quarta-feira, dezembro 28, 2011

Crónicas da Serra 1

Custou a cá chegar. Para estarmos na missa das 8h de hoje no Convento de Gouveia houve que sair de Lisboa ainda não batiam as 4 da manhã. Viagem fantasmagórica pela A8 e A17, com quase mais ninguém na estrada a não sermos nós. Só quando entrámos na A25 direitos a Mangualde é que se viu mais algum carrito. Até essa altura tomei nota que nos passaram duas ambulâncias do 112 e um ou dois pesados direitos a Vilar Formoso… É pouco para quase 2h e meia de viagem. Para quê tanto alcatrão sem uso?

Claro que podíamos ter vindo ontem, mas as obrigações dos dois lados – Lisboa e Seia – esticavam a nossa disponibilidade, como aliás é costume nestas alturas do Natal e Fim de Ano.

Em Gouveia, no Convento, lá para cima para o pé do campo da bola, estavam 4 graus negativos às 7.45h. Mas mesmo depois da missa, quando nos aproximávamos de Seia, já quase a bater as 9.00h, ainda estavam temperaturas abaixo de zero.

Almoçámos o que foi possível fazer em hora e meia: um arroz de marisco com vieiras, mexilhão e miolo de camarão, feito pelo signatário. Bom, rápido e barato (exceto as vieiras que custaram quase 10 € ).

Para esta noite já está combinada uma sopinha de espinafres da quinta, com pão de centeio, queijo da serra e alguma fatiazinha de paio e presunto. Amanhã assamos carne, um ganso de vitela com as couves da nossa horta, a desfazerem-se na boca de tão tenras que são.

O branco da nossa casa, de 2009, recomenda-se, sendo amanhã altura de provarmos o tinto de 2010. Ou ainda hoje, se existir alento de caminharmos até à adega, neste final de tarde, com as temperaturas outra vez a darem “menos de zero”… Se bem que é lá na adega que escondemos o presunto e os paios do lombo…Para já não falar dos vinhitos. E o “briol” afugenta o frio.

Prazeres simples de pessoas simples… Até quando os poderemos usufruir?

Neste 2012 que se aproxima com bocarra de desmancha-prazeres, nada como encenarmos um final de 2011 feliz, para rir na cara do “prejuízo”.

Amanhã começo a explicar como se pode fazer isso: fingir que somos felizes para enganar a “mala suerte”. Que alternativas temos?

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