estudo da situação portuguesa tende a demonstrar que o levantamento de situações de ineficiência ligadas a procedimentos, mormente de passagem de fronteira e coordenação de tráfegos, induziria ganhos de tempo na ligação Portugal-Espanha algo semelhantes aos que se obteriam pela construção de uma linha AV. Salvo melhor opinião, o problema do crescimento do transporte de mercadorias por ferrovia em Portugal não é nem exclusivamente nem predominantemente nem já um problema de infraestuturas (embora pontualmente a questão possa ter importância).

Maurício Levy

Textos de Gestão 2


"A Lição mais evidente legada pelas anteriores Revoluções industriais revela que o sucesso não pertenceu às Empresas ou Corporações que dispunham, à partida, de maiores vantagens."
J. Moore in "The Death of Competition"


Seguindo de perto as observações deste Autor falo hoje um pouco sobre a necessidade de flexibilidade nas Empresas de grandes dimensões, como nós somos, e dos perigos de "contarmos com o futuro garantido", o que é muito comum em Operadores Postais; mas sobretudo da forma como poderíamos recuperar a "alma CTT" tão posta em causa nos últimos anos.

A capacidade de evoluir e de mudar tem de se tornar numa das principais características da Empresa moderna. Esta "capacidade" pode até tomar a forma de uma "competência" específica - saber "fazer correio" - ou de uma vantagem e liderança competitiva quando associada a outras capacidades existentes na mesma Empresa - cobertura do território nacional pela Rede de Estações e Postos, por exemplo.

A estrutura em que se inserem estas capacidades e potencialidades é chamada pelo autor "Arquitectura da Empresa".
Esta "Arquitectura" funcionaria em diversas dimensões:
- A estrutura Física, moldada pelos Investimentos feitos ultimamente
- Os Valores, as Regras e as Relações de trabalho (há quem lhe chame a "Ética").
- O enquadramento interno e externo (pressões políticas, sindicais, lobbies,...)

No que respeita aos CTT Correios de Portugal as dimensões da Arquitectura estão feridas com gravidade:
- O investimento dos últimos anos foi selectivo - na Imagem (que já era muito forte) - e não produtivo.
- Abandonou-se o conceito de MKT e o reforço das relações com os Clientes Contratuais, para apostar nos produtos de Conveniência e no mercado Ocasional.
- Os Valores foram completamente postos em causa com a adopção de uma Política de Recursos Humanos desastrosa.

Tendo em atenção que os Gestores de Topo se deparam hoje com a necessidade imperiosa de terem de gerir o momento presente e, ao mesmo tempo, terem de adoptar uma perspectiva de longo prazo, é evidente que se torna imperioso "curar" rapidamente a nossa "Arquitectura" de forma a que a Empresa, como um todo, possa responder aos grandes desafios que se avizinham.

De que forma?

- "Fazendo as pazes" com a tecno-estrutura, respeitando as dezenas de anos de trabalho sério que foi posto em causa pela última gestão, sem nenhum motivo.
- Quebrando as regras da Burocracia para satisfazer as necessidades dos Clientes.
- Estabelecendo prioridades de investimento (material ou emocional) de acordo com a real importância do actual portfolio (Por exemplo colocando um Gestor de Canal perto da REDE que seja responsável por animar as vendas ao balcão dos produtos tradicionais que representam a esmagadora maioria das Vendas nesses locais e que estão quase "abandonados").
- Comunicando sempre, com clareza e com verdade. Uma Estratégia que não pode ser comunicada não pode ser integrada ou interiorizada pela organização.


(Continua)

Classificação de Vinhos

Caros Colegas e Leitores,

Informo que estamos quase a atingir os 25 vinhos "comentados".

Quando tivermos esse número - em princípio durante o próximo fim de semana - apresentarei um Quadro-Resumo com a Classificação.

quarta-feira, julho 27, 2005

POST@L

TGV e Aeroporto na OTA

Apesar de ter dúvidas quanto à dimensão, prazo de vida útil (caso Ota) e rentabilidade destes investimentos, i é, prazo previsto para o seu retorno, considero-os estruturantes para a economia e, para o país, desde que criteriosamente orçamentados, prazos de execução pré-definidos e, optimizado o retorno, atento à localização geográfica periférica de Portugal, o que torna imperativa a necessidade de se integrar nas redes transeuropeias de transporte, quer de comboio, quer de avião ,já que na rodovia tal sucedeu, sob pena da centralidade na Península Ibérica, mais facilmente se deslocalizar, para Madrid.

Adiar por mais tempo a decisão quanto a este cenário de desenvolvimento, conduziria, a meu ver, à assumpção de que seriamos, por muitos mais anos um país periférico na U E, com as consequências económicas, sociais e financeiras que daí adviriam.
Se admito que a linha de alta velocidade Porto/Lisboa/Madrid seja rentável num dado horizonte temporal, subsiste muita incerteza quanto à rentabilidade da ligação Porto/Vigo. Neste caso, a menos que ,do estudo de impacto, já efectuado e a efectuar, resulte claro que a sua ocupação se fará dominantemente por população espanhola em deslocação do sul e centro de Espanha para a Galiza, pois noutra circunstancia, não me parece adequado o investimento na sua construção, apesar de garantir duas ligações a Espanha e a penetração numa região espanhola com fortíssimos laços a Portugal e, com elevado potencial de desenvolvimento.

Quanto ao aeroporto da Ota,a sua necessidade advém do esgotamento a prazo (9 anos) da infra-estrutura aeroportuária da Portela e, da capacidade para melhorar a oferta de serviços para a aviação comercial. No entanto, não deixo de referir a importância de se manter uma infra-estrutura aeroportuária (ex: Alverca) de maior proximidade a Lisboa, região de grande atracção turística, para ser utilizada quer por companhias de voos «Charter»e de «Low-cost»quer de operação regional. Acresce como problema a relocalização da TAP e das empresas do seu grupo dados os custos envolvidos e a sua situação económica e financeira.

Porém, não se conhece ainda, de entre outros, dois dos pilares importantes para a execução e concretização destes Projectos, o «Project finance» e a(s) parceria(s) Publico Privado.
Não obstante este quadro, parece importante recentrar o investimento PRIVADO e Publico(este em muito menor escala) em áreas cuja actividade garanta retorno sustentado a prazo, potencie o aumento das exportações de bens e serviços, para com isso ajudar a resolver o importantíssimo problema da Balança de Pagamentos e, garanta uma maior oferta de trabalho. Neste contexto os empresários, os trabalhadores, os sindicatos e as centrais sindicais têm de entender as mudanças económico/sociais e concomitantemente assumirem-se como verdadeiros parceiros sociais, aceitando a flexibilidade, os horários variáveis de trabalho, o aumento da produtividade, a qualidade, a eficiência, o fazer bem à primeira e ao menor custo, etc, utilizando o dialogo social responsável como instrumento facilitador desta importante mudança de paradigma.
Acresce que no final do ano transacto ou, no inicio deste, o governo em exercício nesse período, na pessoa do então ministro das Obras Publicas, anunciou, não sei (se por eleitoralismo, se por opção estruturante) a ligação entre todas as capitais de distrito por AE, medida com a qual concordava e concordo, desde que esta opção se mantenha, porquanto induz crescimento económico com possibilidade de localização no interior do país de Pequenas e Médias Empresas preferencialmente vocacionadas para a produção de bens e serviços exportáveis e, para as quais as redes de comunicação rodoviária e, estas articuláveis com as aeroportuárias, são vitais para o seu desenvolvimento. É disto exemplo, de entre outros, a produção de aviões ligeiros em Évora, cujos primeiros aparelhos voarão em 2009.

Entretanto, por já existirem duas importantes infra-estruturas (uma portuária em Sines e, outra aeroportuária em Beja) sustento, com os necessários estudos de avaliação custo/beneficio, oferta de trabalho, rentabilidade, produtos a exportar, etc, a ligação Sines/Beja(IP8) em AE e, a construção de linha ferroviária electrificada para mercadorias e passageiros entre estas cidades no Alentejo, pois diversas empresas nacionais e estrangeiras, localizar-se-iam em torno deste trajecto e, dos pólos que potenciariam.

Em suma, o problema de fundo é Portugal viver numa conjuntura cujo ciclo económico é muito desfavorável e, por consequência condicionador dos investimentos, pelo que os custos, a selectividade das opções, o rigor, os prazos de execução sem deslize, a maximização do retorno, o peso da iniciativa privada e, a forma de parceria são determinantes

Raul Santos Rocha

TGV – "elefante branco"?

Publicamos hoje as partes 2 e 3 do texto do nosso colega, amigo e entendedor destas matérias Maurício Levy.
A parte final do seu longo e importante texto será publicada amanhã

POST@L

O CORREIO-MOR FEITO PELOS SEUS LEITORES

TGV – parte 2 do texto do Maurício Levy

A questão do transporte de mercadorias na rede de Alta velocidade em Portugal (I)
Muito se tem discutido essa questão, na qual encontramos defensores apaixonados dessa possibilidade, lado a lado com quem defenda a sua impossibilidade.


Vejamos um pouco.

A primeira coisa que se deve fazer é definir o objecto da discussão, pois que neste como em muitos domínios se discutem coisas muito diferentes sob a capa dos mesmos nomes e se geram tremendas confusões por não acertarmos primeiro essas terminologias. Comecemos por afirmar que ao discutir o transporte de mercadorias em rede de Alta velocidade não se está a falar de fazer circular comboios de mercadorias pesadas (contentores, produtos siderúrgicos, etc...) a 300kms/h.
Esta precisão afasta desde já os argumentos técnicos contra a circulação de comboios de mercadorias em rede de AV: sendo verdade que não há experiência no mundo de circulação de cargas pesadas em comboios a velocidades próximas dos 300kms/h – as maiores velocidades observadas em comboios de mercadorias, mesmo em casos excepcionais são inferiores a 200kms/h, e, a mais das vezes próximas dos 100/120kms/h - e que a dinâmica das forças geradas pelo movimento das cargas a essas velocidades pode ser considerável e criar problemas de instabilidade dos veículos e, por maioria de razão, a eventual quebra de uma fixação teria efeitos muito graves na estabilidade da composição, etc... – não é disso que falamos quando se discute a questão do transporte e mercadorias em rede AV.
Também podemos igualmente afastar a outra “ponta” do mercado: não haverá qualquer dificuldade em transportar pequenas encomendas e mesmo correio em comboios AV: esse ultimo tipo de transporte existe em França com 3 “TGV postais” que ligam Paris com o Sudeste da França, tendo necessitado de adaptações de 3 composições TGV de passageiros, cujo custo, não despiciendo, foi considerado suportável pelos benefícios produzidos com tal transporte (dada a quantidade de correio a transportar). Quanto às pequenas encomendas e desde que ultrapassem aquilo que se pode transportar mercê de simples adaptação de uma parte de uma carruagem de TGV a esse tipo de transporte (o que ninguém fez, aliás, até hoje, mas é possível desde que tenha sustentação económica – do que duvido como tentarei demonstrar a seguir).
(continua...)

Maurício Levy

POST@L

O CORREIO-MOR FEITO PELOS SEUS LEITORES


TGV – parte 3 do texto do Maurício Levy

De que falamos então?


De transporte de mercadorias pesadas (ou ligeiras) em comboio específicos de mercadorias em linha de AV, com material típico desse tipo de transporte a velocidades da ordem dos 120kms/h (para velocidades superiores há que construir ou comprar vagões muito mais sofisticados – e, logo, caros – e alguém terá que pagar o sobrecusto – mesmo descontando os ganhos de produtividade que essa nova velocidade eventualmente induziria).
Por outro lado, a não ser que se admita aumentos de custos de investimento e manutenção da via, os ditos vagões (“normais” ou “especiais”) terão que limitar o seu peso por eixo para valores próximos dos admitidos para os TGV – 17 ton/eixo – o que lhes limita, regra geral, a carga útil, já que os vagões de mercadorias admitem geralmente pesos por eixo de 22,5ton (ou mais).
E se um vagão não pode transportar a sua carga máxima.. alguém (o cliente) tem de pagar o diferencial...


Mas há mais: a essas velocidades as linhas a construir não podem ter o perfil que poderiam ter se fossem só para passageiros: as velocidades de 300kms/ engendram forças dinâmicas que permitem aos comboios suportarem pendentes da ordem dos 36 por mil, enquanto que um perfil típico para linhas de mercadorias situa a pendente máxima nos 12 por mil.
Isso quer dizer que uma linha de AV só para passageiros pode “colar” muito mais ao terreno e ter muito menos pontes e túneis do que uma linha mista (claro que a importância dessa economia depende da natureza da orografia atravessada – mas existe sempre). Também em relação ao raio de curvatura existem particularidades que seria fastidioso explicar e que provocam necessidade de maiores raios para as curvas. Daí resulta, para uma configuração pouco complicada de terreno, e segundo os cálculos do Prof Lopez Pitta, poder contar-se com um sobrecusto do investimento da ordem dos 20%.
Alguém terá que pagar esse sobrecusto – O Estado se suportar o investimento ou o cliente se este se repercutir no custo do transporte, aquando da integração do valor de amortização do investimento no preço proposto pelo transportador ao cliente

Mas há mais ainda:
a própria exploração das linhas implica um sobrecusto ligado ás diversas tipologias de material circulante que sobre a via circulam (e tanto maior quanto maior for o diferencial de peso por eixo – isto é existe um “trade off” entre o melhor aproveitamento dos vagões e a circulação destes com pesos por eixo próximos dos 22,5 ton ou a sua circulação com capacidade de carga desaproveitada mas implicando valores de carga por eixo mais próximas das 17 toneladas admitidas para passageiros).
Portanto, para além dos sobrecustos de investimento há o sobrecusto de exploração originado pela necessidade de manutenção acrescida motivado pela diversidade do material circulante que a linha suporta (com destaque – mas não é factor único - para a questão do suporte de maiores pesos por eixo). Alguns cálculos situam esse sobrecusto também nos 20%
Por sua vez a existência de circulações de diversas tipologias de velocidades também implica sobrecustos apreciáveis. Com efeito e como é fácil de ver, quando a exploração não é feita segundo a técnica da “bateria” (conjunto de comboios circulando á mesma velocidade e com a mesma lei de paragens) perde-se capacidade (isto é não é possível inserir o número máximo de comboios que a linha suporta) – ou, em alternativa, tem que se prever instalações de ultrapassagem, o que implica mais investimento e mais custos de exploração (normalmente a situação no terreno acaba por ser um compromisso entre as duas “soluções” – criam-se linhas de resguardo activas mas não tantas que permitissem a recuperação da capacidade máxima da linha). Qualquer destas situações origina... (sim, adivinharam...) sobrecustos (embora, como é óbvio, os sobrecustos ligados á perda de capacidade possam ser negligenciáveis se a linha não está saturada ou perto da saturação...).
Já vimos então que meter mercadorias em linha de AV não “sai à borla” (pelo contrário)

(continua...)

Maurício Levy

Textos de Gestão 1 - Gerir em tempo de Paradoxos

"Na Revolução (de gestão) em curso, fracassar em aprender é o passaporte para o Insucesso"
Tom Cannon
in "Welcome to the Revolution"

Uma das teorias de gestão empresarial mais em voga postula a existência das normas seguintes:
a) Que os desafios que os Gestores defrontam no dia-a-dia da sua actividade são Qualitativamente diferentes daqueles que enfrentavam no passado.
b) A noção de que urge encontrar formas expeditas de ultrapassar os grandes dilemas, adaptando novas atitudes e comportamentos de toda a organização, sem todavia nunca esquecer o rigoroso cumprimento das responsabilidades quotidianas.

Aprofundando o primeiro ponto nota-se que os autores deste Modelo aconselham que os Gestores e Líderes empresariais de hoje devem deixar de supervisionar e de controlar directamente, para se dedicarem a papéis mais criativos e construtivos.
As tarefas do controlo de gestão passariam para as segundas linhas da Empresa, enquanto que as primeiras linhas deveriam investir em análise de mercados, desenvolvimento de novos produtos, e... muito estudo, quer da componente de gestão quer da de operações.

A realidade actual da nossa Empresa face a estas propostas é tão díspar que me abstenho de comentar. Mesmo concordando que se postula um comportamento da gestão de topo talvez demasiado "dans le vent" para servir a todos os perfis de Direcção e a todas as actividades, decerto todos concordamos que um Director de 1ª linha não pode, nem muito menos deve, ser apenas um "controleiro"!

No segundo ponto penso que o que se pretende dizer tem a ver com uma "velha" afirmação do grande Lee Yaccoka : "No epitáfio do Gestor visionário deveriam escrever: Este gajo tinha razão , mas lixou-se porque ignorou o seu Mercado Real e só trabalhou para o Potencial".

Na prática da actividade Postal e não ignorando que o Futuro porventura nos vai empurrar para outras actividades ou para especializações das actuais, talvez com cada vez menos Mensagens e cada vez mais entregas domiciliárias de Médios e Grossos, é bom nunca esquecermos que o Produto que continua a pagar-nos os ordenados - por enquanto e por mais uns bons anos - é o velhinho "Correio Normal"!!

Não se deve ignorar o "core" para investir apenas no acessório, embora este tenha mais futuro...
É que se deixarmos de prestar atenção ao "core" pode ser que não consigamos chegar a esse tal "Futuro"...

Como me dizia um destes dias um antigo aluno agora a trabalhar na Galp: " se a Galp deixasse de vender gasolina a Conveniência associada ao nosso conceito Lojas M24 iria rapidamente para as Estações de Serviço da Repsol!"
Claro que é onde está a gasolina que têm de estar obrigatoriamente os produtos de conveniência.

Nas nossas Estações convém não esquecer esse facto: Conveniência Sim, onde for rentável, mas Nunca à custa do "core"!


(Continua)

Classificação de Vinhos

Recebemos mais dois comentários que aqui destaco:

____________________________________________
Parabéns pela iniciativa! Aqui vai a minha opinião:

Confradeiro Tinto Douro, 1997
Entre 10€ e 20€
****

_____________________________________________

Porque é que não podemos dizer que um Vinho não nos agradou? Deveria haver uma classificação * ou ** significando "Não Gostámos"!

Agora para o Verão deveríamos falar mais de Brancos, Verdes e de Rosés.

Mando uma sugestão:

Rosé Monte do Oiro 2003
Menos de 10€
****
____________________________________________

Quanto à sugestão de classificar os "Maus Vinhos" não concordo muito. Na minha opinião, se o Vinho não nos agrada nem sequer o devemos continuar a beber, quanto mais falarmos dele...

Todavia, reconheço que poderia servir de aviso à navegação para que outros Colegas\Leitores do Blogue o não comprassem...

Qual a v. opinião?

terça-feira, julho 26, 2005

POST@L

NOVOS "FIGOS"?

Nos semanários do fim de semana passado foram feitas diversas referencias relativas aos salários escandalosos de quadros recrutados nos últimos 3 anos na GALP e na PT...

Será que é correcto fazer este tipo de contratações?

Em gestão aprende-se que para este tipo de perguntas a resposta deve ser: “depende”!

Quando são efectuadas novas contratações numa qualquer equipa de futebol (Real Madrid ou outra) os actuais jogadores não vêm esse movimento com “bons olhos” e tentam "proteger-se”...

No entanto se os novos "FIGOS" marcam golos e fazem a diferença é difícil condenar essas contratações... ganham-se campeonatos...

Mas se com os novos "FIGOS" os resultados não começarem a aparecer.... a marcar golos... e a mostrar que são efectivamente muito melhores que os anteriores... os sócios e os simpatizantes "protestam", mostram "lenços brancos" e podem provocar eleições antecipadas...

Na GALP e na PT é mais difícil... mas não é impossível...

POST@L

TGV – "elefante branco"?

Após ter havido, aqui no “Correio-Mor”, trocas de ideias sobre o TGV desafiamos um colega e amigo nosso Maurício Levy, grande admirador dos comboios, especialista nestas matérias e tendo já exercido funções de responsabilidade nesta matéria (Regulador), a opinar.

Recebemos “na volta do correio” um longo e importante documento.

Decidimos dividi-lo em várias partes sendo hoje publicadas as duas primeiras
Obrigado pela tua contribuição
Enviamos um especial abraço

POST@L

O CORREIO-MOR FEITO PELOS SEUS LEITORES

Senso comum e bom senso na questão da Alta Velocidade em Portugal

Pediram-me uma contribuição para o “blogue” sobre o tema dos TGVs , o que faço com gosto. A questão tem estado “sobre a mesa”, sob diversas formas e, até, foi, ao que parece, protagonista de uma crise governamental muito recente. Ligado desde há muito ao tema e defensor da criação da AV em Portugal segundo um conjunto de directrizes que não mereceram acolhimento na fase final da Cimeira da Figueira-da-Foz, não resisto a expressar-me, entre amigos (que não fora desse quadro) sobre a questão, embora tentando exercer um verdadeiro exercício de auto-disciplina para não me espraiar num longo texto. Assim sendo vou indicar (apenas?) um índice do que poderia ser um texto sobre o tema.
Antes, porém, um “aviso à navegação”: nestas coisas de transportes – como em muitos outros domínios – irmos atrás do “senso comum” (o que é muito diferente de irmos atrás do bom senso) é muito enganador e dirige-nos para caminhos porventura errados – afinal o senso comum não nos faria jurar que é o Sol que gira á volta da Terra?..
Não nos deixemos enganar, pois, pelo senso comum e exerçamos uma análise atenta e sustentada das questões relacionadas com a Alta Velocidade .

Maurício Levy,

(continua)

O CORREIO-MOR FEITO PELOS SEUS LEITORES

Vejamos então o que poderia ser um índice da discussão da questão da Alta velocidade:

a) Quais os objectivos que se pretende atingir com a introdução da AV em Portugal e em que medida a AV é idónea para os conseguir?
b) Qual o modelo de especialização da economia portuguesa nas próximas décadas (possível/desejável); qual a evolução da sua implantação territorial (previsível/desejada) ?
c) O investimento em Alta velocidade é ou não necessária em Portugal (I) : qual o impacto da AV no tecido económico e social do país - quem conhece o “valor do tempo” em Portugal e a sua evolução futura face ao modelo de especialização que se vier a verificar?
d) O investimento em Alta velocidade é ou não necessária em Portugal (II): qual o impacto das redes ferroviárias na estruturação do território e no seu ordenamento?
e) O investimento em Alta velocidade é ou não necessário (III): qual o resultado de exploração do serviço de AV em Portugal ao longo dos anos e a sua capacidade de resistir às estratégias dos modos de transporte concorrentes?
f) Em que grau o desenho da rede de AV deve aparecer como uma forma de ruptura com a rede actual (pressupondo que a rede actual não serve de suporte adequado ao “transporte do futuro”) ou deve potenciar as sinergias com a rede actual?
g) Quais são as ver-da-dei-ras interdependências e dependências da rede de AV portuguesa em relação a Espanha
h) Pode/deve transportar-se mercadorias na rede de AV?
i) Qual o desenho de rede que melhor serve os objectivos que se pretendem atingir?
j) Mudança de bitola em Portugal: é necessária? Se sim quais os “timings” e a estratégia para a sua concretização? Qual a estratégia espanhola? Como nos relacionamos com a estratégia espanhola?
k) Que estratégia de construção e exploração do sistema? Estado? BOT? PPP? E no caso da exploração: CP? Novos entrantes? Que tipologia de serviços? Que papel para os privados? E se há papel para os privados quando e como se manifestam? Como garantir que a rede desenhada é aquela que suscita o interesse dos privados nos moldes desejados?
Maurício Levy,
(continua)

Classificação de Vinhos

Aqui ficam as minhas propostas para esta semana:

Luis Pato Vinha Formal Branco 2000
Entre 10€ e 20€
***

Quinta dos Roques (Tinto Dão) Garrafeira 2000
Entre 20€ e 40€
****

Soalheiro Alvarinho 2003
Menos de 10€
***

Crítica de Restaurantes

“BEIRA MAR”:
AQUILO QUE O MAR TEM DE BOM

Na antiga vila de Cascais, cujo 1º foral foi dado por D. Afonso Henriques em 1154, não se consegue, decerto, datar com precisão o início da pesca artesanal ao longo da recortada costa marítima que, para oriente e ocidente, do Bugio às escarpas do Cabo Raso, era empreendida pelos habitantes locais em pequenos barcos de fundo achatado.

Foi, provavelmente, esta indústria tradicional que nos tempos mais modernos criou a fama e o proveito de ser Cascais localidade de bom peixe e bom marisco. Hoje em dia sabe-se que a maioria do pescado vendido na lota desta vila não é capturado nas redondezas. Contudo, por vezes, ainda é possível obter junto de alguns pescadores espécies indígenas, destacando os entendidos o “linguado rosa”, o “sargo da Roca”, a "lagosta da pedra” e as “gambas de Cascais”, entre outras.

Com tais antecedentes não se estranha o aparecimento de muitos restaurantes contíguos à lota da vila, cuja especialidade culinária assenta, sobretudo, nos produtos do mar.

Aproveitemos, então, a oportunidade para falar de um desses restaurantes - Restaurante Beira Mar - situado no nº 6 da Rua das Flores, segunda transversal do lado esquerdo à antiga Rua Direita, descendo o transeunte a partir da estação terminal de Caminho de Ferro da linha de Cascais.

Nascido em Maio de 1973, cedo criou fama de servir excelentes filetes de pescada com arroz de marisco, prato emblemático que atraiu e ainda hoje atrai grande número de Clientes..

Interiormente a casa apresenta uma decoração acolhedora, com chão de tijoleira rústica e paredes compostas por lambril de azulejos, enquadrados por painéis de madeira. Recomenda-se, contudo, que o comensal, antes de franquear a porta se detenha a inspeccionar a montra de peixe que lhe é adjacente, pois poderá ser essa visão o primeiro passo para a escolha do prato principal da sua refeição.

Aí encontrámos, de uma das vezes, uma exposição com pregados, robalos médios e grandes, a inevitável dourada, alguns sargos pequenos e dois ou três pargos médios. À vista, qualquer das espécies aparentava sinais evidentes de frescura. Também ali se dispunham duas travessas; a primeira bem composta com “bruxas” (pequeno marisco muito semelhante em forma ao cavaco açoriano, embora muito mais pequeno), enquanto que na outra descansavam Santolas acabadas de cozer.


Estava dado o mote para a refeição que se seguiria.

De entrada provou-se um presunto (espanhol) que embora não sendo aristocrático do ramo se deixou comer sem moléstia. Vieram depois as “bruxas”, impecáveis de frescura e sabor, às quais se seguiu um pargo assado no forno à antiga portuguesa, com seu acompanhamento de batatas e cebolas pequenas. Estávamos na época do ano em que este tipo de peixe, tal como os sargos e os gorazes, dá o seu melhor por se encontrar mais gordo. E tivemos ainda a sorte do espécimen que nos foi servido se encontrar ovado. Com tudo isto a experiência degustativa foi de muito alto nível.

Acompanhou-se o marisco com um vinho verde Alvarinho “Soalheiro”, acomodando em seguida o peixe no forno com um branco eborense da “Adega da Cartuxa”, produzido no enquadramento da Fundação Eugénio de Almeida. Ambos revelaram estar à altura dos pratos escolhidos, contribuindo assim para a harmonia da refeição.

Rematámos com um queijo Serpa de “meia cura”, a que o “Cartuxa”, com o seu sabor característico, fez boa companhia.

Uma palavra ainda para o serviço, muito atento, familiar, sem excessos de servilismo e revelando competência profissional.

Feitas as contas e incluindo cafés e digestivos (bagaceira branca de Luis Pato), ficou esta refeição por uma média de 60 € por pessoa. A qualidade paga-se e equacionando o gabarito das matérias primas manuseadas, temos de reconhecer a justeza da factura.

Classificação de Vinhos

Mais um Comentário para esta iniciativa.


Mais umas sugestões de Verão:

Filipa Pato espumante Bruto 3B
Menos de 10€
***


Quinta de Carvalhais espumante Bruto Rosé 2001
Entre 20 e 40€
***** (melhor que muitos Champagnes)

Filipe Paninho comenta o Artigo do José Abrantes sobre A Liberalização dos Serviços Postais

O Caro Colega José Abrantes dá aqui umas pistas curiosas para o futuro postal.

Por um lado podemos de facto assitir a uma cópia mais um menos fiel dos produtos/serviços CTT por parte de outros operadores privados, com tarifas concorrenciais e apenas em áreas geográficas concorrênciais, leia-se Litoral e áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto mas por outro porque os CTT não poderão no futuro fazer o mesmo?Por legislação? Por príncípio e tradição?

E se por assim o fôr, o que é demais compreensível, não poderemos já inovar sem estar ao abrigo do mercado protegido e criar produtos específicos para essa áreas de actuação?Para um segmento verdadeiramente empresarial...No fundo o PostExpresso ou PostContacto poderá servir de exemplo para algo geográficamente localizado penso eu... porque não um produto?


25 July, 2005

Jovens Quadros

A Ana Catarina e a Joana Pinto fizeram um texto muito curioso ( e bem escrito) sobre “Jovens Quadros” o qual quero aqui comentar.

A matéria dos limites da Responsabilidade, Autoridade e Liberdade de decisão são obviamente importantes quando se fala de gestão de recursos, sejam eles humanos ou outros.

O “cocktail-mix” de um Projecto que prepare a decisão de gestão proposto por um Jovem Quadro deveria, na opinião das autoras, incluir uma parte de “Risco”, outra quase igual de “Paixão” e apenas umas pitadas de “Certezas” , definindo assim - esta já é a minha opinião - mais a vontade de inovar ou de desenhar conceito do que propriamente a concretização da decisão. Esta caberia a outras instâncias e ponderando outras matérias.

De facto, se o Projecto não for inovador e de conceito arrojado – seja ele de um Jovem Quadro ou não – entendo que não valerá a pena analisá-lo: para manter o Status Quo não são necessários Quadros superiores, basta existirem bons operacionais e referenciais (manuais) capazes...

“ A verdadeira Modernidade não consiste em seguir as tendências da Moda, mas sim em provocá-las...”
Sergio Pininfarina

Ambição, desejo de Mediatização (visibilidade), Insatisfação, são variáveis que a chefia dos Jovens Quadros tem de saber gerir, sob pena de desmotivar as “tropas” e de retirar brilho às intervenções. Uma das mais importantes ferramentas para gerir adequadamente este processo são os Incentivos: vencimentos, prémios, propostas de formação, etc...

Ora esta ferramente só em alguns dos casos depende da chefia directa do Jovem Quadro...
Em muitas situações a chefia apenas propôe e sujeita-se à decisão de outros, com base em Pro-ratas pouco claros. Dilui assim a sua responsabilidade ao mesmo tempo que "afasta de si esse cálice" de ter que escolher entre Quadros.

Com uma situação onde se gerem meios de motivação limitados, o papel da Chefia directa é extremamente importante, pois cabe-lhe ter de assumir as escolhas fundamentais: este Quadro vou premiar e aquele não. Quantas vezes, para evitar estas decisões, se "agarram" nos Prémios e se dividem pelos Jovens (ou não) Quadros?
Penso que os CTT podem e devem fazer muito melhor em relação a essa ferramenta específica que devia Motivar...

Um “Jovem Quadro” ou (deliciosa a explicação) “Homem permanentemente recente” - eu, com 50 anos também me considero um "Homem permanentemente recente", embora ocupando consideravelmente mais espaço de gabinete do que um Jovem Quadro... - deveria também aprender a reconhecer estes constrangimentos no decorrer da sua actividade.

O ideal era que todos pudessem ter por enquadramento alguém que soubesse ensinar confiando e que estivesse em condições de promover directamente o mérito. Vão sendo poucos estes Quadros mais Séniores que, para além de saberem fazer, têm também o gosto por transmitir o que fazem e , talvez ainda mais importante, gostam de assumir riscos com novas propostas...



segunda-feira, julho 25, 2005

POST@L

Catarina e Joana

O texto destes jovens quadros deve merecer uma atenção especial.
Os CTT foram no passado uma “incubadora” onde os jovens quadros cresciam e posteriormente tinham oportunidade para mostrar e aplicar as suas competências e conhecimentos.
Era normal encontrar Ministros, Secretários de Estado ou altos dirigentes de Empresas que tinham sido ou continuavam a ser nossos colegas.

Que se passou para que tudo tenha alterado?

Nos últimos anos houve mudanças importantes e graves na gestão de Recursos Humanos.

Reconheço que:
1 - A responsabilidade principal cabe aos dirigentes
- ao nível superior pelas políticas aplicadas
- a outros níveis por não terem sido capaz de dizer: Não!
2 - Os jovens quadros são também responsáveis por:
- deixar de existir um espírito de luta
- faltar irreverência na procura dum futuro melhor

Estudamos nas escolas superiores de Gestão (e não só) que o “Conhecimento” é um dos factores importantes na “contabilização” do valor de uma empresa.

Assim sendo não devem as empresas desvalorizar ou ignorar o conhecimento adquirido pelos seus quadros.

Não consigo identificar qualquer fronteira....

Não consigo identificar qualquer fronteira....

No meu texto de 15 de Julho referi que “não conseguia identificar qualquer fronteira”

Este meu texto mereceu o seguinte comentário de um leitor “anónimo”:

Há fronteiras culturais, algumas barreira linguísticas coisa que o portinhol e um maior contacto não resolva. A principal barreira é a pequenez na abordagem e implementação das soluções. A visão Ibérica como espaço Regional implica vencer fundamentalmente barreiras culturais das classes dirigentes, grandes responsáveis pelo atraso no desenvolvimento de projectos globais (Ibéricos)

Concordo que existem fronteiras culturais, fronteiras linguísticas, etc. mesmo "dentro" de países - Espanha, Bélgica (com três línguas oficiais), etc.

Queria realçar no texto é que o mundo é cada vez mais pequeno.

Defendo que não devemos ficar “retidos” dentro de um qualquer espaço...

- A Dinamarca perante um vizinho poderoso (Alemanha) tem a seguinte atitude: é uma oportunidade, tantos clientes para os nosso produtos
- Portugal em idênticas condições perante um vizinho poderoso (Espanha) tem uma atitude diferente – pede “protecção”...

Sejamos ousados.

Concordo com o leitor que fala na pequenez – e é contra isso que luto/lutamos.

Já não concordo com o leitor... quando se mantém anónimo – a mudança de atitude cultural deve começar por nós próprios dando a cara pelas ideias que defendemos – esta é uma das razões da existência deste espaço livre de discussão de ideias.

Bom dia futuro!

POST@L

Classificação de Vinhos

Transcrevo mais dois comentários:

Façam mais uma categoria :
Menos de 10€ e
de 10€ a 20€
Fica mais adequado à nossa realidade!!

Aqui vai sugestão:

Vallado, Douro Tinto 2003 Menos de 10€****

*****************************************************************

Aqui vai um Vinho

Quinta de la Rosa, Reserva de 2001, Tinto DouroEntre 20€ e 40€****


A sugestão de inserir mais uma categoria parece-me boa, contribui para esclarecer melhor as escolhas dos Colegas e Leitores.

A partir de aqui podem todos utilizá-la, ficando a matriz de Classificação como segue:


Apreciação de Gosto: ***; ****; *****
Preço:
Menos de 10€
Entre 10€ e 20€
Entre 20€ e 40€
Mais de 40€

Para estar de acordo com esta nova classificação os vinhos que sugeri na semana passada ficariam:

Al-Xam, Espumante Bruto, Alentejo - Menos de 10€; ****

Quinta de Tourais, Tinto 2003, Douro - Entre 10 e 20€; ***

Vale do Ancho, Tinto, 2001, Alentejo- Entre 20€ e 40€; *****

As Teias da Liberalização nos Serviços Postais (2ª Parte)

A última parte do interessante Artigo do nosso Colega e Amigo José Abrantes:

Valerá a pena sublinhar que aos Operadores Postais não públicos, não são impostas quaisquer condições em matéria de preços, universalidade na prestação do serviço e mesmo qualidade, o que coloca o OPP em condições de manifesta desigualdade, principalmente quando se acabarem “os direitos” se “as obrigações” se mantiverem, até porque estes operadores por certo que pretenderão maximizar o seu lucro, actuando somente nas zonas mais rentáveis, que são aquelas em que predomina a “distribuição em altura” ou seja de grandes concentração populacional.
A OPP ficaria reservada a prestação de Serviços nas zonas de custos acrescidos e de menor (ou inexistente…) rentabilidade.

Neste cenário é imperativo equacionar o que pode suceder às populações residentes nas zonas mais desfavorecidas e à necessária coesão nacional, se também ao nível dos Serviços Postais não lhes forem garantidos serviços de qualidade e a preços acessíveis.

Resulta daqui que são inúmeros os desafios que se colocam quer ao Regulador Nacional, que por um lado pretenderá uma maior abertura à concorrência, sem descuidar a acessibilidade aos serviços postais pelas populações das zonas rurais, e ao OPP, que pretenderá manter níveis de rentabilidade que possibilitem a adequada remuneração dos seus colaboradores e a libertação de fundos necessários à sua modernização.

Agora, que nos aproximamos da liberalização total em 2009, valerá pena questionarmo-nos sobre o que fazer? Que medidas tomar?

Abordarei neste primeiro artigo a questões regulamentares, deixando para um outro, algumas reflexões sobre algumas das estratégias que os CTT poderão desenvolver no sentido de garantir a sua continuidade como Empresa de sucesso, de referência para os outros operadores em todo o Mundo e reconhecida pelos seus Clientes, como uma das que melhores serviços presta a toda a comunidade.

Em termos Regulamentares um dos aspectos fundamentais que deve ser avaliado, prende-se com a dimensão da Área Universal.

Sobre esta matéria, precisa-se o que a Lei 102/99 de 26 de Julho, que mais não faz do que transcrever para a legislação interna o que a Directiva do Parlamento Europeu e do Conselho estabelece, define como Serviço Universal : “Um serviço postal de envios de correspondência, livros, catálogos, jornais e outras publicações periódicas até 2 Kg de peso e de encomendas postais até 20 Kg de peso, bem como um serviço de envios registados e de um serviço com valores declarados”.

Ora se olharmos para o conjunto de serviços que em Portugal se encontram incluídos na área Universal, facilmente concluímos pela sua exagerada dimensão. Caso a situação se mantenha, em 2009 estarão incluídos na Área Universal todo o serviço de Correio Azul, todo o Correio Verde, todo o Correio Normal, todo o Direct Mail, todo o Correio Editorial, todos os serviços de Correio Registado e de Valor Declarado e ainda todo o serviço de Encomendas.

Em resumo, a generalidade dos serviços que os CTT criaram para responder às necessidades específicas dos seus Clientes, vão constituir-se como uma limitação ao seu desenvolvimento futuro, por não poderem ser prestados em condições de igual concorrência à dos restantes operadores, tendo em atenção as obrigações atrás referidas, que só a si vão ser impostas e que vão constituir-se como um entrave ao desenvolvimento.

Nestes termos para que os CTT possam competir com armas iguais às dos seu concorrentes, deveriam ser libertados daquelas obrigações ou, no mínimo, vê-las reduzidas ao tal serviço que a Lei 102//99 estabelece, e que admitiria que correspondesse a um serviço de qualidade e preço semelhante ao que se pratica ao nível do Correio Normal e do Serviço de Encomendas.

Um outro aspecto que interessará analisar, será o das estratégias que os novos operadores vão implementar em Portugal em matéria postal…

Esses possíveis novos operadores poderão resultar de entre outras possibilidades, de uma parceria de alguns dos actuais Grandes Clientes dos CTT, por exemplo “Mailers”, pelo desenvolvimento de algumas das actuais empresas de distribuição de jornais e/ou correio sem endereço ou ainda por algum operador postal que se queira instalar no país.

Como procederão?
- Muito possivelmente oferecerão uma gama com dois ou três produtos base, diferenciando-se em matéria de rapidez e preço, do tipo urgente/não urgente, prioritário/ não prioritário, sem qualquer preocupação em relação ao conteúdo.
- Actuarão nas zonas de maior concentração populacional e no eixo Lisboa - Porto, oferecendo preços bastante mais baixos e diferenciados em função dos custos efectivos de distribuição.
- Disponibilizarão sistemas de preços simples, baseados mais nos formatos e menos no peso.
- Serão flexíveis em termos de horários e locais de distribuição e recolha.
- Tenderão para oferecer serviços globais de preparação, logística, recolha, tratamento, distribuição, sistema de cobranças simples, tratamento de devoluções, tratamento de correio interno etc.
- Acrescentarão valor a todo o correio, associando-lhe informação.
- A tudo isto acrescerá por certo, uma forte agressividade em termos de Marketing e uma acção comercial muito profissional. Em suma, serão operadores com qualidade excelente, custos baixos, muito flexíveis nas ofertas e praticando preços muito competitivos.

Daqui poderão resultar já algumas “pistas” que nos poderão ajudar na preparação das melhores estratégias, que devemos antecipar ou ter prontas para resposta logo que necessário.
José Abrantes

sábado, julho 23, 2005

POST@L

Os Pobres dos Ricos e os Pobres dos Pobres

Por motivos particulares tive de me deslocar (outra vez) este fim-de-semana a Seia, onde me deparei com uma situação complicadíssima que tem a ver com o Grande Incêndio que assola a Serra da Estrela e com a miséria de algumas aldeias, onde só as casas se salvaram.

Para estas populações assoladas pelo desemprego associado à falência da Indústria têxtil na Região, as terras representavam a subsistência: as batatas, o feijão, as couves, algumas cabras, ovelhas e galinhas e os ovos.

Tentando manter a perspectiva, o que é difícil por me encontrar tão perto – também emocionalmente – do epicentro desta tragédia, recordo as lamentações dos proprietários rurais do Sul, veículadas pela Televisão, sobre os efeitos da Seca radical que nos aflige neste ano terrível.

Um conhecido cientista social, argentino de nascimento, proclamava contudo, há alguns dias e numa conversa de amigos:

”Pensam Vocês - os portugueses - que são pobres e miseráveis. Serão talvez os mais pobres de entre os ricos, mas não se esqueçam que, depois desses há ainda os verdadeiramente Pobres e depois os pobres dos Pobres. Enquanto os agricultores, em Portugal se queixam, com razão, da iminente morte dos seus animais, no Níger já há mais de um ano que são as pessoas que estão a morrer à fome, começando pelos bébés.”

Terríveis palavras estas... Sendo Portugal um dos países que está no conjunto dos 15% Mais Ricos do Mundo ainda nos queixamos, e com razão, do que nos acontece. Mas então e os outros? Que dizer dos Países que não têm medicamentos, nem comida, nem apoio social de nenhuma espécie?

Onde a Sida afecta quase 30% da População activa e onde a Mortalidade Infantil é de mais de 35%?

Muito teriam os Governantes destes Países, mortos ou vivos, que explicar – sabem que , só em África, já se gastou o equivalente a 5 Planos Marshal, em auxílio externo nos últimos 20 Anos? Para quê??

E em Portugal? Utilizámos bem os dinheiros que nos foram disponibilizados pela Comunidade Europeia?

Por Favor leiam o artigo do Herald Tribune desta Sexta Feira passada – citado em vários jornais portugueses – e do qual também cito, livremente:

“A Espanha aproveitou muito bem os fundos comunitários, investindo seriamente em infraestruturas de qualidade, sem esquecer a Educação. Portugal construiu mal e investiu pior, e não conseguiu aproveitar uma oportunidade histórica.”

Dá que pensar, não dá? Temos os Estádios do Euro... Mas a que preço?

Os “Mais Pobres de entre os Ricos” .

Poderíamos ser pobres de matérias primas, ou de outros recursos . Não admito que possamos ser considerados “Pobres de Espírito”.

O Futuro é já ao virar da esquina, e o EuroMilhões não serve de consolo para esta “apagada e vil tristeza” .

Regressa Vasco Pulido Valente. Estás Perdoado!!

sexta-feira, julho 22, 2005

POST@L

O CORREIO-MOR FEITO PELOS SEUS LEITORES

Das nossas colegas e amigas Ana Catarina e Joana Pinto recebemos um texto relativo a: "Jovens Quadros"
Tomei a liberdade de o publicar na totalidade mas separado por capítulos.
Penso que é um documento muito importante nomeadamente se tivermos em consideração que nem sempre houve "espaço" na nossa empresa para jovens de elevado potencial.
Há que ler e meditar
Obrigado pela vossa contribuição.
Este espaço também é vosso
Sabe bem e como tal... sabe a pouco... ficamos à espera de mais


JOVENS QUADROS

Ponto prévio: Definição de jovens: o que é isso?

Chamemos a essa coisa que associamos a borbulhas e ao desconforto de ver o corpo a modificar-se e nós sem podermos fazer nada ser jovem, aquela outra coisa a que chamamos maturidade só chegará anos mais tarde e tarde de mais para tirarmos partido do bom que é sermos insuficientes em quase tudo. Acreditaremos mais tarde em quase nada. Naquele momento, em que acreditarmos em quase tudo, somos jovens, recentes. Como um país novo. Como uma empresa nova. As borbulhas transformar-se-ão em pele de pêssego e a pele de pêssego em rugas de expressão e o corpo continuar-se-à a modificar, raramente como gostaríamos, e continuará esta a ser uma experiência recente, desconfortável, insuficiente e à qual raramente damos valor na contemporaniedade dessa experiência. O que é isso de ser jovem. Nós diríamos que é sermos Homens permanentemente recentes.

Catarina e Joana

O CORREIO-MOR FEITO PELOS SEUS LEITORES

JOVENS QUADROS - 1

1. Como é encarado o trabalho pela generalidade dos jovens

É muito importante a tomada de consciência da nossa insuficiência enquanto jovens. É mais fácil falar dos outros. De acordo. A republica, a constituição de 76, a democracia, a união europeia, a paz, que já por aqui andam há muito mais tempo que a maioria de nós, atingiram eles a idade da razão. Qual quê. Mas o mais importante é mergulhar na história, compreender bem para sustentar as nossas opiniões, probabilidades, certezas, como alguém perguntaria. As opiniões são dadas com paixão. As probabilidades com risco e as certezas quando já não somos jovens. Diríamos então que o trabalho é encarado pela generalidade dos jovens como uma aventura em que mergulhamos com 40% de paixão, 55% de risco e 5% de certeza.

Catarina e Joana

O CORREIO-MOR FEITO PELOS SEUS LEITORES

JOVENS QUADROS - 2

Como gerir a ambição (saudável), associada a alguma 'imediatização' (aliás caracteristica dos jovens), e a insatisfação (também natural) que surge após o alcançar de

Com naturalidade. Faz parte do nosso processo de crescimento. Nós queremos um gelado. E queremos o gelado já. Mas o único gelado que podemos comer imediatamente é naquelas máquinas dos semi-frios, lembram-se, de onde aquelas massas informes saiam como o chantilli e que estão mais mornos que frios. O que nós queríamos era um gelado. Dessa vez acabámos com os lábios e as mãos e as camisolas peganhentas e retiramos pouco prazer daquele acto. Mas não é grave. Da próxima vez vamos procurar sítios onde existam bons gelados, a que horas é que as gelatarias estão abertas, confirmamos se temos dinheiro e pronto. Quando chegamos percebemos que não existe o sabor que queríamos. Mas já conseguimos comer um gelado. Da próxima vez, comeremos um gelado com o sabor que gostamos. E por aí fora. É bom termos a ilusão de saber o que queremos, é importante lutar por aquilo que achamos importante mas também devíamos conseguir ter prazer no facto de estarmos todos sujos a comer um semi-frio. Mas essa é a parte mais difícil porque só a maturidade nos permite um olhar com alguma distância sobre nós próprios.

Catarina e Joana

O CORREIO-MOR FEITO PELOS SEUS LEITORES

JOVENS QUADROS - 3

O que esperar do futuro

Não nos podemos esquecer que por não termos as qualidades associadas à maturidade temos o resto. A capacidade de acreditar. É como se fossemos confrontados com um país novo que precisa de uma constituição, de infrastruturas, em que esperamos que o económico, o político e o social se encontrem no caldeirão da poção mágica do druida panoramix, nas quantidades certas. E não lutaremos contra os romanos mas com os romanos, contra a nossa própria parcialidade. Não somos por natureza justos. É mais cega a natureza que faz os rios atravessarem países sem pedir licença porque é mais moderna. O nosso país precisa de aprender essa modernidade com carácter de urgência, precisa de ministérios novos. De ministros novos. Nós somos naturalmente impacientes e aguardamos com a ansiedade própria da nossa juventude uma carta que começe assim: Vai ser uma vez um país. O que esperar do Futuro? Um lugar onde possamos crescer sem nos tornarmos adultos, chatos, antes, sempre, Homens recentes, disponíveis para, com eventualmente menos paixão, com eventualmente menos risco e com eventualmente mais certezas não virarmos nunca as costas à capacidade de sonhar, à capacidade de acreditar no impossível como alguém diria e diria e diria, até, até termos a certeza de que a certeza é feita de paixão. Contradição? Será. Somos Homens recentes.

Catarina e Joana

POST@L

O CORREIO-MOR FEITO PELOS SEUS LEITORES

Elefante(s) Branco(s) continua(m) a merecer diversos comentários
Aqui realço o comentário do nosso colega e amigo Filipe Paninho

A OTA e o TGV...
Correndo o risco de ser polémico, se é que ainda se pode ser polémico nestes temas, será que precisamos deles?
Ou será que o afastado Dr. Campos e Cunha tinha razão?
Eu penso que sim...
Há mais de 20 anos que me lembro do Aeroporto da Portela estar em obras, e se os principais operadores são da opinião que tem capacidade para muito mais, servindo os aeroportos adjacentes para o transporte de mercadorias e alguns voos das operadoras low-budget, então justificar-se-á a OTA?
Eu penso que não...
Competitividade?
Estamos na ponta de Europa e acrescentamos 1,5h a todos os percursos para não falar dos inconvenientes tranfers?
E custos acrescidos.
Outros interesses podem gritar mais alto, têm gritado concerteza...TGV... elefante Branco nº2...
O pendular Lisboa/Porto como exemplo ou nem por isso?
Não vejo nenhum inconveniente na ligação Lisboa/Madrid via Badajoz mesmo sem saber os custos envolvidos, sou apologista da ligação TransEuropeia.
Aí sim uma verdadeira alternativa ao Avião e bem melhor que fazer bastantes kms de ida e volta à OTA...
Para mim OTA não, TGV ponderado sim, mais deixaria a ligação Lisboa/Porto de parte.
Será que nem numa situação económica extrema como a actual se pondera o que verdadeiramente interessa?
22 July, 2005

O CORREIO-MOR FEITO PELOS SEUS LEITORES

Do nosso colega e amigo Carlos Capela recebemos mais uma contribuição interessante.

Ainda a propósito da Confiança


Num texto anterior intitulado «Confiança», enunciei os valores, princípios e objectivos que caracterizam as «Melhores Empresas para Trabalhar», baseando-me, para esse efeito, na abordagem/modelo desenvolvido pelo Great Place to Work Institute.

Não seria, porém, necessário recorrer a este modelo, já que a maior parte dos autores, das teorias e a generalidade dos homens e das mulheres de boa vontade, defendem, no essencial, os mesmos valores e princípios (credibilidade, equidade, respeito pelas pessoas, conhecimento, transparência, participação, etc.).

Considero a Confiança como a base, o elemento agregador e a resultante de todas as características e atributos que mencionei.

As relações entre as pessoas baseiam-se na Confiança. As relações no seio da família assentam na Confiança. As relações saudáveis e produtivas entre os membros de uma organização baseiam-se na Confiança. Os cidadãos exigem confiar na Administração e nas Instituições. Os empresários exigem Confiança. O País precisa de Confiança.

Dos valores, princípios e objectivos subjacentes à Confiança e através dos quais esta se manifesta e exprime, decorrem práticas recomendáveis e práticas menos recomendáveis, boas práticas e más práticas.

É verdade que, por vezes, é difícil avaliar, no imediato, a adequação de determinadas medidas e das suas consequências.

Outras vezes, porém, a adequação ou desadequação são tão evidentes que se torna fácil, para um observador «médio», isento e bem intencionado, distinguir as boas das más práticas.


Carlos Capela

quinta-feira, julho 21, 2005

POST@L

O CORREIO-MOR FEITO PELOS SEUS LEITORES

Do nosso colega e amigo Rocha Martins recebemos alguma ideias retiradas de diversas leituras.

Colaboradores Eficazes

· Gerem-se a si Próprios, pensam pela própria cabeça, formam os seus próprios pontos de vista e padrões éticos e lutam por aquilo que acreditam.
· São corajosos, honestos e francos, ousando enfrentar os chefes quando não concordam com eles ou está em risco prejudicar-se a Organização.
· Constroem as suas próprias competências, capacidades e habilidades. Procuram Formação contínua, não ficando à espera que ela venha ter com eles. Procuram aprender com os erros e com os outros .Aceitam fàcilmente tarefas que lhes permitam desenvolver as sua capacidades. Lutam pelo domínio dos problemas e dos assuntos (mesmos de áreas diferentes das suas...são incómodos...) de
· Vivem o seu trabalho com entusiasmo,levando a cabo as suas responsabilidades de atribuições de forma enérgica e assertiva. Não procuram pretextos (falta de condições),para fugir às responsabilidades e desafios.
· Assumem riscos e são solucionadores Independentes de Problemas. Não necessitam de receber ordens constantemente e pedidos para realizarem o Trabalho. Antes procuram identificar os problemas e solucioná-los (são normalmente proactivos )
· Podem ser bem sucedidos sem Líderança forte.
· O chefe pode com segurança delegar neles responsabilidades.
· São bons juizes das suas próprias forças e fraquezas. Não dão hipóteses ao fracasso quando sabem que podem ser bem sucedidos, mas evitam aceitar desafios quando tem consciência que outros colaboradores estão melhor preparados para os enfrentar. Admitem e assumem os erros e partilham os sucessos

POST@L

LONDRES - parte 2

Atentados

Quando nos referimos aos atentados realçamos o 11 de Setembro (EUA) o 11 de Março (Madrid) ou agora o 7 de Julho (Londres)

Porque será que nos esquecemos de 12 de Outubro (2002) em Bali ou de 16 de Maio (2003) em Casablanca?

Será que as vidas perdidas nestes dois casos "não contam" tanto como as dos ocidentais?

E que dizer dos ataques terroristas todos os dias no Iraque?... já nem contamos os mortos...

Será que nos preocupamos com os ataques terroristas feitos na Palestina por ambas as partes do conflito?

No dia do ataque a Londres (7/7/2005) numa página interior do PUBLICO encontrei esta notícia: "raid aéreo americano mata por engano 16 civis"
- era uma notícia perdida no meio do jornal
- ninguém deu qualquer importância
- estes mortos não têm nome, não têm vida, não têm qualquer importância...
Não são notícia.

O terror não se combate com as mesmas armas dos terroristas.

Combate-se
- com inteligência,
- com tolerância,
- com diálogo,
- com diminuição das diferenças enormes de riqueza,
- com desenvolvimento,
- com o exemplo,
- com trabalho,
- com o combate ao desemprego,
- com o combate à fome

É uma longa guerra, é um outro combate

POST@L

Classificação de Vinhos

O nosso Amigo e Grande Cliente Engº Luis Delgado (La Redoute) efectuou um Comentário com classificação de vinhos ao qual damos aqui o merecido Destaque:


"O tema do vinho...sempre muito bem acolhido entre os Portugueses, e como eu não sou excepção aqui fica a minha contribuição:

Vinha Grande - 1999
entre 20 e 40€
****

Aproveito, também para lançar um repto: Reservem nas vossas agendas o primeiro fim de semana de Setembro e visitem a feira dos vinhos do Dão que se realiza em Nelas. Vão ver que vai valer a pena..."

Importantíssimo Comentário de Luis Delgado ao Post "Clientes Contratuais"

Não é possível deixar sem resposta esta mensagem, "a ponto" do Director de Logística e de Serviço a Clientes da La Redoute:

Na minha qualidade de cliente não posso deixar de me sentir "tocado" com este artigo e vou fazer alguns comentários à atenção que sinto por parte dos CTT.

E vou fazê-lo separando em 3 os pontos que considero fundamentais neste relacionamento institucional, mesmo quando alguns altos responsáveis dessa casa me disseram "...vocês são clientes, que por acaso até tem uma facturação simpática...", o que de forma alguma permite tornar Nobre o relacionamento entre instituições.
Então os 3 vectores são:
- Relacionamento Pessoal
- Informação em tempo útil, e verídica
- Trabalho conjunto e estabilidade de equipas

Quanto ao ponto nº1, pouco ou nada a dizer da capacidade de criação de empatia com os diversos interlocutores, somos um povo caloroso e que preza o bom relacionamento humano. Pena é que a Dircção de Grandes CLientes seja um órgão de staff.

Quanto ao ponto nº2, nos processos a dificuldade começa a instalar-se!Não é por falta de investimento que o Track and Trace ainda não saiu de um estado imberbe. Há mais de 2 anos que aderimos a este produto e, por incrível que pareça, não conseguimos saber onde está a encomenda XPTO, nem há quantos dias está na Estação para podermos fazer um 2º aviso, por exemplo.É também curioso verificar que os saldos de correio nos CDP's ou EC's estão, regra geral, sempre a zero, quando existem documentos que demoram 17 dias a chegar ao cliente!

Quanto ao ponto nº3, qualquer produto é muito bom se for adaptado ás necessidades do cliente. Está na altura de ser entendido que as necessidades e especificidades de alguns negócios têm que estar presentes na concepção dos novos produtos.

Para concluir, penso que não tem existido uma Estratégia de negócio para os clientes "empresas", contrariamente aos clientes "particulares".

Com o desenvolvimento da venda à distância os CTT só tem a ganhar. Os componentes da cadeia de distribuição, geradora de valor para os CTT, auto alimentam-se, +clientes, +catálogos, +DM, +RSF, +Encomendas, +clientes satisfeitos que encomendam mais vezes, +etc.Estamos, como sempre estivemos, disponíveis para ajudar. A criação de uma estratégia para este negócio é fundamental.Não vamos perder mais tempo.

As Teias da Liberalização dos Serviços Postais

O nosso Amigo e Colaborador José Abrantes envia-nos um "Post" sobre assuntos de grande interesse para os CTT e que vamos - para facilitar a leitura - dividir em dois capítulos.

A Caminho da Liberalização (1ª Parte)….

Muito se tem escrito sobre a liberalização dos serviços Postais e, muito provavelmente, muito mais se vai escrever, agora que avançamos para a fase final do processo, com a liberalização total em 2009.

Antes de entrar propriamente no tema, gostaria de abordar, embora de forma ligeira, a problemática da existência de Serviços Reservados ao Operador Postal Público (OPP), como compensação da obrigatoriedade de prestar um conjunto de Serviços Universais com determinada Qualidade, em todos os pontos do Território Nacional e a preços acessíveis, a todos os utilizadores da Rede Postal Pública.

De facto, a imposição da disponibilização de um leque muito significativo de Serviços Postais nas condições atrás referidas e que no caso português assume uma dimensão bastante apreciável, tem um impacto assinalável nos custos globais do OPP.
Lembramos que fora do Serviço Universal, se encontram basicamente os Serviços de Express Mail prestados pela CTTExpresso e de Correio Contacto/Sem Endereço prestado pela POSTCONTACTO, ambas participadas pelos CTT.

Por esta razão justifica-se a existência de uma área Reservada a este Operador, que, de alguma forma, o compense daqueles custos acrescidos.

Precisa-se que fora da Área Reservada, mas incluídos na Área Universal, se encontra já a distribuição de Livros, Jornais, Catálogos e outras Publicações Periódicas e ainda de Encomendas até 20 Kg, para além da distribuição de correspondências incluindo o Direct Mail de peso superior a 100 grs e de preço superior a 3 vezes a tarifa pública de uma correspondência do primeiro escalão de peso, que já se encontram totalmente já abertas à concorrência.

Em 2006, os limites referidos passarão a ser de 50 g e duas vezes e meia aquela tarifa e em 2009 será a abertura total à concorrência.

Muito sensatamente, o legislador entendeu por bem, que a liberalização fosse feita de forma faseada, permitindo que o OPP se fosse adaptando de forma progressiva, às novas condições do mercado.

A estratégia que em grande parte foi seguida pela maioria dos Operadores Postais Públicos Europeus, foi a de manter o máximo possível na Área Reservada pelo máximo possível de tempo, numa lógica de “Serviços Reservados quanto mais melhor e Universais o menos possível” já que aos primeiros estão associados “direitos” e aos segundos “obrigações”.

(Continua)

José Abrantes

Um Desafio aos nossos Leitores (coisa leve para as férias)

Classificação de Vinhos – A opinião dos Leitores

Lanço uma nova ideia para cuja concretização convido todos os Leitores do “ O Correio-Mor”.
Vamos falar de Vinhos, Tintos ou Brancos, Portugueses ou Estrangeiros, que representem a escolha dos nossos Leitores e Colaboradores. Um Vinho por Semana será o esforço que vos é pedido.

A ideia é classificar os Vinhos escolhidos, de acordo com uma Matriz onde relacionem o Preço na Loja (não no restaurante) e a Qualidade.

Para cada uma destas Variáveis existem 3 dimensões:

Preço –-----Menos de 20€; Entre 20€ e 40€ e Mais de 40€;
Qualidade - Gostei ***; Gostei Muito ****; Deslumbrou-me *****

A primeira Variável é objectiva, a segunda é subjectiva e tem a ver com muitas coisas, mas aqui não interessa nem a experiência nem o conhecimento técnico, o que se procura são “sensações de carácter imediato: Gostei, Gostei Muito, Deslumbrou-me”.

A referência ao local de compra é facultativa, apenas pode servir de ajuda para alguns colegas que desejem comprar alguns vinhos menos comuns.

No Fim - lá para o Natal – prometo fazer um Quadro resumo com as Classificações.

Aqui está a minha contribuição pessoal para esta semana:

Al-Xam Espumante Bruto –
Menos de 20€ (Com Corpo e Alma, Beloura)
**** (Gostei Muito)

Vale do Ancho Tinto 2001 –
Entre 20€ e 40€ (Garrafeira Astória na Parede) ;
***** (Deslumbrou-me mesmo)

Quinta de Tourais Tinto 2003 –
Menos de 20€ (Coisas do Arco do Vinho em Belém) ;
*** (Gostei)

quarta-feira, julho 20, 2005

Campos e Cunha Abandona Governo

Tinha já falado há dias nas "Obras de Regime" que se avizinham e da forma como Miguel Beleza e Campos e Cunha tinham, no jornal "Público" discutido este assunto.

Aparentemente a posição ligeiramente discordante de Campos e Cunha face à oportunidade deste Investimento foi demais para a estrutura Governamental e , dada a clivagem que se verificou no último Conselho de Ministros entre os adeptos do Investimento e os da Contenção, a cadeia acabou por partir pelo elo mais fraco...

Provavelmente a história da "reforma dourada" do Banco de Portugal também ajudou a esta triste festa...

Devolver a "Alma ao Povo" à custa do "relaxo" no Investimento público foi o negócio que, aparentemente, o Primeiro Ministro apoiou em toda esta conjuntura.

Só o futuro permitirá dizer se essa opção foi certa ou errada, tendo em vista a situação actual do País. Espero - muito sinceramente - que o Engº Sócrates tenha escolhido bem.

Aquilo que me permito dizer, nesta altura, é que tenho pena da situação se ter resolvido desta maneira.

A esperança é a última coisa a morrer e vamos esperar com calma e bom senso pelo desempenho do Prof.Doutor Teixeira dos Santos.

Há muito ainda para Governar e ... vêm aí as Autárquicas e depois as Presidenciais para continuar a exercer pressão sobre o Governo e sobre o Partido Socialista, neste momento a exercer o papel de incumbente face aos "challengers" que se posicionam.

À promeira vista a nossa Tutela - Ministro Mário Lino e seus Secretários de Estado - sai reforçada desta refrega.

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POST@L

Avaliação de Desempenho

Os sistemas de avaliação de desempenho ocupam,presentemente,uma posição central no universo de ferramentas de gestão nas Empresas.
Na verdade servem,por um lado para validar os metodos de recrutamento utilizados e,por outro permitem medir o contributo individual e de equipa para alcançar os objectivos estrategicos das Empresas e,ainda identificar o potencial dos colaboradores e das equipas,diagnosticar necessidades de formação dos RH e,gerir as componente fixa e variavel das remunerações.
É particularmente evidente a importancia destes sistemas para a motivação,maior envolvimento e comprometimento dos colaboradores nos objectivos de negocio e,na criação de valor nas Empresas

Sumaria e resumidamente um sistema de avaliação de desempenho deve centrar-se:

1) Objectivos
Compreender as potencialidades do sistema
Avaliar a sua eficácia
Definir etapas de melhoria e evolução
Alinhar os diversos subsistemas de gestão de RH em coerencia com o mesmo

2) Avaliação de Competências
A sua importância no sistema
O processo de descrição de competências:
- definição de competências;
- definição de indicadores comportamentais;
- definição de metricas para aferir resultados
A construção dum sistema de avaliação com base em competências:
- identificação dos requisitos;
- elaboração do Manual do Avaliador (ambito,principios,critérios,metodo e periodicidade)
- elaboração de suportes instrumentais (ficha de avaliação,definição operacional de competências)

3) A Entrevista de Balanço da Actividade
A sua importância nos processos
O papel do avaliador na mesma:
- utilizar comportamentos adequados a cada fase da avaliação;
- postura facilitadora da comunicação com o avaliado;
- saber ouvir e reformular questões para aprofundar informação;
- saber gerir um conflito ou uma objecção;
- fechar a entrevista e obter compromissos de melhoria
Elaborar um plano de progressão assente em compromissos

Esta minha visão considera as pessoas um activo fundamental,diferenciador e gerador de valor para os negocios,cabendo a cada gestor a sua condução e,à iniciativa individual de cada colaborador assegurar o seu autodesenvolvimento permanente.Assim as Empresas terão um melhor posicionamento no mercado,maior responsabilidade social e,ganharão,por certo,vantagem competitiva.

Raul Santos Rocha