quarta-feira, abril 03, 2013

Em Vale de Cambra às voltas com a Vaca...

Como é sabido estive comemorando 100 anos de serviço postal naquela antiquíssima povoação de Gândara de Cambra, hoje substituída por Vale de Cambra, por  iniciativa do nosso amigo e eminente filatelista Dr. Nogueira e dos colegas dos CTT da área.

Vale de Cambra ( e antes dela Gândara) eram e são conhecidas pela indústria de laticínios, com relevo para a manteiga local, famosa em todo o país. Por esse motivo foi criada a Estação de Correio há 100 anos atrás, para ajudar os industriais locais a lidar com as suas  encomendas sem terem que se deslocar a Oliveira de Azeméis, a grande concorrente. 

O que não sabia ainda é que na zona existia uma povoação chamada Alvarenga, que tem fama de possuir gado vacum de tal qualidade que lhes permite oferecer ao passante um bife dito "Alvarenga" que todos os entendidos juram que é "do melhor que se come em Portugal".

Alvarenga está na influência de Arouca, pelo que o gado (estas vacas são conhecidas por pastar na Serra de Montemuro) será relacionado com a  raça nacional "arouquesa", certificada e louvada pela magnificência do respetivo aproveitamento para carne de alta qualidade.

Num restaurante de Vale de Cambra existe dessa carne - a que chamam "bife especial Alvarenga" - vendida a 7€ a meia dose (enorme! Como podem ver na imagem) e a 14 € a dose (que dá para 2  ou 3 pessoas). A confeção tradicional é a fritura leve na frigideira,  acompanhada com arroz branco, batata frita e cebola passada também ela na sertã. Imagino que simplesmente grelhada esta carne deveria ser ainda mais apreciada. 

Chama-se  este restaurante:

"Colher de Pau"
Rua Fábrica 207,
3730 Vale de Cambra
TF - 256 381 820
 
E  serve bastante bem e a contento, entre  carnes certificadas, grelhados vários e pratos do dia, que foram nessa Quarta Feira : "Solha frita com Arroz de Grelos"; "Feijoada à Portuguesa" e "Coxas de Frango Assadas" (prato económico).

A casa é atraente, com decoração sóbria e rústica, como deveria ser. Ponto mais negativo será a amesendação feita de papel  nos guardanapos. Serviço amador mas muito simpático, carta de vinhos limitada, mas com boas surpresas locais, sobretudo em vinhos verdes.

5 pessoas, com entradas de fritinhos vários, salada de orelha e pica-pau, 3 garrafas de verde branco da Adega Cooperativa de Vale de Cambra (bastante bom!),  2 bifes e meio Alvarenga (que sobraram!) e 5 cafés, pagaram 68 €...

Bom e barato! Ou , se calhar melhor dito, aqui para Lisboa é que estamos habituados a pagar o dobro, ou o triplo, por qualidade inferior...

2 comentários:

Rcarvalho disse...

Bem escolhido o restaurante e o vinho também!
Só faltou uma fatia de queijo
limiano produzido aqui em Vale de Cambra.

António Lopes disse...

O colher de pau agradeça a critica a nossa casa!

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