terça-feira, outubro 06, 2015

Relaxamentos



No Sábado passado estivemos em casa de um amigo - lá para os lados do centro geodésico do país - a testar uns vinhitos, em redor de um lombo de veado assado no forno e de um cozido à portuguesa, todo ele feito com "material de 1ª", enchidos e carnes frescas de pequenos produtores locais.

Os vinhos em prova foram:
 - Espumante Moscatel Galego (Casa de Sarmento, sem data)
 - Malvasia de Colares 2013 em garrafa de 1,5 litros
 -Pinga Amor, Alentejo de Portalegre, 2011
 - Legado de 2009 (obra prima da Sogrape feito em homenagem ao Sr. Fernando Guedes.

É claro que os dois brancos serviram sobretudo para "apurar" o palato e dar provimento a uns enchidos artesanais.

Sobre o Espumante  de moscatel galego já aqui falei. Continua magnífico. Um belo aperitivo a resvalar para o doce, mas nunca enjoativo.

O raríssimo Malvasia de Colares, muito caro devido a escassez da vinha plantada (menos de 10 ha na região toda!!!) apresentou-se diferente de tudo o que até aqui tínhamos provado. Melhor do que nós os especialistas da Revista de Vinhos fizeram a sua caracterização, com a qual concordo em absoluto:  Possui uma acidez fantástica e tudo o resto que caracteriza os brancos da região: nervo, toque salgado, mineralidade, corpo enxuto e austero.

O Tinto de Portalegre ( da Senhora da Penha) é um excelente vinho.  A excepcional colheita de 2011 foi premiada e de facto mereceu.  Um pouco de falta de corpo  é contrabalançado pela aptidão gastronómica. Bebe-se bem com quase tudo que se ponha no prato! De novo, segundo os especialistas: "Aromas de fruta preta madura e boa perceção da madeira, primando a finura e não a robustez. Na boca é vigoroso e afinado, com taninos estruturados e elegantes."

Para o fim a "piéce de résistance". O Legado 2009.  Um vinho guloso, denso, com perfil do novo mundo. Tudo bem feito e equilibrado. Dele escreveu a Revista de Vinhos: O vinho mostra uma média concentração na cor mas um aroma muito rico e requintado, onde frutos vermelhos se misturam com notas balsâmicas e especiadas, um tom vegetal seco e barrica de luxo. Sofisticado e complexo na boca, acetinado e de longo e inebriante final.

Pena custar aquilo que custa... 

Regressámos a casa,  eu e o meu senhorio,  a sonhar com outras andanças destas... Temos é que começar a juntar já os tostões para ter vinhos semelhantes, está claro. Daqui a uns seis meses?

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