Mas enfim, é das tais inevitabilidades que a todos nos acontece, e felizmente que é só uma vez por ano.
Atendem-se centenas de telefonemas (passe o exagero poético). A partir do terceiro só nos apetece ter uma mensagem gravada:
- " Sim, é verdade! Muito Obrigado. E vocês que vejam. Com saúde, é claro. Muito obrigado pela Lembrança! Abraços para todos"
Depois há o problema do enquadramento dos festejos... Com a Senhora Mãe? Com a Namorada? Com o Filho? Com os Amigos? Com a (pouca) Família que resta?
Alguns dos meus pesadelos passam-se em redor de uma suposta celebração em que eu próprio seria o homenageado e em que - Horror!! - toda esta cáfila de gente admirável estaria presente.
Brrrr... Até me deram suores frios a pensar na ocorrência.
Estou também numa altura da vida - não sei se o mesmo se passa convosco? - em que dou mais do que recebo... Com a excepção do caso notável constituído pela "minha sargenta" mas quanto a esse lá chegarei.
A Mãe nunca por nunca ser se separa do cartão de débito. As únicas excepções, todos os anos, são pelo Natal, pelo meu aniversário e pelo aniversário do neto.
Nessas alturas lá me entrega o cartanito com uma ordem clara de tirar "até XPTO".
A primeira coisa que faço é ver como está o estado da conta à ordem. Depois, e reconfortado com alguma largueza existente nesse aspecto, inicio uma complexa locubração matemática - candidata à Medalha Fields, o Nobel dos Matemáticos - sobre a melhor forma de lhe extorquir o mais possível sem que a Senhora dê muito por isso, pelo menos imediatamente...
Como consigo fazer? Bem , o segredo está em que "Ela" ainda pensa na moeda antiga... Assim, e quando me diz para "tirar 50 contos" Eu chego ao multibanco e transfiro 500 euros... Estão a ver? Mais tarde é relativamente fácil convencê-la que disse mesmo 500 euros. Pelo menos do "5" ainda se lembra...
Quando tem dúvidas pergunta ao neto. Ora este é cúmplice - acautelando a vez dele - por isso tenho as costas relativamente "espaldadas".
Quando é o Natal, os "20 contos para o Diogo e 50 para ti", rapidamente se transformam, miraculosamente, em 200 euros e 500 euros, respectivamente...
Sendo filho único não me preocupo mesmo nada com esta vigarice. E vou mitigando a quantidade de "massa" que vai parar aos cofres da Igreja, mês a mês, pois a Senhora minha Mãe ajuda que se farta a paróquia, os Salesianos, etc...
Não que eu tenha alguma coisa contra a caridade bem empregue, antes pelo contrário! Todavia, e pensando bem, prefiro que o dinheiro siga através dos canais certos (a minha conta) antes de chegar ao merecedor destino.
O meu Primo tem a doentia mania de ir ler estes Posts à Tia (que é a minha Mãe) mas como ele está para os Estados Unidos estou à vontade...Pensavam que eu era Parvo ou quê?
E assim vamos vivendo...
Bebam lá um copo - consoante as V. inclinações - à saúde dos que hoje nasceram: Otelo Saraiva de Carvalho; Sérgio Godinho; Richard Gere; Van Morrison ou o V. Blogger...
2 comentários:
Neste dia de aniversário, Muto Bom dia Dr.Raul Moreira.
Não sirvo só para esclarecer, ou ser inconveniente. Também sirvo para lhe desejar Muitas Felicidades presentes e Futuras, deste que é mais novo um só dia!
Leal e CRÓ
Para chatear,mais um....
Parabéns Raul......muitas felicidades.... por muitos e longos anos ....até aos 100 anos e que eu,cá esteja para ver.... ler o blog e comentar de vez enquanto.
Zé
Postar um comentário