sexta-feira, junho 20, 2008

Mais Interacção dos nossos Leitores


Ainda com a "dor de cabeça" da bola em pano de fundo recebi mais uns comentários que destaco aqui:


Caro Dr.

Pessoalmente até gosto do picote Cruz de Cristo. O problema são as consequências práticas. Se não se tem muito cuidado no destacamento dos selos rompem-se exactamente pela Cruz.

Aliás, quem mais se queixa até são as senhoras da Filatelia cujo trabalho é exactamente esse.

Quantos aos Selos Corporativos ainda não vi nenhuma "genuinamente" circulado. Eu tenho vários (http://meuseloscorporativos.blogspot.com/ ) mas tive de os circular.

Aproveitando estar com a mão-na-massa suponho que sabe que a Direcção de Marketing dos CTT emitiu um selo a propagandear o dito. Para quando é que a Direcção de Filatelia faz algo semelhante no minimo para facultar aos filatelistas contra-correntistas?

E desejo-lhe uma boa noite. Parafraseando alguém: "Há mais vida para além do futebol".

C. Silvério

E é bem verdade Amigo! Estamos a imaginar fazer uma Emissão filatélica de homenagem ao filatelista. Sairá de certeza antes da Mundial PORTUGAL 2010 e estou seguro que o design será de cair para o lado...

Caríssimo Correio-Mor
Desculpe iniciar pelo acessório e não ainda pelo essencial, se me permite faça como eu, uma pastilha Pepsamar depois da refeição alivia o azedo gosto da emissão futebolistica que acabámos de ver; não será remédio, mas que alivia, alivia, ora experimente V.Exª...

Como essencial, e muito já foi dito pergunto a mim mesmo e aqui a V.Exª. se não gera a filatelia portuguesa, verbas suficientes, para que se possa abrir um pequenino balcão de uso exclusivo, ou melhor prioritário para os filatelistas?

Pelo menos nas estações dos concelhos, já que os mesmos (filatelistas) não bastam serem incompreendidos pelos restantes utentes nas suas aquisições, muitas vezes o são pelos funcionários, que por deficit de formação, julgo eu, e a opinião ´´e só minha, não satisfazem nem providenciam nas diligencias peculiares a este personalizado atendimento. Este facto tenho-o constatato e ainda hoje com a saída da nova emissão Faróis, foi ver a incredulidade de alguns funcionários, que apesar do "poster" afixado na porta da repartição, anunciativo do evento, se mostravam estupefactos, ignorando o que era um carimbo comemorativo e nem sequer sabendo o número e as importancias dos valores das séries em questão. Os filatelistas, que antes de o serem são utentes do Serviço Postal, certamente agradeceriam, posteriormente na qualidade de coleccionadores, igualmente utentes pagantes do serviço Postal, retornariam as suas casas, satisfeitos e trsnquilos, esperando, como faço votos para que tal não aconteça a aV.Exª, nem a mim, por Deus, que um aziago jogode futebol, nos pudesse trazer a insdisposiçaõ digestiva que não merecemos.

Quanto à cruz nos selinhos, também faço votos para que V.Exª não se sinta ofendido, e nem sequer se deite a pensar no assunto, senão temos caso grave, a juntar à indisposição do jogo uma cefaleia não vinha nada a calhar.

PS- Por cefaleias, também eu hoje apanhei uma para ver o faròis de dia, ainda me disseram que os procurasse à noite,mas como Sabe aqui na minha terrinha pouco brilharam de dia e à noite certamente por incumbência de V.Exª não iluminam mesmo nada, porque os correios estão fechados.

Receba Os protestos da minha consideração e creia-me,
Peninha

Amigo Peninha,

Ontem à noite nem Pepsamares nem Ben-Urons... talvez mais uma chávena de ...whisky de malte.

Mas comprendo-o bem e obviamente que em relação ao atendimento filatélico nas nossas estações estou de acordo consigo. E até tenho uma Teoria para explicar algumas das "inconformidades" observadas...

O que eu penso é que grande parte da culpa da pouca atenção com que a filatelia é por vezes tratada nas estações é da própria Direcção de Filatelia que se terá refugiado tempo demais numa redoma, com os seus artistas e os seus contactos com os cientistas e assessores para os Temas das Emissões, sempre querendo investir na qualidade estética e técnica das imagens e...esquecendo-se por vezes que um belo selo de nada vale se não circular e se não for acarinhado pelo nosso pessoal que tem a seu cargo a venda ao público...

Por outro lado, teve eco há alguns anos nos CTT - e obviamente na sua rede de estações - uma teoria quase taylorista sobre a organização das operações, segundo a qual para rentabilizar os serviços, aumentar a velocidade do atendimento e diminuir as filas de espera haveria que simplificar os métodos, informatizar os balcões e formar os atendedores nessa filosofia do "despacho".

Dentro do âmbito desta forma de actuar é óbvio que a Filatelia não seria muito bem encarada, pois dá trabalho, ocupa tempo, exige conhecimentos e ...delicadeza de trato, para não dizer alguma cultura e elegância de "porte".

Graças a Deus essa situação está a mudar! Tomando como exemplo os Faróis posso dizer-lhe que foi para mim extremamente satisfatório ver o orgulho com que as estações de localidades com faróis na Emissão exigiram fazer lançamentos comerciais, convidando as pessoas da terra e animando tanto quanto possível o espaço público dentro das suas portas.

É bom sinal.

Com espírito aberto e critica construtiva, vou tentar aclarar a linha de rumo há muito definida e implementada nos Serviços de Filatelia dos CTT…Em 2007, não contabilizando os selos das emissões conjuntas, os corporate, as etiquetas (sabe quanto custam as duas emissões anuais?), as mini folhas, os FDC’s e afinidades, só em selos (séries e blocos de Portugal Continental e Ilhas) os filatelistas desembolsaram 103,37 EUR.

Foram emitidos 161 selos, 40 dos quais em 20 blocos. Uma outra realidade…Em números redondos e no mesmo período, os serviços homólogos suíços emitiram menos de 50 selos (apenas 1 bloco) e os colegas filatelistas necessitaram de apenas 45 CHF (aprox. 28 EUR) para os adquirir. Nesta quantia já estão incluídas as sobretaxas das emissões Pro Patria e Pro Juventude, cujos propósitos são louváveis, como bem sabe.

Para ajudar à festa, no geral, convenhamos que os níveis de vida dos portugueses e dos helvéticos são como da água para o vinho, e não menos importante, os balcões dos correios aplicam selos (as etiquetas estão reservadas às empresas com grande fluxo de correspondência e para os registos, mas se pedirmos selos os funcionários colocam-nos, e sempre com um sorriso e bons modos).

Na prática, o selo está vivo e presente numa substancial parte da correspondência. Papelinhos para descolar, não faltam!!!Nestas diferentes conjunturas económico/sociais e políticas postais/filatélicas, pergunto: Quem serão os primeiros a abandonar o barco? Que miúdos estarão mais expostos ao "vírus" dos selos?Para além do número excessivo de selos e blocos, a meu ver, a política filatélica tem um pecado capital: quando há um evento qualquer (cultural, desportivo e outros), os CTT promovem-no e patrocinam-no, normalmente com um bloco a preços exorbitantes e desajustados ao consumo postal. Por outras palavras, quem pede a publicidade recebe um cheque; quem o "assina" são os filatelistas.


Caro Dr. Raul Moreira, creia-me: como investimento, não compare a numismática (moedas de ouro ou prata) com os selos contemporâneos portugueses; estes, passados um ou dois anos, conseguem-se adquirir no mercado por valores muito abaixo do facial.

Passemos aos corporate…Não acha escandaloso o facto de não se observar os selos do Amorim na correspondência? Metade desses selos (10.000) não tinham como destino franquiar a correspondência das empresas do Grupo? Pelo menos esse era o propósito que gerou a campanha para fazer circular os selos na correspondência comercial, ou estou enganado? Quantas facturas da EDP recebemos nós dentro de envelopes franquiados com os seus selos corporate? A questão é válida e aplica-se aos restantes.Já agora, rogo-lhe o especial favor de me elucidar sobre o selo corporate das ESTRADAS DE PORTUGAL, pois desconheço por completo a sua existência.

Finalmente, e perdoe-me o "testamento", o picote: é lindo mas estragam-se muitos selos quando são destacados das folhas pelos funcionários e quando passam nas máquinas de triagem/obliteração. É mais uma CRUZ para o moribundo filatelista.

Saudações Filatélicas
,F.Bernardo

P.S. - Desculpe-me o rol de criticas… se o tema fosse futebol, haveriam muitas mais!!!


Amigo Bernardo,
A Filatelia aqui em Portugal está na moda do Poder, caíu no goto dos dirigentes... Qualquer Promotor de um acontecimento de âmbito Nacional pede um selo ...

É bom ou é Mau? Quem o poderá afirmar? Mais selos, mais trabalho, mais receita para os CTT (também muito mais custos, não imaginam o que custa organizar todos estes lançamentos) mas...mais visibilidade nacional, o "good-will" dos poderes públicos, o sorriso complacente e de agradecimento dos "mandantes" - PR ou 1º Ministro...

Sabiam que um negócio que vale menos de 1,5% da Receita Total dos CTT é responsável por quase 50% da "boa" Publicidade - notícias nos MCS, jornais, revistas , radios e TV's - da mesma marca CTT?

Dá que pensar...

E já fomos por aqui...Eu quando assumi funções de Director de Filatelia pela primeira vez , em 1991, fazia 12 Emissões de Selos por ano, e quanto a Livros era o Portugal em Selos e mais um , quanto muito dois Livros temáticos. Tinha nessa altura 96 trabalhadores comigo na Direcção.

Hoje faço 24 Emissões de Selos por ano; 6 Livros (contando a Agenda) ; e somos 63... E estamos todos mais velhos ( e gordos...).

O Corporate da Estradas de Portugal está previsto para este ano, desculpem-me o engano...ando às vezes mais depressa que o comboio que me transporta.

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