sábado, outubro 06, 2007

Mais Comentários - Política de Emissões

Começo por agradecer ao Leitor António Carvalho as emendas ao Post anterior e que já foram feitas. Mudança de óculos há dois dias e grande amizade de muitos anos com o Arquitecto Carlos Carvalho (que foi da Filatelia e depois da Fundação das Comunicações) explicam, mas obviamente não justificam, os erros.

Agora uma opinião mais (provavelmente) polémica.

Acho que a Filatelia moderna tem de explorar mais um Vector de Proximidade com os Jovens e a População Portuguesa no geral.

Duvido que a evocação de grandes figuras históricas e de grandes acontecimentos do passado (como a Gesta dos Descobrimentos, por exemplo) sejam , por si sós, suficientes para atrair a juventude para esta actividade - que já foi "O Rei dos Passatempos e o Passatempo dos Reis - , mas que hoje encontra sérias dificuldades de adesão nas camadas mais jovens da nossa população ( e ...nas mulheres... sabiam que mais de 90% dos filatelistas oficialmente registados são Homens?)

Uma das mais vendidas Emissões filatélicas dos últimos anos foi a que dedicámos ao Doutor Àlvaro Cunhal. E não pensem que foi por causa das compras institucionais do Partido Comunista Português! O PC comprou-nos cerca de 2000 séries e ao fim de um mês nós tínhamos vendido NAS ESTAÇÕES quase a totalidade da Emissão !!

Quem compra nas Estações? Não é o filatelista clássico. Esse possui o seu Plano de Compras aqui na nossa Direcção. Nas Estações existe a compra por impulso, de quem nunca terá até pensado na filatelia como passatempo, mas que passou por lá, viu, interessou-se pelo assunto ou gostou do desenho e ...comprou.

Este mercado (entram quase 400 000 pessoas por dia nas mais de 1 000 Estações que os CTT gerem) não pode ser negligenciado! Hoje em dia - em termos de volume de vendas - já se torna maior do que o mercado do filatelista clássico.

Estamos assim perante um dilema: ser a "memória histórica do País " , como dizia o grande Mestre Prof. Doutor Oliveira Marques da nossa actividade, mas ao mesmo tempo não ignorar as novas tendências e as novas "modas" que possam trazer mais interessados a esta centenária actividade.

Por isso tenham um pouco de paciência se acharem que um Plano de Emissões "já não é o que era", exclusivamente orientado para a História de Portugal. Penso, sinceramente, que mais vale diversificar os assuntos e modernizar as abordagens - para que o selo postal se mantenha vivo - do que manter a abordagem de antigamente e perder quase 1000 coleccionadores por ano...

Dito isto, cada um de nós tem o direito à sua opinião e. neste Blog pluralista. todos têm o direito de resposta e de afirmação das suas ideias.

2 comentários:

Anônimo disse...

Como qualquer tipo de negócio o do coleccionismo e neste caso o da Filatelia deve estar permanentemente a ajustar-se às tendências e evolução do mercado, sob risco de perder dinâmica, não responder ao cliente e entrar em perda( sou dos que penso que neste segmento os CTT tem feito algo notório. Por vezes as necessidades de explorar um filão rentável, leva alguns exageros no número de emissões.Creio que é um segmento do negócio que tem caminhado no sentido correcto. Infelizmente não é o mesmo que se poderá dizer sobre outras áreas no negócio Postal nomeadamente nos aspectos que visam preparar para a abertura total do mercado. Estive para nada comentar sobre este aspecto, mas verificando o que se tem feito nos últimos anos e o "papão" que se tem tentado passar sobre as eventuais consequências de uma liberalização total do mercado e a procura de eventuais bodes expiatórios dos riscos que esse inevitável acontecimento acarretará e verificando alguns comportamentos, que mais não são que muita publicidade ( não marketing), chavões, alguns lugares comuns e situações em que não há uma estratégia clara de modernização, cultura autêntica e aberta sem peias e medos de orientação para o cliente,efectivamente pessoas certas nos lugares certos,( não clientelas e tachos.Só não vê quem não quer,reestrurações e nomeações à medida dos fregueses.) cultura de qualidade, saber do negócio, estar com e ao lado(coaching) entrada decidida noutros segmentos de mercado, uma gestão clara e estratégicamente definida dos recursos, transparência na informação( nada de manipulação)basta ver a história recente da empresa, com evolução na continuidade.
O Problema não é do mercado, os problemas estão bem no interior da Empresa.
Há muitos anos que a liberalização postal está definida no horizonte, que se conhecem as ameaças ao negócio, que se tem feito alguns arremedos de querer efectuar as reformas necessárias, mas o tipo de gestão, Clientelar, de manipulação de informação, de reformas feitas por encomenda, de admnistrações constituidas por pessoas que vem cá procurar curriculum,em que se repetem há anos e agudizando os erros.Se olharmos para a gestão das pessoas, dos sistemas e da capacidade instalada desde 1994, verificamos:
Arrastar de processos de modernização ( alguns há mais de 20 anos), erros avaliação e previsão da obsolescência dos meios e equipamentos, parcerias mal definidas e em que mais parece querere-se dar oportunidade de negócio que aproveitá-la ou rentabilizá-la e muito mais se fizermos uma análise isenta clara e responsável. Algo se fez, mas há muitos dos erros de falta de clareza e de capacidade de decisão. E na área das pessoas,então têm sido um acumular de situações, que ninguém de bom senso e numa gestão que não seja de faz de conta, em que se permite gerar excessos uns atrás dos outros, se admitem quadros ( cada admnistração deixa sempre uns tantos) de valor mais que duvidoso e se dependuram un tantos, sem explicação sem resposta e mais sem responsabilização( neste aspecto as barbaridades são tantas, há muitos casos piores que o ministério-Charrua- da educação e da cultura. Estão à espera que os casos se resolvam em tribunal?).
Há muito medo e desconfiança.As admissões da admnistração do CHC ficaram todas na maior, mais uns tantos trazidos pela actual.
Tem de haver processos claros e transparentes, o que pelo menos nem são translucidos, logo o que se espera?
Estão cá de passagem,o Medina Carreira tem toda a razão.Medo da liberalizaçãp porquê? Só se no subconsciente e os objectivos sejam privatizar o que é rentável e os resto que se liche,}as malvas
Quem cá ficar que feche a porta, quando isso se der eu já cá não estou,estou cá de passagem.
Medo de quê?É preciso uma análise séria à situação empresarial do Grupo,ás várias situações criadas e chega de pregações.EXEMPLO, RESPONSABILIDADE, PRECISA-SE e espero que esta empresa não seja a EMPRESA DAS OPORTUNIDADES PERDIDAS.

Anônimo disse...

Os CTT estão a basear-se no sucesso da Emissão do Álvaro Cunhal na política de novas emissões. Acho rdiculo.
Considero o sucesso dessa emissão uma situação pontual. Uma emissão cujo sucesso se deveu à especulação em torno na mesma que foi muito bem aproveitada pelos CTT.

Com o número de abusivo de emissões que estão previstas os CTT irão perder ainda mais clientes (eu serei um deles seguramente). Preferem "gabar-se" que x emissão teve um sucesso estrondoso e "esquecem-se" que as outras emissões não saem do Casal Ribeiro. Sigam o EXEMPLO de outros países, deixem-se de histórias da Carochinha e de brincar com a inteligência dos Portugueses.
Mas se quiserem continuar assim, mais vale fazer um acordo com a Panini e vender selos aos pacotes (o meu filho iria adorar). E sempre faziam mais algum dinheiro com a venda da caderneta para os cromos. Quem conseguisse completar a caderneta recebia um selo personalizado!!!

É a minha opinião e agradecia um comentário do Correio-Mor.

Os meus sinceros cumprimentos.