terça-feira, julho 05, 2005

III - Reflexões sobre a VPC e os CTT - (quase uma Conclusão)


Recordo que tínhamos dito anteriormente que os serviços que, actualmente, eram mais solicitados aos CTT pelos grandes Clientes desta actividade eram a Distribuição Domiciliária dos Catálogos\Publicidade, bem assim como a Entrega do produto final ao Balcão das nossas Estações.

Teríamos já mais dificuldade em competir com as diversas “concorrências” ao nível da Recolha de Fundos dispersos (Cobranças) e nas Entregas Domiciliárias de Objectos\Encomendas em mão.
E não só em Qualidade de Serviço como também em Preço: de facto o EMS tem qualidade e vai a casa normalmente até encontrar o Cliente, mas não ao preço a que os Mailers estão habituados a comprar a entrega dos seus produtos. Por outro lado a Cobrança Postal é mais lenta a libertar fundos e mais cara por operação do que a utilização do MultiBanco. Tem todavia vantagens financeiras face aos Cartões de Crédito e Cheques bancários para os Clientes Primários, mas não como factor de atractividade dos Clientes Secundários.

Na medida em que um Catálogo Publicitário de 500\700 páginas e de 3 ou 4 Kg já tem dificuldade em caber nas caixas de correio, o método de distribuição deste objecto (embora classificado como DM, onde a entrega domiciliária faz parte do padrão de serviço) na prática assemelhava-se mais ao de uma Encomenda ao balcão, com Aviso. (Preciso de falar sobre os Custos de Operação que este procedimento acarreta, face ao simples depósito em caixa? É que o Cliente paga-nos exactamente o mesmo...)

É claro que os catálogos mais pequenos, intermediários (relances de campanhas ou promoções) já não sofriam deste problema, podendo ser inseridos directamente nos receptáculos. Penso até que, hoje em dia e para ultrapassar essa questão, praticamente todos os catálogos tem sido formatados pelos Clientes Mailers para caber nas Caixas de Correio (o que também nos deve fazer perder dinheiro com a quebra nos pesos?)


As nossas Operações , com relevo para a Distribuição, estão vocacionadas para um padrão de Serviço que já não está perto do padrão da vida de todos os dias da comunidade trabalhadora que constitui a esmagadora maioria dos Clientes finais (secundários) dos Mailers.

Por norma já ninguém está em casa quando passa o Carteiro Distribuidor. Então das duas uma, ou o objecto cabe na caixa de correio – e continuamos o bom serviço de antigamente, ou não cabe. Aqui é que começam os problemas...

Na óptica da Comodidade do Cliente Final (nosso Cliente Secundário) criou-se o serviço SIGA (muito boa ideia) para reencaminhamento de objectos não entregues , mas contra pagamento do mesmo Cliente final. Os números actuais apontam para cerca de 100 000 pedidos de SIGA por ano, para um Universo Teórico anual de cerca de 22 Milhões de Avisados – Registos e Encomendas (Conclusões do relatório Last Mile – Engº Luis Filipe Santos). Taxa de Utilização Média Teórica : 0,454% (Serviço existe desde Outubro de 2003...)

Na óptica do Cliente Primário criaram-se alternativas como o Pré-aviso telefónico de entrega, a distribuição fora de horas, ao fim de semana ou agendada, etc... mas estas são normalmente associadas a produtos Topo de Gama da cttExpresso e custam caro aos Clientes Primários. De todas as formas a sua taxa de utilização, embora superior, tanto quanto sabemos, em termos relativos à dos Pedidos de SIGA por ano, não deixa de representar um quantitativo absoluto bastante moderado.

Como conclusão, ainda em esboço, permito-me dizer que os CTT ainda não “tiraram da cartola” uma solução barata e concorrencial (e rentável para todos, Clientes e CTT) para o Sector da Venda por Correspondência quando o respectivo paradigma passar pela entrega “em mão” e já não pelo depósito em receptáculo postal.

Temos de o fazer a Curto ou , quanto muito, a Médio Prazo, sob pena destes (e doutros Clientes) entregarem as suas Encomendas definitivamente a outros Operadores mais eficazes do que nós.

Custa a ouvir e a ler, não custa? Mas é a verdade pura e simples, pelo menos tal como eu a entendo...

Um comentário:

Anônimo disse...

Na maior parte são boas ideias, mas valerá a pena alterar o actual ou criar um novo modelo de Operação/Distribuição domiciliária tendo em conta que estamos a falar, na melhor das hipóteses, de 4 a 5 milhões de Encomendas por ano???

Onde estará a rentabilidade dessa solução?