domingo, agosto 11, 2013

Crónicas da Serra 2



Ontem à noite ninguém queria deixar a frescura do alpendre.

Já passava da meia-noite quando nos fomos deitar. Noite quente de Agosto e céu limpo proporcionariam a esperada visão da "chuva de estrelas". Parece que a nossa Terra estará a passar pela cauda de um cometa e daí o fogo de artifício celestial...

Mas nada vimos... E nem se poderia dizer que fora Baco o causador da cegueira temporária, pois estes calores não pedem grande consumo. Nem de álcoois nem de vitualhas.

Pusemos a mesa com a costumeira roda de queijos e de enchidos, tendo juntado aos Serra da Estrela o Rabaçal que meu mestre Quitério me ofereceu, queijo da sua zona de Cantanhede e que na sua acidez específica nos fez também muito boa companhia.

Para beber um vinho verde da casta Espadeiro, ligeiramente rosado (nunca confundir com o Rosé) da cor especial daqauela casta de uvas tão peculiar. E que tem apenas 10,5 graus, cumprindo na íntegra a sua obrigação de satisfazer a sede e o palato sem causar danos.

Após a selecção, as melhores uvas da casta Espadeiro sofrem uma vinificação tradicional em “Bica Aberta”. A fermentação, com rigoroso controlo de temperatura, é realizada após uma suave prensagem e decantação

Já com o pescoço dorido de tanto olhar para o céu, e maldizendo a má-vontade do firmamento, fomo-nos entretendo com "estórias" aqui da terra. Quem morreu, quem casou, quem saíu, e coisas dessas.

Foi só no quarto que me dei conta que quase não se falou de política...

Será mau sinal ou bom sinal?

Para analisar em próximas ocasiões, mas para mim é sintoma de que o povo está a fartar-se de escândalos e de confusões.

Boas notícias dos velhos: pagam menos pelos medicamentos. E más notícias de todos (incluindo os velhos): estão a pagar o dobro de IMI que no ano passado...

Afinal sempre se falou da p**** da política. 


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