terça-feira, novembro 24, 2015

O "Envelope"



Todos vimos António Costa a sair de Belém com "o" sobrescrito na mão. No título chamei-lhe "envelope" porque estamos numa altura em que se deve dar importância à cultura francesa.

Este pequeno Post é apenas para enfatizar que nas coisas mesmo importantes nada substitui o papel!

E não me venham com modernices! Experimentem ter no WC pendurado um TM ou um tablet para  SMS ou  emails e depois digam-me como resolveram o assunto.

Pensando bem é melhor não dizerem.

Suspeito que o "envelope\sobrescrito" dirigido ao A. Costa estava endereçado mas não selado. É falta notável.

Dou aqui exemplos de emissões de selos da República ainda em circulação e que poderiam ter sido utilizadas com grande vantagem nesta ocorrência:

 - 400 anos da 1ª Edição da Peregrinação (espero que o convite para formar governo não leve tanto tempo).
 - Fado - Património da Humanidade (este é o nosso triste fado).
 - Centenário do Salão dos Humoristas (rir ainda é o melhor remédio).
 - Engenharia Portuguesa (de notar a sua aplicação à área financeira).
 - 900 anos da Ordem de Malta (pois quem se lixa se isto não se resolve rapidamente é mesmo a "malta").

2 comentários:

Américo Oliveira disse...

Fernando Pessoa escreveu sobre este assunto. Vale a pena relê-lo:

"Nenhuma carta deve estar sem resposta mais de 5 dias, sendo nacional, ou 10 dias sendo estrangeira. Uma demora maior obriga legitimamente a apresentar uma desculpa, em geral falsa, e que, ao contrário do que em geral julgam os que pedem desculpa, é quase sempre tida por falsa, mesmo que seja verdadeira. Ou a carta não tem resposta, e não se lhe responde; ou tem resposta, e se lhe responde logo; ou não pode ter resposta logo, e então escreve-se dizendo isso. A fama de ser atencioso e cortês vale mais que uma estampilha. É uma publicidade barata."

Fernando Pessoa. in Revista de Comércio e Contabilidade, nº 1. Lisboa: 25-1-1926.

Raul Moreira disse...

Grandes verdades. Ontem como hoje!!