sexta-feira, outubro 31, 2008

Comentadores emendam. E bem

Sobre os 100 anos de Pedro Homem de Mello:

Será? Não foi a escola que me ensinou algo sobre esta singular figura da nossa cultura, tão esquecida como muito bem refere... Quem me ensinou que o centenário se celebrou em 2004 foi a filatelia.Se dúvidas houvessem sobre a importância da filatelia para as gerações actuais e vindouras, sustentada numa correcta política emissora baseada em homenagear as suas gentes, evocar as datas de acontecimentos marcantes nacionais e internacionais dispersas pelas diversas áreas, este pequeno episódio, é bem revelador.Cuidemos e apostemos, pois, nestes temas e não nos deixemos cair na tentação de promover temas banais, que servem apenas para amealhar uns bons cobres.

Fernando Bernardo

Tem toda a razão Amigo Bernardo!

E já emendei...

Portugal de novo na Presidência da WADP

Portugal foi eleito para a Presidência da Associação Mundial para o Desenvolvimento da Filatelia por um período de mais 4 anos, até ao Congresso UPU de 2012!


Extraordinário feito para um País como o nosso: 8 anos de gestão - ao mais alto nível - da Filatelia Mundial.

Ausência

Blogger vai para Berna até Quinta feira próxima, para o Fórum Filatélico de 2008 da União Postal Universal.

Tema deste Fórum: O Selo personalizado no Mundo.

Novos Posts a 6 de Novembro, com notícias do que por lá se passou.

Para Descansar a Vista


O Amor é uma questao de oportunidade. De nada vale encontrar a pessoa certa se a altura não for a altura certa...
Poeta desta Sexta feira 31 de Outubro é Pedro Homem de Mello, natural de Afife, Alto Minho.
Comemoraram-se os 100 anos do seu nascimento a 6 de Setembro de 2004.
Poeta lírico e grande investigador do folclore local, cantou-o Amália (Povo que lavas no Rio; Havemos de ir a Viana).
Está hoje, infelizmente, um pouco esquecido...

Fonte
Meu amor diz-me o teu nome — Nome que desaprendi...
Diz-me apenas o teu nome.
Nada mais quero de ti.
Diz-me apenas se em teus olhos Minhas lágrimas não vi,
Se era noite nos teus olhos, Só por que passei por ti!

Depois, calaram-se os versos — Versos que desaprendi...
E nasceram outros versos Que me afastaram de ti.
Meu amor, diz-me o teu nome. Alumia o meu ouvido.
Diz-me apenas o teu nome,
Antes que eu rasgue estes versos,
Como quem rasga um vestido!

Pedro Homem de Mello, in "Grande, Grande Era a Cidade..."

quinta-feira, outubro 30, 2008

Halloween para quem pode


Houve tempos em que o “Blues Café”, nas Docas, dava festas de Halloween. Fui a algumas delas e aqui estou ainda, bem vivo, para as recordar. Todavia, a proposta que faço aos poucos portugueses que “até se esquecem que existe uma crise” é um pouco mais radical…

É uma proposta de confraternização em casa, convidando para o efeito dois ou três casais amigos – no máximo – para uma noite de convívio e de boa conversa.

Existem já hoje dezenas de caterings desenhados para satisfazer qualquer tipo de desejo gastronómico em nossa casa e a variados preços. Desde o Origami Sushi Bar (91 235 3646) para uma noite de sabor nipónico, até ao site mais abrangente http://chef-domicilio.ifrance.com/ com alternativas de Chef em casa (a trabalhar mesmo na sua cozinha) ou de catering a gosto. Vale a pena passearem-se pelo site!

Mas para o verdadeiro artista o desafio é passar uma noite com os Amigos a degustarem alguma coisa que foi criada pelos anfitriões…

Então esqueçam a cozinheira da mãe ou o amigo Chef Avillez (hoje muito "de moda" no jet set afluente de Cascais) e ponham-se ao trabalho.

Não terão que sujar muito as alvas mãos, já que o que lhes proponho são sobretudo entradas e mariscos . E mais, só com Champagne para acompanhar!

Passem pelo Corte Inglês (ou pela MOY) e comprem foie gras trufado de alguma marca respeitável. Prevejam pelo menos 2 latas médias. Já que lá estão nesse sítio façam o favor de comprar mais 300g de Presunto pata negra de corte à mão e trufas de chocolate preto, muitas.

Se tiverem já pago o IRS - quem está nestas cenas se calhar nem sabe que existe IRS - percam o amor a uns 1,000 euritos (50g a 170€, mais ou menos) e tragam também para casa umas 300g de Caviar Beluga. Não se esqueçam dos blinis para acompanhar (vendem-se no mesmo sítio).

Alternativa 1: Na Praça de Cascais, no lugar do Zé Alberto, encomendem 3 lagostas nacionais com cerca de 1,5 kg cada uma. Cozam-nas com antecedência em água e uma mão cheia de sal, deixem esfriar e retirem (ou mandem retirar) os lombos e demais febras das pernas. Com uma mayonnaise (há-as excelentes já feitas, do Fauchon) embrulhem as febras e componham-nas numa travessa com gomos de tomate fresco, gomos de limão, quartos de ovo cozido e folhas frescas de alface. Decorem com as cabeças das lagostas.

Será este o vosso único “trabalho” para esta noite, para além do abrir de latas e garrafas e do torrar do pão…

Alternativa 2: Passem pelo Beira Mar (ou outro que tal) e façam a encomenda do "salpicon de langosta" com uns 4 kg na véspera. Prevejam cerca de 400€ . No noite de 31\10 basta lá irem buscar as travessas já armadas…

Salmão fumado, importado directamente da famosa "Fisheries" da Irlanda , costumava arranjar-se na MOY. Em não havendo temos sempre os estimáveis lombos de salmão imperial. Comprem 500g já fatiado, se possível. E juntem-lhe o pão negro pumpernickel da Westefália .

Vão à Mercearia Nacional ou a alguma outra garrafeira de confiança - como no Sr. Augusto da Foz do Douro - tratar dos “liquídos”…

Recebam os convidados - supomos que seriam 8 pessoas - com uma Magnum de Ruinart Blanc de Blancs (cerca de 180€) e continuem as hostilidades com 2 garrafas de Billecart Salmon Brut Rose (a 56€ cada). Terminem em grande estilo com mais duas garrafitas de um Krug Grand Cuvée Brut (160€ cada).

Recostem-se na sala a conversar e a namorar uns cálices de velho (muito velho) single malte.
Caso se despachem a tempo venham até ao antigo cabaret Maxime!

Aqui está (com a devida vénia) o anúncio do que por lá se passará amanhã:

No Maxime, feitiçaria é garantida. Silêncio e calma nem por isso. A noite é de brutos e canibalistas e as raparigas são de susto. O resultado? Uma super-festa-sangrenta. Bruto and the Cannibals dão música. As Spooky Girls Lady Gin, Go-go Lolita, Miss Scarlett, Lucky Lu, Michelle D’Orleans e as lindas mas terríveis Charisse Sisters dão uns pézinhos de dança, com strip-tease vintage, a roçar o burlesco. “Vistam as vossas roupas mais negras, afiem os caninos, façam cabeleiras com teias de aranha e tragam (ou será “traguem”) sangue!” São eles que o dizem...

quarta-feira, outubro 29, 2008

Comentário ao 1º Halloween

O Amigo Peninha não deixa passar:

Boa receita, tanto pela "janta" como pelos preliminares e final. São os tempos que nos legam....

PS- Apesar de ser da terra do dito"queijo" e de espantar muitas bocas, eu...tudo o que for queijos, revolta-me as miudezas e "passo".Se a patroa concordar com a receita, o queijo não entra nem nas entradas nem nas saídas, não vá eu esquecer-me de alguma "obrigaçãozita" por via do digestivo e do maldito (queijo),naturalmente.

Peninha


Halloween para quase todos (os remediados)

Deixarei para amanhã as contas de um Halloween para aqueles portugueses (poucos, muito poucos) que não sentem esta crise (nem esta nem nenhuma das outras) e falarei hoje de uma festa bem à medida da actual situação económica...

Em casa, está claro! O que é que pensavam?

Pai e Mãe a trabalharem se tiverem sorte, um ou dois Filhos adolescentes e uma Sexta Feira à noite: esta a tela onde vamos "pintar" a noite das Bruxas de 2008.

Preparação prévia é a alma de qualquer negócio! Haja por isso conciliábulo familiar já hoje à noite, preparando como deve ser a ocorrência de 31\10.

Todos sabemos que os "putos" - entre os 15 e os 20's - só ficarão mesmo em casa numa Sexta Feira à noite se estiverem com mais de 40º de febre... E não vou ao ponto de pedir aos Pais que a provoquem de propósito só para ter a prole em seu redor . Mas pelo menos peçam-lhes que se deixem ficar para o jantar.

Nas vésperas comprem coxas de pato ( duas por cabeça se for gente que coma bem) , miúdos do mesmo pato (bem, desse ou doutro...) , arroz carolino de duplo grão e um chouriçito alentejano.

Na noite anterior ponham as coxas do pato ao lume em água e sal à qual juntam um fio de azeite e uns grãos de pimenta preta. Depois de cozidas reservem a àgua da cozedura e ponham à janela o pato (se viverem acima do 1º andar, por causa da crise...) deixem esfriar e - à mão - limpem as coxas de peles e dos ossos.

Guardem a água de cozer e as febras em Tupperwares no frigorífico.

No próprio dia 31 , logo que cheguem a casa, terão apenas cerca de 45 minutos de trabalho antes de se sentarem à mesa: façam um refogado de cebola fina e de alho com bom azeite, juntem uma colher de sopa de sal e deixem alourar em lume médio e nesse refogado as febras do pato e os miúdos ainda crús.

Em estando louras juntem um cálice cheio de vinho branco, deixem apurar uns minutos, aumentem a temperatura do bico do fogão e deitem o arroz , fritando-o no refogado e virando-o com o auxílio de uma colher de madeira.

Deitem depois a água de cozer o pato que guardaram e acrescentem com água da torneira se for caso disso, para que a proporção se mantenha na chávena de arroz para duas de água.

6 coxas de pato desfiadas e uma malga de arroz (chávena almoçadeira grande) dão bem para 3\4 pessoas.

Deixem cozer o arroz (vão provando e rectifcando de sal) e quando estiver cozido ponham por cima do tacho rodelas de chouriço e levem 15 minutos a forno quente para tostar por cima.

Sirvam no mesmo tacho que foi ao forno. Acompanhem com Tinto Herdade de S. Miguel Colheita seleccionada de 2007 , a menos de 5 euros por garrafa.

Componham a mesa antes de vir o tacho, com umas entradas: cortem umas rodelas do mesmo chouriço e coloquem num prato de sobremesa, façam o mesmo com uma queijeta alentejana de Niza (à venda em qualquer supermercado) e que não esteja muito dura, e acabem com outro prato - este maior - de queijo fresco polvilhado de orégãos, sal e pimenta preta e entremeado com rodelas de tomate fresco.

Se fizerem tudo como eu disse gastam em redor de 30 euros (para 4 pessoas) e ficam bem.

Mesmo muito bem!

Ao findar a refeição deixem a malta nova bazar e tratem mas é dos dois! Em havendo ainda tempo e disposição para o mais importante, mandem os filmes à hortas e vão mas é confirmar o estado das molas do colchão.

Caso essa ocorrência seja , já de si, um susto - independentemente do Halloween - então enrosquem-se no sofá a ver a programação da Cabo para essa noite. Têm desde o clássico Nosferatu ( do cinema mudo) até ao novíssimo Coisa Ruím , o terror em português com sotaque da Beira Alta.

E pode ser - mas não prometo - que lá para o fim do filme e com o auxílio de um whiskizito (malte de preferência) e de um Baileys para a senhora, se possa, finalmente, fazer o tal teste às molas ...

terça-feira, outubro 28, 2008

Vem aí o Halloween!

Na noite de Sexta Feira para Sábado próximos já se sabe que tudo quanto é bruxo, bruxa, feiticeira ou quejandos estará à solta e a praticar actos mais ou menos maléficos...

Na linha da tradição aqui do Blog não deixarei de dar até lá as minhas recomendações para essa "noite de sustos", quer do ponto de vista da ementa do jantar - comes e bebes - quer ainda sobre o entretenimento.

Tenho apenas um problema: com a Crise como está será que os "belzebús" ainda cá estão ou já bazaram para assombrar outras esferas?
Com o Desemprego a subir, os preços idem, idem, os Restaurantes com cada vez menos gente e o consumo das famílias a assentar apenas no obrigatório e essencial , também me parece que não precisaríamos de mais nada que nos assustasse...

À falta de melhor bode expiatório que carregue as desgraças para o "caneco" utilize-se então a noite de Halloween para purgar a sociedade das desditas que por aí se abateram.... Um pouco como se fosse uma sessão de psicoterapia ... E com a vantagem de ser mais barata.

Nota: na foto a imagem de um forreta a guardar um barril de Barca Velha sem nunca o ter provado e com medo que o abram... Podia ser o Luiz a guardar a garrafa de Blue Label que comprou na Tailândia...Só lhe falta mesmo o martelo na mão para dar na cabeça dos impetrantes desejosos de beber !

segunda-feira, outubro 27, 2008

A Memória Histórica do País


O nosso grande Amigo, e também grande Mestre, Prof. Doutor Oliveira Marques costumava dizer que "a Filatelia tem de ser a memória histórica deste País".

Com isto queria ele dizer duas coisas:
a) Que toda a informação que carreirávamos para o público tinha de estar acima de qualquer suspeita em termos de integridade factual e correcção científica.
b) Mas também que os Acontecimentos comemorados em selos deveriam ser escolhidos tendo em atenção a sua importância no passado, para que pudessem - mais tarde - constituir de per si uma espécie de "resumo" das mais importantes datas da História de Portugal.

Esta era - e é - uma ideia de grandiosidade e de importância real da Filatelia de qualquer país, própria de um probo e ilustre historiador. E, se em relação à teoria que está por detrás destas afirmações nada há a dizer, muito pelo contrário, já em relação à respectiva concretização prática existem dúvidas...

Não tanto em relação à correcta apresentação dos Temas, já que os CTT-Editores, do ponto de vista dos Textos publicados que acompanham os selos - as pagelas - colocam-se sempre nas mãos de especialistas para redigir informação sobre esses temas. Esses Especialistas serão - em todas as circunstâncias - do melhor que for possível encontrar em Portugal nos respectivos campos de actuação.Podem cometer erros, são humanos, mas não seria possível fazer melhor escolha.

Mas estou sobretudo céptico em relação à "escolha" dos próprios temas em si.

Se olharmos para o passado veremos temas e personagens em selos que , hoje em dia, não seria fácil voltar a retratar filatelicamente.

Bem sei que a História é escrita pelos vencedores, e que estas coisas da Filatelia não fogem à regra, mas numa altura em que celebramos - e muito justamente - o Centenário da República, imaginem os problemas que devemos ter em relação à evocação da 2ª República (ou, como também há quem diga, do "Consulado de Salazar" entre a 1ª e a 2ª Repúblicas)...

Compete aos CTT serem "marteleiros" da história portuguesa do sec XX ?

Podemos passar uma esponja pelos anos que correram entre 1928 e 1974? Com que rigor histórico e em que teoria da história nos escudaremos para fazer isso?

Mas, por outro lado, serão as personagens de Regime que estiveram na ribalta entre 1928 e 1974 merecedoras de serem evocadas em selos?

Não reservamos os selos para acontecimentos de grandeza histórica que "enaltecem e honram o País"?

E não deveriam essas personagens ter já sido (como foram quase todas) evocadas em selos da sua época, para assim se cumprir o rigor histórico e a "memória filatélica da História"?

Para quê falar agora nelas outra vez? Todavia, não falaremos agora também dos grandes republicanos de 1910?? E não saíram já esses também em selos "in illo tempore"?

Muito "pano para mangas" que dará cabo da cabeça a qualquer bom alfaiate...

sexta-feira, outubro 24, 2008

Para descansar a Vista

A porta branca

Por detrás desta porta,
uma de todas as portas que para mim se abrem e se fecham,
estou eu ou o universo que eu penso.
Deste meu lado, dois olhos que vigiam
os fenómenos naturais, incluindo a celeste mecânica
e as sociedades humanas, sedentárias e transumantes.

Mas podem os olhos fazer a sua enumeração,
e pode o pensado universo infindamente ir-se,
que para mim o que hoje importa
é aquela olhada vaga porta.

Que ela seja só como a vejo, a porta branca,
com duas almofadas em recorte,
lançada devagar sobre o vão do jardim,
onde o gato, por uma fenda aberta
pela sua pata, tenta ver-me,
tão alheio a versos e a universos.

Fiama Hasse Pais Brandão
Cena Vivas
Relógio d´Água

quinta-feira, outubro 23, 2008

Ter nos olhos a esperança

Um dos efeitos colaterais desta crise espera-se que seja um impacto na "economia real", na nossa vida de todos os dias.

Esse impacto - à primeira vista tendo como rastilho a quebra nas nossas exportações por falta de dinheiro nos destinos da mercadoria - resultaria em desemprego na Industria e num decréscimo do consumo privado que lhe é subjacente, o que levaria por consequência a que baixassem as vendas no comércio e serviços, arrastando eventualmente à falência de muitas pequenas e médias empresas comerciais e ao aumento do desemprego nos serviços, o que faria ainda mais baixar o consumo, começando assim um círculo vicioso que seria muito difícil de quebrar.

Por isso o Presidente da República manifestou ao Expresso da semana passada que "receava muito o aumento do desemprego". Por isso também o actual Governo não abre mão dos chamados "mega-projectos" de construção civil, tentando substituir-se aos privados na animação da economia.

É certo que os primeiros beneficiários da concretização destes projectos serão as firmas do "bâtiment", mas estas, ao pagarem salários e ao contratarem mais trabalhadores - mesmo que imigrantes - estão a contribuir para que as mercearias, supermercados, bares e restaurantes também funcionem.

O petróleo está neste momento no valor mais baixo do último ano e meio e o Euro está também a desvalorizar-se face ao USD, boas notícias para as exportações nacionais SE houvesse mercado que as sustentasse na Europa do Centro e Norte ou nos USA. Mas, infelizmente, esses países todos estão com problemas, a começar pelo nosso maior Parceiro comercial, mesmo aqui ao lado.

Se baterem certas as previsões dos economistas - hoje em dia uma "classe" muito desvalorizada em termos de credibilidade - um dos primeiros sectores da economia real a sentir a crise "importada" será o Turismo e, por arrasto, toda a Restauração, Hotelaria e similares.

Na base da estrutura da economia industrial portuguesa sabemos como muito pesa o Turismo e como pouco pesam as "verdadeiras" industrias transformadoras que, como a Automóvel, têm ainda por cima já dificuldades em esgotar os seus stocks no Estrangeiro... E, com os Bancos nacionais a restringir o acesso ao crédito, não serão os Portugueses a compensar.

Do mal o menos. Venham por isso e rapidamente as "Grandes Obras" do Regime Socrático, nem que seja para amparar o "doente" nesta fase difícil da "doença" e enquanto não se descobre a cura...

Se a "cura" levar muito tempo a descobrir há sempre a hipótese da criogenação!

Congela-se o País por uns cem anos esperando pelo melhor... O pior é que "congelados" já nós estivemos entre 1928 e 1974 e - olhando para trás em perspectiva - não creio que servisse de grande coisa...Economicamente falando, claro está.

quarta-feira, outubro 22, 2008

A Política Filatélica de Emissões


Estou neste momento a assinar as cartas de agradecimento a todas as entidades que tiveram a amabilidade de fazerem sugestões para temas de selos em relação ao ano de 2009. Tivémos mais de 1000 sugestões para esse ano, oriundas de pessoas, empresas, universidades ou repartições oficiais.

À conta desta tarefa lembrei-me de explicar um pouco melhor as características da política de Emissões dos CTT Correios de Portugal, para que se entendam também melhor os motivos da não aceitação de muitas sugestões.

No seu Artº 9º o Estatuto do Selo Postal português - Decreto-Lei nº 360\85 de 3 de Setembro - refere expressamente que :

" As emissões devem corresponder às necessidades dos serviços de correio, podendo ser cumulativamente utilizadas para homenagear personalidades, comemorar factos ou divulgar motivos de elevado interesse nacional ou internacional"

É este o único artigo dos 29 que compôem este Decreto-Lei a lidar com o "conteúdo", com o "tema" das emissões de selos, ordinárias e comemorativas, que se editam em Portugal pelos CTT debaixo da égide tutelar do MOPTC.
Convenhamos que é curta a explicação da forma como devem ser escolhidos esses mesmos conteúdos, porventura para dar maior latitude aos Serviços de Filatelia nacionais em anos vindouros.

Pelo menos asssim o entendeu o legislador.

E devo saber do que falo pois "metade" desse legislador fui eu...

Um dos primeiros mitos que cai pela base é a velha noção de que, em Portugal, não se emitem selos com retratos de personalidades Vivas. Essa proibição tem força de Lei em Espanha, por exemplo, mas não em Portugal.

Temos tido algum cuidado em destapar essa potencial caixa de Pandora, mas mesmo assim já fizémos o selo comemorativo do Nobel de Saramago e, ainda este ano, o selo do centenário de Manuel de Oliveira (que continua felizmente vivo).

Outra dúvida muitas vezes levantada pelos filatelistas e outros nossos interlocutores passa pela noção "filatélica" do que será mesmo um acontecimento (facto ou motivo) de "elevado interesse nacional ou internacional".

Para ajudar resolver esta questão ao nível Internacional entramos em linha de conta com as efemérides ou comemorações reconhecidas por Organismos Internacionais de renome, como a ONU, o Conselho da Europa, a própria União Europeia, etc...

Mas no caso de Portugal é mais complicado, até porque existirão acontecimentos e efemérides respeitabilíssimos ao nível local (de uma Região ou Cidade) mas de que temos dúvidas se serão também suficientemente notáveis ao nível Nacional.

Por exemplo, o Centenário de um Museu Municipal como se compara com o Centenário de um Museu Nacional?

Por outro lado existe hoje em dia também a percepção nos Serviços de Filatelia de que se devem comemorar Nascimentos e não Mortes, pelo que nestes anos mais recentes houve alguma contenção na emissão de selos relativos a centenários destas últimas, não obstante a importância da personalidade em causa.

Por fim, a ideia de que a Filatelia e o Selo Postal devem sobretudo evidenciar datas "redondas" , centenários e seus múltiplos, deixando - na medida do possível - de comemorar os 150 anos disto ou os 320 anos daquilo, etc...

Dito tudo isto nunca esquecemos que a Filatelia tem uma componente muito importante de negócio associada, pelo que há ainda que ter o cuidado de emitir séries com Temas que sejam atraentes para os filatelistas e outros nossos clientes que compram por impulso nas nossas estações de correio.

Os Temas ligados à Fauna e Flora, por exemplo, vendem-se sempre bem. Ou então aqueles temas que, pela "proximidade" cronológica , de motivo, ou outra, , estejam dentro do imaginário popular. Exemplo do bloco e selos dedicados ao Dr. Álvaro Cunhal.

Ou ainda as "novidades" absolutas, como foi o caso do 1º selo do mundo feito em Cortiça, "best seller "do ano de 2007.

terça-feira, outubro 21, 2008

A transferência do ano


Não, Amigos, esta não foi no Futebol...

João Paulo Martins, o mais conceituado crítico de vinhos do País sai do Público, onde animava o excelente "Fugas", e é aliciado para o Expresso, fazendo companhia ao seu (e nosso) Amigo Zé Quitério...
E, dizem as "boas línguas", que a transferência teve laivos futebolísticos, com almoços secretos, negas e insistências, acabando com...valores muito tangíveis.

Parabéns João! Contamos contigo para mais um livro dos CTT agora sobre o Vinho numa óptica do consumidor.

Comentário às Eleições

O nosso Zé comenta:

O medo dos efeitos das crises leva a que "normalmente" se prefira mais do mesmo do que estar a mudar. É a teoria das moscas na ferida do velho pedinte " Oh meu menino não afastes essas das minhas feridas.Mas porquê?Porque essas já tem a barriga cheia e se vierem outras, vem cheias de fome e vão-me morder ainda mais....deixa lá estar como está....porque para melhor, todos prometem, mas depois....

Pra melhor está bem, está bem, pra pior já basta assim...virou?

Viró disco e toca o mesmo....É preciso e urgente reflectir e agir sobre as causas da abstenção, uma maioria absoluta, em que há uma abstenção de 53% é no mínimo muito relativa....é o sistema que temos e depois queixem-se dos conflitos Sociais....mas fiquemos por aqui e muita atenção ao que virá depois do "vendaval" financeiro e a ver vamos....

Comentário ao comentário: Sem dúvida muito material para reflexão...E uma questão fundamental - quem não vota "desligou" do sistema ou pura e simplesmente não vê alternativas de governação sérias? Em qualquer dos casos é este um sério aviso para a Democracia.

segunda-feira, outubro 20, 2008

As Eleições nos Açores


Foram o que todos já sabemos: a vitória por nova maioria absoluta de Carlos César e do PS (por esta ordem); a descida do PSD que levou à demissão do seu mais alto responsável ilhéu - o que se vai tornando recorrente ; a subida do CDS PP , do BE e do PCP ; e o inaudito que foi o PPM eleger um deputado pela Ilha do Corvo!!

Mas fora isto, o que os MCS relevaram foi mesmo a enorme abstenção de 53%, a maior, ou uma das maiores, alguma vez observada em Portugal para eleições deste género (parece-me, assim de cabeça, que em Lisboa nas últimas autárquicas ainda foi maior, mas não confirmei).

Na "roda" das Sondagens Políticas e dos Estudos de Marcado existem algumas ideias testadas ao longo dos tempos face aos resultados observados e registados de muitos actos eleitorais. Uma delas consiste em admitir que, em época de crise generalizada, diminui a abstenção e ganha pontos o Partido (ou o Presidente) que estiver na "situação" de poder. Isto se a crise não lhe puder ser atribuída, como é óbvio!

Na prática isto quer dizer que, por norma, nas Eleições que ocorrem tendo como pano de fundo situações de Guerra, graves crises económicas de conjuntura, etc... há a tendência para que os votantes potenciais votem em maior número e , mais do que isso, há também a tendência para que votem no "status quo" , na situação de poder existente que todos conhecem e que prefirarão à "incerteza" de um novo aparelho de Estado e de uma nova política .

Mas, nos Açores, pelo menos no que diz respeito à abstenção, tal não se verificou...

Trago-vos aqui esta curiosidade - que pode também ser explicada pela especificidade desta Região Autónoma - dando o mote de discussão sobre o que se vai passar em 2009...

Mais PS ou uma alternativa? Tudo indica que será mais PS, mas quanto mais? E de que forma?

Temos de esperar para ver.

sábado, outubro 18, 2008

O Engano caprichoso


Meu pai, que gostava muito de aguardentes velhas mas que nunca bebeu – tanto quanto eu saiba – whisky , deixou-me em herança uma quantidade apreciável de garrafas de whisky de todas as idades, tamanhos e feitios, algumas ainda com rolhas de cortiça , imaginem a antiguidade…

Deixem-se de alimentar falsas esperanças porque, tendo meu pai falecido em 1981, há muito que eu próprio tomei cabalmente conta desta “ocorrência” e pus a bom recato os líquidos das ditas garrafas, num sítio escuro e descendente, com dentes à entrada.

Mas, como é evidente, garrafas de aguardente velha não herdei…Nem uma. A minha mãe ainda me deu algumas que teriam “sobrado” do espólio paterno mas ao abri-las verifiquei que continham…chá. O meu pai gostava de beber uma pinguita à noite e fazia-o sem que a minha mãe desse por isso.

Minha mãe nunca tocou num copo de tinto, quanto mais de Porto ou de aguardente, e abominava (e ainda abomina, hélas…) quem se entrega à bebida. Esta a razão pela qual o meu “velho” ia substituindo os álcoois por chá. Tudo a bem da harmonia familiar.

Ora tendo eu embarcado há meses na romagem de homenagem ao grande Miguel Torga, para o qual fizémos selo e carimbo comemorativo, os “regedores” da Vila de Punhe, na grande tradição transmontana de hospitalidade, não nos deixaram sair do local sem uma caixita com garrafas.

Um dos nossos colegas companheiro de viagem e conhecedor do meu feitio, logo que chegado a casa avisou-me para não dar a caixa a qualquer pessoa porque “era azeite e do melhor do mundo, de Trás-os-Montes”.

Como eu tinha, por acaso, também aproveitado a mesma viagem para comprar um garrafão desse azeite na Cooperativa de Murça, acabei por oferecer à minha mãe a caixa de Vila de Punhe. E ela, boa pessoa e imbuída de caridade cristã, cedo a dividiu pela irmã e pelas amigas da Igreja, ficando com 2 garrafitas lá em casa.

Tudo isto se passou – como estarão lembrados - no ano passado, altura em que, neste blog, fiz crónica da homenagem em torno de Miguel Torga.

O nosso consumo habitual de azeite, nas duas casas, é feito à custa dos garrafões que trago da Beira Alta, da quinta dos meus sogros, motivo que explica as garrafas de Vila de Punhe terem sido poupadas durante tanto tempo à prova real.

Na semana passada, ao levar a casa da senhora em causa as habituais “pratas” da Garret , o que faço todos os sábados para acautelar a minha vida futura, levei roda de tudo o que há de pior!!

Eu nem percebia o que se estava a passar…

“-Foge daqui que nem te quero ver!!! Andas a brincar comigo! Então eu bebo lá vinho?!!? Andei a oferecer vinho às pessoas?! Hão-de pensar o quê?! Que vergonha! E eu ainda a dizer a todas que a garrafinha era para alumiar a candeia da Santa!! Agora como é que vais resolver isto??!!”

Lá percebi finalmente que, em Vila de Punhe, a uns tinham oferecido Azeite e , a outros… Vinho Abafado (e do bom, que já o provei depois do escândalo!). E a mim tinha-me calhado o vinho!

As caixas não tinham indicações por fora e como as garrafas eram escuras e o rótulo artesanal, de facto só estando com atenção (ou bebendo…) é que se perceberia a diferença…

Agora ando na “clandestinidade”, como a malta de esquerda na época do fascismo, até que lhe “passe a telha” ou eu me lembrar de qualquer coisa que “amanse a fera” … Caso contrário bem posso contar que a herançazita vai todinha para as Obras da Igreja …

Oh Torga isto faz-se a quem te dedicou um selo??!! Acho que não está bem pôrra!!

sexta-feira, outubro 17, 2008

O Ramiro do Martim Moniz

A velha Cervejaria Ramiro é já um clássico da restauração lisboeta.
Tudo começou há mais de 50 anos, em 1956, quando o ainda actual proprietário Sr. Ramiro se estabeleceu ali quase ao lado do monumental chafariz das Águas Livres na Rua Almirante Reis:

Cervejaria Ramiro
Avenida Almirante Reis 1-
Lisboa1150-007 LISBOA
Freguesia dos Anjos
Telefone:
218851024


O que se come é sobretudo Marisco. Antes há Pata Negra do Sanchez Romero e depois tem uns pregos de carne do lombo perfeitamente aceitáveis para encerrar as lides da amesendação.

Bom espaço , obviamente um pouco ruidoso à velha moda das cervejarias de todo o mundo. Sala reservada para fumantes, sempre de louvar nos actuais tempos inquisitórios.

Bela cerveja Sagres tirada à maneira, carta de vinhos portugueses algo limitada mas com boas escolhas em brancos e verdes. O que seria de esperar.

O Marisco reina e a preços relativamente cómodos em tempos de crise. Quando lá fui há uns dias, aproveitando ter de dar formação na Rua da Palma nessa tarde, só ouvia falar à mesa da crise do sub-prime, o que seria normal, mas o certo é que as pessoas que nisso falavam e disso se queixavam lá estavam a lambuzar-se de "gambas à guillo" e de Lagostins... Mistérios...

A única crítica que faço à "forma de estar" do marisco que provámos é a de que gosto do meu marisco cozido na altura... Mordomias de menino da linha tá-se mesmo a ver...

Mas fora essa "mariquice" tudo estava fresquíssimo e cozido a preceito, mesmo no ponto de sal desejado. É a experiência dos mais de 50 anos de vida...

O que comeram 2 pessoas nesse dia foi simples e directo:

Prato de Pata negra, torradas com manteiga a 11,40€
200g de canilha a 9,28€
250g de navalheiras a 5,15€
150g de Camarão de espinho a 10,05€
2x100g de carne de lombo (pregos são ao Kg) a 7,30€
5 imperiais a 1,15€ cada uma
2 cafés
Total - cerca de 50€

É claro que nem nos aproximámos dos Lagostins - mesmo assim a cerca de 70€ ao Kg enquanto que em Cascais são a 120€!!! - nem das lagostas nacionais, etc, etc... Mas não há dúvida que se comeu bem e a preço relativamente convidativo .

Viva o velho Ramiro e por muitos anos ainda! Porque faz sempre falta termos perto de casa esta mistura de bom marisco a preços convidativos para os dias de festa.
Olhem aí para o lado... Ainda estavam a mexer...

quinta-feira, outubro 16, 2008

A Selecção (zinha)


Hoje logo de manhã ouviam-se alguns comentários nos quiosques dos jornais. A mim calhou-me o da Av. da República:

"-Porque é que os gajos não correm mais, pôrra??!!
- Porque não querem ser multados por excesso de velociadade, ora essa!"

"-Olha lá...Vocês aí no Sporting não precisam de treinador?
- Pois, quando há M*** tem de ser para Alvalade! Mete-o tu lá no Galinheiro!"

"- Coitado do Quim... passou o jogo a olhar para o boneco...
- Para o boneco não, para o Palhaço que estava no banco de Portugal"

"- O Scollari faz muita falta...
- Ele ou qualquer outro gajo, mesmo que só tenha carta de pesados em vez de cartão de técnico..."

As coisas não vão bem para o espírito nacional futebolístico... E quando se FOGE da cena (ouviste Madaíl??!! E tu Queiroz, piraste-te à entrevista de final de jogo porquê? Mau perder??!!) é de esperar o pior.

Ninguém fala dos albaneses porquê? Vieram cá e mataram o cabrito em Braga! Honra lhes seja feita.

Nada percebo de futebol, mas anteontem esperava-se pelo Cristiano Ronaldo. Ontem esperou-se pelo Deco e Simão Sabrosa... Quando lá estiverem dentro todos qual será a desculpa? falta de tempo para treinarem juntos, é claro...

Valha-nos a Senhora de Caravaggio!

quarta-feira, outubro 15, 2008

Para descansar a Vista


Um poema do aristocrata Teixeira de Pascoais, hoje um pouco esquecido, profeta maior do "sebastianismo", mestre de Fernando Pessoa.

Do seu solar de Amarante, onde nasceu e morreu (em 1952), viu este País como poucos o viram.

À MINHA MUSA

Senhora da manhã vitoriosa
E também do crepúsculo vencido.
Ó senhora da noite misteriosa,
Por quem ando, nas trevas confundido.

Perfil de luz! Imagem religiosa!
Ó dor e amor! Ó sol e luar dorido!
Corpo, que é alma escrava e dolorosa,
Alma, que é corpo livre e redimido.

Mulher perfeita em sonho e realidade.
Aparição divina da saudade…
Ó Eva, toda em flor e deslumbrada!

Casamento da lágrima e do riso
O céu e a terra, o inferno e o paraíso,
Beijo rezado e oração beijada.

terça-feira, outubro 14, 2008

O Manto da Fantasia


A adopção, como normas de vida, do Hedonismo (mais virado para o prazer imediato e para a posse de objectos e coisas) ou do Epicurismo (filosofia também ligada à procura do prazer mas introduzindo-lhe matizes mais espirituais), sempre foi considerada por certos quadrantes da sociedade como uma coisa “grossa” que lembrava Sodoma e Gomorra, a Roma antiga, banquetes com vomitórios ao lado, e envolvimentos orgiásticos com todos os sexos à mistura, incluindo ovelhas, bicicletas, e por aí fora…

Nada de mais errado. O Sibarita - praticante um pouco mais tardio da filosofia de Epicuro - é um esteta do prazer. A sua forma de estar na vida tem a ver com a busca do prazer, sem dúvida, mas do prazer requintado, do prazer que tanto se retira da audição de uma peça musical que nos comove, como daquele que extraímos da simples observação de um pôr do sol no mar, num fim de tarde de Junho. O Sibarita planeia uma refeição de acordo com o dinheiro (pouco ou muito) que tem para gastar, mas fazendo sempre dela um acontecimento marcante pela elegância da ementa e pela cultura e arte de conversar da companhia que escolheu para sentar à sua mesa.

Para este tipo de mortal – tal como para todos os outros – passam-se coisas boas e más neste mundo que afectam a sua vida. Simplesmente ele toma a decisão estudada e premeditada de só dar importância às coisas boas, ignorando as menos boas, ou dando-lhes apenas a importância mínima que merecem, como, por exemplo, passar rapidamente o cheque para pagar o IRS e nem mais um segundo do seu precioso tempo dedicar a pensar nessa “incumbência”.

Dirão alguns que estaremos a meio caminho de um autismo “colorido” que, em extremo, pode levar que um tal alheamento da vida de todos os dias se torne mesmo perigoso…digno até de um sanatório. Mas adiante…

No meio das crises que sempre assolaram a alma lusa, desde o ultimato até à desbunda do João Franco, passando pela inépcia da 1ª República e pelo sufoco do consulado salazarento e da guerra colonial - sobretudo este último - talvez tivesse sido esta capacidade para imaginar um outro mundo melhor e pensar na vida de todos os dias apenas como um mal necessário para “pagar a renda e pôr pão na mesa” que nos tenha conservado menos mal…

Isso, e o Eusébio, claro, figura maior dos idos de 60. Nele o nosso imaginário colectivo de grandeza transformou-se em pessoa real, um clarão de vermelho e negro no cinzento mundo onde tínhamos que penar.

O velho Eça, que da vida sabia quase tudo, soube bem interpretar este tipo de filosofia nos seus escritos, nomeadamente quando – na Ilustre Casa de Ramires – põe um dos personagens (acho que era o Titó) a lamentar o facto do amigo Videirinha, guitarrista, não poder ter um emprego “daqueles sem muito trabalho, nalguma repartição” onde se pudesse dedicar a aprimorar o estudo da guitarra para deleite da trupe que o escutava durante as noites de rambóia.

O “emprego na repartição” - ao qual ele daria o menor tempo e esforço possível - não serviria para mais do que “ganha-pão” que permitisse ao guitarrista amigo estudar e praticar a sua arte, essa sim a sua verdadeira ocupação! E logo que Gonçalo Ramires é eleito deputado elege o amigo Videirinha para amanuense de administração do concelho de Vila Clara.

Não era o grande Fernando Pessoa também ele um amanuense que nos intervalos do seu enfadonho emprego destilava dos mais belos poemas que se escreveram em português? Onde os pensaria? Em que locais distantes de beleza e de criatividade andaria o seu espírito enquanto uma mão classificava facturas e a outra compunha cartas comerciais?

Dá que pensar…

segunda-feira, outubro 13, 2008

A Crise na Família


Meu cunhado e minha sogra ouviram falar da crise lá na Beira Alta e convocaram-me para discutir o assunto.

Minha mãe já tinha entretanto decidido soberanamente que eu, daquilo, não percebia nada.

Quem a aconselhava era a Dª Ester cujo filho é caixa no Totta. E , à cautela, lá foi pedindo ao neto para ver como estava o cofre das librazitas que lhe tinha dado ao longo dos anos... De facto, segundo a Dª Ester:

- "O ouro é que nos salva minha Senhora...É o ourozinho... Se ainda cá estivesse o Dr. Salazar estávamos nós bem, tanto ouro que aquele santo poupou para depois virem uns comunistas gastá-lo todo.."

Eu bem lhe disse que nunca foi assim e que Portugal ainda era um dos Países com maiores reservas de ouro no Mundo, mas não valeu de nada.

O filho da Dª Ester e a Dª Ester tinham falado e estava tudo dito. Eu trabalhava nalgum banco? Então que me calasse... que quando ela quisesse saber de cartas e de selos me perguntaria.

Assim despedido virei-me para o outro lado.
Não sei até que ponto a agricultura de subsistência da minha sogra - lá na horta ao pé da casa - possa vir a ser afectada pela crise, mas achei melhor concordar com o esclarecimento, não vá "isto" complicar-se e eu ainda necessitar de um bocado de terra para plantar batatas e couves...
Para já não falar das vinhazitas, um dos poucos "refrigérios" que nos poderão consolar nos tempos das vacas magras...Ou dos ovos e das galinhas caseitras...

O que estava em causa era a escolha do banco onde tinham as poupanças familiares. Toda a vida - nem sei muito bem porquê - tinha aquela gente feito depósitos na Caixa. Estariam bem na Caixa? Era altura de mudar? Alguns dos vizinhos já falavam em tirar o dinheiro e mantê-lo em casa...
Lá os tentei acalmar o melhor que sei (embora não trabalhe em nenhum banco) garantindo que na altura em que a Caixa abrisse falência ("desse em quebra", como se diz lá para cima) o próprio País estaria condenado. Que não se preocupassem pois a Caixa seria, actualmente, o melhor dos locais para terem as poupanças.

Não sei se os convenci, mas conhecendo a minha sogra como conheço o mais certo é que, para além desta conversa comigo, ela vá também falar com a minha Mãe... E tenho algum receio que o longo braço da Dª Ester (e filho) ainda venha a ter alguma influência em Seia...

À falta de ouro na Beira - a não ser nas arrecadas da sogra - já os estou a ver a matarem as galinhas todas para congelar, poupando assim no milho e nas alfaces...



Que mundo é este onde até o galinhame não está livre de perigo por causa do sub-prime?

sexta-feira, outubro 10, 2008

E o Jantar das Insígnias CTT a encerrar o 9 de Outubro


Saída de Viana do Castelo pelas 14,30H, pé na tábua até Lisboa para prestar homenagem às colegas dos Serviços de Filatelia que iam receber as Insígnias de Prata (36 anos de Serviço) e de Ouro (40 anos de Serviço).

Valeu a pena apesar do cansaço e do corpo a pedir cama.

Um abraço para a Ana, Rosa, Jú (Prata) e para a Gracinda e Manuela (Ouro). E para a Silvana que não sendo hoje da FIL aqui aprendeu quase tudo o que sabe...

E nenhuma delas trazia muletas ou vinha de bengala... Ainda estavam ali para a s curvas!

Reformas para quê? (digo eu sem que elas me estejam a ouvir...)

Com gente desta lá tem a Casa de criar a insígnia de diamantes para os 50 anos de serviço...

O Dia Mundial dos Correios no Alto Minho

Blogger a caminho da Escola Maria Auxiliadora da Areosa.

Notável coincidência fez com que este antigo aluno salesiano do Estoril encontrasse na Directora da Escola uma Irmã que na década de 60 trabalhava já na congregação salesiana e também no Estoril! Troca de reminiscências à volta do Padre Miguel ( o do Hóquei... ) e de outras notáveis figuras da velha escola, Professores e alunos. Um deles o actual CEO dos...CTT

Deixando isso para trás lá se fez uma festa à moda de D. Bosco para entregar o prémio do melhor desenho para selo da Emissão "Correio escolar" à Erica Porto Carrero.

Vira do Minho dançado e cantado, violas e gaitas, coro escolar a esticar os pulmões, etc, etc... Nada como a pastoral dos salesianos para animar a juventude nestes tempos difíceis.

Um gozo para os meus sentidos e uma "furtiva lágrima" a escapar pelo canto do olho.

Que saudades do paredão do Estoril , nas noites de Verão, a caminho dos gelados do Santini, e onde o maior perigo que 4 ou 5 rapazes e raparigas de 14 anos poderiam correr na altura era um tombo na areia causado por algum empurrão de um Amigo... Hoje em dia só com a Brigada de Intervenção se poderá fazer com segurança o mesmo trajecto...

Alguns Comentários

O nosso Zé ataca a questão de fundo do mundo Postal:

Creio que há um conjunto de trade offs, originados em confusões de paradigmas, entre os quais o da modernização, da abertura de mercado, do serviço Público Universal, do modelo operacional ( precisa de uma ruptura e não de remendos), da Qualidade do serviço,da rentabilidade (preços, não taxas e racionalização de custos - dá-se muitas vezes lagosta e cobra-se sardinha) que se traduzem em indefinições estratégicas, desconhecimento do negócio, das reais vantagens competitivas , do conjunto de servidões que condicionaram ( políticas, de ordenamento territorial, reguladoras,clientelares,sistemas....) e condicionam, o desenvolvimento e a definição de uma "Estratégia".

O mundo mudou e está continuamente a mudar ( é aquilo que temos como certo).

Quem não se adapta, está sujeito a desaparecer.Há mais de vinte anos que nos CTT se fala de modernização e parece que se "age de acordo", abertura de mercado e de concorrência....é óbvio que o papel do Carteiro teria mudar e de se adaptar....mas será que essa mudança e adaptação está a ser feita de forma adequada?

Não creio que o problema se situe nos segmentos mais rentáveis de negócio ou no trade off de serviço Público Universal ( pode ser gerador de vantagem competitiva), mas de uma Cultura efectivamente virada para os Mercados e para o Cliente, mas sem situações de politicamente correcto e de quotas, com clareza de processos ( aproveitamento dos recursos disponíveis e sua valorização, nomeadamento os humanos), de competência real e efectiva, de Responsabilidade e Responsabilização, de ruptura com as servidões existentes( clientelares e faz de conta) e não evolução na continuidade....

Pôr a letra a dizer com a careta ( Coragem para se falar claro e agir de acordo). Creio que ainda há espaço para uma rede personalizada ( CRT e Atendedores) que poderá fazer a diferença e ser geradora de vantagens competitivas. A abertura do mercado, não é no meu entender, problema( será que ela se irá fazer? com a crise financeira? não haverá que repensar?) mas a forma como se prepara e se fará.....

Há muito trade off que é preciso Clarificar a bem da Empresa e de todos os seus stakeholders....para que não seja uma oportunidade perdida.

Que o dia Mundial dos Correios seja de todos e não só para "colunáveis".....

E eu não diria melhor (como costumava afirmar o Dr. Pilar).


* Sobre os Vinhos também uma pergunta:

Caro: E onde os "colheste"?
Resposta: O Herdade de S. Miguel comprei no Continente do Colombo. O Monte da Ravasqueira Vinha das Româs comprei no Jumbo de Alfragide.

quarta-feira, outubro 08, 2008

Notas de Prova

Amigos:

Herdade de S. Miguel Colheita Seleccionada de 2007, Tinto do Alentejo está um "vinhão" que desmente veementemente ter custado menos de 5 Euros! Vão por mim...Como estará o Reserva 2005 do mesmo "estábulo"? A confirmar logo que lhe ponha a vista ,o nariz e a língua em cima...

Monte da Ravasqueira Vinha das Romãs, 2006 Tinto do Alentejo merece e torna a merecer os quase 15 euritos que custou. Para quando um Reserva desta proveniência!??

Dos outros comprados e aqui referenciados nada de novo a dizer. Cumpriram e bem tendo em conta os intervalos de preço de cada um. Mas estes dois sobressaíram da Prova e por isso aqui os destaco.

Blogger na Escola

Não é que não me fizesse falta regressar outra vez aos bancos e aprender mais qualquer coisinha...

Mas de facto o que vai acontecer, como em todos os anos, é que me ofereci para ir dar em mão os prémios do Concurso "Correio escolar" a uma das Escolas (e aluna) premiadas. O ano passado fui para o Algarve, amanhã estarei em Viana do Castelo (outra vez!!) aproveitando para dar mais uma olhadela aos preparativos da VIANA 2008.

A escola vencedora da zona é o externato Maria Auxiliadora da Areosa.

Mais novidades em forma de Post na Sexta Feira.

Preparando o 9 de Outubro


O Dia Mundial dos Correios vem aí. É já amanhã.
Para além da habitual sessão solena na Fundação das Comunicações, com todos os "colunáveis" do sector, preparamos ainda pequenas cerimónias em várias escolas do País.


Comunicado dos Serviços de Filatelia:

"Assinalando a parceria iniciada em 2006 com o Plano Nacional de Leitura, os CTT lançam, neste Dia Mundial dos Correios, mais uma emissão filatélica dedicada ao Correio Escolar.

No âmbito desta parceria , os CTT têm procurado contribuir para a animação de um espaço que estimule os hábitos de escrita e de leitura. Designadamente, oferecendo selos e pacotes de escrita às crianças e às escolas para que possam trocar correspondência com outras escolas e outras crianças, proporcionando animações em torno da leitura e da escrita, ou emitindo selos que divulguem temas relacionados com a escola, os jovens e os hábitos de escrita e de leitura.

A presente emissão, que se insere no programa “Onde te leva a imaginação?”, é o culminar de mais um desafio que foi lançado às escolas, e que envolveu a sua população mais jovem: conceber um selo subordinado ao tema “Meios de Comunicação”.

Os trabalhos recebidos mostraram a noção clara que as crianças têm de um sector onde a proliferação de meios e de canais é uma realidade.

O júri foi constituído por membros do Plano Nacional de Leitura e dos CTT, que procurou avaliar os trabalhos dos concorrentes segundo critérios estéticos e criativos tendo premiado um desenho por cada grau de ensino: Pré-escolar, 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico.

Para além de outros prémios, e à semelhança do ano passado, os vencedores têm, agora, a oportunidade de ver as suas ‘obras de arte’ concretizadas nos selos da presente emissão."

Esperemos que seja estímulo suficiente para que eles, os seus professores e as suas famílias se transformem em divulgadores e embaixadores vitalícios da actividade filatélica em Portugal.

Com isso conto eu e devem contar todos os que apreciam e praticam esta antiga arte transformada em Hobby, o mais divulgado e respeitado hobby no mundo.

terça-feira, outubro 07, 2008

A Despersonalização da Actividade Postal



Joel Neto assina um artigo de opinião na Revista NS do Sábado passado sob o título "Não, não trago nada".
Lê-se mais adiante que está em causa a profissão de carteiro, e o impacto que as mudanças excessivas de carteiro no giro que serve o autor da notícia acabam por ter .

Desde logo ao nível do "Nome". O Carteiro deixa de ser o "Sr. Amilcar" ou a "Sandra "para passar a ser , mesmo quando questionado directamente, simplesmente "o carteiro"...

E daí se parte para uma reflexão sobre a despersonalização da actividade postal pondo inclusivamente em causa a qualidade da relação de proximidade e a extensão dessa mesma relação quando se praticam políticas de contratação a termo que acabam com a mitologia do "carteiro-amigo" ou do "carteiro-vizinho" , tão cara aos portugueses em geral e - porque não dizê-lo - tão importante para alimentar o espírito de equipa da casa multicentenária que são os CTT.

É com tristeza que se constata que o mundo mudou (basta ver o que se passou na semana passada e no início desta nas bolsas) e que, ao mudar , também modificou de forma irreversível as regras de convivência entre as pessoas... mas não foram os CTT a instaurar as novas regras...

O mundo de algumas décadas atrás era aquele onde se geriam pessoas sem termos de nos preocupar - na actividade postal - com coisas tão prosaicas como a rentabilidade do capital ou a concorrência de operadores privados. Era um mundo onde a maior preocupação dos dirigentes se centrava na Qualidade do Serviço prestado, no cumprimento dos prazos de entrega , mesmo que satisfazer esses objectivos tivesse custos para além do esperado...

Depois disso chegaram as preocupações com a rentabilidade derivadas da mudança do paradigma - de Empresa Pública para Sociedade Anónima - e da obrigação de ter em conta as instruções do accionista face ao controlo de custos e à rentabilidade da operação, sem descurar obviamente as questões de qualidade.

O advento da concorrência total em mercado aberto - já a partir de 2011 - ainda mais forçou a companhia a encarar as difíceis tarefas de "emagrecimento" estrutural que a preparem para esgrimir preços e qualidade com a concorrência.

Ainda por cima concorrência desleal pois há-de prestar serviços de correio onde muito bem quer e são lucrativos (nas cidades) ignorando a distribuição excêntrica nos destinos mais rurais, enquanto que o Operador Incumbente CTT continuará obrigado a ir a todo o lado, como hoje.

Como resultado de tudo isto e sabendo-se que a esmagadora maioria do custeio CTT está centrado no factor trabalho, não admira que a política de recrutamento da casa tenha em atenção os contratos a termo... Por muito que nos custe e por muito que essa prática não ajude a manter intactos os laços de séculos que ligavam a população ao "seu" Carteiro.

Mas lá que faz pena, isso faz...

Eu ainda acredito que o futuro tem de ter lugar para a personalização da actividade, aqui nos correios ou em qualquer outro lugar. Não viveria bem num local onde só existissem Pizza Huts, MacDonald's ou Hard Rock Cafés...




Mil vezes mais vale a Versailles ou a Garret do Estoril do que o grupo inteiro da Starbucks..


segunda-feira, outubro 06, 2008

Em Viana para preparar a VIANA 2008

Visita relâmpago a Viana do Castelo para reuniões com a equipa do professor Marcial Passos - Associação de Coleccionismo do Vale do Neiva - tendo em vista apoiar a Exposição Internacional "Viana 2008 "que se realiza já a partir de 28 de Outubro.

Tínhamos pensado iniciar aqui em Viana o anúncio formal da PORTUGAL 2010, decorando o stand dos CTT com material alusivo à realização da nossa Mundial. O objectivo da visita aos Pavilhões da União Industrial do Minho foi exactamente esse: medir espaços e estudar a melhor forma de compor o stand CTT com material promocional (painéis nimlock) criado a propósito da PORTUGAL 2010.

Uma palavra para a preparação da exposição "Viana 2008" : impecável, com destaque para o material impresso, boletins, catálogo e postais, denotando cariz profissional na realização.

Ao convidar a Associação de Coleccionismo do Vale do Neiva para almoçar colocámo-nos nos "braços" deles, isto é, demos a escolha do lugar de amesendação a quem era da terra e juntámos na celebração o Chefe de Estação e o do CDP de Viana .

A escolha recaíu no Santoinho, local mais conhecido pelas romarias de verão para turistas disfrutarem do que propriamente para almoços e jantares de todos os dias. Fui assim algo apreensivo...

Mas foi um almoço bem simpático este! Ora vejam:

Restaurante do Santoinho - Darque
Viana do Castelo
258800363

Entradas do Santoinho para todos: misto de rojões pequenos, pastéis de bacalhau, albardados, chouriça e morcela assadas, salada de feijão frade. Muito boas.

Cozido à Portuguesa para todos - Era Prato do dia. Bom, sem deslumbrar. Se fosse em Lisboa seria magnífico, no Alto Minho esperamos sempre mais...

Sobremesas variadas; Vinhos verdes branco e tinto da casa (excelentes!) , cafés e uma bagaceirazinha de verde para quem ficava em Viana e não tinha que fazer os quase 500Km da vinda...

E o Preço: menos de 17€ por pessoa... (toma lá que estás no Minho!)

quinta-feira, outubro 02, 2008

Blogger em Viana (e não Viena)


Depois de Viena , cá vamos para Viana, tratar dos preparativos para a inauguração da VIANA 2008, Exposição Internacional de Filatelia que se realiza na capital do Minho (desculpa lá Braga amiga, isto é mais o estômago a falar...).

A VIANA 2008 realiza-se entre 28 de Outubro e 2 Novembro.

Posts na Segunda Feira com relato do que se passou filatelicamente e do que se manducou...
E.T: Fotografia de Santa Luzia cortesia de "O Leme".

Comentário à Crise

No dia em que o Senado aprovou o Plano dos USA para combater a crise, o nosso Zé não deixa passar:

Os que tem algum disponível e são cada vez menos infelizmente, poderão querer algo Seguro, mas haverá realmente algo Seguro, nesta situação?

Estejam atentos, muita ponderação, por que os ratos e os especuladores vão procurar todos os meios para fugir às responsabilidades e sacar o seu.

Mais que investimentos em produtos refúgio ou âncora? Há antes de mais que clarificar e responsabilizar as razões desta crise, de forma a que se crie um ambiente que faça credibilizar, as medidas necessárias para que haja de novo e se crie um clima de confiança( será necessário um milagre de Fátima?)....se não a Recessão e o clima recessivo, farão as suas vítimas ( que serão sempre os mesmos).

As eleições americanas, por arrasto, a política monetária e económica do USA estão na berlinda( os neo-liberais) e a solução ( se a houver- tem que haver) não será de fuga para a frente e que a crise seja paga por todos( infelizmente parece que assim será.Quem me dera estar errado)como parece que pretende o Congresso dos USA ( repartir o mal pelas aldeias - eles ficaram com os proveitos, arriscaram e agora pretendem repartir os custos esticando a corda- é esta a leitura que faço do resultado da votação do Congresso.

Será que isto lhes vai servir de exemplo? ou burro velho não toma andadura ou se o toma é de pouca dura?). Uma actuação muito liberal" deixem o mercado funcionar e tudo se resolverá", mas com que custos? quem os vai pagar?Até lá, será que os certificados de aforro e os produtos "seguros"( ouro, jóias?....) servirão os poucos que tem algumas poupanças disponíveis?Pensamento positivo,aguardar com a Serenidade possível, produzir e poupar se os deixarem....

Ah! invistam em vocês mesmos, se puderem, porque em períodos de Crise, de certeza que ninguém o fará...

quarta-feira, outubro 01, 2008

Os Valores -Refúgio



Em época de crise o cidadão procura valores-refúgio para as suas poupanças. Isto não só é comum dizer-se e fazer-se actualmente como até se trata de procedimento muito antigo, tão antigo que se costumava dizer quando eu andava na faculdade que o mais importante destes valores-refúgio ainda era o ouro.

Hoje em dia passam por valores-refúgio os Títulos do Tesouro, os Depósitos a Prazo em bancos do estado e coisas parecidas. Mas não vamos ao ponto de recomendar - como o fez o Presidente da Reserva Federal Estatal de Saint Louis - que os contribuintes "procurem mas é os Títulos de Tesouro do Governo de Singapura , porque aí não há dúvidas nenhumas sobre a respectiva segurança..."

Mais tarde, aqui em Portugal durante a época dourada do Imobiliário, investimento seguro era nos andares e terrenos, óptimos complementos de reforma para os mais endinheirados. Agora já não sei bem... Para vender andares tem de existir quem os compre e , fora das faixas mais altas deste mercado, não estou a ver uma grande movimentação de pessoas e de bens, pelo contrário.

E bancos a emprestarem dinheiro para os andares? Olhem que também já não dão as facilidades que davam...

Isto tudo para lembrar que aqui em Portugal os velhinhos Certificados de Aforro estão outra vez "de moda" e merecem ser considerados por toda a gente como investimento seguro e rentável. Mesmo depois da "trepa" que levaram do Sr. Governo quanto aos pontos de bónus e benefícios fiscais...

Vão por mim: dinheiro na Caixa Geral de Depósitos e Certificados de Aforro nas Estações dos Correios (pois onde haveria de ser?!).

Ou então invistam em vocês mesmos: "Living well is my best revenge" lembram-se?

Este tema está mesmo a jeito para fazermos um Post um destes dias...

Génese da Expo 98


Foi notícia de "O Público" que, segundo António Mega Ferreira, a ideia mestra da realização da EXPO 98 - Exposição Mundial de Lisboa - terá nascido durante um almoço com o Dr. Vasco Graça Moura. O almoço realizou-se no Martinho da Arcada e foi bacalhau à brás.

Achei graça a esta confissão porque me deu ainda mais razões para considerar que tudo ou quase tudo o que se faz neste País com sucesso começa à mesa.

Ainda dizem que na Expo se gastou muito e que ficaram contas por explicar (os célebres Barcos-Hotel, lembram-se??!!) Agora imaginem como teria sido se o almoçito tivesse sido antes no Gambrinus, mesmo ali ao lado... E se em vez do bravo e genuíno Bacalhau à Brás tivesse marchado uma Lagostita Thermidor?