sexta-feira, fevereiro 27, 2009

O Congresso

Um Congresso é normalmente uma reunião de interesses (partidários ou outros) onde se discutem problemas que interessam aos intervenientes. Pode ser o Congresso dos Bombeiros Portugueses, o Congresso Mundial de Neuro- Cirurgia, o Congresso dos Tocadores de Bombo (ou lá o que seja...) e por aí fora.

Com uma forma de estar muito próxima da democracia norte-americana em certas coisas, sobretudo no plano organizativo, cedo em Portugal os Partidos Políticos começaram a "Congregar-se".

Há Congressos Ordinários e outros Extraordinários. Congressos onde se escolhem os Grandes Líderes - o famoso Congresso do PSD da Figueira da Foz, por exemplo - e Congressos onde se definem as orientações da "burrocracia ortodoxa" vigente para as "hostes militantes" - e aqui vem à memória o nosso PCP e a famosa questão do "Movimentismo Inorgânico". E por aí adiante...

Ele há também Congressos que são - devem ser - de apoteose. Por exemplo o Congresso do Partido Democrata Norte Americano que nomeou Barak Obama para candidato a Presidente, com templos gregos a enquadrarem o leader e tudo....

Este Congresso do PS que hoje começa parece-me a mim que será um pouco isso mesmo, uma reunião de apoio a José Sócrates e às suas políticas, preparando os tempos eleitorais que por aí se perfilam já no horizonte próximo. Um Congresso do unanimismo também.
Como já é do conhecimento dos Leitores não gosto de Listas Únicas nem de Unanimismos... Sou até sempre a favor dos tais "movimentismos inorgânicos" e que o Tio Jerónimo me desculpe sff.

Mas até certo ponto também entendo que um Congresso que prepara as tropas para a frente de batalha, com três guerras a despontar - as Europeias em Junho as Autárquicas e as Legislativas em Setembro\Outubro - não pode ser uma reunião onde se discutem os problemas internos do PS, como algumas amigas à mesa de chá , entre dois bolinhos de côco e um Earl Grey...

Os tempos são de tocar a reunir. São os tempos de preparar a estratégia eleitoral e os tempos de esquecer as rivalidades internas com a assumpção de uma postura de Estado por parte das diversas tendências no PS.

A crise será pano de fundo para toda esta tragi-comédia. Mesmo assim - ou talvez por causa disso - e tendo em atenção que o que está em jogo é a sobrevivência de um certo modelo de Governação e de Poder, acho perfeitamente compreensível que o 1º Ministro fique em Portugal a encerrar o Congresso e não vá à Cimeira dos Chefes de Estado da UE.

Está claro que esta será uma oportunidade imperdível para que a Oposição se arme de varapaus e toque em cima do "lombo" alheio a 5ª Sinfonia de Beethoven, mas também isso seria de esperar...

Estamos já em Pré-Campanha Eleitoral. Tudo o que "eles" (os Partidos) façam ou digam tem já a ver com isso.

E quem não entender isto não entende mesmo nada , nem de política, nem da vida de todos os dias...

Nenhum comentário: