segunda-feira, agosto 31, 2015

Chegar aos Sessenta



Uma piada engraçada sobre “fazer 60 anos” é a que diz que ainda conseguimos correr atrás de um romance, mas já só em plano inclinado, para baixo. E levamos tanto tempo que, quando apanharmos as queridas, já não sabemos bem para que é que as queríamos…
Também gosto de uma com que nos consolamos imenso ”Sou quase 20 anos mais novo do que o Mick Jagger pôrra!”

Mas se descontarmos essas, as outras  que pululam nos sites especializados são um bocado maldosas:

 -“Não há tampo de mobília em casa que não tenha um par de óculos bifocais em cima!”
-“ Os filmes da minha vida são aqueles em que os actores estão todos a fazer tijolo”
-“Escolho cada vez mais o restaurante por causa do parque de estacionamento”
 -“Em cada médico, um velho amigo!”
- “A minha música alta nem o cão acorda”
-“Deixei de ir à praia. As manchas do fígado têm a mesma cor e duram todo o ano!”
-“ As ciganas agora lêem-me a sina na cara!”
- “As gengivas estão de tal forma retraídas que acham que nasci na Transilvânia”.
- “Queimo sempre os cabr*** dos dedos quando tenho de acender todas as velas do filho da pu*** do bolo de anos!”

Deixando essas bocas para trás devo dizer que me sinto bem com os meus “sessentas”.
Continuo com a maior parte dos defeitos que tinha quando era (mais) novo, e francamente não consigo descortinar nenhuma das qualidades que pretensamente a idade traria consigo…

Muito Importante: tenho os dentes todos que Nosso Senhor  decidiu dar-me durante a vida,  excepto os sizos que me foram retirados por um inimigo à falsa fé, disfarçado de médico dentista. E nem um pedacinho de chumbo existe na minha boca! Sem contar quando como alguma perdiz, das de caça, o que é infelizmente cada vez mais raro…

Como e bebo de igual forma, tal e qual como quando tinha 40 aninhos.  Do ponto de vista gastronómico até acho que aumentei as minhas capacidades discriminatórias desde que assentei arraiais à beira dos fogões.

Não sou, nem aparentemente virei a ser, mais cauteloso e mais sábio. Essa “sabedoria da idade madura” passou por mim (se é que passou) mas nunca parou…Assustou-se com o que viu.

A maleita que mais me aflige é a fdp da dor ciátic*** . Que não convém referir explicitamente porque ainda acorda. Fora isso – e que é grande “pincel” – não tenho achaques, nem me queixo de nada.

Até sou de opinião que aos sessenta começa a vida. Pode ser “outra vida”, claro, mais lenta, mais compassada, mas não menos importante.

Fazem 60 anos em 2015 alguns rapazes com bom aspecto:  Billy Idol, Bruce Willis, Kevin Costner, Jeff Daniels, Bill Gates (quer dizer, o Bill Gates não tem muito bom aspecto, mas com o brilho dos biliões quem é que liga a isso??).

E se pensarmos bem, J.R.R. Tolkien apenas viu “The Lord of the Rings” finalmente impresso aos 62 anos, Georg R.R. Martin (“Game of Thrones”) tem actualmente 67 anos, goza que se farta a “matar” as suas personagens principais e ainda não sabe bem como vai terminar a saga…E Nelson Mandela só foi Presidente aos 71 anos.

A única coisa que me preocupa é aquela história da senhora de sessenta que começou  a fazer “running” com essa idade e todos os dias corria mais uns metros, de tal forma que a partir dos 65 anos a família nunca mais a viu…

Tal como Churchill defendo-me dessas ocorrências estranhas evitando qualquer tipo de actividade física não essencial.
Na definição de “essencial” está o segredo… Eu tenho a minha. Os leitores terão as vossas.

Et vive la différence!

Nota Final: Muito Obrigado a todos os que se lembraram desta ocorrência...

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