domingo, setembro 21, 2008

PostEurope Meeting - Vienna


Em Vienna lá se fez a reunião do Fórum filatélico da PostEurope, com várias e interessantes comunicações de Autoridades Postais convidadas e ainda com a discussão em redor dos temas da Emissão EUROPA para os anos futuros.

2009 - Tema Europa "Astronomia"
2010 - Tema Europa "Livros Infantis"
2011 .....

Aqui a discussão foi "violenta" em torno de uma proposta conjunta Turca e Espanhola que tinha a ver com uma iniciativa política "mediterrânea" no sentido de se celebrar a "Aliança de Civilizações" - uma espécie de Encontro de Culturas sobretudo dedicado a fortalecer os laços , já não entre o Leste e o Oeste, mas sim entre os Muçulmanos e os "outros"...

Portugal obviamente que defendeu esta proposta, conjuntamente com a França, mas a mesma foi oposicionada pelos Centro-europeus , com medo de irem a reboque de uma inicativa puramente política (que sem dúvida o é) mas também da Grécia (que não esquece Chipre) e da Bulgária (que também não esquece a ocupação muçulmana da "sublime porta" há 500 anos atrás..)

Enfim, não se chegou a consenso e vamos deliberar a portas fechadas por "short list"... Reparem nas alternativas que eram dadas: "Brinquedos tradicionais" e "Música"... Enfim, convenhamos que não eram entusiasmantes...

Brilhantes intervenções antecederam esta polémica.

Uma da Nova Zelândia que nos transmitiu a experiência de um Operador Postal forçado a viver em concorrência perfeita há 10 anos - e também na Filatelia - onde 26 operadores concorrentes lançam uma espécie de "selos" , mais conhecidos por Labels (rótulos) e com eles pretendem atingir o mercado dos coleccionadores Neo-Zelandeses.

Ouvimos coisas notáveis. Entre elas a forma como os Correios da Nova Zelândia, puramente privados, descobriram ao final de 5 anos de concorrência que a sua melhor defesa contra a concorrência dos "cromos" e "rótulos" dos outros Operadores Postais era exactamente refugiarem-se no Código UPU e nas Regras UPU, das quais tinham fugido 5 anos atrás reclamando contra a respectiva "rigidez" e "inoperância"...

Desta forma parece que o MKT dos verdadeiros selos na Nova Zelândia - para os distinguir "por cima", dos outros Rótulos e Cromos - passa por uma aposta nos valores tradicionais de "País, Cultura, Pátria e História".

Quem diria que uma Autoridade Postal privada voltaria a esses valores?

Sabem que - para a UPU - apenas o Operador Postal "oficial" , o incumbente, tem a autoridade para imprimir nos selos que emite o nome do País... Nisto estavam mais ou menos confiantes os Correios da Nova Zelândia depois da abertura total do negócio postal...Era, e é, esta autorização, o grande diferenciador entre Selos e Cromos...

Todavia os seus concorrentes tinham também autorização para imprimirem nos seus rótulos o nome da companhia... apenas isso.

Agora imaginemos um "esperto" - e houve vários assim - que deu à Companhia o nome (por exemplo) : "transportes postais da Nova Zelândia". Com Nova Zelândia em maiuscúlas e "transportes postais" em minúsculas mesmo pequeninas... E imprimia esse nome nos seus "Cromos"... estão a ver a ideia não estão?

É claro que os colegas da Nova Zelândia também fazem os seus "Cromos" e "Rótulos" e "selos personalizados", etc... para concorrenciarem os adversários, mas Selo, mesmo Selo, é o tradicional com os Valores tradicionais.

Grande Lição (Digo eu!!)

Também os USA igualmente a convite da PostEurope - fizeram uma apresentação notável da sua filosofia filatélica sobre o Plano anual de Emissões. Notamos logo à partida que , nos USA, não existe diferença entre o MKT filatélico e o MKT dos selos postais para utilização na postagem. Há muito que eu defendo que se passe o mesmo aqui em Portugal, para mais defesa do correio selado...

Ambas as vertentes do negócio "selos" são geridas pela mesma entidade no USPO que, para os que o não sabem, é o maior Operador Postal do Mundo, com mais de 100,000 trabalhadores.

Os numeros são esmagadores: de cada série comemorativa fazem-se aprox. 80 milhões de exs...

O valor a que os norte-americanos chamam de "Stamp retainment" - querendo com isto significar que se trata de selos não utilizados na postagem (serão para coleccionismo ou simplesmente para guardar em casa porque "são atraentes") - alcança os 200 milhões de USD por ano. Se extrapolarmos para um consumo "per capite", tendo em atenção a população dos dois Países, veremos que a Receita da Filatelia de Portugal - 11 milhões de euros, aprox. 16 Milhões de USD - não está assim tão mal colocada...

Selo mais vendido de sempre dos USA: Elvis Presley. Mais de 100 Milhões vendidos...

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