segunda-feira, novembro 04, 2013

Ir ganhando o céu...


Do fim de semana passado ficou a missa do dia de Fiéis Defuntos, no cemitério da Galiza apinhado, comigo ( fiel motorista, não ainda fiel defunto) a tentar descortinar a minha “santa” cá de baixo e a irmã, octagenárias que eu julgava perdidas no meio da multidão, quando afinal o que estavam a fazer era a dar à língua com as amigas e a pôr as coscuvilhices em dia… Meia hora de missa e uma horita de mexeriquices. Tá certo.

Tinha deixado o bacalhauzinho a guisar lentamente e bem tiveram que me ouvir porque na espera, lá à porta do jardim das flores murchas,  foi o molho ensopando.

Fruto da crise o mestre cozinheiro (moi) está em “multitasking”, servindo também de “chauffeur”  e de “factotum” genérico das velh***, digo, das idosas. Ele é levá-las às compras, levá-las à costureira (onde ficam tempos infindos), levá-las à missinha, cozinhar para ambas e para o senhorio, e por aí fora…

Diz o meu senhorio que se faço tudo isto é bom sinal. Sinal que somos todos ainda vivos e estamos a mexer. Eu e elas.

Concordo. Mas se assim for porque é que o gajo não começa também já a treinar para me fazer o mesmo a mim daqui a uns anos, em vez de imperialmente manter os corn** na palha quase até à hora do almoço todos os Sábados?

Mistérios? Não amigos leitores, a explicação é simples e já foi dada há muito tempo pelos meus amigos pastores lá da Beira: Em qualquer rebanho  há cabras que nascem com a sina de estarem sempre a trabalhar e há cabras que nascem com a sina de nada fazerem e comerem tanto ou mais do que as primeiras. E ainda por cima, de refilarem quando o “pasto” não lhes cheira…

E lá em casa, neste momento, o resultado é de 3 a 1.  

Três cabras  para um cabr***. E viúvo! Não acho bem.

Bacalhau guisado com pimentos

Cozemos uma boa posta de bacalhau por pessoa, despinhamos e tiramos as peles.
Num  tacho de fundo bem grosso deitamos 2 ou 3 cebolas grandes às rodelas, uma colher de massa de pimentão, 2 pimentos em tiras bem limpas de sementes, mas com a pele, 5 dentes de alho picados finos, uma meia mão de sal grosso (cuidado com o salgadiço do bacalhau). Depois, rodelas grossas de batata. Por cima das batatas as lascas de bacalhau. Terminamos com outra camada de rodelas de batatas. Por cima de tudo mais tiras de pimento, um raminho de salsa e um cálice de moscatel. Aromatizamos com pimenta preta (ou com malagueta, a gosto).

Deixamos ao lume médio durante cerca de uma hora, abanando de vez em quando o tacho. Provamos e corrigimos de sal se necessário.

Em estando as batatas cozidas vai directo para a mesa.

Bebam a acompanhar um tinto do Douro de 2011, caso o tenham já em casa. Não é preciso exageros. Um Vallado colheita, um Crasto colheita, servem perfeitamente.

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