quinta-feira, fevereiro 14, 2013

Papa abandona a Empresa... Já não há nada sagrado pôrra?

Antigamente, no tempo em que os animais falavam, existiam  empregos que eram para a vida toda: Professor de Liceu ou Professor Universitário, Médico, Padre, Trabalhador dos Correios, Militar ou Polícia, Juiz ou Procurador...

No tempo do Sr. Doutor Oliveira Salazar até se dizia que "ele" velava pessoalmente para que os ordenados das 3 cúpulas do funcionalismo público nunca fossem muito diferentes uns dos outros: Generais de 3 estrelas, Juizes do Supremo e Professores Catedráticos.

Nota: Acho que embora fosse amigo do Cerejeira nunca se terá metido no ordenado dos Cardeais... Penso eu.

Dentro desse "equilíbrio" de forças se ia mantendo o imobilismo económico de que todos ouvimos falar e alguns apenas experimentaram. Já para não falar dos Direitos, Liberdades e Garantias...

Já a malta que trabalhava nas Finanças normalmente saía do Estado  e estabelecia-se por conta própria depois de ter aprendido a "confundir" o sistema. O mesmo se dizia  - naquele tempo - dos funcionários que labutavam nas secretarias de alguns Ministérios mais dados ao convívio com os donos do  dinheirito, como por exemplo o das Obras Públicas...

Agora, aparecer um Papa a dizer que se vai aposentar no fim de Fevereiro, tal e qual como se fosse um amanuense das Companhias Reunidas de Gás e Electricidade?

O Tempore, O Mores! Como dizia o meu colega blogger (avant la lettre) Cícero,  lá por Roma, ainda antes da fundação da Católica.  A Igreja, não a Universidade!

Um Papa não se aposenta. Quanto muito um Papa cisma (torna-se cismático) quando o caldo verde lá no Vaticano não lhe agradar. Já tivémos uma altura de fartura eclesiástica com 3 Papas ao mesmo tempo! Aquilo é que era, entre 1378 e 1409 ! Urbano VI, Clemente VII e Alexandre V.

A maior vantagem, como se imagina, era a facilidade de substituição do capitão da equipe no caso de gripe, férias ou de  haver sinais de  algum cansaço físico ou intelectual.

Não amigos, não concordo com o anúncio nem com a intenção! Se a moda pega ainda vem por aí algum político em exercício dizer que se retira?  Algum Primeiro Ministro preocupado com a galopante Taxa de Desemprego?

Gulosos! Isso queriam Vocês!!

Nota: Por acaso já cá tivémos um caso . Na 1ª República Teixeira Gomes resigna a 11 Dezembro de 1925.  Eram tempos de homens honrados...

Um comentário:

geraldes disse...

Como sempre oportuno e bem informado...os argumentos do cansaço e nao so deveriam poder ser invocados por todas as ovelhas do rebanho, coisa que nao acontece! A história do desistente PR foi outra, mas nao vale a pena puxar temas delicados.
Abraço
PC