sexta-feira, dezembro 30, 2011

Crónicas da Serra 3

Não consegui pregar olho ontem, depois da patuscada que meteu 7 ou 8 marmanjos aqui nos comes e bebes, desde as 17h até para lá das 21h… "Gandas" foliões!

Foi de tal maneira que as mulheres tiveram que os vir cá buscar, a deitar faíscas dos olhos… Estou a ficar com uma fama jeitosa cá para cima! Tenho de ver se não levo com algum barrote da lareira quando passar por baixo de certas janelas.

Mas vamos lá dar uma descrição do que se passou (sucinta e editada que baste, não vá a componente rachada da população autóctone ter acesso ao Blogue).

A malta foi chegando aviada com queijo, chouriças e vinho. Já cá estavam entretanto as brasas a arder para se deitarem as febras e as canoas preparadas para assar os chouriços. Como tinha prometido meti 6 alheiras de Mirandela no forno, sem mais nada a não ser a sua própria gordura, e aguardei cerca de 20 minutos.

Entretanto o pão foi cortado à mão, como é de regra aqui, e espalhado pela mesa tosca de madeira.

Cada qual sacou da sua navalha, alguns dos garfos e facas, e por entre as provas dos vinhos e as “cremalheiras” a trabalhar “contra” febras, alheiras, queijo e chouriços, lá se foi falando do Luxemburgo, da Alemanha ( de onde alguns vinham) mas sobretudo de Portugal e da crise que a todos afecta.

Pouco se dava pelos zero graus que o termómetro já marcava às 20h… De tal forma que houve que reforçar a “vianda” com morcelas da Guarda torradas na frigideira e batatas cozidas com a casca para acompanhar. Aproveitei e compus a “atmosfera” juntando ao “menu” serrano as muitas fatias da carne assada que tinham sobrado do almoço (já feito a contar com este aproveitamento) acompanhadas por um prato fundo com os restos das couves e batatas cozidas passadas por azeite, alho e vinagre.

Os Brutos (que não têm outro nome) também isso “aviaram”…

O que valeu foi que as “comadres” vieram buscá-los de volta ao redil antes de se terem encetado as cantorias… Pois dois ou três dos mais afoitos já tinham tanto combustível no depósito que acharam ser aquela a melhor ocasião para cantar as Janeiras ali à porta da Adega… Livra!

Quando finalmente subimos, pelas 21h, o meu cunhado ainda se virou para mim e para o meu senhorio a dizer:

-“Oh Cunhado, tenho a impressão que já não vou jantar nada… Só se fosse um caldo verde quentinho…Que acha?”

-“Olha que pôrra! Vai mas é enfardar para o Car***”

E lá nos deitámos a dormir os 6. Nós os três, e mais as cadelas que nos acompanharam, fiéis até ao fim…

Hoje de manhã está tudo a Guronsans e Hepadodis! Bem feito!

Nenhum comentário: