À partida para uma semana de Férias na Serra uma homenagem, em jeito de reflexão, a um dos Grandes Poetas portugueses felizmente ainda vivos, António Ramos Rosa, o Algarvio nascido em 1924 que traduziu Teillard de Chardin e foi Grande Prémio de Poesia "Sophia de Mello Breyner Andresen" em 2005.Ora leiam se fizerem favor:
Não posso adiar o amor para outro século
Não posso
Ainda que o grito sufoque na garganta
Ainda que o ódio estale e crepite e arda
Sob montanhas cinzentas
E montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
Que é uma arma de dois gumes
Amor e ódio
Não posso adiar
Ainda que a noite pese séculos sobre as costas
E a aurora indecisa demore
Não posso adiar para outro século a minha vida
Nem o meu amor
Nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
A. Ramos Rosa, A Mão de Água e a Mão de fogo
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