quarta-feira, março 15, 2006

O Festival da Carne à moda do Rio Grande do Sul

O Churrasco à Brasileira – Casa Boi Preto

Nos meus primeiros tempos na Filatelia costumava ir ao Brasil de dois em dois anos para a Lubrapex, que é a mais antiga exposição Filatélica Bilateral do Mundo (Portugal e Brasil, mas agora com os outros PALOPS também).

Nesses tempos a Casa de Churrasco na Moda era o "Mario's" estabelecido em Ipanema , Copacabana e em NY! Já não me lembro bem se se escrevia "Mario's" ou "Mariu's" (com "U") mas para o efeito também não interessa.

O proprietário tinha uma figura notável: Metro e meio de altura, magríssimo, e com o cabelo pela cintura , penteado e platinado!!

As vedetas das Telenovelas que passavam por cá faziam fila para comer no restaurante de Ipanema, que era o "topo de gama" da cadeia "Mario's" e ainda me lembro de ter compartilhado o Bar (à espera de mesa) com a Cláudia Raia e o marido (penso que era o Edson qualquer coisa) ambos muito simpáticos.

Informam-me agora que esta cadeia "Mario's" faliu, não aguentando a pressão das diversas crises que o Brasil tem sofrido desde o final dos anos 80, altura em que se passou esta cena da Cláudia Raia. A ser verdade tenho pena.

Mas hoje é tempo de experimentar o "Boi Preto"!

Aviso já que não é muito barato. Mesmo nestes dias em que um Real já só vale cerca de meio USD, um Rodízio para uma pessoa custa 40 Reais, as Caipirinhas (sublimes) custam 8 Reais cada uma e as entradas (side-dishes do Rodízio) ficam pelos 20 Reais.

Resultado: entre 80 e 90 Reais (perto de 40€) por pessoa só! Para o nível de vida no Brasil é muito caro!

Mesmo assim o Restaurante "Boi Preto" estava cheio, o que atesta bem ser S. Paulo uma visão de um outro Brasil, mais endinheirado e onde (parece-me) dever existir algo que se aproxima da nossa Classe Média.

O que se pode comer é de dimensões Pantagruélicas.

Começamos por uma mesa de saladas e acompanhamentos com mais de 8 metros, onde se vê de tudo, desde os deliciosos Palmitos aos Espargos frescos, passando pelas frutas tropicais, pelas batatas doces e milhos, pelas bananas fritas e panadas, pelos arrozes e feijões de várias cores, etc, etc...

No meio da sala um diligente funcionário esmaga cocos numa prensa metálica e aproveita-lhes o leite interno, outro prepara os sucos naturais com gelo e fruta fresca.

Antes de começar a vir a Carne aparecem à mesa, sem prévio pedido, Camarões picantes em molho baiano e panados, vários peixes locais fumados, banana, mandioca e batata frita.

Depois começa a Festa da Carne:

Picanha, Alcatra, Fraldinha, Maminha, Costela, Baby Beef, Vazio – só da parte Vacum.
Paleta de Carneiro e Lombo de Carneiro.
Costoleta de Porco à Pururuca, Lombo de Porco, Leitão assado
Peito , Coxas de Frango e Corações de Frango
Linguíça Calabresa e Normal.

As Carnes de Vaca espectaculares, sabiamente grelhadas e que chegam à mesa quentes e a escorrer os seus sucos naturais dão boa deixa à actividade frenética dos cortadores à volta de cada mesa, “empurrando” sempre e a toda a hora os seus espetos para os pratos dos Clientes.

Para mim só um defeito: a cerveja (chope) local não me agrada!

Mas também quem é que beberá cerveja tendo à mão aquelas Caipirinhas do outro Mundo?

Não admira que tivesse vindo a dormir quase todas as 11 horas do voo de regresso...

Um comentário:

Anônimo disse...

É fazerem o favor de ler o comentário ao post do passado sábado, dia 11 de Março, intitulado "Correio-Mor a perder a força...".