sexta-feira, fevereiro 29, 2008

A DECO e os CTT - História de Terror...



Começo por dizer que sou assinante das Revistas editadas pela ProTeste /Deco há mais de 5 anos e que acho, de uma forma geral, louvável o trabalho que essas entidades realizam na defesa dos direitos dos consumidores e na avaliação de Produtos.

Estas últimas avaliações já me foram úteis por diversas vezes, sobretudo na escolha de electrodomésticos lá para casa.

Mas... O que se passou na última semana com a publicação dos resultados do "pretenso estudo" sobre a Qualidade de Serviço nos CTT foi pouco menos que vergonhoso.

Eu diria mesmo, plagiando o Dr. Luis Nazaré, mais que vergonhoso foi "manhoso" porque denota má fé e vontade de encher primeiras páginas com notícias escandalosas na melhor das imitações dos tablóides ingleses ou norte-americanos que juram e trejuram que a Srª Fulana se cruzou com o Elvis à porta do Wal-Mart lá do sítio, no fim de semana anterior...

E falo com o peso que me dão os 30 anos de docência universitária nesta área dos Estudos de Mercado e das Sondagens de Opinião, e não utilizando o "chapéu" de trabalhador dos CTT (que também sou, como sabem).

O que é que está mal neste "Estudo"?

"Apenas" o seguinte: não é aceitável que para definir uma variável tão complexa como a Qualidade de Serviço numa Empresa que opera aos seus balcões mais de 200 Produtos diferentes que representam mais de mil modalidades, se escolham apenas 6 modalidades de prestação desses serviços, as quais, no total, serão responsáveis por menos de 5% do Tráfego (isto é, dos Objectos distribuídos) pela Casa CTT!!!

Reparem que se o estudo da DECO viesse dizer que a qualidade CTT era má apenas nesses 6 serviços ou modalidades de serviços escolhidos para teste, já teríamos de falar de outra forma...

Mas a verdade é que essas 6 modalidades não só não são representativas nem da Facturação nem muito menos dos volumes de Tráfego postal, como ainda por cima parece que algumas delas foram escolhidas de propósito para dar maus resultados...

A Deco\ProTeste veio para a Praça Pública afirmar que da análise a 6 modalidades de serviços (Aceitação de Registos, Aceitação de FAX, Seguro de Carta Registada, Certificados de Aforro, Forma de Reclamar aos CTT, Tempo de Espera nas filas das Estações) era possível extrapolar para a totalidade dos serviços que os CTT disponibilizam nas suas Redes de Estações, Transporte, Tratamento e de Distribuição.

Isto é cientificamente uma TRETA! É MENTIRA!

Não se mediram as demoras da distribuição.

Não se mediu a competência dos carteiros.

Não se mediu a satisfação dos Clientes com a globalidade do serviço prestado.

Foram-se escolher algumas modalidades de serviço (como o Seguro de Registos) hoje praticamente em desuso.

Noutros casos - como na aceitação de Registos - criou-se artificialmente uma situação de tal modo minúscula e mesquinha para avaliação do atendedor que toda a gente de boa fé admite que se procurava despudoradamente o erro.

Para avaliar o tempo de espera nas filas das estações foram-se fazer as medições às horas de ponta do atendimento...

Ora isto parece - mal comparado - ser como as sondagens do Estado Novo àcerca das eleições presidenciais no tempo em que o General Humberto Delgado defrontava o candidato do fascismo...

E - perguntaremos todos - todos estes estratagemas para quê?

Eu respondo: para permitir encher a capa da Revista ProTeste de Março com as parangonas: "300 estações Chumbadas" e CTT com "Serviço à Deriva"...

Tenham vergonha!!

Bom proveito lhes faça e vendam muitas Revistas meus senhores...

Quanto ao resto - ética, justeza científica da análise, representatividade dos Resultados - estamos conversados e, se fossem meus alunos, estavam (eles sim) Chumbados !

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Humanidades para quê? - Comentário

Um dos nossos leitores comenta o Post sobre Desemprego dos Licenciados em Humanidades:

Gostava de ler aqui um post sobre a falta de engenheiros "clássicos" (mecânicos, electicos, civis) na Europa central : Alemanha, França,UK, etc..

Para que serve estudar Humanidades? Como actividade profissional? Para quase nada.

Como hobby domingueiro? Sim senhor, é uma ocupação como outra qualquer. Há quem coleccione selos, quem altere carros e quem durma o domingo todo.

Uma Licenciatura em Engenharia Mecânica forma Engenheiros. Uma licenciatura em Economia forma economistas.

No entanto, uma licenciatura em Historia NÂO FORMA Historiadores. Uma licenciatura em Filosofia NÂO FORMA Filósofos.

A "matemática" não pode ser equiparada ás "humanidades", um curso de Engenharia não é mais do que um curso de "MATEMATICA e FISICA APLICADA".

Comentário ao comentário: estou de acordo que para se ser Historiador ou Filósofo às vezes nem sequer chega uma vida de estudo, quanto mais 4 ou mesmo 5 anos...

E, de facto, um curso de Física teórica ou de Matemática sem ser aplicada não são cursos de Humanidades. Mas o que defendo, para o desenvolvimento da conclusão do Post em causa, é que os respectivos licenciados em Física ou Matemática terão quase que as mesmas hipóteses de emprego, em Portugal, do que os das Humanidades...

O que é lamentável, pois sem desenvolvimento da Ciência Pura um país - parece-me a mim - será sobretudo comprador de tecnologia no futuro e não protagonista \vendedor...

Mas, se calhar, nesta civilização cada vez mais globalizada o desenvolvimento e a investigação devem estar é mesmo onde está o dinheiro, e ponto final.

Hospital de S. António, pois então!

O nosso amigo Bernardo emenda ( e bem):

"...andemos junto ao Palácio de Cristal, sempre em frente, até lobrigarmos o velhinho Hospital de S. João..."

O velhinho Hospital de Santo António... Queria o meu amigo dizer. :-)

Fernando Bernardo

Obrigado e ... Já emendei.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Uma Rosa à Beira Douro


Tome-se a Auto-Estrada Lisboa-Porto e saia-se pela Ponte da Arrábida . Depois de Gaia vire-se à direita na Rua Bessa Leite, andemos junto ao Palácio de Cristal, sempre em frente, até lobrigarmos o velhinho Hospital de S. António. Nessa altura espreite-se, à direita baixa, uma pequena travessa que dá acesso ao Parque de Estacionamento da Cordoaria (gigantesco) escavado por debaixo do Tribunal .

Estacionada a viatura saímos pelas escadarias mais à direita de quem está com as costas voltadas para a fachada do mesmo tribunal e descemos em direcção ao rio.

Chegamos ao "Passeio das Virtudes", marginal cheia de charme e sem as multidões da Ribeira, onde se aloja, no nº 33 o

Restaurante Uma Rosa
telefone - 22 340 39 15
Fecha Domingos e Feriados

Duas salas. Sendo que a de cima que dá uma visão espectacular de Gaia e do Douro, sobretudo à noite, é para fumadores ( e muito bem!!).

Decoração intimista e de bom gosto, aproveitando as grandes paredes de granito e os espaços compridos iluminados pelas janelas viradas ao rio.

Gastronomia mimosa e restauração de charme, também ela cheia de atenções ao Cliente e ao seu bem estar.

Entradas: Saladinha de bacalhau com grão de bico; Orelha de porco; Rojões; Espetadinhas de marisco; chocos guisados;dobradinha;Queijos.

Peixe: Cataplana de bacalhau; Arroz de Garoupa;Lombinhos de garoupa com marisco; Goraz grelhado ou no forno.

Carne: Costeletinhas de borrego com hortelã; Carne de porco preto à alentejana; Espetada da vazia de novilho com camarões; Arroz de pato à antiga; Tripas à moda do Porto; Novilho Arouquês.

Doces: Pudim com Porto; Sonhos com chocolate; Pudim de ovos.

Comeu-se de entrada :Pão magnífico de Avintes; Chocos guisados (bons) ; a Dobradinha (magnífica) ; pasta de atum (boa); Orelheira (soberba).

Em seguida mandou-se vir uma dose de Arroz de Garoupa (a dividir) que estava excelente, com gambas descascadas frescas e verdadeiros lombos da garoupa, rijos e também eles fresquíssimos.

Para terminar em apoteose uma dose de carne arouquesa do chamado "Vazio Alto" , simplesmente grelhada nas brasas inteira, com flor de sal, sendo depois fatiada muito fina e servida à mesa com grelos salteados e batata frita grossa, aos palitos.
Desde a altura em que eu me deliciava com a costela "mendinha", no saudoso D. Manuel da Foz , que não me sabia tão bem uma peça de carne!

Bebeu-se um Branco Verde Loureiro de Mestre Anselmo Mendes (o do Vértice...) que estava de cair para o lado, talvez o melhor vinho da casta Loureiro que já experimentei, de produção controladíssima e reduzidíssima também, o "Passionada", quase um Late Harvest, mas menos doce , ideal para pratos de peixe ou entradas um pouco mais densos de sabor.
Em seguida o Tinto Gloria Reserva de 2003 (este aqui apenas adequado, bom sem deslumbrar...)

Sem sobremesas, mas com McCallan velhos para os homens (mesmo a pedir os Hoyo de Monterrey mini coronas que trago sempre para estas eventualidades) e cafés, pagou-se 113€.

E que bem que se comeu!!


O Mateus Rosé

O nosso leitor Duarte Martins Comenta:

Absolutamente (não, não me refiro ao vodka) oportuno um selo corporate Mateus Rosé\Sogrape.
Recordo que nos idos anos 80, em Macau, onde vivi quase três anos, e nos países da Região, qualquer "tv chanel" importante passava publicidade da Sogrape ao "famoso" MATEUS ROSÉ".

E, anos mais tarde, nas minhas pesquisas para uma colecção de cartões telefónicos "around the world" sobre a temática lusófona lá encontrei no Japão, a par de vários dedicados ao FCPORTO, um CT do célebre MATEUS ROSÉ.

Por isso, acho muito oportuno um corporate "afiliado" ao vinho português mais exportado\vendido no mundo.

E o AZEITE, não seria também uma boa emissão para um corporate?

José Duarte Martins

Obrigado pelo apoio Amigo Martins! É claro que o Azeite também será candidato ao Corporate, assim como outras Emissões deste ano (Pontes e Obras de Arte ; 100 Anos da CUF; etc...).

Apenas haverá que ter algum cuidado na escolha dos parceiros e na administração judiciosa do nº de "corporates" em cada ano...

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Em Avintes em conversas com a SOGRAPE


Ontem estivemos em Avintes a tentar vender a ideia do selo corporate à Sogrape, empresa portuguesa leader no mercado viti-vinícola.

Temos para 2008 uma Emissão filatélica dedicada ao Design Português e à Exportação. Dentro dessa Emissão caberá, sem dúvida, a evocação da famosa garrafa tipo "cantil" do Mateus Rosé ( goste-se ou não se goste de vinho Rosé, foi esta marca, e ainda é, a mais vendida marca portuguesa no estrangeiro) .

Estamos em diálogo com os proprietários e logo veremos como corre a conversa...


E não se esqueçam que para se dedicar tempo, muito enleio e muito dinheiro a fazer o Ex-Libris "Barca Velha" é necessário o vil metal que o prosaico e plebeu Mateus Rosé arrecada para o Grupo Sogrape...


Para amanhã a crónica de um novo restaurante muito recomendável no Porto: "Uma Rosa".

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Chapelada ao Fantas! Chapelada aos velhos Cohen!



Mário Dorminsky, contra ventos e marés lá conseguiu pôr no ar de novo o seu FANTAS!

Mais de 350 filmes passam a partir de hoje na sala do velhinho Rivoli.

Com a vantagem de, exactamente hoje, apresentar em ante-estreia o grande vencedor dos Óscares de ontem à noite : "Este País não é para Velhos" dos irmãos Cohen!

Chapelada também para Joel e Ethan Cohen a quem Hollywood presta reconhecimento formal depois de uma vida a ganharem prémios nos circuitos alternativos ("Fargo" foi a excepção, com o Óscar de melhor actriz principal para Frances McDormand, a grávida chefe de polícia que acaba por prender o inepto assassino William H. Macy (também ele um grande actor).


Estou cheio de curiosidade para ver o filme que ganhou 4 das estatuetas: melhor filme, melhor realizador (res); melhor actor secundário - o espantoso actor espanhol Javier Bardem - e melhor Argumento adaptado.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Nem Sarkozy nem Bruna (Ai,Ai..)

Afinal parece que a Cimeira Luso-Francesa deste fim-de-semana é entre os Srs Primeiros-Ministros (Sócrates e Fillon) pelo que Nicolas Sarkozy (mas sobretudo a sua namorada oficialíssima Carla Bruni) não se deslocarão a Portugal...

Olha que pôrra!!

Sarkozy em Portugal. Vem a Bruni!?



José Sócrates e Nicolás Sarkozy iniciam uma mini cimeira aqui em Lisboa para debaterem os problemas da União Europeia.

Em causa as Auto-estradas do mar, a política francesa de Imigração e as relações comerciais biilaterais.

Interessante, sem dúvida, mas o que preocupa verdadeiramente os portugueses é : Virá a Carla Bruni??

Comentários - Selo "Infertilidade"

Leitores nossos comentam, com palavras elogiosas que agradecemos:


Comentário 1 - Selo com um bonito design e com um facial "à maneira". Infelizmente, constato que o picote é fértil e já provoca "enjoos"... A tabela de portes para 2008 manter-se-á inalterada? Espero e desejo que o desenho que foi sujeito a votação conste no FDC...

Saudações filatélicas,
Fernando Bernardo
Suíça

Resposta: A tabela das Taxas espera ainda pelo final das conversações entre os CTT e a ANACOM (Regulador). Até estarem concluídas mantemos as tarifas de 2007. Esta situação, como podem compreender, não ajuda ao desenvolvimento em calma do Plano de Emissões, mas é a vida... Quanto à Cruz de Cristo, é mesmo para ficar em todos os selos (onde tecnicamente for possível "enfiá-la"). Será a nossa imagem de marca. Não gosta deste picote? Também penso que poderemos eventualmente alterar no futuro, mas de momento estamos ainda a amortizar o investimento feito na ferramenta de picote.

Comentário 2 -O desenho final está muito bem conseguido e é muito mais bonito do que o desenho votado. Parabéns ao designer que, apesar de condicionado pelo tema da infertilidade, conseguiu fazer graficamente o elogio da natalidade. No desenho votado aparece um embrião que faz lembrar a iconografia das campanhas anti-aborto. Poderia levar a uma associação de ideias entre o selo e o tema do selo e os movimentos contra a despenalização do aborto o que, cerca de um ano depois de um referendo sobre a matéria, seria de muito mau gosto. Sinceramente julgo que terá sido esta a razão, não assumida, para a rejeição do desenho original. Será?

Quanto ao tema deste selo faz-me imensa confusão que tenha sido esta a escolha popular.Se fosse um selo pela natalidade seria de compreender e aplaudir, agora um selo alusivo à infertilidade não compreendo. Não quer dizer que a infertilidade não seja um problema mas não é um problema que se resolva com campanhas de prevenção, como a SIDA ou o alcoolismo.

Se este selo não é por uma campanha de prevenção então é o quê? Seria como fazer um selo alusivo ao desemprego, que é um problema grave em Portugal, em vez de fazer um selo pela promoção do emprego. Acho que esta escolha da infertilidade é bem ilustrativa do estado de espírito negativo dos portugueses mas é um selo em que o país provavelmente se vai rever.

Adolfo Palma

Resposta: Também tivemos algumas das suas dúvidas, mas nestes casos de temas sujeitos a escrutínio popular existe sempre a hipótese dos autores de certa ideia fazerem lobby entre amigos e conhecidos para que ganhe a sua proposta. Esta situação nada tem de ilegal ou de extraordinário, embora possa influenciar a escolha final. De todas as fomas este Projecto nunca poderá ser tomado como uma Eleição no sentido democrático e científico que lhe aplicam os peritos das sondagens, mas apenas como uma escolha "por adesão".

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

A Infertilidade em Selo de Correio


Todos sabemos como a infertilidade é um dos problemas que mais afecta as sociedades evoluídas. Pensa-se que dentro de 50 anos serão uma minoria as famílias europeias (mesmo as da Europa do sul) que tenham mais do que um ou dois filhos...

Esta matéria mostrou ser suficientemente forte em termos mediáticos para colher a maioria da votação popular, via interNet, no primeiro concurso que os CTT Correios de Portugal realizaram tendo em vista a escolha de um tema para selos em 2008.

Infelizmente o desenho sugerido pelos autores da sugestão vencedora - embora muito forte do ponto de vista plástico - não tinha as condições técnicas ideais para ser transformado em selo, pelo que se fez apelo ao Designer Prof. João Machado para que interpretasse este tema.

O resultado , em primeira mão, aqui está...


quarta-feira, fevereiro 20, 2008

3 Anos de Maioria Absoluta. E em 2009?


António Costa Pinto, um dos maiores politólogos da nossa praça, disse hoje à TSF que será o que se vai passar nos seis meses imediatamente anteriores às eleições legislativas de 2009 que vai determinar o resultado destas.

E mais disse: "- O povo português gosta tradicionalmente de figuras autoritárias, pelo que a prática deste 1º Ministro terá sem dúvida muitas pessoas, em 2009, que ainda a sustentem".

Palavras sábias mas que não nos devem afastar de raciocínios próprios.

Desde logo o problema da Oposição.

Nem Meneses nem Paulo Portas parecem, hoje em dia, credíveis para a maioria da população portuguesa. Jerónimo transformou-se a pouco e pouco ( e é pena) num simples animador do descontentamento popular localizado, mas mesmo assim ainda me parece que está num patamar mais elevado do que o Bloco de Esquerda, que vai a tudo quanto é feira e mercado desde que lhe "cheire a sangue" contra o Governo...

Que hipóteses se vão colocar ao Eleitor em 2009?

A continuidade tem os seus perigos... José Sócrates, para o bem e para o mal, mostrou-se ao Povo: é teimoso (Ota...). Pensa que tem o monopólio da Razão de Estado. Lida mal com a crítica (mesmo que construtiva). Adora os seus próprios maneirismos. Goza com as Oposições, o que é indelicado na vida política civilizada.

Por outro lado também demonstrou saber ser leal (lembrem-se do caso Mário Lino) e tem (aliás, acredita firmemente nisso) uma Visão para Portugal. Melhorou o nível de eficácia dos Serviços Públicos em geral. Aumentou o volume da coleta de Impostos.

Falhou no combate ao Desemprego e estará mais ou menos "empatado" em termos de recuperação da Economia.

Feitas as contas ao fim de três anos há que concordar que são mais os pontos positivos do que os negativos... O problema é que são os negativos aqueles que nos tocam particularmente, porque nos "vão à carteira" todos os dias: a inflacção, o desemprego, a baixa generalizada do nível de vida dos portugueses.

Devemos contudo questionar, com verdade, a dimensão do impacto externo (petróleo, valorização do Euro face ao Dólar, etc...) nesta situação económica de meio "sufoco" que atinge a economia portuguesa.

E talvez perguntar: Se fosse José Sócrates o 1º Ministro no tempo das vacas gordas dos fundos de Bruxelas e do petróleo a 40USD o barril, será que hoje não estaríamos melhor preparados para enfrentar a actual situação?

E , termino como começei, como será em 2009?

Sem prejuízo de algumas manobras de conquista de simpatia eleitoral que, sem dúvida, vão ser tomadas para que os portugueses possam alargar um furito ou dois os cintos (talvez até tendo a ver com Impostos, não o IRS mas o IVA) admito que será o comportamento da Economia Mundial que vai ter uma grande influência na nossa vida política projectada para essa altura.

Caso a tão apregoada crise Norte-Americana caia sobre nós como a tromba de água de Segunda Feira passada, arrastando por indução falências e "fechando as torneiras" do crédito bancário aos particulares e às PME's, será de esperar mudanças na vida política.

A não ser que "alguém" faça uma inversão de 180º na sua estratégia e passe a considerar o Estado como motor do desenvolvimento, passado para este o ónus do investimento reprodutor da economia.

Mas já não estamos em 1994... A ver vamos.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Para Descansar a Vista


Retrato de uma princesa desconhecida

Para que ela tivesse um pescoço tão fino
Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça tão erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa


Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes
Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos

Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino

Sophia de Mello Breyner Andresen

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

E agora Kosovo?


Às 14.00 horas de ontem o Kosovo, antiga província da Sérvia com maioria de população albanesa, declarou unilateralmente a independência.

Sei muito pouco sobre a história antiga deste recanto do mundo, mas o que sei faz-me pensar e ...recear.

Dentro da Sérvia era o Kosovo uma minoria constituída por muçulmanos albaneses. Dentro do agora independente Kosovo co-existirá uma minoria servia cristã...

Falta dizer que, se já a Sérvia era um País com poucas esperanças de vida económica saudável, dado que não tem matérias-primas de vulto , nem indústria, nem serviços montados... Então que dizer do Kosovo?!

USA concordam e aprovam, Federação Russa nem por isso (pois não, é que ainda há muitas etnias lá dentro desejosas de se "pirarem"...) . E quanto à UE?

Bem, o Reino Unido e Alemanha parece que apoiam, mas a Espanha, França e a Grécia, entre outros, não tanto.. E porquê?

Já imaginaram a "bronca" que seria o País Basco, ou a Catalunha, amanhã declararem unilateralmente a Independência?

Já me esquecia... É que existe uma resolução das Nações Unidas (aprovada por unanimidade) que estabelece o Kosovo como parte integrante da Sérvia...

Se parte da comunidade internacional a "deitar para o lixo" por que não fazer o mesmo com as outras resoluções?

A esperar pelos novos capítulos... Mas, como dizia o outro, "quando o mar bate na rocha quem se lixa é o mexilhão..."

Sol na Eira e Chuva no Nabal....


Já às 06,20H de hoje vir do Estoril para Lisboa era uma aventura. Obviamente por causa da chuva que caíu sem parar desde as 2 da manhã na Grande Lisboa - tendo chegado aos 30cm por m2 .

Marginal fechada ao trânsito. Desvio para a Praça de Espanha vindo do acesso à Ponte encerrado. Túneis da Av. República encerrados. Lagos, laguinhos e lagoas por tudo quanto era sítio...


Assim também não Amigo S. Pedro! Faz falta a chuvinha mas mais distribuída ...

E, aqui para nós, para quê chover nas cidades? Manda lá essa água para os campos e para cima das barragens, que aqui no asfalto não faz falta nenhuma... a não ser para lavar as estradas e desentupir as sargetas por inércia...

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Para que serve estudar Humanidades?


A CGTP anuncia hoje que existem, em Portugal, mais 61,5% de licenciados desempregados do que há 3 anos atrás. Destes a grande maioria tem cursos de Humanidades, Ciências Sociais ou de Habilitação para Professores.

É esta a fotografia actual do Emprego de Licenciados em Portugal - um País onde os licenciados em áreas tecnológicas não têm quase dificuldade em se empregarem, enquanto que os "intelectuais das Letras" trabalham em cafés a tirar bicas ou nas caixas dos supermercados do Engenheiro Belmiro .

É bom ou é mau?
Normalmente são os países em vias de desenvolvimento (os do 3º mundo com dinheiro do petróleo ainda mais) que apostam firmemente nos cursos da vertente tecnológica, nas Engenharias, de forma a crescerem em termos industriais.

A lógica deste processo costuma ser assim: primeiro a extracção das matérias-primas e as infra-estruturas de base (os geólogos, os engenheiros de telecomunicações e das redes energéticas, os engenheiros e arquitectos das estradas, das barragens, das pontes); em seguida os produtos mais evoluídos (ainda os engenheiros, mas já com alguns gestores à mistura) ; depois vem a necessidade de vender o que se produz (os MKT's, as áreas comerciais); mais tarde a evidência de ter de gerir os recursos em meio ambiente de crise ( os economistas e os gestores ) ; lá para o fim o luxo de alguém se poder dedicar a "flores e bordados" ou seja, às humanidades, à sociologia, à filosofia. Isto para já não falar das Ciências Puras (as matemáticas, as físicas, a química ) outro dos Luxos que só as grandes potências económicas podem apoiar...

Agora, Portugal ainda na fase do primado da tecnologia? Mais Estradas, Pontes, Barragens ou Aeroportos :):):):):)??

Parece que sim... Ainda dizem que não há lobby do betão...
Teremos a sina (ou o Fado, sempre é mais português) de estarmos, até ao final dos tempos, submetidos a um qualquer "Alcoxetejámé" que por aí nos apareça, cheio de boas intenções, com um capacete das obras enfiado na cabeça, um martelo pneumático às costas e a agitar um balde de cimento...
11 Milhões de portugas a dar instruções a .... 500 000 Cabo Verdianos, Romenos ou Ucranianos - sim, porque isto de trabalhar no "bâtiment" é bom mas é para o "preto" - nós seremos os Capatazes, Orientadores e Mestres -das -Obras !

Pensemos no seguinte: um País que deixa a liderança nos grandes projectos das ciências do futuro (a Bio-Genética, a Bio-Química, a Nanotecnologia, a Física quântica) nas mãos "competentes" dos USA e da Inglaterra ou do Norte da Europa ( a Rússia para aqui não conta nada) está à espera de ser o quê no Futuro?

Talvez a "praia de sonho" para onde vêm descansar os cientistas " a sério" ... O paraíso dos Serviços... Só nos faltará, por enquanto , o turismo sexual infantil da Tailândia, mas estou seguro que lá chegaremos. Já estamos a treinar os rapazes da Casa Pia...


quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Clube da Bela Vista


Há tempos que o famoso cozinheiro Vitor Sobral tinha "agarrado" na cozinha do restaurante do Clube de Golfe da Bela Vista, ali para a zona Oriental de Lisboa, mesmo em cima dos terrenos onde se fazia o "Rock in Rio" e muito perto de um Parque que não sei se é da autarquia CML ou da Junta de Freguesia local.

Neste momento sabemos que Vitor Sobral está a 100% dedicado à sua carreira de Consultor (TAP, Terreiro do Paço, etc..) e apareceram-nos notícias de que uma nova gerência (de sala e da cozinha) tinha tomado conta do Restaurante em causa. E fomos lá espreitar, desta vez a convite do meu Mestre José Quitério.

Restaurante do Clube de Golfe da Bela Vista
Avenida Avelino Teixeira da Mota
Tel. 218 360 000
Encerra ao domingo ao jantar

Com uma situação priveligiada sobre toda a zona oriental da Cidade de Lisboa, num horizonte que só para no Tejo e na outra banda, este Restaurante tem todas as condições para se tornar num "paradeiro" de excelência da nossa capital.

O problema é que na cozinha já não está Vitor Sobral e o serviço, pelo menos aos almoços, deixa muito a desejar...

A comida continua a ser portuguesa, mas "revisitada" por Chef com treino de Nouvelle Cuisine, com o que isso tem de bom - decoração, empratamento, jogo de novos sabores - e de menos bom - tamanho das doses, alguma liberdade criativa sem discernimento.

Entradas: Carpaccio de polvo com legumes e ervas aromáticas; Mousse de bacalhau e tomate seco; Espuma de farinheira e coentros; Terrina de coelho com pistácios, compota de limão e gengibre; Empada de cogumelos com queijo da Serra; Pão de azeite gratinado com queijo de cabra e tomate seco; Salada de figos com ameixas.

Peixe: Pastéis de bacalhau com arroz verde; Filetes de choco com arroz de tomate; Raia confitada com pimenta verde e alcaparras; Bacalhau com broa; Cherne panado com cogumelos; Massada de peixe e camarão; Atum fresco panado com broa de milho e Bacalhau fresco com tomatada de pimentos.

Carne: Coelho à caçador com batatas novas; Tachinho de porco preto com castanhas e camarão; Feijoada à Portuguesa; Ensopado de borrego; Presunto de porco com açorda de poejos e uvas; Franguinho recheado com farinheira e Perna de pato confitada com legumes salteados.

Doces: Bolo de chocolate; Pão-de ló; Mousse de queijo; Carpaccio de ananás gratinado e Queijo de cabra tostado em pão de passas e Porto.

Dois convivas comeram de entrada : Cavalas assadas em Vinagrete (fora de carta, boas, mas sem deslumbrar) e Mousse de Bacalhau.

Para Prato principal escolheu-se também fora de carta um Caril de Camarão tigre e um simples Bife do Lombo grelhado. Ambos mereceram aplausos, embora se lamente que o seco e agreste camarão tigre, que nem fresco e vivo é bom, não tenha sido substituído por umas simples e imensamente mais adequadas gambas frescas da nossa costa.

Para beber um Alvarinho Muros de Melgaço (sempre excelente) e - neste caso uma primícia para mim - um Tinto do Torrão (Península de Setúbal) o "Soberana" com enologia do Engº Paulo Laureano. Soberbo!

Sem doces, com um prato de queijos que se dividiu a meias (e que incluia Serpa, Roquefort e Beira Baixa de mistura) e só com cafés, pagou o Amigo Zé tanto como 140€ por estes dois almoços...Francamente achei um pouco caro tendo em vista o que se comeu e bebeu...

Vale a vista na Bela Vista , mas só não chega...

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Austrália foi ao "Perdoa-me"...


Ontem à noite o actual 1º Ministro australiano - o liberal Kevin Rudd - fez uma comovida interpelação na Câmara dos Comuns pedindo desculpa ao povo aborígene do grande continente àcerca da forma como tinha sido tratado ao longo dos séculos, com relevo para a "subtracção" de crianças às respectivas famílias com o objectivo de lhes retirarem o meio-ambiente de origem.

Admite-se que muito mais de 100,000 crianças terão assim sido separadas violentamente de Pais, irmãos e outros familiares, num projecto de relocalização educacional (em Instituições do Estado) que só parou no final da década de 70!!

Depois dos ìndios peles-vermelhas, nos USA, terem tido os seus heróis e os seus carrascos , parece que aqui na Austrália estará ainda para contar a história destes atropelos aos Direitos Humanos.

Bem sei que Hollywood fica mais perto das grandes planícies do Oeste americano do que do "bush" australiano, e que John Ford já faleceu, mas haja coragem para dar visibilidade a estas atrocidades, nem que seja para "memória futura" do que nunca mais deve acontecer.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

A distância mais curta


No domínio da geometria Euclidiana fomos habituados, na nossa juventude, a considerar que a linha recta traçava sempre a distância mais curta entre dois Pontos, fossem eles duas cidades no mapa de um qualquer País, ou apenas duas referências de arquitectura que urgia unir no estirador antes de se tornarem edifícios construídos.

Mais tarde começámos a ler algumas coisas sobre a teoria da Relatividade e de como a inclusão do "tempo" nesta equação da distância podia começar a baralhar estes simples raciocínios. Não só o tempo "perdido" num fila de trânsito pode parecer mais ou menos do que o tempo real, de acordo com a nossa percepção da "pressa" , do que "temos para fazer", como até começou a ser hábito coloquial medir a distância mais pelo tempo e menos pelos Km: Durante a semana levo 1,5 hora de casa ao emprego, mas ao Sábado faço esse trajecto em meia hora apenas...

Veio esta conversa a propósito do tempo que passamos a trabalhar e de como será possível rentabilizá-lo ainda mais, sobretudo no caso de profissões onde a eficácia não se meça ao "nº de peças" ou com outra medida quantitativa de avaliação da produção.

Depois de muitos anos de conversa sobre a "forma" como a avaliação do trabalho se deve fazer - desde o conceito Taylorista do início da Revolução Industrial até aos novos modelos virados sobretudo para Resultados , para as contas de Perdas e Lucros por unidade industrial - vêm agora alguns "Gurus" da gestão do tempo dizer-nos que o futuro terá de ter em conta a produtividade individual durante o ciclo das 7 ou 8 horas de trabalho diárias, sendo preferível - pelo menos em algumas profissões - que o trabalhador escolha o seu horário de acordo com a sua produtividade específica, nem que seja "fora de horas" , se for essa altura aquela em que o Trabalhador rende mais...

Podemos aliar estas conclusões à disseminação das formas de tele-trabalho que já permitem, dentro de certos limites, exercer uma função remunerada em casa, ligados remotamente ao servidor da Empresa empregadora.

Desta forma seria possível antever um futuro onde parte dos trabalhos poderia ser realizada à distância e dentro do horário escolhido pelo tele-trabalhador.
Posso até afirmar que, por exemplo, algumas empresas de software já possuem esta alternativa de trabalho, dando por vezes a possibilidade aos seus programadores para fazerem o seu trabalho (ou pelo menos as partes dele que não necessitam de envolvimento de equipas) em casa e dentro dos horários que preferem.

Mas... para actividades de carácter intelectual, como a Edição, ou o Conceito ( o desenvolvimento de novos produtos ou serviços) acho que esta teoria é potencialmente perigosa, pois ao afastar o Trabalhador\Criativo da companhia dos colegas, do meio ambiente onde se movimentam os outros, da "cultura de empresa" que lhe paga, estará a isolá-lo numa redoma - porventura mais segura e rentável em sentido estrito - mas onde lhe será difícil relacionar-se com o mundo que o rodeia ou aperceber-se de quais as necessidades que os habitantes desse mundo têm .

E , sendo assim, estará o nosso Trabalhador a desenhar produtos para quem? Para outros como ele?




segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Atentados em Timor


Segundo parece o Presidente da República Ramos Horta e o 1º Ministro Xanana Gusmão terão sido ambos alvo de atentados nesta madrugada.

Ramos Horta ficou ferido e está neste momento (fora de perigo) num hospital militar de Darwin. Xanana Gusmão nada sofreu.

O eventual responsável pelos atentados - Major Reinado - foi morto pelo Corpo de Segurança Pessoal de Ramos Horta.

Que dizer??!!

Bem sabemos como os timorenses são geneticamente moldados para guerrear, mas numa altura em que se começava a fazer a calma necessária em Dili para que as tarefas de reconstrução nacional avançassem, com as propostas de reconciliação partidária e de abrangência das diversas inclinações na governação, por parte de Ramos Horta , faz pena um acto tresloucado (quase) ter posto ponto final nesta harmonia ainda incipiente.

Agora é necessária calma e pulso firme para que não existam repercussões nem vinganças espúrias.
Timor precisa mesmo é de sossego ....

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Para Descansar a Vista


LISBOA SOB NÉVOA

Na névoa, a cidade, ébria
oscila, tomba.
Informes, as casas
perdem o lugar e o dia.

Cravadas no nada,as paredes são menires.
Pedras Antigas, Vagas
sem princípio, sem fim.
Fiama Hasse Pais Brandão


Fotografia de : Patrícia Xavier

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

A Selecção perde ( de novo) e falha Ensaio Geral



Não foi nada que não se esperasse, jogando contra os Campeões do Mundo, e quase 27 anos depois da última vitória sobre a mesma scuadra.

Mas, mesmo assim, havia sempre a esperança de ver o que estes meses teriam feito à Selecção ( e a Scollari) perante a necessidade de preparar a era Pós Luis Figo e Rui Costa.

O que se viu não foi famoso.

Falta um Defesa Esquerdo. Os centrais estão em baixo de forma. Falta um "10" que possa colmatar algum problema de Deco (sabemos como , nestas idades, as lesões podem surgir sem que se espere) . Falta um Ponta-de-Lança que meta golos (onde estará???).

Como aqui não há Mercado , nem de Verão nem de Inverno, que nos governe, a resposta poderá ser ter de esperar pela recuperação de forma de alguns jogadores fundamentais - Bosingwa, Ricardo Carvalho, Pepe, Simão Sabrosa e Petit.

E se essa forma não vier a tempo do início do Campeonato? Esse é o receio de todos os simpatizantes...

Alguns comentários sobre o Jogo:

Quaresma mostrou ontem que Simão vai ter de suar as estopinhas para entrar de início nesta equipa. Foi, sem dúvida, o nosso melhor Jogador. Está a mostrar-se - dirão alguns - pois claro, digo eu. E quanto mais se "mostrar" durante o campeonato da Europa melhor para nós.

O meio-campo foi o que se viu...Sem Deco a armar e Petit a defender aquilo parecia um passador... Miguel Veloso e Moutinho não poderiam ser alternativas? Sabemos que a forma como estão a jogar actualmente não dá muitas garantias, mas o Sporting é o Sporting e a Selecção é outra coisa...

E no ataque Makukula e Hugo Almeida lutaram muito mas pouco fizeram... E já repararam que o grande central da Itália, Canavarro, mede apenas 1,76 m? Como não se lhe conseguiu ganhar ontem lances de cabeça quase nenhuns?
Cristiano Ronaldo esteve lá mas não se deu quase por ele. Há dias assim... Carga de treino e de trabalho a mais no Man United, que não brinca em serviço?

Agora, para mim o maior problema desta Nossa Selecção é a falta de jogos em comum que permita construir automatismos e "dobras" sem estar a pensar dentro do campo enquanto que os adversários nos roubam a bola... Repare-se, por exemplo, como a nossa Defesa permitia "passeios" pelo centro do terreno sem que existissem marcações visíveis aos adversários.

É que sem esses automatismos e sem que qualquer jogador saiba instintivamente o que os outros colegas estão a fazer no mesmo momento nunca seremos uma Equipa, mas apenas uma , ou duas, mãos cheias de bons jogadores ....

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Clinton e McCain parece terem ganho terreno na "Super Terça Feira"


Segundo o New York Times, Hillary Clinton terá vencido na Califórnia e em mais 7 Estados dos mais populosos dos EUA o que lhe dará vantagens sobre Barak Obama, que apesar de ter ganho em 13 Estados, ficou com menor número de delegados ao Congresso Democrata dado que estes Estados (sobretudo do Sul) têm menos população.

Todavia esta batalha ainda não está acabada, resta esperar mais um mês para ver se Obama consegue equilibrar ...

Quanto ao veterano Senador John McCain, felizmente (isto digo eu) pôs de lado as veleidades de nomeação de qualquer outro dos candidatos republicanos. Sendo McCain um moderado, odiado pela ala dos falcões dentro do partido republicano, é de esperar que o futuro Presidente dos EUA tenha mais senso comum e menos prosápia do que o " infeliz" que por lá se senta actualmente.

E se for uma Mulher??? Lembram-se que já falámos disto no ano passado?

Confirmem aqui sff:

Clinton and McCain Win California
Senators Hillary Rodham Clinton and John McCain won the primaries in California.
Read More:
http://www.nytimes.com/?emc=na

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

A Gripe é uma VACA!!


Eu sei que a Gripe NÃO é de facto uma vaca, mas como ninguém, incluindo a comunidade médica científica, deve saber exactamente o que é uma Gripe - ou já teriam arranjado solução para esta incapacitante maleita - sinto-me perdoado por assim dar largas à minha indignação.
É como um grito de revolta!

Eu explico melhor.

Como já devem saber não ligo "pevide" ao Carnaval, embora não tenha nada contra quem aproveita estas noites para umas escapadelas.
Desta forma decidi não só não fazer a ponte no dia de hoje - Segunda Feira - como, para além disso, convidar os meus Amigos exilados na sua Quinta de Abrantes a passarem comigo o almoço de Domingo Gordo no Méson Andaluz, à volta de um "cochinillo" feito de propósito para a ocasião pelo Sr. Almeida.

Sábias resoluções, dirão os leitores.

E eu concordo.

Mas eis que, pelas 20.00H de Sexta Feira passada , começei a sentir arrepios de frio e mal estar geral.
Contra-ataquei à moda antiga, com leite quente aromatizado com brandy e mel e dois Ilvicos. E fui-me deitar.

Sábado de manhã parecia que estava melhor, mas à medida que o dia progredia ia eu ficando pior. De novo à hora da febre (final da tarde) já não me conseguia ter em pé...

Procurei o termómetro (não sei se já repararam, mas faz parte das coisas que nunca se encontram quando faz MESMO falta) e quando finalmente o encontrei e inseri (debaixo do braço, que esta casa não é de modernices) já ia em 38,5º.

Isto ainda não é febre, pensei eu, de mim para mim, não tendo mulheres em casa para exercerem a sua sábia intermediação - e opressão - nestas matérias das doenças familiares.

Era o que faltava 38,5º de temperaturazinha irem agora subtrair-me amanhã ao convívio do meu Amigo Álvaro e família, já para não falar do cochinillo!!
Toma lá mais dois Ilvicos qu'é pr'aprenderes, e muito leite quente com mel e brandy, Gripe do caraças!!

A noite foi horrível, acho que não dormi mais do que hora e meia. Tinha tudo entupido (nariz e garganta) não conseguia respirar e , claro está, tinha ainda febre...

Levantei-me no Domingo ainda com febre, a qual ignorei soberanamente disposto a testar uma nova teoria que a noite em claro me tinha sugerido (provavelmente já ouviram falar em "delírios"?)

E qual era essa nova teoria? Simplesmente baseada no triunfo da Mente sobre o corpo!

Acreditando que não tenho febre, ignorando os sintomas, pondo a adenalina toda "cá em cima" não haverá gripe que se aguente!
E assim reconfortados lá partimos para o Méson com mais dois Ilvicos no bucho... Eu e o meu Senhorio, que gozava que nem um perdido com estas exéquias.

A bem dizer o auto-convencimento durou quase três horas e meia, até chegarmos outra vez a casa... Enquanto estivemos com os Amigos, e apesar do meu olhar um pouco estranho e da utilização judiciosa de três pacotes de lenços de papel, comi e bebi como os melhores e conversei soberanamente!

À porta de casa - lá pelas 16.00H - comecei a sentir as pernas a tremer. Depois de despido tirei a temperatura: 40º.

Olé! Toma lá q'é pr'a não seres Besta!
Antibiótico e Nebulizadores nasais tiveram de ser (profissionalmente) metidos nesta equação, tendo como consequências uma noite relativamente melhor passada.

Nesta Segunda Feira ainda fui de manhã aos Serviços, mas pelas 11,30H começei outra vez a sentir aquelas "fraquezas" típicas da gripe, e logo me vim embora.

Agora aqui estou, com antibiótico para 7 dias e à espera de ter isto tudo mais ou menos resolvido na Quarta Feira, pois tenho muito para fazer nesse dia.

Desde que não tenha febre...
Será que foi maldição dos Deuses do Carnaval por já não me prostrar nos seus altares há tempo demasiado?


sexta-feira, fevereiro 01, 2008

"Cuisine do Terroir"


O nosso bom Amigo Paulo Mendonça fez a sua pesquisa - como lhe compete enquanto docente profissional ( e bom!) da Cozinha e Restauração em geral - e propôe-nos hoje uma relexão sobre a tipicidade das "cozinhas" regionais, citando o exemplo francês.
Para ilustrar este Artigo uma foto de um "Cassoulet" - especialidade da região de Languedoc (Carcassone, Toulouse) - feita à base de feijão seco e variadas carnes (incluindo caça nas versões mais "topo de gama") e com salsichas caseiras . É costume usar-se na confecção original gordura de ganso. Todo o preparado vai ao lume muito lentamente numa caçarola de barro (daí o nome) e apura por várias horas até sair directamente para a mesa.
Ora leiam que vale a pena:

"Cuisine du Terroir, o que é?

Cuisine du Terroir, em português Cozinha Regional, é um tipo de cozinha que cobre as especialidades regionais ao nível do produto e do receituário, em que os componentes principais (ingredientes ou produtos de alta qualidade) são dessa mesma região e as receitas utilizadas foram sujeitas a investigação de forma a encontrar a original, mantendo a sua singularidade.

Francês, ou não Francês? Como todos nós sabemos, a Cozinha Francesa, é conhecida pelos seus pratos muito elaborados. Mas, na Cuisine du Terroir, por vezes os pratos não são tão elaborados, e por isso mesmo, alguns não são dados como franceses e nem aparecem nas ementas de restaurantes franceses como pratos nacionais ou regionais.

É este um factor motivador e impulsionador desta “nova tendência”, pois esses mesmos pratos de cozinha regional diferem muito da imagem que hoje em dia todos temos da cozinha gaulesa, muito influenciada pela Nouvelle Cuisine que durante décadas dominou a maioria da restauração.

Porque motivos Paul Bocuse e outros grandes Chefs, defendem este tipo de Cozinha tradicional?

Os Chefs, especialmente Paul Bocuse e Allan Ducasse, defendem este tipo de Cozinha porque, em certos aspectos, os franceses não valorizam as tradições gastronómicas tendo estas acabado por cair quase no esquecimento. Para eles a tradição deveria ser preservada pois foi a partir daqui, deste tipo de Cozinha, que pôde surgir a chamada Cozinha Francesa com apelo mundial inequívoco.

Por outro lado, a imensa riqueza de sabores da "Cuisine du Terroir" - talvez porque esta tem tempos de execução relativamente elevados - tem sido ocultada da maioria da população urbana, com evidente perda de sensibilidade nacional para todos estes sabores antigos.

Afirmam ainda alguns especialistas que a Nouvelle Cuisine e as cozinhas de fusão têm e terão os seus nichos de mercado, que conquistaram e fidelizaram. Mas isso não devia impedir que a riqueza das regiões francesas, no que concerne aos seus muitos produtos, de alta qualidade, não fosse também “aproveitada” no âmbito nacional, reconhecendo-se desta forma mais evidente a importância de cada região, individualizada pela sua própria gastronomia.

A ideia de poder conciliar a tradição com a inovação, é muito animadora para estes grandes Chefs. O objectivo é não desvirtuar as receitas originais no seu conteúdo, mas sim melhorar a sua aparência: por exemplo, os tachos e caçarolas voltam a aparecer nas mesas mas com cuidados acrescidos ao nível da sua apresentação.

Um exemplo simples no que concerne à cozinha tradicional portuguesa desta “nova tendência” seria: ao apresentar um cozido não colocar os produtos de qualquer forma na travessa, mas sim pegar nesse mesmo cozido e usar riqueza cromática, criando contrastes e colocando os produtos de forma atractiva.

No que concerne ao tacho ,sugestões simples como a sua impecável limpeza, apoiada por dobras de guardanapos e formação dos empregados de mesa a empratar o seu conteúdo de forma a manter a sua atractividade. Alguns Chefs inclusive chamam a si esta tarefa.

Como regra básica para este trabalho é sugerido que a apresentação do Prato seja o mais possível fidedigna à sua origem, evitando-se os empratamentos mais elaborados próprios da Nouvelle Cuisine.

Nota do Blogger: Já sabiam que há quem chame à Nouvelle Cuisine - pela aparência "artística" do empratamento e ...pela pobreza da dose servida - "Gráficos no Prato"?

Os usos, costumes e produtos de um local ou região estão implícitos nas suas tradições. Podemos ver como a tradição influencia profundamente qualquer acto ou cerimonia na sua essência, incluindo a alimentação e o seu receituário, pautando-se pela actualidade mas buscando sempre linhas e condutas que ao longo dos anos se foram aplicando.

Muitas são as receitas que se realizam hoje em dia com cunho pessoal, mas que tiverem a sua origem nas tradições transmitidas de geração para geração através das distintas épocas históricas.

É lícito então dizer que não ter em conta estes factores, quando se fala em cozinha regional, é incorrer num grave erro. A gastronomia deve, até como serviço público , pautar a sua evolução sem esquecer a fundamental importância que tem na preservação da tradição.

E, para terminar, não nos esqueçamos que é sem duvida a restauração - mesmo (ou se calhar sobretudo) a das cidades - um dos melhores modos de informar/relembrar o público dos saberes e sabores do seu País.

Paulo Mendonça