terça-feira, agosto 20, 2013

A demolha do fiel amigo


Aproveito um percalço que me aconteceu lá em casa para tema deste Post de hoje.  
Descongelei três magníficas postas altas de bacalhau “inglês”, comprado na vetusta casa Oriental, aos Clérigos, do Porto, e qual não foi a deceção quando ele se revelou – depois de bem assado no forno - demasiado picado ao sal…
Mesmo para mim que gosto do bacalhau mais para o lado do apetitoso do que do insonso, aquele estava demasiado “espevitado”.
A “sargenta” jura e trejura que “esteve o bicho mais de 48 horas em água e que tinha mudado a água de manhã e à noite”. Pode ser que sim, ou então a idade confundiu as 48 horas com 24h…
Está claro que ainda há solução para o que sobrou ( e que foi muito). Tiramos do congelador 2 dias antes de usar, e depois de descongelar fica mais um dia em leite, mudando-o pelo menos 3 vezes .
Aproveito a dica para – com a devida vénia – passar aqui um artigo que respinguei do JN, da autoria da jornalista Denisa Sousa:
“O segredo pode muito bem estar na forma como se demolha. O bacalhau, segundo Fernando Dias, dono da Adega Regional de Tenões, em Braga, quer-se duro e no ponto certo de sal. Descobertos os mistérios, o profissional da restauração inventou uma máquina para o demolhar. Aparelhómetro agora comercializado por uma dupla de empresários com quem partilhou a ideia.
Fernando Dias anda numa azáfama, dentro do seu avental e touca branca, enquanto frita uma posta grossa e dá uma umas voltas à cebola. Conhecido na cidade pelas qualidades do Bacalhau à Braga que confecciona, acede a desvendar a sua invenção. A necessidade aguçou-lhe um engenho, e depois de olhar para uma máquina de cerveja, lembrou-se que idêntico sistema podia ser usado na lavagem do bacalhau.
"É uma arca de inox com duas serpentinas de frio, que, de três em três horas, renova a água. Leva cerca de 30 litros e outros tantos quilos de bacalhau", conta. Fernando Dias idealizou e partilhou a ideia com dois amigos, donos de uma fábrica de equipamentos hoteleiros (Sovifrige). Nasceu, então, o invento.
"O bacalhau não pode ser demolhado em água parada. O sal aquece a água, as postas ficam moles e ganham cheiro". A máquina veio resolver a questão. Depois de criada pelos donos da Sovifrige, Gentil Oliveira e Nascimento, a experiência convenceu. Actualmente prestes a ser melhorada, vendem-na a 1250 euros, sobretudo para o sector da restauração da região e Espanha.
A ideia, oferecida por Fernando Dias, nunca foi patenteada. "Ofereceu a invenção sem contrapartidas?", pergunta-se-lhe. "As amizades funcionam assim", diz. No Parque de Exposições de Braga, onde o restaurante está representado no Festival do Bacalhau, o cozinheiro divaga sobre a iguaria que o levou lá, conjuntamente com outros cinco estabelecimentos com provas dadas na qualidade do Bacalhau à Braga, prato típico da cidade.”

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