sexta-feira, agosto 29, 2008

A Segurança Interna será o "Buzinão" de Sócrates?!


O Doutor Cavaco Silva teve contra ele e contra as políticas do seu Governo o famoso fenómeno do Buzinão na Ponte e dos "Irmãos Pinto." Ainda se lembram?

Esta história dos irmãos Pinto recorda-me outras figuras mitológicas da nossa sociedade mediática, como o Taxista Máximo e o Restaurador Barbas (adeptos fervorosos do Benfica) ou ainda o não menos notório Guarda Abel (este do FCP)...

Mas vamos ao que interessa.

Neste momento não existe crime violento (com ou sem vítimas de sangue) que não seja de imediato elegido como material de 1ª página dos jornais de papel, ou como abertura dos noticiários.

É bom ou é mau? Deveria ser assim ou não? Não me pronuncio sem saber mais detalhes, como - o que me parece o mais importante - saber mesmo se esta onda de criminalidade está a ser maior, igual ou menor do que em períodos homólogos de outros anos.
Este é o Facto estatístico que ainda não li nem ouvi esgrimido por quem de direito - apenas ontem o Ministro Rui Pereira timidamente sugeriu que estes números da criminalidade do 1º semestre do ano foram superiores aos de 2007 mas inferiores aos de 2004 e 2006...

Será verdade? Porque é que os MCS não investigam e não agarram nesta matéria "de facto" para encher as suas páginas?

A resposta é simples: o que vende Jornais é o sangue na 1ª página. Esse sangue existe, não me interpretem mal... O que questiono é se a sua importância relativa - em 2008 - justifca estas parangonas se comparada com os números de semelhante fenómeno de anos anteriores...

De todas as formas o facto Noticioso deste Verão está encontrado e dele não nos vamos livrar tão cedo. Até porque não devemos ignorar esse outro fenómeno de "copy cat" tão conhecido e respeitado nos USA, por ex, e que aqui parece ser mais ou menos ignorado pelos MCS.

O que é? A vontade dos doentes mentais agarrarem a oportunidade de prime space televisivo, "copiando" o modus operandi de outros criminosos, o qual tem sido citado até à exaustão.

Nestas circunstâncias, o "Povo", a Opinião Pública, os Partidos da Oposição, O Sr. Presidente da República (etc, etc, não sei se me esqueci de alguém) EXIGEM acção do Governo.

Essa acção parece que vai passar - para além do reforço de meios policiais A MEDIO PRAZO POR CAUSA DA NECESSIDADE DE FORMAÇÃO - por ajustes na actual Lei das Armas (seja isso o que for) enquanto que os Professores de Direito estudam a adequação dos actuais Códigos Penal e do Processo Penal a esta "embrulhada" .

O que penso sobre este assunto pode não ser politicamente correcto , mas como não tenciono candidatar-me a cargo político aqui vai na mesma:

Que eu saiba não houve Governo nenhum no mundo que resolveu o problema do Crime violento utilizando meios de combate ao mesmo aceitáveis por sociedades democráticas no sentido da nossa.

Lembro-me que Giulliani teve algum sucesso em Nova Iorque adoptando métodos e tácticas policiais "musculadas" como por exemplo a revista imediata e no local de cidadãos - com armas apontadas - com base não apenas em suspeitas de comportamento MAS TAMBÉM NO ASPECTO (cor da pele , forma de vestir, estarem na via pública sem motivo aparente, etc...)

Estamos preparados para isso aqui em Lisboa?

Os Países, como Cuba - para citar um caro aos nossos "esquerdas" - onde não há (ou não havia) criminalidade oficalmente aceite , resolviam os poucos casos dos "locos criminosos" com as viagens, de ida apenas, para as plantações de cana de açucar. Trabalhos forçados sem limite de tempo ou, como me disseram a mim, "até a Sociedade estar convencida de que o loco está curado"...

SE aqui não queremos nem uma coisa nem a outra, que podemos fazer?

Acreditam que a mudança de algumas leis resolve ?

Ou que, como me pareceu intuir, o maior problema está mesmo no grosso das nossas forças de segurança, longo tempo deixadas em roda livre , sem armas , sem viaturas, sem treino, sem apoio jurídico que as defenda?
Com excepção obviamente dos Corpos de Intervenção, GOES, Corpo de Protecção Pessoal e coisas assim... Para estes vão os melhores Polícias, os mais bem treinados, os mais novos e os mais aptos fisicamente. No Patrulhamento de proximidade ficarão os outros.

Se o Governo investiu - e bem - nesses Corpos de Élite para situações especiais, onde avulta a luta ao Terrorismo, faz algum sentido essas mesmas forças especiais estarem agora a "dar uma mãozinha" no patrulhamento das Ruas?

Não será como pedir aos Navy Seals que passem a ser "banheiros" (com o devido respeito) durante a época balnear, para evitar os acidentes na Praia?

Na minha opinião a PSP, a GNR e a Judiciária atingiram o limite do que se pode fazer com populações envelhecidas, mal equipadas e mal treinadas. E muito fazem eles, mesmo assim...

Cabe ao Governo investir fortemente nessas forças se quer dar a entender à Nação que esta coisa da Segurança Interna não se tansformará no Buzinão de José Sócrates.

Irá a tempo?

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