terça-feira, abril 14, 2009

A Verdade de Gonçalo Amaral


Vi ontem à noite, na TVI o documentário sobre o "Caso Maddie" na versão do antigo Inspector da Judiciária entretanto afastado do mesmo caso por causa de uma entrevista dada a um dos nossos jornais.

Não sei se são da mesma opinião, mas a versão do Inspector parece bem alicerçada em provas e deduções. É claro que também seria esta a versão que mais gostaríamos que fosse verdade, uma vez que "limparia" o nome e a actuação das Polícias portuguesas nesta miserável história, mas mesmo assim e dando o desconto do factor "casa" , se me permitem, achei que a construção policial estava muito bem feita por Gonçalo Amaral.

E, no mínimo, pôem-se questões estranhas : quem dicidiu arquivar tão cedo o caso e porquê? Porque motivo uma situação aparentemente banal - se não em Portugal pelo menos em Inglaterra, para já não falar dos USA - meteu influências políticas tão "pesadas"?

E se os tais cães pisteiros tinham uma percentagem de êxito tão alta como foi referido no documentário, porque razão as suas reacções foram desvalorizadas?

E, por último, o que se passou no Laboratório de Análises inglês para onde foram enviados os espécimens de ADN encontrados, para que se conheçam pelo menos duas versões de relatório final antes da versão que foi dada como sendo a OFICIAL e que, como sabemos, dava como inconclusivas as análises feitas?

Tantas dúvidas dão no mínimo o benefício da mesma dúvida a esta versão ontem apresentada...

Uma questão não foi no entanto esclarecida ou sequer abordada: Onde foi parar o corpo? Terá estado 3 semanas escondido num local até ter sido posto na mala do carro alugado e lhe terem dado sumiço? Mas quem? E para onde?

O Mar estava perto e com algum conhecimento dos movimentos das marés um especialista poderia explicar o porquê de se terem esperado 21 dias (ou mais) para o fazerem desaparecer para sempre.

Uma única certeza temos, a de que a pequenita morreu. E que ainda não lhe foi feita justiça...

Um comentário:

primavera disse...

A "verdade" do Inspector não está assente em provas materiais, apenas num conjunto de especulações bem formuladas.
Até que ponto deve alguém que acabou de sofrer a pior preda do mundo ser acusado apenas com base num conjunto de especulações, por bem articuladas que sejam?
Todos temos as nossas verdades...