quinta-feira, março 17, 2011

O Caos e o efeito Borboleta

A Borboleta que voava no Brasil foi responsável pelo tornado que assolou o Texas? Foi com esta interrogação um pouco estranha (para não dizer outra coisa...) que Edward Lorenz, um dos "pais" da Teoria do Caos, tentou demonstrar que pequenos acontecimentos iniciais podem provocar grandes consequências finais.

Como tudo começou?  Lorenz utilizou um computador para prever fenómenos meteorológicos, em 1961, e enganou-se  ao introduzir um dado. Em vez de 0,506127 (o numero correcto),  por preguiça ou negligência introduziu 0,506 apenas. Mais tarde corrigiu  e ficou abismado com a diferença nos resultados do modelo de previsão do tempo apenas por causa desta pequena diferença...

Claro que se calhar viram o filme baseado na história clássica de Ray Bradbury onde este fenómeno é aplicado às viagens no tempo,  "A Sound of Thunder"?

Tudo isto vem hoje aqui para este Post para tentar explicar como  certas pequenas coisas do dia-a-dia podem influenciar decisivamente a vida das pessoas, neste caso a minha.

No Sábado passado levantei-me mais tarde do que o habitual, porque cheguei de Pombal, onde participei na emissão comemorativa dos 200 Anos da Guerra Peninsular,  já passava das 2 e meia da manhã. Mas lá estava na  Garret às 8.30h, em vez de esperar um pouco para me abrirem a porta às 8h, como era costume.

As pessoas que encontrei ao balcão não eram as mesmas do meu habitual convívio, essas já tinham bazado, , e até um dos meus "pobres protegidos ", arrumador de carros, se tinha mudado umas dezenas de metros do local onde o costumava encontrar, seguindo o fluxo da sua clientela.

Até aqui as mudanças não foram muito sensíveis. Mas há mais.

Fui às compras essa meia hora depois do costume, e já não encontrei  o lugar onde era usual estacionar. Estava ocupado. Meti o carro entre outros dois - com espaço para poder sair eu e a minha santa, que já não dobra tanto as pernas como dobrava - e com a traseira virada para o espaço livre, em posição de "carregamento".

Quando cheguei com o carrinho cheio de compras tinha aparecido um "cliente" com uma Pick Up Nissan Navara, toda artilhada e prateada que até parecia um shuttle da Guerra das Estrelas.  Essa "bomba" estacionara ao meu lado e ...tapou-me a porta do condutor. Tapar não tapou, mas deixou para aí uns 25 cm apenas entre ambas as portas.

Com a Santa a olhar e a criticar (nem queiram saber) comecei a tentar resolver a ocorrência. Meto por ali a pança? Tentei, mas os dois ou três estômagos actuais que ocupam o espaço que Deus Nosso Senhor criou apenas para um não me deixaram completar a manobra...

Comentário da Santa:

"Tu estás que pareces um Suíno !"

Ora quem é que gosta que lhe chamem aquilo?  Ainda por cima Suíno com " P". Mas adiante.

Como por ali não entrava (até as chapas gemeram quando tentei pela segunda vez) passei à opção B:  Entrar pela porta do "pendura" e fazer a "transumância" por cima da alavanca de velocidades e da consola central, tendo o cuidado do delicado pézinho não bater mais do que o necessário no painel dos instrumentos...

Tentar ainda tentei.  Fiz tanta força para encolher os  sacos estomacais e intestinais  que me iam rebentando as águas.

Depois sustive a respiração e lá vai disto: Perna esquerda para o lado do condutor .  Alça da perna direita por cima do resto, com a mão agarrada à bainha das calças, puxando para cima e...

Rompeu-se a bainha das calças...Até se rompeu mais qualquer coisinha lá para trás, para os fundilhos, mas como a minha Santa (Graças a Deus) deixou de ter olfacto desde o último AVC,  não me desmanchei e a ofensa passou incólume . Mesmo assim tive de a ouvir outra vez:

"Tu estás que pareces um Ruminante!"

Não disse Ruminante, mas fica aqui feio escrever o que ela disse, embora eu não seja casado, o que retiraria algum opróbio à inflexão. De todas as formas, o caso é que me estava a comparar com uma criatura de quatro estômagos ( o rúmen, retículo, omaso e abomaso). Ninguém gosta que lhe chamem isso. (Acho eu).

Lembrei-me agora daquela anedota da desgraçada da Mulher Polaca (salvo seja) que na boca do Marido tem por dia três pesos bem diferentes: 800 kg (vá trabalhar para o campo sua vaca!); 150 kg (vá lavar a roupa sua porca!) e 300g (venha para a cama pombinha...). Mas a mim, naquele Sábado,  não me calhou a "pombinha".

Por fim lá apareceu o condutor da Nissan Navara, uma senhora bem apessoada e tão  magra que até parecia a Natalie Portman depois de ter feito o "Cisne Negro"... Não admira que ficasse surpresa por "alguém" ter dificuldade em entrar para o carro. 

 - "Há tanto espaço! Não há? "

(Mas que ganda Filha da  P*** do C******!).

Em conclusão: por causa das Invasões Francesas, hoje não falo com a minha Santa. Está Mal!
Cabrões dos Franceses!

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo!!! o que eu me ri com isto!!! muito bom, mesmo...

AB