sexta-feira, junho 01, 2007

Chegou a cura para o "Monstro"?


Recordam-se que o "Monstro" era a conhecida - há já largos anos - insustentabilidade do actual Regime de Segurança Social em Portugal, factor que segundo muitos analistas teria até sido dos mais influenciadores na "saída de cena" um pouco atabalhoada do 1º Ministro António Guterres?

Pois hoje - 1 de Junho de 2007 - entra em vigor o "remédio" que foi encontrado pelos governantes para combater esse "Monstro" : o novo Regime das Contribuições para a Segurança Social.

Em poucas palavras: há que trabalhar mais anos e descontar mais (proporcionalmente) do que até aqui para que o zé povo mantenha as condições de Reforma que tem actualmente.

Feitas as contas pelo Jornal de Negócios, em 2050 a Reforma será apenas 50,2% do vencimento.

O Público, por outro lado, realça que se introduziu o chamado "factor de sustentabilidade" isto é, que as Reformas passam a ser calculadas tendo por base a Esperança Média de Vida que assume valores cada vez mais altos, felizmente.

Por outro lado acelera-se neste novo regime a forma de cálculo que situa a Pensão de Reforma tendo por base Toda a carreira contributiva do visado, e já não os "10 melhores anos dos últimos 15" como era actualmente.

Resultados práticos: tem o Contribuinte que descontar voluntariamente no seu vencimento mais do que o legalmente estabelecido para garantir a reforma em níveis que lhe permitam manter a qualidade de vida, ou, em alternativa, trabalhar mais uns bons anitos...

Pode também decidir tratar da sua vida particularmente e - descontando o mínimo de Lei no vencimento - negociar com um Banco uma Conta Poupança-Reforma logo a partir dos 25-30 anos. Francamente é esta a opção que aconselho, nem que seja por repartir os ovos por mais do que um cesto...

Corremos o risco do "remédio" ser pior do que a cura? Talvez, mas a alternativa - fim da Segurança Social ou Revolta da População Activa pagante contra os Reformados Recebedores - parece cheirar a sangue e a revolução... Não há, de facto, alternativa...

Eu já decidi: enquanto puder vir para o emprego pelos próprios meios ninguém me reforma!! Aguentem as minhas rabujices de velho porque eu também tenho aturado as de muitos outros!

E tenham paciência que a vida já não é assim tão curta...

Um comentário:

Anônimo disse...

Será que foi encontrado um remédio ou um paliativo?
Há realidades distintas para se financiar o Estado Social.
Desculpatitivites e procura de responsabilidades nos anteriores. O problema da sustentaibilidade do Estado Social não é um problema financeiro é e sempre antes de mais um problema de valores, de modelos de desenvolvimento,de partilha de responsabilidades(Solidariedade Social e inter geracional).
Processos de engenharia social e financeira em que a palavra reduzir parece que entrou demasiado depressa o léxico de quem governa.
Que papel tem o Estado hoje e qual terá no futuro?
Está tudo a esgotar-se, o modelo Social, os recursos são finitos,mas já o meu trisavô dizia aonde todos pegam nada custa.
Descontar para quê?....cada um que olhe por si....
Até o burro atira a albarda ao chão quando esta lhe está pesada.
Tudo o que tenho verificado é que o tal monstro,serviu para financiar muita coisa que deveria ser devidamente analisada e e clarificada primeiro e responsabilizar depois.
Faça-se uma análise às verdadeiras razões do "déficit" da segurança Social.Não vai resolver o problema, mas vai dar credibilidade a quem mexe nestas coisas...
Desde reestruturações de Empresas,manigâncias que todos conhecem e que ninguém mete a mão, desde processos de reforma até muitas mais situações...que se conhecem e se dizem à boca calada,mas quem comeu,comeu senão que comesse.Isto da segurança social faz-me lembrar as contas nas comezainas à moda do Porto.
O que mais comer é o que menos paga.
Com os graus de concentração de riqueza e aumentar, o que é preciso é faz de conta,diz-se uma coisa e faz-se outra. Coerência "viste-la".
Põe-se um ar sizudo, bota-se faladura, um fato bem arriado,está-se presente nos sitios aonde há umas migalhas de poder e para quê preocupaçõse com esse monstro da Segurança Social?
É óbvio que a sustentabilidade do sistema depende muito e cada vez mais dos valores que estarão por trás do Próprio Estado Social a sua razão de ser.
Ou teremos a história da manta do pai que o filho levou ao monte?
Ou soluções radicais....será que o modelo de desenvolivimento e de concentração da Riqueza, da presssão constante, terá futuro?
Daqui a 100 anos estamos todos mortos,ou vamos deixar isto um pouco melhor que o encontramos .
Será que se pode prever seja o que fôr a 50 anos de distância?....nessa altura, se não inverterem muitas situações do actual modelo,será que haverá segurança social?...ou cada um que se arrange?
Não hverá de facto alternativa? Uma boa questão,será procurá-las...ou lá virá o Velho ditado Deus perdoa Sempre, o Homem às vezes ,mas e há sempre um mas, a Natureza nunca...