Belo Livro do velho Ernesto... Aqui recuperado em título para dar notícia da cada vez menor aptidão da "malta nova" para estas questões da cultura castrense e da entrada na carreira das armas. Não é que lhes falte vontade, diga-se desde já .... O problema é que só vontade não chega e quando se exige prova das aptidões vem tudo descambelhado pela ladeira abaixo como se fossem carrinhos de rolamentos com os travões de pneu já furados...
De facto, e segundo informação fidedigna: Este ano a Escola de Oficiais do Exército teve o maior número de candidaturas de sempre. Porém, quase metade dos 1716 candidatos chumbou na inspecção médica e nas provas de aptidão física. A causa principal é a falta de condição física dos jovens candidatos.
As razões que levam os jovens a escolher a via militar são conhecidas: trabalho (ou melhor dito, emprego) garantido! Também já não estamos naquela situação - de guerra obviamente - em que tudo o que vinha à rede era peixe, nem que fossem amblíopes, sofressem da doença de Touret, tivessem bronquite asmática ou até uma pernita a menos... Nessa década de 65 a 75 , um dos meus Amigos, com 8 dioptrias em cada olho já nessa idade , como era refilão e pertencia às "J's" na faculdade, foi incorporado - por causa do seu metro e noventa - na Arma de Artilharia!! Não sei se estão a ver bem? Cada Bojarda a seguir na "direcção geral do inimigo" , muito lato sensum, está claro...Eu acho que só me sentiria seguro no teatro das operações se estivesse amarrado ao cinturão dele... E mesmo assim...
Hoje em dia - e muito bem - os responsáveis da Força Aérea, Marinha e Exército querem escolher ( e podem!!) e exigem os melhores.
Sabendo isto até me admiro que não tenham ainda proliferado aqui em Portugal as escolas ou os cursos de preparação da "malta" para estes exames de admissão nas Academias MIlitares.
São entidades que já existem nos USA, por exemplo, País onde estas coisas são levadas tão a sério que essas escolas de preparação para a entrada na vida militar começam logo com os rapazes e raparigas depois da pré-primária, tal como os Pupilos do Exército ou a Escola Militar aqui em Portugal. Somente com a diferença que essas, lá nos States, são abertas a qualquer um que as possa pagar.
Tenho a ideia que - nas "guerras" que temos hoje - apenas o profissionalismo e a cultura da excelência devem definir as Forças Armadas de Portugal. Tal como nas outras profissões, aqui deve imperar o culto pela melhoria contínua, o fazer bem logo da primeira vez, o Just in Time na logística, e por aí fora. Na prática uma cultura de Business School moderna adaptada às contingências da função. Só assim as tropas podem sobreviver num mundo para o qual já não estarão muito preparadas.
Porque embora alguns não o saibam, para manter um soldado de élite a combater estima-se que sejam necessários mais 11 elementos na rectaguarda... E quando, por exemplo no Afeganistão e Iraque, se começa a substituir esse apoio de rectaguarda militar por empresas privadas de logística e transportes, é claro que se está a dar um sinal aos Estados Maiores que Militares são para o seu verdadeiro trabalho (combater mesmo) devendo deixar aos civis as outras tarefas. E, quando e se, isso acontecer na generalidade e para todo o mundo, acabaríamos por ter em Portugal, como Forças Armadas exclusivas de pé-no chão, o Centro de Tropas Comandos, os Fusos e os Páras . E mais nada.
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