segunda-feira, julho 15, 2013

Os limites da convergência não estão cada vez mais próximos...

Existe um limite que nunca devemos ultrapassar. Falo do limite que a consciência impõe às pessoas de bem, impedindo que se desfaçam das considerações morais e éticas logo à primeira "chapada".

Aprendemos na escola que viver em sociedade tem a ver com o respeito pelas opiniões dos outros. E depois de podermos exprimir livremente as nossas ideias como ainda mais importante ficou esse mandamento da civilidade para nós todos!

O limite à liberdade de cada um é a liberdade dos outros. Se queres exprimir-te livremente respeita quem se opõe às tuas ideias. E se a ideologia traça muros de divisão, haja cuidado. Não se deitem as crenças para trás dos ombros, mas encontre-se caminho comum por onde a verdadeira discussão possa avançar.

Dito isto, como se conseguem conciliar teorias aparentemente inconciliáveis?

Dizem os entendidos que se deve começar por procurar o menor factor comum em termos de catecismos opostos, e, a partir daí, ir caminhando para alguma convergência que fique sempre um pouco mais a jusante desse factor comum.

Na mais bem sucedida tentativa moderna de conciliar Israel com a Autoridade Palestiniana, ainda no tempo de Yasser Arafat, o mediador norueguês tinha convidado os negociantes para sua casa, e de cada vez que surgia a inevitável crispação entre as duas facções, mandava chamar as netas pequenas para brincarem com os israelitas e palestinianos, interrompendo até ao dia seguinte as conversações. E assim, com a ajuda destes pequenos interregnos, lá conseguiu levar (alguma) água ao moinho da concórdia.

Obviamente que sem efeito nenhum que se veja agora, quase 20 anos depois...

Esta conversa tem por base tentar saber qual o menor múltiplo comum que PSD, PS e CDS\PP poderão encontrar como  sendo a 1ª base do acordo eventual.

Infelizmente parece-me que estarão de acordo numa única coisa: o apego ao poder. Quem o tem recusa largá-lo. Quem ainda não o tem anseia visceralmente por conquistá-lo.

Apenas o Poder (leia-se, a governação) permite pagar as dívidas dos Partidos e fazer deles e das suas (pequenas) élites, de outra forma perfeitamente indistinguíveis, pelo génio ou pela preparação do mais comum de todos os mortais,  uns gigantes que têm palavra a dizer nos destinos do País e das suas "riquezas".

Olhem Moçambique, País fraterno e sem contendas até que nele se descobriu alguma riqueza. E atente-se no exemplo de Angola, há anos já a cobrir as suas élites de ouro à custa do sub-desenvolvimento do seu povo.

Portugal está neste momento a vender os últimos anéis que lhe sobraram dos tempos do Sr .Rei D. João V. Não convém nada que o vento mude antes dessa alienação final estar assegurada. Há ainda prebendas a pagar e benefícios a receber.

Depois? Bem, depois venha o Diabo e leve tudo o que resta...

É esta talvez a última hipótese que temos de ficar com alguma coisa que se veja à conta do bem público. Depois de vender o mal está feito.

E os contratos blindados aí estarão para impedirem que, dentro das regras democráticas, se possa voltar atrás.

Veja-se o que se está a passar com a conta sem fundo que o Estado continua a pagar ao BIC pela negociata do BPN conduzida, fechada e assinada por (Surpresa!!!) a Drª Maria Luis Albuquerque atual Ministra das Finanças...

Por isso, a responsabilidade do PS nesta conjuntura é maior do que se pensa. Sobre os seus ombros repousa uma pálida ideia de travão a estas negociatas.

Tomáramos nós que não houvesse acordo de Salvação Nacional, visto como o último prego no caixão de um Estado social-democrata na verdadeira assunção da palavra.

Tomáramos nós que a sua liderança (do PS) estivesse ao nível deste desafio. Talvez o mais complicado da vida democrática deste velho País.






O Poeta, que morreu de fome nesta terra,  já escrevera:

"...As terras sem defesa, esteve perto
De destruir-se o Reino totalmente,
Que um fraco rei faz fraca a forte gente.»
 
e, em epitáfio poderemos escrever, mais tarde:

Aqui jaz Portugal \Luís de Camões, príncipe dos poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente, e assim morreu...


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