Parece que um Tribunal da Venezuela decretou a todos os Meios de Comunicação do país a proibição de , durante um mês, publicarem Notícias com temas violentos, sobre mortes e assassinatos, sobre roubos e violações, sobre desacatos e assaltos...
O objectivo - segundo me pareceu do que li e ouvi - terá a ver com a salvaguarda dos jovens e das crianças, para que estes não vivam no medo e no sobressalto, para que não tenham receio de sair à rua, no fim de contas para que não deixem de levar uma vida normal.
Esta decisão - se assim foi tomada - devia ser estudada em todas as Universidades e Institutos de Investigação deste mundo. Trata-se de garantir, pela via administrativa, não que os actos criminosos deixem de existir (o que seria ainda mais estranho!) ,ou que sejam combatidos, mas sim que deixem de ser publicitados!
Não é nova esta política, embora fosse mais encapotada na concretização...Nos regimes ditatoriais todos sabemos que sempre houve um controlo mais ou menos musculado sobre estas coisas das notícias que "podiam ser objecto de inssossego público e de pública agitação". Aqui em Portugal - para dar um exemplo que está na hora do dia - foram cuidadosamente "maquilhados" acontecimentos como o da morte dos 25 militares do Regimento de Artilharia Fixa de Queluz no Grande Fogo da Serra de Sintra de 1966.
Agora me lembro também que, há alguns anos, os periódicos ingleses, querendo fazer um "miminho" ao herdeiro do trono - Carlos de Gales -que se queixava das notícias sombrias que infestavam as primeiras páginas dos Jornais, no dia dos anos dele só trouxeram para a 1ª Página notícias boas e soalheiras... É claro que foram avisando que, lá no interior dos jornais, viriam as notícias más... Era a Vida e ele que tivesse paciência...
Proibir por Decreto que se noticiem as "coisas más" é de antologia!
No fim de contas transforma-se o jornalismo em ficção "cor de rosa": Ninguém morre, ninguém adoece, não há descarrilamentos, não há incêndios, não há inundações, não há tremores de terra , nem Tsunamis...
Nos jornais, está claro...Porque na Rua continuarão a haver os assaltos e os roubos e os assassinatos.
E será melhor isolarmos as crianças destes factos ou...prepará-las para a selva em que certas cidades estão transformadas?
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Um comentário:
Bom dia
O que me preocupa em Portugal não é haver más noticias mas o facto delas serem preferencialmente utilizadas para a 1ª página dos Jornais ou para abrir os Telejornais. É mais fácil ganhar o Euromilhões do que ouvir uma boa notícia na abertura dos telejornais.
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