sexta-feira, outubro 16, 2015

Para Descansar a Vista entre o verde e o vermelho



Introduzindo o  habitual poema das sextas-feiras trago à colação a guerrinha Sporting-Benfica, com os 14 milhões de euros da indemnização e o "alcance" do programa informático, por um lado, e as prendinhas aos juízes de campo, por outro.

Longe vão os tempos das "Paulinhas" e dos quartos reservados em hotéis de luxo...Hoje os desgraçados dos árbitros só têm direito a um "pack" com camisolas e umas senhas de refeição...Se calhar apenas válidas na Catedral da Cerveja...

Acho mal.

Pelo menos uma noite no "Trombas", seguida de degustação das iguarias expostas. Isso era o mínimo que se esperaria para quem se desloca de longe para apitar um jogo em Lisboa, afastando-se assim do convívio familiar.

Para comentar esta parvoíce em dose dupla nada como fazer apelo a este belo poema de António Osório:

Os Loucos


Há vários tipos de louco.

O hitleriano, que barafusta.
O solícito, que dirige o trânsito.
O maníaco fala-só.

O idiota que se baba,
explicado pelo psiquiatra gago.
O legatário de outros,
o que nos governa.

O depressivo que salva
o mundo. Aqueles que o destroem.

E há sempre um
(o mais intratável) que não desiste
e escreve versos.

Não gosto destes loucos.
(Torturados pela escuridão, pela morte?)
Gosto desta velha senhora
que ri, manso, pela rua, de felicidade.

António Osório, in 'A Ignorância da Morte' 


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