sábado, outubro 06, 2007

PLano de Edições e Emissões 2008 - Vários Comentários



Dois dos nossos Leitores comentam o Draft (esta a palavra chave, draft quer dizer que é ainda um esboço...) do Plano que aqui publiquei .


1) Resposta a Comentários Vários do Leitor António Carvalho - a quem muito agradeço o interesse por estes assuntos - sobre a escolha das personagens homenageadas e a ausência de outras.


- Em primeiro lugar penso que sabiam que a Filatelia acolhe todas as propostas de Emissões que qualquer pessoa (individual ou colectiva) lhe queira enviar para certo ano até ao final do mês de Março do ano anterior. Todos são bem vindos para fazer propostas. Nós não somos uma Academia de Historia nem um Arquivo de Efemérides e dependemos das Universidades e das Academias propriamente ditas e dos eruditos de boa vontade para nos ajudarem a montar o Plano de cada ano.


- Por norma não comemoramos a Morte de ninguém (embora já tenha acontecido no passado) mas sim a data de Nascimento. Esta decisão parece mais adequada ao respeito pelas grandes figuras da nossa cultura.


- O cuidado que demos à evocação do grande português que foi Aristides de Sousa Mendes e ao seu trabalho a favor dos Judeus perseguidos em Bordéus penso que resolve a questão do anti-semitismo de que o nosso Plano estaria eivado...


- Dito isto, tem inteira razão o Leitor no que diz respeito às figuras de D. Francisco Manuel de Melo e de Adolfo Casais Monteiro. Veremos o que se pode fazer tendo em atenção as habituais restrições.


2) Comentário à possibilidade de se evocarem Pessoas Vivas em selos de Portugal

Nada no Estatuto do Selo Postal Português - Decreto-lei nº 360\85 o impede. Devo sabê-lo porque a redacção deste DL também foi minha à altura...

Agora, é evidente que não o advogo e que temos de facto tido bastante parcimónia com esta questão. Como sabem vários Países excepcionam esta regra não escrita para os casos do Monarca reinante e da Família Real (Espanha ou Reino Unido). Outros nunca a respeitaram e outros ainda têm esta medida com a força de lei.

Ultimamente a WADP - Associação Mundial para o Desenvolvimento da Filatelia que é uma organização especializada da União Postal Universal ( a ONU dos Correios) e de que sou Presidente - tem reflectido sobre esta matéria e vê-se perante a escolha do mal menor.

É preferível ver nos selos pessoas vivas do que assistir à morte da Filatelia por falta de interesse dos Jovens de todo o Mundo. Imaginem os Ídolos actuais do cinema , da canção ou do desporto em Emissões de selos... Dá que pensar não dá? Mesmo que os Correios que o façam paguem quase tanto de Direitos de Imagem como na produção dos selos propriamente ditos...

Manoel de Oliveira fará 100 anos (no Activo!!) em 2008. Provavelmente será homenageado em Cannes como nunca foi... Acho francamente que merece selo nessa altura.
Evidentemente que todos sabemos que esta medida só pode ser excepcional e que corremos o risco de abrir a Caixa de Pandora para (digamos) motivações políticas que façam da Filatelia mais uma arma de propaganda do regime. Mas em Portugal vivemos em democracia e os tempos negros das ditaduras já lá vão... Não acham?

3) Quanto à adequação do valor facial dos selos e blocos ao tarifário postal lembro que têm os serviços de prever valores postais para as taxas mais usadas (Correio normal nacional do 1º escalão, Europa, Registo e Extra Europa tudo também do 1º escalão). Para além disso temos de ter em atenção que algumas das peças filatélicas saem antes da aprovação do tarifário de cada ano pela Tutela, o que ainda baralha mais esta matéria... temos de ir "navegando à vista da costa"...

Um comentário:

Anônimo disse...

O bloguista Correio-Mor tem grande dificuldade com os nomes: chamo-me António e não Carlos Carvalho. Tal como o presencista que referi se chama Adolfo Casais Monteiro.
A escolha das datas de nascimento é um critério como qualquer outro: o importante é lembrar as personalidades da nossa cultura, qualquer que seja o motivo - lembrar a data da morte de uma figura é tão válido como lembrar a data do seu nascimento.
É certo que os CTT não são uma central de efemérides. Mas os selos são um veículo de afirmação cultural num país europeu - só os países recém-independentes e de história recente nada mais têm para ilustrar os seus selos senão plantas, animaizinhos, futebol, etc.
Portugal tem uma história mais rica do que se pensa e bastante viável de ilustrar em selos: não só personalidades, mas as instrumentos populares (veja-se a variedade de cordofones), o Fado, o azulejo (já recordado pelos selos), por exemplo.
Quanto a António José da Silva, trata-se de lembrar o seu nascimento, que foi esquecido pelos CTT...
Aconselho a leitura de, por exemplo, Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, da Europa-América, que nesta coisa das dats é muito útil e evitará esquecimentos desagradáveis.
A terminar: como é maltratada a língua portuguesa: para quê draft (?) se temos esboço, projecto, estudo, etc.?
António Carvalho