quinta-feira, abril 27, 2006

Jantar a Pretexto do Grande Vinho Chileno Almaviva


Alguns Amigos convidaram-me para jantar no Beira Mar a pretexto de provarmos um grande Tinto: O chileno Almaviva, feito em parceria entre a Concha e Toro (Chile) e a Casa Rothschild de Bordéus, e que é o único vinho não francês a ser comercializado pelos Produtores ao mesmo nível dos Grand Crus de Bordéus.

Dele (Almaviva) disse o grande especialista Tod Mostero:

"Almaviva is a very unique wine, the result of an immeasurable number of small details, from pruning to harvest and from vinification to bottling. Taken separately, maybe these subtleties would prove insignificant, but together they further each other's potential to give birth to this perfect expression of a singular terroir."


Mais alguns encómios para o Almaviva Tinto de 2003:

"95pts..."-Wine Spectator

"Built like a Pauillac..."--Wine Spectator"

....one of the great wines I tasted in Bordeaux was from Chile....the 2003 Almaviva tasted last week at Mouton is the finest cabernet-based wine I have ever had from Chile..."-Robert Parker

A experiência foi transcendente.

Começo por salientar a complexidade do vinho , onde nem o grau álcool de respeito (14,5º) , chegava para levantar problemas ao imenso corpo que exibia.

Depois um bouquet inebriante e um primeiro gosto a chocolate e toque de baunilha .

Já no final, uma sensação de frutos pretos maduros, amoras sobretudo.

Não se fazem (ainda) em Portugal vinhos assim. Que pena!

O mais próximo lusitano que encontrei deste tipo de sensações foi o Fojo 2000 (Grande Douro) e o já aqui aclamado Cruz Miranda 2001.

Tudo isto é obviamente relativo e as sensações de uns não serão nunca as mesmas de outros, mas o mais importante é terem todos os presentes concordado que estávamos perante um magnifíco Vinho Tinto.

Como "Aperitivo" bebeu-se um branco de Trás-os Montes (o excelente Vale Pradinhos) a acompanhar uma Santola fresca, cozida ao momento e simplesmente desfiada.

Com a responsabilidade de acompanhar o Almaviva veio um Pregado Estalado no Forno, com o seu acompanhamento de batata nova salteada e legumes.

Aqui , meus Amigos, e ao contrário dos Vinhos, é que pode vir o melhor dos melhores franceses ou chilenos medir forças, que o Beira Mar , Portugal e o seu Pregado sairíam sempre vencedores!

Espectacular!!

Para servir de "contrapeso" à prova do Almaviva abriu-se também um Alentejano de rija cepa, o Vale do Ancho Tinto de 2003.

Com as devidas distâncias, e não tentando comparar o incomparável, mesmo assim devo dizer que muito bem se portou ao pé da "Estrela da Noite".

Para acabar em beleza "saquei" os meus dois últimos Cohiba Millenium, edição especial de torpedos que comemorou a passagem do milénio.

Que noite!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Realço o seu bom gosto. E também o saber (no que respeita a vinhos, entenda-se). Mas, não tentando "comparar o incomparável" e uma vez que mencionou o Fojo 2000, já provou por acaso o Pintas 2003? E o Kolheita? Gostaria de adivinhar a sua "aposta" numa prova cega entre estes e o Almaviva (que reconheço ser um Senhor Vinho)!
já agora e numa matéria bem diferente, permita-me que lhe chame a atenção para um ligeiro equívoco energético: o que está actualmente em causa, é a tecnologia da fissão e não a da fusão (esta ainda em fase de investigação). Esta tecnologia iniciou-se e desenvolveu-se para fins militares (Iroshima, lembram-se?) e após mais de 5 décadas de fracassos, mentiras, acidentes e ocultações macabras, revelou-se uma energia cara, inútil e perigosa. Por isso, está a voltar às origens (a sua missão de arma de destruição maciça) e o Mundo volta hoje a estar "com o credo na boca" à conta do Irão, como já andou no passado recente com a ìndia, o Paquistão e a Coreia do Norte.

AdeMiranda