segunda-feira, maio 10, 2010

O Frenesim Cozinhático

Já ouviram falar do frenesim dos tubarões enlouquecidos pelo sangue na água?  Aquela situação em que o odor  e o gosto do sangue se sobrepôe a todos os outros sentidos, levando-os  a comportamentos de agressividade que ultrapassam em muito a simples necessidade de se alimentarem? Nadam para a frente e para trás, , sem finalidade aparente , acabando até por se morderem uns aos outros naquela "insanidade mental" causada pelo estímulo exterior. Mordem-se uns aos outros e a tudo o que mexa, seja Homem, Mulher, Criança, Botas da Tropa ou bidons de Crude...

Pois este fim de semana e com as devidas distâncias, entrei num "Frenesim Cozinhático" lá em casa.

Eu explico: Tinha pensado fazer Bacalhau no forno para o Sábado e assar uma perna de Borrego para o Domingo. O Senhorio fez "simpaticamente"  saber que "não lhe apetecia bacalhau" já depois do fiel amigo ter sido descongelado.  A Senhora Mãe questionou se o Borrego não podia vir com um "arrozinho de forno" em vez das batatas novas da ordem.

O vosso Blogger, depois de ter avaliado a hipótese de os mandar comer atum de lata com um papo-seco, (ementa antiquíssima da marmita do  operariado em dia assim-assim dos anos Sessenta) acabou por condescender.

Sábado: Bacalhau no Forno para um (Moi). Salsichas com couve lombardo para outro (Lui) . Domingo: Borrego Assado no Forno com batatas novas e Grelos salteados (Para os Hombres). Arroz de Costela de Borrego com Coentros (para a Madama).

Uma Dica :  Ao Fazerem  a Perna de Borrego Assada no forno ponham-lhe um pouco mais de molho do que o habitual (mais cebola e chalota)  e introduzam também a  Costela no mesmo tabuleiro. A meio da assadura da Perna retirem  a Costela já quase assada e parte do molho do tabuleiro, o que lhes dá uma bela base para fazerem o arroz de costela de borrego.

A razão da "condescendência" teve também a ver com a economia do esforço braçal para esta semana papal que se avizinha... Já repararam que com tanta variedade o mais certo  ( e assim foi) foi terem sobrado restos de bacalhau, de salsichas frescas e de borrego (assado ou em arroz). Estão lá no frigorífico 4 caixas herméticas com este "material" todo à espera de quem o utilize.

Grande vantagem para o  aprendiz de "queima-cebolas"!

E , se  as individualidades de sangue real que compartilham a minha mesa (mas não os meus trabalhos) não gostarem de restos?  Então estará na altura de lhes recomendar a ementa da marmita do operariado em dia magro dos anos Sessenta: meia sardinha e meio papo-seco duro , duas batatas cozidas com a casca.

E já gozam!  Antes assim que gozarem comigo!

Raio que os parta...

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